terça-feira, 31 de janeiro de 2012

No clima da paquera


Essa época do ano parece que todos os solteiros ficam loucos para conhecer alguém novo. Verão, calor, roupas curtas, muitas festas, agito e animação, tudo isso combina com paquera. A Bahia tem uma característica engraçada, muitas pessoas que estão ou ficam solteiras no segundo semestre dizem que não vão começar a namorar novamente antes de curtirem um verão solteiros. No entanto, quando estão solteiros parecem estar sempre à procura de um amor. Nesse meio tempo às vezes aparecem pessoas interessantes, uns se rendem e começam a namorar, mesmo às vésperas de Carnaval, outros preferem deixar passar, para não abrirem mão das festas do verão e principalmente do Carnaval solteiros.

Quando acaba o Carnaval, está todo mundo doido para arrumar um namorado, para garantir o seu forró no meio do ano, viajar junto para o interior e toda a programação de São João que é deliciosa a dois. No fundo, mesmo quem diga que não, está sempre à procura de alguém.

Nos tempos atuais a paquera está em todos os lugares e principalmente na web. Eu pessoalmente já tive algumas experiências com essa história de paquera virtual... Lembro que meu primeiro namoradinho, conheci depois de dois anos de papos online, naquele tempo que existiam aquelas salas de bate-papo e as pessoas falavam com as outras que achavam o “nick” interessante. Eu era muito nova e o tal namoro não durou mais do que seis dias, mesmo assim rendeu uma boa historia para lembrar e contar!

Mais adiante, já nos tempos do Orkut, vi uma figura com o perfil interessante entre os amigos de uma amiga e coincidentemente ele também me viu no perfil dela e ambos comentaram com ela que queriam ser apresentados. Daí não precisou de muito para a paquera sair do mundo virtual e chegar à vida real. Essa história rendeu dois anos! Como dizer que a paquera virtual não funciona?

Há quem diga também que não se conhece ninguém interessante em Carnaval e que paquera de Carnaval nunca dá em nada. Para mim, outra mentira! Conheci outro namorado que também rendeu mais de dois anos em pleno Carnaval... Depois ainda tive mais dois namoricos (um durou seis meses e outro dois meses) que começaram em pleno Carnaval.

A conclusão que já cheguei disso tudo é que não tem fórmula, nem lugar para encontrar a pessoa certa. Mesmo assim tem algumas “dicas” que são válidas para qualquer caso. Já fui usuária de mIRC, ICQ, msn, Orkut e agora do Facebook e não posso negar a utilidade dessas ferramentas como formas de paquera. Entretanto, sempre tive uma regrinha preciosa que sempre aconselho muitas amigas. É o seguinte: se você está sempre disponível online o cara não te liga! Esse tipo de situação facilita demais a vida e você nunca tem como saber se o cara te ligou porque queria lhe ver mesmo ou lhe chamou para sair porque estava em casa sem fazer nada e lhe viu online. Logo, dica para as solteiras de plantão: moderem o uso dessas ferramentas para dar um pouco mais de trabalho ao paquera, afinal, ninguém gosta de nada fácil demais.

Exposição tem limite. Você não precisa postar todos os seus passos... Para que? Expõe-se e no caso da paquera, você se torna uma pessoa previsível. Sou do tempo em que as pessoas não tinham celulares. Do tempo em que o paquera pegava o telefone de sua casa e você ficava sempre naquela dúvida se ele tentou ligar justamente na hora que não estava em casa e ficou com vergonha de deixar recado. Depois quando ligava, marcava de encontrar em um show e nenhum dos dois tinha celular e por questões de segurança (ainda não existia essa febre de camarotes – era tudo misturado) iam sem relógio. Então tinha que perguntar que horas eram e estar no local marcado (no meio de uma multidão) para tentar encontrar. O mais impressionante é que sempre dava certo!

Hoje toda essa dificuldade acabou e não sei se isso é bom ou ruim. Antigamente você tinha que sondar muito para descobrir onde seu paquera ia estar no final de semana. Hoje você entra na página dele e está tudo e bandeja. Depois fica sabendo onde esteve e com quem esteve pelas fotos postadas (por ele ou pelos amigos...).

