segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ligando Pontos



Recebi uma mensagem com o discurso de Steve Jobs para uma turma de formandos e achei altamente inspiradora. É muito comum olhar o sucesso dos outros e invejar sem questionar o caminho percorrido até ele. Neste relato Steve Jobs contou como seguiu sua paixão de forma obstinada e chegou até onde todos nós sabemos. Tropeçou no meio do caminho e mesmo assim continuou seguindo seu coração.

Ontem assisti a um filme também inspirador. Há muito tempo que volta e meia alguém me pergunta se já vi Julie & Julia e esse filme ficou em minha lista de espera por um bom tempo, até que ontem resolvi locar. De fato, qualquer semelhança é mera coincidência, a história consta de uma garota apaixonada por cozinha, que mantém um blog e ainda tem um santo marido que tem uma paciência de Jó com todos os seus devaneios e inquietações.

No fim, duas atividades aparentemente desconexas, culinária e escrever, se ligam em uma combinação de sucesso na vida de ambas protagonistas. O principal é que nada disso foi planejado e sim realizado com afinco a partir do seguimento de uma motivação maior, chamada PAIXÃO! O melhor de tudo é que o filme é baseado em fatos reais o que torna tudo mais palpável e emocionante.

Fazendo a projeção para a minha própria vida, tenho lido cada vez mais sobre como a vida se encarrega de fazer sentido quando seguimos nossa intuição. Até escrevi um texto sobre isso recentemente aqui no blog. O mais interessante é que durante a trajetória não conseguimos ligar os pontos, porém, estes aparentemente desconexos, mas adiante se mostram totalmente interligados e o que antes parecia um emaranhado de idéias e atitudes, acaba revelando um caminho cristalino.

É muito inquietante viver, sabendo que a única certeza que temos é a morte. Isso faz com que queiramos desfrutar de cada dia como se fosse o último. Aí entra a idéia de beijar o padeiro, da busca de viver feliz e intensamente, pois realmente não vale a pena perder tempo com brigas, desavenças, aborrecimentos... Muito menos ainda, dedicar nossa vida a um trabalho, atividade que normalmente ocupa mais da metade do tempo em que estamos acordados, que não nos traga algum tipo de realização pessoal. Quando trabalhamos, estamos contribuindo para o mundo, para os outros, mas acima de tudo, estamos fazendo isso para nós mesmos, acho que nesse caso o altruísmo é resultado do egoísmo.

A escolha de profissões e carreiras é algo aparentemente simples para uns, mas extremamente complexo para muitos. Admiramos grandes pessoas, idéias, invenções e analisando a trajetória dessas singularidades vejo como idéias ingênuas e loucas levam ao brilhantismo. O mais interessante é a tendência que temos de boicotar nossa própria imaginação e valorizar as idéias alheias, desacreditando em nós mesmos. A diferença das pessoas de sucesso são que elas acreditaram em seus sonhos e escutaram a voz do amor dentro delas (aquela que incentiva) mais do que a voz do medo (aquela que coloca para baixo). É muito difícil e a superação só ocorre quando regada com muita paixão.

Somente a paixão faz com que a gente queira dedicar nossas horas livres, finais de semana, madrugadas, estar com os amigos ou família, etc. a determinada atividade. Admiração é bem diferente, as vezes admiramos alguém e sonhamos em ser como elas. Em muitos casos, essa admiração serve de modelo e é positiva, em outros casos nos forçamos a seguir os passos já traçados por outrem e esquecemos que temos pernas próprias. Saber distinguir qual é o caso e dar ouvido ao coração pode ser complexo quando estamos cercados de pessoas cheias de expectativas acerca de nosso sucesso. Realização, entretanto, é algo de cunho absolutamente pessoal, não pode ser transferido, nem vivido por outrem, então a busca pela realização deve ser uma trajetória egocêntrica.

Às vezes a confusão entre vontade própria e viver de acordo com as expectativas ao nosso entorno é tamanha quando vivemos em uma sociedade cheia de padrões que fica complicado saber qual o nosso chamado. Para tal, tenho como sugestão olhar para si, perceber aquilo que é capaz de realizar com o mínimo esforço, sim, aquela coisa que parece tão banal para você, pode ser um grande diferencial em relação à outras pessoas. Em muitos casos, não será apenas um talento e sim vários que poderão se unir em uma única tarefa. Uma boa forma é pensar em nossa infância, nos tempos em que nossos atos eram mais genuínos, como agíamos? Para doar atitudes carregadas de amor ao mundo precisamos ser honestos com nós mesmos. Só assim seremos genuinamente felizes!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mexicano sem Guacamole



Mais uma pérola do "bom" atendimento baiano. Saí com amigos de infância e na volta para casa estavam com fome e resolvemos parar em um restaurante mexicano. Como havia poucas mesas ocupadas, assim que entramos perguntei ao garçom se o estabelecimento estava aberto. O mesmo conversou com um colega e retornou dizendo que apenas para a cozinha mexicana, o que já soou uma resposta estranha, já que esta era a especialidade do local.

