quinta-feira, 26 de junho de 2014

Quem é vivo sempre aparece

Queridos leitores,

Gostaria de me desculpar pela ausência no blog nos últimos tempos. Tive diversos imprevistos, que roubaram o meu tempo e inspiração para escrever.

Volto em breve com textos e novidades!!

Carinhosamente,
Camila Lisboa




sábado, 14 de junho de 2014

Chá de cevada tostada

Já comentei por aqui o quanto eu amo chás? Bebo chá praticamente todos os dias e hoje vou compartilhar a receita de um dos meus chás favoritos, feito de cereal e não de ervas! 

Obs.: Esse chá pode ser feito com arroz integral, no lugar da cevada. 



Preparo:
Lavar os grãos numa peneira;
Tostar numa frigideira até ficarem bem dourados;
Adicionar os grãos tostados em água fervente (proporção: 1 colher de sopa para cada xícara de água) e deixar cozinhando em fogo baixo por 5 a 10 minutos;
Servir com uma minúscula pitada de sal marinho.

Obs.: Depois que faço o chá, reaproveito os grãos numa sopa.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Completamente desanimada com esta Copa do Mundo

Um amigo escreveu esse texto e não resisti em publicar. Ele reflete como estou me sentindo nesta Copa do Mundo. Nenhuma vontade de assistir aos jogos, de torcer pelo Brasil... Simplesmente não consigo separar o patriotismo que motiva a torcer por um time de futebol do patriotismo que faz com que me sinta completamente desanimada em relação ao presente e consequentemente, futuro deste país... Belo texto, bela reflexão!


Autoria do texto: Hugo Turra 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Mostarda Dijon Caseira



Se você adora mostarda, mas vive fugindo de produtos industrializados, cheios de conservantes, açúcar e outros aditivos químicos, bem-vindo ao meu time. Lá em Salvador, costumava comprar mostarda de uma pessoa conhecida que fabrica artesanalmente. Como aqui em BH não tenho esta possibilidade, resolvi fazer a minha própria mostarda e adorei o resultado! Pra completar, é super fácil!!!

Peguei esta receita no site: Gourmet a Dois - a única diferença é que ao invés de bater no liquidificador, preferi moer manualmente no suribachi. Ah! Além disso, fiz apenas 1/4 da receita original e achei o suficiente, pois é o tipo da coisa que não se usa em quantidade e rendeu um frasco de geleia de 250g. Para quem gosta de sabores fortes e picantes, recomendo, ficou uma delícia!

Ingredientes: 
1/4 xícara de mostarda em grãos
1/4 xícara de vinho branco (usei um Sauvignon Blanc)
1/4 xícara de vinagre de arroz integral orgânico (na receita eles falam apenas em vinagre branco)
1 colher de café de sal marinho

Preparo:
Junte todos os ingredientes em um recipiente, misturando-os. Em seguida, tampe com um plástico filme e deixe descansando, fora da geladeira por 48 horas. Moa num pilão ou suribachi, ou se preferir bata num liquidificador, mixer ou processador, deixando alguns intactos. 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

SOS Criatividade

Imagem retirada do Google Imagens

Criatividade: de onde ela vem? Alguns dizem que é um dom, uma geração espontânea, algo inerente... e usam isso como desculpa para justificar limitações e não-realizações. Em primeiro lugar, a criatividade não é aplicada somente para fazer uma obra de arte ou desempenhar qualquer talento artístico. Pelo contrário, a criatividade é uma ferramenta cotidiana, cujo objetivo principal é a solução de problemas. Ela pode vir por diversos fatores ou pela combinação deles, podendo ter sido gerado: por um problema, uma decisão, um compromisso, uma necessidade, um incentivo ou até fruto de uma limitação... Falando assim fica um pouco abstrato, por isso vou tentar exemplificar de uma maneira mais simples.

Vamos lá! Muita gente elogia a minha criatividade na cozinha. Vou mostrar para vocês de onde vem essa criatividade, só para entenderem que ela parte de um processo. Este processo, por sua vez, pode se repetir em inúmeras situações na vida, como na organização de espaços e realização de tarefas corriqueiras ou complexas.

