sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Moléculas de Água



Minha admiração pela cultura e inteligência dos orientais não para de crescer. Hoje vou falar da experiência de Masaru Emoto, um fotógrafo japonês que tirou fotografias microscópicas de moléculas de água. Este homem submeteu muitas amostras de água a diferentes pensamentos e concluiu que pensamentos positivos formavam fotografias belíssimas das moléculas de água, que se organizavam em cristais com formatos harmônicos ao passo que as moléculas de água expostas à emoções negativas formavam imagens distorcidas e feias. Ele repetiu a experiência diversas vezes usando músicas suaves e carregadas, preces, meditação reiki e inúmeros fatores que possibilitassem diferentes absorções energéticas, sempre chegando à mesma conclusão.

Existe uma polêmica enorme acerca deste trabalho: críticos questionam a veracidade dos resultados uma vez que não houve um controle científico. Como ao contrário do brasileiro, que tem fama de malandro, o japonês tem um "rótulo" de cultura mais correta, tenho fé na idoneidade desta pesquisa. Além disso, andei futucando no youtube e descobri incontáveis vídeos de pessoas repetindo a experiência em casa com frascos de arroz. O resultado sempre impressionante: os frascos de arroz submetidos à pensamentos e palavras negativas apodreciam ao passo que os frascos expostos a palavras de amor permaneciam branquinhos. Picaretagem?? Acho que vou fazer a minha própria experiência para tirar a prova dos nove.

Enquanto isso deixo alguns links aqui e clicando em um aparecerão muitos outros. Fica a reflexão sobre a importância desta descoberta, afinal nosso corpo é constituído por 60% de água. Isso significa que se Sr. Emoto estiver correto, podemos mudar o curso de nossas vidas e saúde através da forma como interagimos com o mundo: se predominantemente com amor ou com raiva. Eu escolhi beijar o padeiro, e você?






quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Aftas


Não é de hoje que essas feridinhas torturam a minha saúde bucal. Desde criança tenho propensão a aftas e uma hipersensibilidade a alimentos ácidos. Na adolescência, quando usei aparelho ortodôntico minha boca ficava em carne viva quando algum ferrinho se desprendia e acredito que a própria reação do metal na boca propiciava mais aftas.

Tive ainda um agravante na adolescência: um “ficante” que me beijava com tanta empolgação que pressionava meus lábios contra o aparelho e MAIS AFTAS surgiam! Vivia falando para ele beijar mais suave, mas não adiantava: o resultado após nossos encontros sempre eram MUITAS AFTAS!! Só preciso dizer que achava ele lindo, gente boa e tinha todo o potencial para um bom namorado, mas não consegui evoluir do status de “ficante” para o status de namorado porque os beijos me geravam tantas seqüelas que davam pesadelo!!

Mais tarde descobri da relação das aftas com o stress e comecei a observar que elas de fato estouravam sempre que estava estressada. Com o ritmo de vida acelerado de quem sempre viveu em cidade grande, posso dizer que convivo com elas, pois é impossível evitar ou eliminar o stress. Hoje já mais atenta as vejo nascer horas antes de uma reunião difícil, por exemplo. O pior que é que não vão embora à mesma velocidade em que nascem.

Já usei de tudo: Albicon, Oncilon, Violeta, bochechos diversos, ameixas salgadas, leite de magnésia, limão (acredite que já me recomendaram até isso) e meu maior alívio chegou quando resolvi experimentar o spray de própolis. Esse não foi indicado por ninguém, pura intuição durante uma viagem, quando estava passando por uma feira de produtos orgânicos. Minhas aftas na ocasião estavam tão grandes que mal conseguia dormir de tanta dor. De lá para cá tenho usado sempre e o efeito cicatrizante é incrível.  