Não estava com fome e meus amigos pediram uns tacos. Depois de uns 10 minutos, resolveram pedir uns nachos de entrada e pediram que chegasse antes dos tacos. De fato, não demoraram a chegar, entretanto acompanhados de dois molhos iguais (o branco) e um do vermelho (este era molho tabasco derramado em um potinho cerâmico).

A minha primeira pergunta foi: "Cadê o guacamole?" Resposta imediata: "Não está saindo, a casa está em falta de abacate."

Estou maluca ou um restaurante mexicano TEM QUE TER abacate 365 dias ao ano? Um lugar desses tem que conhecer no mínimo 10 fornecedores diferentes para garantir seus abacates. O mais curioso é que estive em dois mercadinhos de bairro hoje (próximos ao bar) e vi abacate nos dois, o que me leva a pensar que a falta de abacates foi total descaso com o bom serviço.

Para completar, quando os nachos capengas já estavam terminando o garçom retornou para dizer os tacos que foram pedidos não estavam saindo. A uma altura dessas, tudo que queríamos era ir embora, mesmo os que permaneciam com fome.

Quando chegou a conta ainda tiveram a cara de pau de arredondar para mais porque não tinham troco. Pedimos para arrendondar para menos e trazer o troco correto e foi uma novela mexicana por causa de um real. Tudo bem, não fazíamos questão desse tal real, mas ao mesmo tempo consideramos um absurdo abrir mão na circunstância de termos sido tão mal atendidos.

No fim da noite, voltamos para casa cansados, com sono e os que estavam com fome abriram mais ainda o apetite com os Nachos. Boas risadas, só aqui mesmo, um restaurante mexicano em falta de abacates!! Ainda bem que não entrei naquele lugar com fome.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Coincidências Existem?


Arredores do Kushi Institute - Foto por: Kundan Palma

Coincidências Existem? Minha experiência pessoal me faz acreditar que não. Tem um ditado que fala: “Quando o discípulo está pronto o mestre se apresenta”, acredito piamente nisto.


Arredores do Kushi Institute - Foto por: Kundan Palma

Quando entramos em harmonia com o universo, passamos a trabalhar em equipe (nós e o universo) e tudo começa a fluir, é impressionante! Mas como entrar em harmonia com o universo? Bem, não existe receita de bolo para isso, cada pessoa encontra a melhor forma.

Estar em harmonia com o universo é viver com uma sensação de paz, de pertencimento no mundo, sentir que vivemos em uma estrada de mão dupla, dando e recebendo o tempo todo.


Arredores do Kripalu - Foto por: Camila Lisboa

Estar em boa saúde de forma geral é uma das principais formas de se sentir em harmonia com o universo, pois assim sabemos que estamos colaborando para o perfeito funcionamento de nossa natureza interior, essa máquina genial que é o corpo humano. Logo, quando estamos em dia com nossa saúde, mantendo bons hábitos alimentares, dormindo regularmente, praticando exercícios, a nossa energia corporal flui e não precisamos despender energia sentindo dores, indo a médicos e tomando medicamentos.


Jardim do Kripalu - Foto por: Camila Lisboa

O lado espiritual também é fundamental e na verdade uma coisa gera outra. Quando focamos em nossa saúde e bem estar, passamos a valorizar os mínimos prazeres da vida como o nascer do sol ou uma brisa fresca e nos sentimos ligados com o mundo externo e a força infinita do universo o tempo todo.


Kushi Institute - Foto por: Camila Lisboa

Tudo isso aguça a intuição, pois tornamo-nos mais sensíveis. Com isso passamos a escutar o sopro do destino que nos guia para caminhos inexplicavelmente certos.

Eu pessoalmente sempre tive o hábito de não reclamar quando algo que planejo sai errado ou deixa de ocorrer, porque lá na frente, acaba se tornando uma situação mais favorável. Quando temos fé no destino e seguimos a voz do amor que guia nosso coração os caminhos se abrem.