Como ocorre o meu processo criativo na cozinha. 
1) Estou com fome, preciso comer (necessidade);
2) Estou comprometida em alimentar outra pessoa (decisão/compromisso/necessidade);
3) Se não providenciar a minha comida, não tenho ninguém para fazer isso por mim (necessidade);
4) Lanche é lanche, comida é comida (decisão/limitação)
5) Não uso micro-ondas (decisão/limitação);
6) Não gosto de comida congelada (decisão/limitação);
7) Não uso queijo em casa - adeus sanduíche (decisão/limitação);
8) Não gosto de almoçar e jantar a mesma coisa (decisão/limitação);
9) Queria comer determinado prato, mas não tenho todos os ingredientes em casa (limitação);
10) Fiz mercado e estou cheia de ingredientes frescos na geladeira (incentivo);
11) Não fiz mercado e estou muito limitada em termos de ingredientes (problema);
12) Comprei um ingrediente novo e quero testá-lo/prová-lo (compromisso/incentivo/problema);
13) Estou com pouco tempo (problema);
14) Vi uma receita diferente e quero testá-la (incentivo/decisão)
15) Preciso gastar determinado ingrediente fresco antes que ele apodreça ou perca a validade (problema/necessidade);
16) Preciso fazer uma sobremesa, mas me recuso a usar açúcar - nem mascavo, leite, creme-de-leite, leite condensado, gelatina artificial, adoçante, manteiga, margarina, extrato artificial de baunilha, etc... (decisão/problema);
17) Quero adaptar uma receita que originalmente contém ingredientes que não uso em casa (decisão/problema/incentivo);
18) Estou com um problema no gás do prédio e proibida de usar o forno há três meses - por sinal, isso é verdade (problema);
19) Minha comida precisa ser saborosa e ao mesmo tempo saudável (decisão/limitação);
20) Preciso variar bastante o cardápio para me sentir motivada (problema).

Cada um desses itens pode gerar um processo criativo e a combinação deles, inúmeros processos criativos. Por exemplo, ganhei pães de queijo caseiros (feito com leite integral e ovos caipiras) na semana passada e queria prová-los. Como estou sem poder usar o forno, assei na forma de waffle e ficou ótimo. Esse foi só um exemplo para mostrar que a criatividade não é algo que brota do além e sim fruto de alguma demanda. 

Nos exemplos listados acima, existem várias soluções possíveis. As soluções mais simples, normalmente irão requerer que se abra mão de algo. Por exemplo: eu poderia simplesmente ir comer fora ou pedir um delivery; deixar de "frescura" e encher o meu freezer de comidas prontas e ter um micro-ondas; adotar o padrão "sanduíche para que lhe quero"; cozinhar algo em quantidade e comer a mesma coisa a semana inteira... Por aí vai. 

Para conseguir atender a todas as demandas enumeradas acima não me resta outra solução a não ser a criatividade. Sendo assim, ela não passa de uma necessidade e exercício diário. Dei o exemplo da cozinha, mas na verdade o processo se repete em quase tudo - pois criatividade nada mais é do que a busca por soluções para atender a todas as nossas exigências e demandas.

Pense nisso antes de dizer que não é uma pessoa criativa. Existem diferentes expressões da criatividade que são aplicadas constantemente no dia-a-dia. Aposto que é mais do que imagina e muitas vezes subestima a sua criatividade, por pensar que é algum super poder destinado a pessoas super especiais. Não é!!!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Salada de lentilha, legumes, agrião e coalhada

Semana passada estava assistindo o programa do Jamie Oliver, onde ele faz refeições em 15 minutos e o vi fazer uma combinação exótica, que me deixou bastante curiosa: lentilha com iogurte!

Tenho sérios problemas em seguir receitas, assisto esses programas para pescar algumas ideias diferentes e porque acho super divertidos. Assim, fiz a minha versão, parecida e ao mesmo tempo bem diferente da salada. Nem sou de laticínios, mas 4 colheres de sopa de coalhada valeram para testar uma novidade, degustar um sabor diferente e matar a minha curiosidade. Além disso, as formas fermentadas dos laticínios ainda são as melhores opções, especialmente na forma integral. 