Quanto a conhecer pessoas legais, apesar de ter conhecido uns paqueras muito bacanas em festas e carnavais, normalmente esses eram apresentados por amigos. Logo, acho que o que vale nem é tanto o lugar e sim a referência. As chances de uma paquera emplacar com alguém que temos referências de outra pessoa são muito maiores. Sem contar que com tanta história maluca que escutamos por aí, dá pelo menos um pouco de conforto, saber que aquela pessoa é amiga de alguém conhecido, apesar de isso não garantir nada...

O que não dá é ficar em casa achando que o carteiro vai ser Brad Pitt, porque não será! Aí a única chance que sobra que poderá bater em sua porta é o entregador de pizza. Tá solteira? Quer conhecer alguém? Vai para a rua! Pode conhecer alguém na padaria, no aniversário super intimo de uma amiga, onde de repente pode aparecer um “primo” gato, no transito, na academia, na aula de psicologia... Vou dizer, já fui paquerada até em funeral!!! Triste, mas é verdade. E se seu estilo não é de baladeira, não tem problema, as chances de conhecer o amor de sua vida, do nada, em uma balada, é pequena. Aposte nos petit comités da vida e nas festas de pessoas conhecidas (recepções, casamentos, aniversários) – em minha opinião são as melhores chances que temos de conhecer alguém interessante, conseguir chegar junto para conversar, etc... Boa sorte!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cardápio da Semana: 30.01 - 03.02

Queridos clientes, segue o cardápio da semana para vocês já começarem a ficar com água na boca. Durante o final de semana, evitem cometer exageros e lembrem de mastigar bastante, afinal, até os excessos diminuem quando tomamos nosso tempo para mastigar com calma os alimentos.

 Vou aproveitar e lembrar que os pedidos devem ser feitos com antecedência, no máximo até as 9:30 da manhã. Se puderem pedir de véspera, melhor ainda! Tenham um ótimo final de semana e até segunda-feira.






Obs.: Podem haver pequenas alterações no cardápio em virtude da disponibilidade dos produtos na feira. 

Camila - (31) 8334-5335


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Culinária ZEN


Outro dia estava conversando com um amigo teólogo sobre quando sentimos que estamos conectadas com Deus. Tem gente que frequenta missa, os surfistas dizem que é quando estão no mar, os alpinistas dizem que é quando escalam montanhas, há quem diga que é quando medita e eu, nem surfo, nem escalo montanhas, nem freqüento missas e raramente sento em posição de lótus para meditar.

Cozinhar para mim faz parte de um ritual zen, onde me desconecto de tudo e foco inteiramente no que estou fazendo. É um processo que pode levar horas e começa quando preparo um cardápio, depois vou à feira e escolho cuidadosamente cada ingrediente que vou utilizar. Antes de ir à cozinha, gosto sempre de tomar um banho para renovar e refrescar minhas energias. Costumo colocar uma música suave, que pode ser erudita, jazz, rock, MPB, pop e/ou o que estiver de acordo com o meu estado de espírito do dia.

A partir daí é como se estivesse dançando, cada ato é uma coreografia. A música que me guia são meus instintos criativos, que surgem naturalmente. Gosto de cozinhar principalmente vegetais. Observar uma variedade de cores, formas e texturas, limpá-las cuidadosamente, depois cortá-las de acordo com a forma com que pretendo cozinhá-las. É uma arte: combinar cores, sabores, texturas, temperos e principalmente utilizar as mãos, dando e recebendo um tanto de energia numa troca sublime com a natureza.

Gosto de cozinha limpa e organizada. Sempre corto tudo que vou usar e separo em cumbucas, limpando a minha tábua de corte, faca e bancada, entre cada ingrediente. Minhas panelas são todas em inox, brilhantes e de um mesmo conjunto, formando uma estética agradável em cima das minhas seis bocas de fogão. Quando começo a etapa do cozimento, procuro ter todos os temperos que pretendo usar à mão. O fogão fica com a sua chama mais ou menos na altura do “hara”, que segundo a tradição do extremo oriente é o centro energético do corpo. Sentir o calor do fogo no ventre e perceber a transformação dos alimentos é mágico.

Minha primeira formação é de arquiteta e minha mãe costuma dizer que faço arquitetura de comida. Realmente, adoro arrumar um prato, selecionando as cores e harmonizando-o. Esta arte inclui a escolha da louça, do talher (ou hashi), toalha ou jogos americanos, flores, etc. Bernadette Kikuchi, uma das melhores cozinheiras que já conheci, e que tive o privilégio de ser aluna, chama sua culinária de Arte Fundamental da Vida. Até hoje não consegui encontrar um nome que descreva melhor esse ato de amor e arte.