Arredores do Kripalu - Foto por: Camila Lisboa

Tenho um pequeno exemplo (tenho muitos outros na verdade) que ocorreu recentemente comigo. Este ano fiz uma viagem aos Estados Unidos para um curso avançado de Macrobiótica no Kushi Institute que fica nas Berkshire Mountains em Massachussets. Com a vida atribulada de arquiteta, levou três anos desde quando descobri o curso até eu resolver ir, pois sempre estava ocupada demais para me desligar tanto tempo do Brasil para fazer algo tão distante de minha profissão. O curso ocorre três vezes ao ano e namorei a ideia cerca de nove vezes nos últimos três anos... Toda vez que pensava em ir, parecia um sonho tão distante e ao mesmo tempo a vontade era enorme. Quando resolvi ir, precisei planejar praticamente com seis meses de antecedência e me deu tanto trabalho me desvincular de minha rotina aqui, que achava que teria que fazer logo o curso completo. Este consta de quatro módulos de um mês que poderiam ser feitos de uma só vez ou parceladamente. O tempo todo tive certeza de que queria fazer uma imersão total (quatro meses direto), mas quando foi chegando mais próximo da viagem comecei a ter um dilema interminável sobre quanto tempo deveria ficar, mas no fundo saberia que a resposta viria para mim de alguma forma.


Arredores do Kushi Institute - Foto por: Camila Lisboa

Havia tirado minha passagem aérea usando milhas, só que como os vôos estavam todos lotados, a única data de retorno disponível era 27 de outubro, sendo que o primeiro módulo terminava em 10 de outubro. Resolvi escolher esta data para garantir meu retorno para o Brasil (só poderia tirar a passagem com milhas se comprasse os dois trechos de uma só vez) na intenção de verificar uma mudança de data caso resolvesse ficar mais. Achei tempo demais ficar 17 dias de férias, matando tempo, nos EUA e comecei a visitar sites em busca do que fazer lá por tanto tempo.


Arredores do Kushi Institute - Foto por: Camila Lisboa

Foi aí que descobri que o maior centro de Ioga dos EUA está também localizado nas Berkshire Mountains. Entrei no site do Kripalu e foi paixão à primeira vista! Fuçando mais um pouco descobri um curso totalmente inusitado para um centro de Ioga (o tema não tinha nada a ver com Ioga) que parecia ter sido feito para mim neste momento de minha vida. Para completar, ele começava no dia seguinte que terminava o primeiro módulo no Kushi Institute.


Sala de Leitura do Kripalu - Foto por: Camila Lisboa

Mesmo com todas essas pistas, continuei negando a minha intuição... Vi que o curso custava caro (já estava fazendo um grande investimento no outro curso) e vi também que eles tinham um programa de bolsas oferecidas a algumas pessoas. Não tendo nada a perder, escrevi um e-mail explicando meu interesse pelo curso, dizendo que vinha do Brasil, que estaria bem próxima de lá, mas que realmente ficava pesado para mim pagar o curso, pois já tinha tido muitos gastos com a viagem como um todo.


Kushi Institute - Foto por: Camila Lisboa

Pouco antes de minha partida, ainda vivendo o dilema de fazer apenas um módulo ou quatro, recebi uma resposta de que havia conseguido uma bolsa de 80% no valor total do curso, incluindo hospedagem e alimentação. Mal conseguia acreditar!


Arredores do Kushi Institute - Foto por: Kundan Palma

Mais uma vez a vida provou que minha fé na força do universo é tudo que preciso para trilhar meus caminhos... Nem preciso comentar que a viagem foi um divisor de águas em minha vida, cada lugar com uma importância e significado diferentes que sei que repercutirão para sempre!


Arredores do Kushi Institute - Foto por: Kundan Palma

Agora lhe pergunto: Coincidência? Claro que não! As coisas surgiram para mim neste caso (e em outros também) porque busquei, tive fé, coragem de mudar, de sair em busca do desconhecido e percorrer os meus sonhos!


Arredores do Kushi Institute - Foto por: Kundan Palma

Acontece comigo o tempo todo e pode acontecer com você também! Siga o seu coração sempre, ele te ama muito mais do que aquela voz pessimista que sussurra em seus ouvidos que suas idéias são fracassadas e que está ficando maluco... Lembre-se, entretanto que sentada no sofá nada vai cair de bandeja em seu colo, as portas só se abrem quando destrancamos os cadeados giramos as maçanetas.

BOA SORTE na jornada!!


Arredores do Kripalu - Foto por: Camila Lisboa