Ingredientes:
2 xícaras de lentilhas secas
1 cebola picada
2 cenouras picadas
3 dentes de alho picados
1/2 abobrinha picada (Jamie usou 1 tomate)
1/2 maço de coentro picado (Jamie usou alecrim)
1 colher de sopa de vinagre de arroz integral (Jamie usou vinagre de vinho tinto)
4 colheres de sopa de coalhada integral (Jamie usou iogurte)
1/2 maço de agrião cru picado (Jamie usou espinafre)
Sal marinho a gosto

Será que eu mudei a receita e criei uma completamente nova e diferente? Risos!!! Ficou uma delícia, coentro combina muito bem com lentilha, eu pessoalmente acho agrião muito mais saboroso que espinafre, coalhada e iogurte integral são praticamente a mesma coisa, vinagre dá uma acidez semelhante, independente do tipo... Acho que o tomate deve ficar legal, inclusive pela cor, mas não tinha em casa e fui de abobrinha... É isso aí, vamos ao preparo!

Preparo:
Refogar a cebola sem óleo até ficar macia e dourada. Depois acrescentar a lentilha lavada, junto com o alho e refogar por uns 3 minutos. Em seguida adicionar 4 xícaras de água, o sal, e deixar a lentilha cozinhar em fogo alto com a panela tampada até ferver. Quando estiver fervendo, acrescenta a cenoura e os talos do coentro picados e deixar cozinhar em fogo mínimo com a panela tampada. A lentilha não demora muito para cozinhar, comparada a outros feijões. Em uns 20 minutos já estará al dente, nesse momento acrescentar a abobrinha (se for usar tomate, use cru ao fim) e o resto das folhas de coentro picadas. Deixar cozinhar por uns cinco minutos com a panela tampada, depois acrescentar o vinagre, misturar tudo e desligar. 

Por fim, já no prato de servir, misturar METADE da lentilha cozida com o agrião picado e o iogurte. Misturei só a metade, porque imaginei que é o tipo de prato que não é bom guardar na geladeira e como aqui só são duas bocas, preferi preparar só o que era possível de ser consumido em uma refeição. Mesmo assim sobrou uma porção, porque havia outros preparos na refeição. Esperei ficar à temperatura ambiente para comer, achei que combinava mais do que quente... Ficou ótimo, completamente diferente de qualquer forma de lentilha que já tenha provado na vida! 

Ah! Acabei de lembrar que o Jamie Oliver serviu a salada acompanhada de aspargos refogados, algo que amo mas que é raro e caro por aqui... Esse ingrediente com certeza foi o que fez mais falta nas minha adaptação.

terça-feira, 3 de junho de 2014

E se meus pais tivessem decidido que eu era uma criança "transgênero" e me transformado em um menino?

Pensei bastante antes de escrever esse texto, pois falar de assuntos polêmicos é sempre delicado. Entretanto, o caso da criança “transgênero”, que anda circulando pela internet, tem tido uma repercussão bastante preocupante para mim (grande parte das pessoas estão aplaudindo e achando o máximo).

Alguns aspectos me incomodaram no caso:
1)      A exposição. A situação já é em si delicada, ao ser exposta em rede social como foi, a criança passa a lidar exaustivamente com um tema que definitivamente não é apropriado para uma criança tão pequena.
2)      A idade da criança. Incomoda-me esse exagero de temáticas sexuais voltadas ao público infantil. Hoje os livros didáticos falam em sexualidade em um tom pesado e desnecessário, além do super apelo nos meios de comunicação. A meu ver, sexualidade simplesmente não deve ser uma questão para uma criança de cinco anos.
3)      Minha experiência pessoal no assunto e foi ela que me motivou a escrever este texto.

Foto minha criança: parecia ou não um menininho? 

Fui uma criança hiperativa e como tal, brincadeiras típicas “de meninos” eram sempre mais atraentes para mim. Até os oito anos morei em um prédio onde só tinham crianças do sexo oposto ao meu. Logo, cresci brincando de espada e não me conformava em ter que vestir uma camisa para descer enquanto todos os meninos podiam descer sem camisa. Sexualidade não era uma questão, pelo contrário, minha mente era tão assexuada que não conseguia entender a necessidade de usar uma camisa, uma vez que não via diferença entre meu membro superior e os dos meninos do meu prédio.

Nunca brinquei de boneca e sempre gostei de me juntar com os meninos da escola para aprontar "coisas de meninos". Meu comportamento sempre foi longe do exemplar... Não me recordo de adorar nenhuma princesa, meus desenhos prediletos da infância eram aqueles de luta, como: Jaspion, Jiraya e Changeman. Nunca tive Lego (no meu tempo Barbie era para meninas e Lego para meninos), tive uma coleção da Barbie que era mais um enfeite do que um brinquedo e ficava contando os dias para ir na casa dos meus primos para brincar com os Legos dele, amava!!!