Tudo que descrevi é o somatório de um momento onde todos os sentidos se envolvem. O tato no manuseio dos alimentos, a visão na apreciação das formas e cores, o olfato quando sai aquela fumacinha cheirosa pelas frestas entre a tampa e a panela, a audição prestando atenção ao chiado da panela de pressão, toque da faca na tábua de corte e por fim, o paladar, na hora que mastigamos e ingerimos o resultado da mistura de tantas energias. Somos o que comemos, uma alimentação consciente resulta na nutrição saudável do corpo e da alma.

Adoro comer a minha própria comida, mas também aprecio demais a culinária de outras pessoas. Através dela sentimos os mais diversos sabores e absorvemos uma carga energética variada. Diversificar o paladar resulta numa mente criativa e apurada. Por isso, sou bastante exigente na escolha do que como, bem como o ambiente onde faço minhas refeições, se possível fazendo uma visita à cozinha para sentir como é o astral de quem prepara a comida. Cozinhar, alimentar os outros e me alimentar, para mim, são formas diárias de beijar o padeiro!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Refeições Saudáveis


Se você está pensando em adotar um modelo mais saudável de vida e não tem tempo para cozinhar, pode terceirizar pelo menos a qualidade dos seus almoços. As refeições preparadas no estilo slow food por mim, especialmente para você, contêm elementos vitais para uma nutrição balanceada. Abaixo a descrição de alguns alimentos que sempre encontrará em meus cardápios.

O arroz integral é uma fonte de carboidrato complexo, rico em fibras, que promove uma melhoria do processo digestivo, excelente para quem tem problemas de acidez estomacal e constipação intestinal. Este poderá estar combinado com outros cereais integrais como milho, trigo, cevadinha ou aveia que também produzem os mesmos efeitos.

A combinação de leguminosa e cereal integral é uma fonte perfeita de aminoácidos essenciais na dieta e estará sempre presente nas refeições. A fonte protéica vegetal, vinda do feijão ou de derivados da soja (carne de soja ou tofu), garante uma boa porção do nutriente, sem sobrecarregar o sistema digestório. Assim, você poderá continuar suas atividades da tarde, extremamente saciado, sem aquela sensação de peso estomacal e ao mesmo tempo com muita energia.

Os vegetais, sempre muito coloridos, estão presentes na forma de raízes (bardana, nabo, cenoura, rabanete...), redondos (cebola, repolho, chuchu, cará, abóbora, batata-doce, mandioquinha, berinjela, abobrinha...) e folhosos (couve, agrião, rúcula, nirá, acelga...) e garantem uma variedade de nutrientes e vitaminas para o funcionamento saudável do corpo.

Além disso, as refeições são temperadas com alimentos funcionais como gengibre, canela, pimenta, azeite de oliva, óleo de côco, gergelim, oleaginosas, alho, shoyu orgânico, algas marinhas e temperos verdes que dão um toque a mais de saúde. O óleo utilizado no preparo dos alimentos é sempre da melhor qualidade: óleo de gergelim, azeite de oliva ou azeite de semente de uva. 

Alguns ingredientes que JAMAIS são utilizados no preparo destas refeições são: sal refinado (sempre sal marinho), manteiga, queijos, açúcar, adoçantes, corantes artificiais, enlatados, embutidos, carnes de porco, frango e bovina. Quando forem utilizados ovos, estes serão sempre de galinha caipira. Ocasionalmente, quando for utilizar peixe ou marisco, haverá sempre uma opção vegetariana de cardápio.

É isso aí, conte comigo também para manter o ritmo da boa saúde e caprichar na qualidade de suas outras refeições. Aqui no blog você encontrará textos para lhe ajudar e estou disponível para auxiliar num programa de consciência alimentar personalizado. Boa sorte!

Contato: Camila Lisboa – (31) 8334-5335

Obs.: Os cardápios da semana e outras informações estarão sempre no link: Refeições aqui no blog.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Cardápio da Semana: 23 a 27 de Janeiro

Queridos clientes, segue o cardápio da semana para vocês já começarem a ficar com água na boca. Durante o final de semana, evitem cometer exageros e lembrem de mastigar bastante, afinal, até os excessos diminuem quando tomamos nosso tempo para mastigar com calma os alimentos.