Como ele é muito forte e com uma cor amarela intensa, sempre cubro meus dentes com um pedaço de papel higiênico dobrado para que o própolis só atinja a gengiva ou lábios, evitando manchar os meus dentes branquinhos. Outra dica que percebi há muito tempo é em relação às pastas de dentes. A maioria delas são abrasivas e provocam aftas (no meu caso até a Sensodyne que é super recomendada por dentistas e as Colgates da vida nem preciso comentar). Por isso, não abro mão da pasta de dentes Phillips que tem poder alcalinizante por possuir leite de magnésia. Nas ocasiões que passo longos períodos fora do Brasil, sempre levo um estoque na mala. Quando não encontro a pasta Phillips de jeito nenhum (às vezes ela fica um pouco em falta no mercado) outra opção são as pastas de dentes infantis, que também são mais suaves, como a Tandy por exemplo. Mesmo assim são longe de serem ideais e para mim possuem sabor muito enjoativo.

Na parte alimentar, para quem não sabe o açúcar, as frutas (até mesmo as que não são ácidas, mas PRINCIPALMENTE as ácidas como abacaxi, limão e laranja), a pimenta, os pimentões, os tomates e os vinhos (principalmente os tintos) são um veneno para quem tem essa predisposição.

É isso aí, se você sofre com as aftas como eu, espero que essas dicas lhe ajudem a ao menos amenizar seus efeitos, reduzir a freqüência e agilizar o processo de cicatrização quando elas ocorrerem. Boa sorte!!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Em Nome da Beleza


Este final de semana, em reunião de família, escutei o caso de uma prima que não resisti em colocar aqui no blog.

Tenho essa prima que a cada dia que passa fica mais linda, já deve estar na faixa de seus 35 anos e dá show em muita menininha. Como nada vem de graça, nem preciso dizer que ela se cuida e MUITO. Malha para caramba, já fez plástica, lipo, colocou silicone, mantém o cabelo louro e liso, impecável. Resumindo, uma boneca!!!

O marido, como a maioria dos homens, acha tudo um exagero e não concorda com tantos tratamentos de estética e beleza... Mesmo assim, outro dia ela não resistiu e resolveu colocar um enchimento nos lábios. Ao chegar em a boca começou a inchar, inchar, inchar e ela ficou desesperada do marido ver e brigar com ela. Assim, ligou para ele querendo saber que horas pretendia chegar em casa. Ele respondeu que por volta das 20:30. Com isso, ela disse que estava morrendo de dor-de-cabeça e que quando ele chegasse provavelmente a encontraria dormindo e pediu então para não acordá-la.

Quando o digníssimo chegou, encontrou-a enrolada até o nariz nos lençóis “dormindo profundamente”. Ela na verdade estava com uma baita de uma insônia, sentindo os lábios inchados e preocupadíssima com o estrago que poderia ter causado em sua bela face. Lá para as três da madrugada, ainda não tinha conseguido dormir e aproveitando que o marido estava em sono profundo foi se olhar no espelho.

Tomou um susto ao perceber que a boca estava ainda mais inchada e chorava desesperadamente. Não sabia mais o que fazer e resolveu colocar um lençol escondendo o rosto (isso mesmo, igual ao Gasparzinho: fantasminha camarada) e acordou o marido aos prantos perguntando se ele a perdoava. Imaginem a cena!! Lógico que ele queria saber o motivo e ela só fazia dizer que tinha feito uma coisa horrível, mas que o amava e queria saber se ele a perdoava. Nesse momento as piores coisas passaram pela cabeça desse pobre homem, mas ao ver o desespero dela disse que sim, mas que precisava saber o motivo.

Então aos prantos ela contou do enchimento e do estrago que tinha feito, que ela tinha virado um monstro, chorando, chorando, chorando. Ela queria que ele ligasse para o médico de madrugada, mas ele disse que não e que queria ver o que tinha acontecido, tentar colocar umas compressas de água gelada para desinchar, etc. Findou que ela mostrou, ele realmente tomou um susto, mas cuidou dela com todo o amor e carinho até amanhecer e poder levá-la ao médico.

