quarta-feira, 24 de junho de 2009

Inverno na Bahia

Imagem retirada do Google Imagens

Muitos não sabem, mas São João na Bahia é uma festa que se equipara ao Carnaval. Ocorre, entretanto, um processo inverso, os interiores ficam lotados e a capital às moscas. Durante o mês de junho, escuta-se o estouro de fogos de artifício o tempo todo, inclusive em Salvador. A música oficial é o forró e a gastronomia caprichada, com todo tipo de comidas derivadas do milho, amendoim, bolos e licores. É um mês onde as vendas aumentam no que diz respeito a produtos relacionados ao São João, tanto em termos alimentícios quando em vestuário, uma vez que os interiores possuem clima um pouco mais frio e é a oportunidade de se utilizar casacos, cachecóis e botas. Os outros setores da economia, por sua vez, ficam um pouco parados e é preciso esperar passar o período de festas para que as pessoas voltem a pensar em contratar arquitetos, fazer reformas ou comprar imóveis.

Eu, um pouco diferente de 95% dos baianos, nunca fui muito fã da festa de São João. A comida é sensacional, mas como vivo brigando com a balança, melhor fugir dela mesmo e forró nunca foi o meu forte. Nos meus anos de adolescência fazia muita questão de viajar para interiores pela festa, animação, multidões, mas hoje em dia, prefiro outros festejos (até porque festa é o que não falta nesta terra) e aproveito o feriado para descansar.

Enquanto a cidade em peso se dirigia para os interiores, eu peguei o sentido inverso, a rota do verão, das praias e fui com uma amiga e sua família para Itacimirim. Itacimirim é uma das mais lindas praias da linha verde na Bahia e está situada “ao lado” da badalada Praia do Forte. Guardo inúmeras recordações de Itacimirim, tanto da minha infância quando costumava passar o veraneio inteiro lá, como outras idas durante a adolescência.

Quem nunca esteve por aqui, deve estar se perguntando que loucura de uma pessoa, ir à praia em pleno inverno... Isso é Bahia, uma terra onde se pode viajar 100 km para usar casacos e cachecóis ou em outra direção os mesmos 100 km para usar biquíni, durante o mesmo período. Assim foi meu feriado de São João, na beira da praia, de biquíni de dia e short à noite.

A Skol, certa feita, fez uma publicidade onde dizia: “Ah! O Verão!” Eu digo: “Ah! A Bahia!”. Terra onde não é preciso esperar o verão para aproveitar uma praia e se bronzear. Ontem, na noite de São João, constatei que estava usando a mesma roupa que recordo ter usado há um ano no dia de verão MAIS QUENTE que peguei na Espanha, mais de 40°. Roupa de inverno aqui é roupa de verão Europeu, roupa que lá se guarda o ano inteiro no armário para usar poucos meses ao ano. Aqui não, é um guarda-roupa para todo o ano. E quando quero abusar do charme das roupas de inverno, viajo, tomo vinho, como fondue, aproveito o lado gostoso do frio e deixo o lado depressivo para quem precisa viver com ele... Pois quando volto para a terrinha querida, meu calor humano está me esperando, de braços abertos: sempre!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Beijo no Padeiro?

Vocês devem estar se questionando o porquê deste título “maluco”. Na verdade, eu nem comecei meu blog ainda e já tinha que ter um título para ele. Difícil, não? Principalmente porque a proposta é um diário espontâneo, ou seja, o conteúdo disto aqui vai variar com meu dia e meu humor, que Graças a Deus é predominantemente BOM!!!



Beijo no Padeiro é o cúmulo da felicidade de alguém. Tirei isso de uma música de Zeca Baleiro, músico que conquistou meu respeito por uma frase. Música tem destas coisas, né? Basta uma frase te marcar que a música já vira linda e o autor genial. Zeca Baleiro escreveu: “Hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta da vizinha e desejar BOM DIA, de beijar o português da padaria”. Gosto de classificar esta frase como o cúmulo da felicidade de alguém e na verdade tento acordar assim todos os dias.

Incomodam-me as pessoas que acordam de mau humor. Se há uma coisa feliz na vida é acordar. Acordar, pensar que é o início de um novo dia. Acordar de mau humor é um passo para a depressão, para ser uma pessoa ranzinza, chata. Se estivermos tristes, sem esperança, acordar é ter uma nova chance de fazer diferente, revolucionar.



Pode ter alguém lendo isso aqui e pensando no ar ingênuo que tem nas minhas palavras. Que com tantas tristezas e injustiças no mundo é impossível alguém se propor a acordar com ares de beijo no padeiro todos os dias. Concordo, todas as pessoas tem seus problemas e dificuldades, ninguém é melhor ou pior por isso. A diferença está na forma de encarar o problema e procurar a alegria nas pequenas coisas da vida.

Já convivi com pessoas doentes e pobres e elas são os exemplos de que é possível beijar o padeiro todos os dias. Revolta-me mais ainda, as pessoas ricas, cheias de saúde, que entram no elevador e não desejam BOM DIA, que passam pelo porteiro do prédio e não dão BOM DIA, que chegam ao trabalho e não dão BOM DIA aos colegas e assim por diante. Incomodam-me pessoas que tem a presunção de acreditar que seus problemas são maiores que os dos próximos e ainda se sentem no direito de transmitir isso por aí. Meu desafio é a corrente do bom humor, exorcizar o mau humor alheio com nada mais do que BOM HUMOR. Sorrir incansavelmente até contagiar o ambiente à sua volta.

Então: BOM DIA e se você acha que seu dia começou mal, olhe ao seu redor e pode procurar um motivo para SORRIR.