 Vou aproveitar e lembrar que os pedidos devem ser feitos com antecedência, no máximo até as 9:30 da manhã. Se puderem pedir de véspera, melhor ainda! Tenham um ótimo final de semana e até segunda-feira.






Obs.: Podem haver pequenas alterações no cardápio em virtude da disponibilidade dos produtos na feira. 

Camila - (31) 8334-5335

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mineiro é bom de copo


Plena terça feira e acabo de chegar de um típico programa mineiro, afinal, como aqui não tem mar, a galera vai pro bar. O detalhe é que diferente do verão, essa onda não requer sol e muito menos dia, pode ser durante a semana ou nos finais de semana, noite ou dia, todo o tempo é bom para o mineiro tomar uma cerveja ou cachaça.

Um amigo daqui abriu um bar há uns quatro meses e estava devendo uma visita. Um grupo de amigas estava indo lá hoje e resolvi ir também para conhecer e prestigiar. Marcaram cedo, happy hour e antes das 18:00 já estavam me buscando em casa. Eu crente que era programinha light... Que nada, a farra rolou até mais de meia noite e todo mundo comentando agendas lotadas para o resto da semana. Pegaram leve no álcool?? Até parece, a galera tomou todas e eu só na minha aguinha observando o movimento... De quebra fiquei de motorista, já que era a única que não estava bebendo na mesa.

Ilusão pura pensar que o bar estaria vazio por ser uma terça-feira, simplesmente LOTADO!!! O mais impressionante é que como esse boteco, existem três mil espalhados pela capital mineira e todos estão sempre assim, cheios de segunda a segunda a qualquer hora do dia ou da noite. Já viajei muito, já vi muitas culturas etílicas, mas isso aqui é realmente de cair o queixo.

Outro fenômeno é a predominância de mulheres nos bares. A cidade é famosa por ter mais mulheres do que homens e por serem muito bonitas. Os bares não deixam negar, a quantidade de mulheres, tomando umas entre amigas é incrível. Hoje mesmo, estava numa mesa aonde toda hora chegava alguma amiga de uma amiga. Por fim, tinham por volta de 15 pessoas, sendo apenas DOIS HOMENS.

É ou não é impressionante??? Bem-vindo a BH!!!




Obs.: A gastronomia dos bares aqui é um "espetáculo" para mim, acostumada com bares que sempre têm um peixinho, caranguejo, lambreta... Nunca vi tanta carne em minha vida. Na dúvida sempre como antes de sair de casa. Em BH, vários bares se chamam "boi" isso ou "boi" aquilo. Birra é o mesmo que cachaça, bebida, cerveja... 


Boi & Birra - boteco de rua, típico mineiro. Apesar do nome, que nas CNTPs jamais chamaria a minha atenção, o bar é muito legal, o atendimento ótimo, a localização tranquila, excelente pedida para quem quer fazer um programa típico em BH. Para quem não come carne, tem um pão de alho delicioso, provoleta, mandioca e batata frita, além de torradas com patês - muitas opções considerando a maioria dos bares daqui...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Nem 08, nem 80


Há uns anos a ditadura da moda impunha um padrão de beleza que fomentava a magreza extrema entre as mulheres. Aos poucos isso está deixando de existir para dar lugar a um novo padrão de beleza: as obesas!


A epidemia da obesidade americana, como todo o resto que importamos do país, chegou ao Brasil. Antigamente, pobreza era sinônimo de magreza. Hoje, quando vamos às ruas, vemos os pedintes redondinhos. A razão é fácil de explicar: guloseimas repletas de açúcar competem deslealmente com os produtos saudáveis nas prateleiras do mercado. Isso sem falar na cachaça que é estupidamente barata. Com um real, compra-se um grande pacote de biscoitos, uma garrafa de refrigerante ou outros produtos industrializados, que não dependem de fogão, prato, garfo e faca para serem consumidos, sem falar no preço.


Na década de 80 a política de saúde pública americana alertou a população para os riscos cardiovasculares de uma dieta rica em gorduras, criando uma campanha em prol dos baixos índices de gordura nos alimentos. A relação entre gorduras e sistema cardíaco é real, entretanto, não é a única. Com a redução das gorduras nos alimentos, para que o sabor fosse garantido nos mesmos, passou-se a caprichar nos açúcares e condimentos. Falo dos EUA, pois, foi lá que começou esse processo, entretanto, o mesmo, juntamente com as síndromes metabólicas, estão instalados em nosso país há muito tempo.