Nesse meio tempo ela chorava, fazia ele rezar, prometia que não ia fazer mais nada: NEM DEPILAÇÃO e ele assustado com o desespero da mulher. No primeiro horário, foram ao médico e este explicou que era assim mesmo e que a boca iria desinchar e ficar perfeita. Agora penso, porque ele não avisou isso antes? Deixou minha pobre prima entrar nesse grau de desespero. De fato a boca não só voltou para o lugar como ficou do jeito que queria e ela feliz da vida com as maravilhas que as tecnologias da estética podem lhe proporcionar.

Se ela vai deixar de fazer depilação e até mesmo outros retoques?? Duvido!!! Ela está errada?? Que nada, se isso a faz feliz, então que seja feliz ao seu modo!! Detesto rótulos de certos e errados, acho que cada um tem que viver do modo que lhe faça FELIZ SEMPRE!!!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Documentários


Tenho visto (e revisto) muitos documentários nos últimos tempos, uns melhores que os outros, porém todos com conteúdos aproveitáveis. Os temas são diversos, mas sempre se interligam em algum ponto. Segue pequena descrição de alguns:



A Carne é Fraca – Documentário Brasileiro com participação de médicos e especialistas no assunto mostrando os danos ao meio ambiente provenientes do consumo da carne, assim como a forma como os animais são tratados nas fazendas, formas de abate, etc. Muito bom, a única coisa que discordo é do drama sobre o tema de seres humanos comerem animais. Concordo que é uma covardia a forma como é feita, criação em massa, abate em massa... Discordo dessa super piedade com os bichos, como se fosse um pecado o humano comer um bicho. A cadeia alimentar existe desde que o mundo é mundo e nada mais natural do que os maiores comerem os menores: por isso discordo que se coma carne bovina, por exemplo. Um animal daquela proporção é nitidamente muito pesado para ser absorvido pelo ser humano. O problema é encontrar hoje em dia um peixe que não seja de cativeiro e pescado de forma artesanal ou um frango que tenha realmente completado seu ciclo inteiro de vida, vivido livremente, ciscado... Com o foco no consumo, os animais são criados para crescerem rapidamente e mortos no mínimo tempo possível, sem falar na não-qualidade de vida que levam.


Human Planet BBC – Esta é uma série de documentários mostrando a interação do homem com a natureza em diversos ambientes. O vídeo das pradarias, por exemplo, mostra homens que até hoje caçam na áfrica da forma mais primitiva possível. Para tanto, levam cerca de duas semanas para conseguir capturar um único animal que depois será repartido entre muitas pessoas. O que há de errado nisso?? Essa é a forma mais digna de um homem que deseja comer um animal, correndo risco de vida, enfrentando-o... Não essa forma covarde como é feita hoje, permitindo que qualquer preguiçoso, desses que passam o final de semana tomando cerveja com o controle remoto na mão, possa se empapuçar de bifes, hambúrgueres e carnes das piores espécies. Essa série além de mostrar belíssimas paisagens, revela costumes e tradições das espécies mais variadas. Vale a pena!


King Corn – Dois rapazes americanos resolvem rastrear a origem dos alimentos e descobrem que quase tudo que comem é subproduto do milho. O filme é bom, entretanto, parece mais uma brincadeira dos autores do que um documentário sério e eles prosseguem comendo todas as porcarias ao longo do filme, mesmo após descobrirem o quão nocivas são. Para mim essa é a pior parte, pois, como dizem a ignorância é uma dádiva, mas ter consciência de certas coisas e manter antigos hábitos soa no mínimo como burrice.


Food Inc. (Alimentos S.A.) – a parte principal do conteúdo de King Corn é abordada nesse filme. Possui cunho mais sério e científico. Tem o relato de uma mulher, entretanto, que perdeu o filho por contaminação de salmonela em um hambúrguer e a mesma aparece tomando refrigerante no filme, se nega a relatar seus hábitos alimentares e seu físico (gordo) demonstra claramente que apesar dela lutar pela causa do filho ela não absorveu a essência da lição. Talvez tenha deixado de comer SOMENTE hambúrgueres, mas todo o resto de porcarias certamente ainda fazem parte de sua dieta. Será que nem com a dor as pessoas aprendem?? O que será isso preguiça de ter trabalho e cuidar da própria saúde e alimentação, recorrendo ao mais prático e barato?? Ou será burrice mesmo de simplesmente separar os fatos, acreditar que foi uma casualidade e a vida continua... Essa é apenas uma observação, o filme é excelente com uma mensagem fortíssima, trazendo boas reflexões, principalmente no fim.