Tive cabelo curto desde muito cedo e nunca fui de usar lacinhos, passadeiras e enfeites (não tinha nem como). Fazia chantagem nas lojas de roupa com a minha mãe: só aceitava que ela comprasse um vestido para mim, se me desse um short e uma camiseta também. Não suportava usar meia-calça e o primeiro dinheiro que juntei na vida usei para comprar a minha primeira calça jeans, aos 10 anos.

Nunca tive muitos bons modos para usar vestidos e saias e até hoje meu estilo de vestir é extremamente prático, confortável, sem nenhuma afinidade com roupas curtas, coladas e especialmente saias. Sou fã de um tênis, uma calça confortável e uma camisa de malha.

Sou muito diferente de minha irmã, que sempre amou brincar de bonecas, foi dama-de-honra profissional, devido aos seus bons modos desde pequena e facilidade em usar vestido, meia-calça, sapato de verniz, laços, fitas e adereços, além de ter começado o ballet aos 4 anos de idade e ter sido sempre uma “boneca”, de comportamento exemplar, exímia dançarina.

Meus pais, graças a Deus, tiveram o bom senso de perceber que eu não tinha nada a ver com a minha irmã. Nem cogitaram me colocar no ballet: fiz natação e basquete. Nunca fiz nenhum tipo de dança. Agora me pergunto: e se meus pais tivessem resolvido achar que eu era transgênero e tivessem me transformado em um “menino” aos cinco anos, por eu apresentar mais características de uma pessoa do sexo masculino do que feminino?

Minha preocupação com a repercussão do caso que está sendo divulgado na mídia é exatamente essa. E se a moda pega? Como eu, tenho outras amigas que adoravam jogar bola, andavam com meninos, nunca tiveram características consideradas femininas e, no entanto, ao entrarem na puberdade, foram aos poucos tendo a feminilidade aflorada. Acho que com cinco anos de idade a criança é simplesmente uma criança.

Os pais podem deixar uma menina se comportar como menino, sem criar um caso em cima disso e nem rotular. Quer usar short, fazer aula de bateria, jogar futebol, usar cabelo curto? Deixa tudo! Mas tomar uma medida drástica de transformar uma menina de cinco anos em um menino me parece uma atitude demasiadamente severa, considerando que os hormônios que irão definir os interesses sexuais desta criança ainda nem se manifestaram.

Não dá para negar o fato de fisiologicamente essa pessoa ainda ser do sexo feminino. Esse “menino” vai dormir na casa dos amigos e quando trocar de roupa na frente dos coleguinhas perceberá que possuem genitálias diferentes... Quando for usar um mictório público sempre terá que entrar na cabine... E quando a adolescência chegar? O que fará com os seios? Como será na praia? Usará biquíni ou sunga? Ser adolescente e lidar com as transformações do corpo já é bem difícil. Passar por isso em um corpo do sexo oposto, que seus pais decidiram ser o melhor para você, ainda aos cinco anos, deve ser mais do que complexo! Isso sim para mim pode dar um nó na cabeça de alguém e até levar ao suicídio.

Sinceramente, rezo para que essa moda não pegue. Para que os pais deixem seus filhos livres com as suas escolhas durante a infância, sem impor que precisam ter cabelos longos ou curtos, usar shorts, vestidos, azul ou cor-de-rosa. Que os pais não transformem a sexualidade das crianças em uma questão durante a infância, que deixem que sejam simplesmente crianças e esperem a chegada da adolescência e idade adulta para que possam ter maturidade e discernimento para decidirem por conta própria o time para o qual desejam torcer.  

P.S.: Claro que em algum momento da infância eu questionei porque os meninos faziam xixi em pé e eu precisava sentar ou me agachar. Simples curiosidade infantil e claro que parecia que os homens tinham uma vantagem neste aspecto (especialmente na estrada). Entretanto, este pensamento está longe de ser falta de aceitação da própria sexualidade. Sinceramente, acho que a interpretação maliciosa do que uma criança fala ou questiona acerca de qualquer tema relacionado à sexualidade está na cabeça do adultos, que querem ver problemas sexuais em tudo, as crianças estão apenas questionando, querendo entender e descobrir o mundo que lhes cerca!