Qual a relação entre açúcar e coração? Simples, o excesso de açúcar consumido é armazenado no corpo na forma de gordura. Há ainda outro risco, o metabolismo da glicose é completamente diferente do metabolismo da frutose. A glicose é o combustível da vida e pode ser absorvida por qualquer célula no nosso corpo. Além disso, pode ser infinitamente armazenada na forma de glicogênio (que se transforma de glicose quando há falta do mesmo no sangue). Já a frutose, só é metabolizada pelo fígado, não é convertida em energia e seu excesso acaba sendo armazenando sob a forma de gordura.


E de onde vem a frutose? Das frutas? A fruta é uma formação integral da natureza, o que significa que juntamente com a sua porção de frutose, vem também outras vitaminas e minerais, bem como fibras, que ajudam no processo digestivo da mesma. Quando fazemos sucos, entretanto, consumimos uma quantidade muito grande e concentrada de frutose. Dificilmente alguém chupa mais de uma laranja, entretanto, um copo do suco contém pelo menos cinco laranjas, onde predomina uma quantidade excessiva de frutose, as fibras são perdidas, bem como a vitamina C, que é extremamente volátil. Isso sem falar que muita gente ainda tem o costume de adoçar artificialmente os sucos, aumentando ainda mais a dose de frutose. O risco maior, entretanto, não está nos sucos e sim nos derivados das frutas. A sacarose ou açúcar como se sabe, vem da cana ou beterraba, e contém 50% de frutose e 50% de glicose. Já o xarope de milho rico em frutose, produto comercializado com preço muito inferior ao açúcar, pode conter entre 55% e 90% de frutose em sua composição, a depender do tipo utilizado. Ambos constituem uma praga, presente na maioria dos produtos industrializados. Não acredita? Pode começar a verificar os rótulos em sua dispensa e nos supermercados.


E o que acontece com essa frutose? Nosso corpo necessita de energia, que vem da glicose. Nosso cérebro, mais precisamente, só funciona à base de glicose. Acontece que glicose e frutose são duas coisas distintas! Quando consumimos doses excessivas de frutose, esta, em primeiro lugar, não é reconhecida por nenhuma célula no corpo, só podendo ser metabolizada no fígado. Com isso, a produção de grelina (hormônio responsável pela sensação de fome) não é suprimida. Isso significa que aquela velha teoria de que se comermos doces, “matamos” a fome, no caso da frutose é falsa, acumulamos gordura e continuamos com fome. Assim, a frutose consumida acaba se tornando “caloria extra” na dieta, uma vez que sequer mata a fome, muito menos nutre. Para completar, não há receptores para a frutose nas células beta, o que faz com que a insulina não suba em sua presença. Não é necessário saber muito de fisiologia para saber que problemas que envolvem a liberação de insulina estão relacionados com a diabetes, consequentemente com problemas renais, obesidade, problemas cardíacos e hepáticos. Esse conjunto de doenças crônicas é denominado síndrome metabólica e funciona como uma grande bola de neve.


O etanol, ou álcool, não passa por um processo muito diferente do açúcar. Por isso, pode ser considerado açúcar líquido. Seus efeitos são os mesmos (também pode gerar síndrome metabólica), entretanto, como é reconhecido pelo cérebro (e não somente pelo fígado como a frutose), gera outras sensações típicas da embriaguez, como: tontura, diminuição do reflexo e diurese. O resultado de seu metabolismo em termos de acúmulo de gordura é o mesmo, o que faz entender que os malefícios de uma lata de refrigerante, equivalem ao de uma lata de cerveja. O mais triste é que ao menos existem campanhas de conscientização acerca dos danos causados pelo álcool, que inclusive é proibido para menores de 18 anos, já os doces, são venenos da mesma forma e são comercializados largamente, especialmente para crianças.


No passado, gordura era sinônimo de saúde, entretanto, o que vemos em pinturas que retratam os corpos de antigamente, são mulheres cheinhas, longe de serem obesas. Agora, vemos a musa de uma escola de samba obesa. Acho que democraticamente é lindo, mas, por outro lado, estimula que as pessoas sejam gordas e gordura excessiva é sinônimo de falta de saúde. Qual o estímulo que uma obesa terá para emagrecer quando as sex simbols passarem a ser gordas? Será uma grande desculpa para o desleixo com a própria saúde e o corpo. Hoje temos uma publicação da revista Vogue especializada em obesas e pelo visto a moda está pegando. A razão é fácil de entender: é muito mais simples lançar a moda da gordinha sensual e deixar a saúde pública caótica como está, do que mexer nos padrões alimentares atuais, desafio que acarretará numa revolução econômica global.