O Veneno está na Mesa – Documentário brasileiro que relata dados estatísticos acerca da quantidade de agrotóxicos presentes nos alimentos. Aos poucos a disponibilidade de orgânicos tem crescido no mercado, mesmo assim ainda insuficiente em termos de variedade e principalmente preço. Fazer uma alimentação saudável e diferenciada nesse país ainda é um luxo para poucos. Os EUA, apesar da fama de país do fast food, proporcionam muito mais opções para quem busca melhorar seus hábitos alimentares. Mesmo assim, é bom que se divulgue esse tipo de informação, pois é a pressão do consumidor (crescimento da demanda) que faz aumentar a oferta nos mercados. Meu único receio são as campanhas de marketing, os produtores descobriram que produtos orgânicos possuem grande valor agregado e sempre tem aquele “espertinho” que quer se dar bem, principalmente no país da malandragem. Às vezes desconfio da procedência dos orgânicos que encontro por aí, especialmente pela fama do brasileiro de querer se dar bem sempre. Resumo, precisamos ter trabalho sim, buscar quem são os fornecedores e não acreditar em qualquer informação que nos é passada, afinal, quem tem boca diz o que quer e isso vale para tudo.


Lixo Extraordinário – Este documentário descreve o trabalho do fotógrafo brasileiro Vik Muniz retratando a realidade do aterro sanitário Jardim Gramacho na periferia do Rio de Janeiro. A idéia dele é genial e certamente seu trabalho no local serviu como um divisor de águas para os catadores de recicláveis. O mais impressionante é ver a dignidade com que as pessoas encaram seu trabalho e a consciência sobre meio ambiente e reciclagem muito maior do que muita gente que se diz letrada por aí. Difícil descartar um plástico ou papel em lixo comum após assistir este filme!



Ilha das Flores – Esse documentário é um pouco mais antigo e fala sobre a realidade de outro aterro sanitário e a relação do homem com o lixo que produz. O mais triste é ver que muita coisa não mudou desde quando foi feito, há mais de vinte anos atrás.


Obsolescência Programada - Comprar, Tirar, Comprar – Esse documentário fala sobre a curta vida útil dos equipamentos eletrônicos, como são feitos para quebrar. Relata também um pouco da história do homem e economia, onde, desde a Revolução Industrial percebeu-se a necessidade de fomentar o consumo para fazer a economia girar. Com isso, os produtos foram tornando-se cada vez mais descartáveis com uma equipe de engenharia destinada a diminuir a qualidade e vida útil de produtos como meias de nylon (inicialmente feitas para durar uma vida) e lâmpadas. Excelente a reflexão acerca da mania de consumir e de como as campanhas de marketing fazem com que a população queira sempre substituir algo que ainda funciona por outro item novo, pelo design, mudança de tecnologia e como isso é uma bola de neve sem fim. Mais uma vez o tema do lixo é abordado, afinal de contas, para onde vai tanta coisa velha? O filme mostra lixões na Africa, onde equipamentos são enviados como se fossem “de segunda mão” e não passam de lixo dos países desenvolvidos. Como sempre: o bônus fica pros países desenvolvidos e o ônus de presente para os países subdesenvolvidos.


A História das Coisas - Essa pequena animação trás dados, números e reflexão sobre industrialização, consumismo, meio ambiente, globalização, hábitos, lixo, custos indiretos da devastação da natureza. Ela aborda de forma simples e lógica muitos dos temas dos documentários descritos acima, tem apenas 20 minutos e está disponível no youtube legendada. Vale à pena!


Tem mais um na fila que ainda preciso agendar para assistir, chama-se Planeat. Vi o trailer e me pareceu muito bom. A licença é vendida no site www.planeat.tv por $6,00 e eles dão uma semana para assistir.