Inversão de valores nas dietas vegetarianas


Acho o movimento do vegetarianismo e do veganismo super válidos, entretanto me entristece o fato de que muitos dos seus seguidores estão mais preocupados com os animais do que com eles mesmos. Como assim? Deixe-me explicar...


Ao longo de minha trajetória natureba, tenho conhecido todo tipo de gente com filosofias alimentares diferentes. No caso daqueles que fazem dietas em prol de não agredir as espécies animais, tenho percebido que muitos deixam de comer carnes, mas continuam consumindo açúcares, massas brancas, refrigerantes e álcool. São aqueles vegetarianos que sequer comem vegetais. Acreditem, com essa onda verde, de sustentabilidade e de querer ser ecologicamente correto, esse perfil tem crescido muito.

As novas gerações estão muito mais atentas para questões ecológicas do que as passadas, o que é algo louvável se pensarmos que era comum (aliás, ainda é) conhecer pessoas que levantam bandeiras do Greenpeace, mas que comiam carne vermelha, cuja criação consiste em um dos maiores agressores ao planeta.


No mundo tecnológico que vivemos, os alimentos foram reduzidos a nutrientes e assim, muitas pessoas que resolvem virar vegetarianos e têm o mínimo de preocupação com a sua própria saúde (grande parte parece só estar preocupada com os animais) tentam suplementar muito do que falta à dieta. Assim, passam a ter aliementações ricas em carboidratos (massas, pães, biscoitos), comidas industrializadas e comprimidos: suplementos de vitaminas, minerais e tudo que for possível.


Em termos de saúde, sinceramente, acho que ainda fico com a carne, que apesar de muitos inconvenientes, ao menos vem da natureza. Acho que não há nada pior do que uma dieta baseada em produtos que podem ser estocados numa despensa, uma geladeira que sirva para armazenar cervejas e refrigerantes e um freezer que armazene pizzas e lasanhas congeladas. Onde está a vida e a energia desses alimentos? Onde estão os alimentos perecíveis, aqueles que precisam ser consumidos de um dia para o outro antes de estragarem?

Já falei antes da filosofia oriental aqui, aquela do Yin e Yang que equilibra opostos. Nela, podemos classificar extremos yins (álcool, açúcar refinado, café...) e extremos yang (carnes), que, de uma forma também extrema, acabam se equilibrando. Quando uma pessoa se abstém das carnes e continua consumindo massas brancas, excesso de frutas, álcool, refrigerantes e doces, ela tende a ficar desequilibrada energeticamente e consequentemente fraca com a saúde débil.


Antes desse boom de comidas industrializadas e refrigerantes, os vegetarianos, hippies da década de 70, tinham um perfil predominantemente magro, já que tendiam a uma dieta rica em vegetais e cereais integrais. Hoje o que se vê são vegetarianos gordinhos, que trocam o hambúrguer pela batata frita e com sorte tomam alguns comprimidos para não ficarem anêmicos.


Sem querer fazer campanha contra os animais, mas acho que há uma inversão quando se abre mão da própria saúde por causa deles, principalmente na forma radical que vemos hoje em dia. Acho que se alguém pretende fazer uma dieta em prol dos animais, tem que pensar antes em fazer uma dieta em prol de si mesmo e buscar equilibrar a falta das carnes e derivados na dieta de forma a manter uma boa saúde.


Obs.: Todas as imagens podem fazer parte de uma dieta vegetariana/vegana. Saudáveis??

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Revista dos Vegetarianos - Janeiro 2012


Comecei 2012 sumida, hein?? É que verão e computador são duas palavras que não combinam muito, mas em breve voltarei com novas postagens. A novidade deste ano é que o blog está ganhando novas asas e agora tem texto meu também na Revista dos Vegetarianos da Editora Europa. Quem quiser conferir a matéria sobre o Colágeno, tema que nunca abordei por aqui, a revista pode ser encontrada em qualquer banca e a edição de Janeiro contém uma maçã na capa. Até breve...! Beijos