Tantos documentários, quase uma lavagem cerebral...! É impossível conviver com um mundo em crise, meio ambiente cada dia mais degradado, saúde de mal a pior e não querer se informar para tentar mudar nossa realidade, influenciar outras pessoas e tentar resgatar ou salvar pelo menos uma parcela do planeta para as próximas gerações. São tantos hábitos cotidianos que fazem grande diferença quando somados. Podemos mudar hábitos alimentares, boicotando os fabricantes de fast food e ganhando mais saúde, reciclar, produzir menos lixo e principalmente se conscientizar da necessidade de nos reinventarmos SEMPRE!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pensión Levante



Dizem que recordar é viver... Uma lembrança trás outra e mais outra...


Falei do albergue no último post de uma forma tão en passant que quem não estava lá não faz idéia da segunda parte da aventura que começou logo depois que Hércules e as demais malas conseguiram chegar lá em cima.


O lugar era surreal, mas pelo menos era só nosso com uma cama de casal e um beliche. Vou postar as fotos, mas acho que vale fazer uma pequena descrição do lugar para não restar dúvidas. Dentro do quarto tinha um boxe, só que não tinha chuveiro e o bidê não funcionava. A pia funcionava e foi muito útil, para não precisarmos escovar os dentes no banheiro coletivo. A porta do quarto era azul, com outro pedaço de porta encostado com um espelho apoiado com um gaveteiro. No guarda-roupa cor-de-rosa tinha uns desenhos de uns cravos pretos - uma obra de arte!!! A variaçao das cores nas paredes também era de uma estética sensacional.  Chamar de brega é BONDADE!! 




Para completar, na primeira noite ouvimos uns barulhos estranhos e como a porta abria para fora (qualquer pessoa que forçasse conseguiria entrar) Paulinha, uma das meninas que dividiu quarto comigo, resolveu fazer várias armadilhas (podem ser vistas na foto). Provavelmente com grande inspiração no personagem de Macauley Culkin no filme Esquereceram de Mim, ela fez um "X" com um fio dental de um lado para outro da porta para engarguelar se alguém quisesse entrar no quarto. Colocou um ventilador em cima da cadeira que estava apoiado na porta para se alguém tentasse forçar a porta, o ventilador cair e fazer barulho para a gente acordar e mais um lixo embaixo da cadeira. Para garantir nossa mega segurança mais ainda, ela amarrou o fio do ventilador no gaveteiro e amarrou a alça de minha mala – Hércules - também nesse gaveteiro. Pra completar a segurança contra maníacos sexuais que pudessem espionar a gente, colocou uma toalha para cobrir a fresta na fechadura.





Quer mais?? Se hospede lá um dia e confira com os próprios olhos - o resto do local tem o mesmo estilo "fechion zóio e sai correndo"!! 

Dá pra perceber que se começar a listar as aventuras que aconteceram nesse ano não paro mais, né? Outro dia continuarei o túnel do tempo e de quebra ainda me exercito contra um futuro Alzheimer. Lembranças deliciosas!

A Panela de Pressão


Tem gente que vibra quando ganha roupas e/ou bijuterias de presente. Eu vibro com panelas! Recentemente ganhei um conjunto inox lindo, depois outra frigideira super útil, há uns meses comprei umas chapas pesadíssimas de pedra sabão e hoje ganhei uma preciosa panela de pressão inox – super moderna e principalmente SEGURA!! Ao abrir a caixa me veio à memória o caso de outra panela de pressão que resolvi compartilhar aqui no blog.

Em 2007 fui fazer intercâmbio e uma das minhas primeiras preocupações foi descobrir se na cidade que ia viver por um ano na Espanha tinha algum centro macrobiótico. Não só descobri um centro com um restaurante maravilhoso como também um mercado de produtos naturais que nunca tinha visto nada parecido antes – coisa de primeiro mundo mesmo. A cidade que vivi chama-se Valencia, o centro Macrobiótico de Patrícia Restrebo e seu restaurante Kimpira. Já o mercado chama-se Herbolário Navarro.




Ia feliz da vida a cada quinze dias para o centro com a minha mochila e voltava com todos os meus ingredientes mágicos. Difícil era escolher a marca do óleo de gergelim, do missô ou do umeboshi – com tantas opções. Até então era acostumada a dar graças a Deus de encontrar algum desses itens, a abundância deles me deixava tonta e fascinada. Isso sem falar na revistinha gratuita que eles distribuíam, os vendedores super treinados e a sessão de orgânicos mega variada. Minha mochila custava quatro vezes o mercado de meus “compañeros de piso” e claro que eles me achavam alucinada, por pagar tão caro para comer tofu, algas e feijão roxo. Ô dinheiro bem gasto, só de lembrar me dá uma saudade enorme...




Mas sim, não é disso que quero falar. Viajei com duas malas, uma tradicional grandona e outro sacolão daqueles que vai girando o zíper e vai aumentando podendo ficar até quase o tamanho de uma pessoa. Essa daí chegou à Espanha sem uma das rodinhas, mas Fábio, um dos intercambistas que foi para Valencia na mesma época fez a gentileza de junto com Binho me buscar no aeroporto. Cheguei junto com mais outras duas intercambistas, então éramos cinco pessoas e seis malas para carregar.

Fábio, metido a fortão, prontamente se ofereceu a carregar minha singela sacola (com praticamente 30kgs), virando-a de cabeça para baixo e carregando na cabeça. Íamos ficar a primeira semana hospedadas em um albergue no centro da cidade enquanto procurávamos apartamento para alugar. A rua do albergue era meio escondida, saímos da estação do metrô e caminhamos com um mapinha num piso de pedras portugueses – perfeito para arrastar malas, perdidos pelo centro até o destino final.

Ao chegar ao albergue, surpresa: nosso quarto era no terceiro andar!! Neste momento, Fábio que já estava há pelo menos vinte minutos carregando minha mala na cabeça, para e pergunta: “Camila, você tem pedra nessa mala ou o que?” Caí na gargalhada ao lembrar que o último item que coloquei na mala foi justamente a minha panela de pressão. Ele virou a mala de cabeça para baixo e recebeu nada menos do que todo o peso da mala numa superfície rígida metálica. Pior foi dizer que o que ele achava que era uma pedra era na verdade uma panela de pressão. Mesmo assim, não perdeu o rebolado e levou a mala até o terceiro andar – panelada na cabeça!

Início de intercâmbio, as pessoas mal se conheciam e eu de cara fiquei com um estigma de louca – que traz uma panela de pressão pra um intercâmbio. Explicação: sabia que ia chegar sem ter onde morar e não sabia quanto tempo poderia demorar até eu encontrar uma panela de pressão para comprar. Depois, corria o risco de comprar uma panela de pressão cara, um trambolho, que depois de um ano acumulando bagagens me daria dó de deixar para trás. Ao mesmo tempo, tinha uma panela pequena e velha em casa que poderia levar sem pena de depois deixar para trás. Coloquei os itens frágeis dentro dela (para quê proteção melhor?) e viajei com a minha fiel companheira. Todo mundo achou maluquice eu ter levado uma panela, mas foi bem ela que salvou as feijoadas da galera ao longo do intercâmbio.

Nem preciso falar que essa história virou lenda, né? A bendita mala tinha uma marca: Hércules – que virou quase um personagem no resto do intercâmbio, do qual só de lembrar, damos muitas risadas até hoje!

O pessoal que ia lá em casa me visitar sempre dizia que minha casa tinha um eterno chiado – sempre que estava em casa estava fazendo um feijão ou um arroz!! Nada poderia ter sido mais útil dentre todas as coisas que levei... Ela realmente ficou para trás, mas não resisti e trouxe DUAS paelleras gigantes (diâmetro de aproximadamente 1,00m cada uma), pois sabia que não encontraria nada parecido e nem tão barato no Brasil. Isso sem falar da coleção com cerca de 15 canecas de cerveja de vidro... Será que eu carrego coisas exóticas em minhas bagagens???