domingo, 31 de maio de 2015

A saga do bebê que não dormia



Quando soube que a maioria dos bebês de um mês dormem em média 16 horas por dia, meu filho estava dormindo de oito a dez horas por dia (somente durante a noite e passava o dia INTEIRO acordado).

Nem preciso dizer que vivia irritado, chorando - na verdade berrando! 

Comecei a ler tudo que pude sobre o sono do bebê e ensinar meu filho a dormir virou praticamente uma missão! Passei a anotar (ainda anoto) cada vez que dormia e meu marido criou um gráfico para acompanhar a evolução do sono dele...

Estava a ponto de enlouquecer com o choro desesperado de sono dele e ele resistindo ao sono, sem conseguir dormir!

Nessa fase a minha maior alegria era quando alguém conseguia fazê-lo dormir, pois eu não conseguia.

Minha primeira conquista foi quando começou a dormir após as mamadas. Se tirasse-o do colo, acordava, então chegava a ficar 3 a 4 horas do dia com ele dormindo em cima da almofada de amamentação, comigo sentada, imóvel! Estava fazendo qualquer negócio para ele dormir durante o dia, para se acalmar um pouco e dar um pouco de descanso para mim e meus ouvidos.

Minha ideia era que quanto mais ele dormisse, mais calmo ficaria e assim resistiria menos ao sono. Estava certa! Foi exatamente o que aconteceu...

A próxima fase foi de deixá-lo dormir em meu colo (após amamentar) por uns 30 minutos e depois transferi-lo para o centro de minha cama (fazia menos manobras do que para colocá-lo no berço. Essa transferência era sempre muito delicada, várias vezes ele acordava e não voltava a dormir de jeito nenhum.

Depois houve uma fase (durou uns 10 dias) de colocá-lo para dormir balançando o carrinho ao som do útero materno (tem no YouTube). Só que as vezes a gravação parava do nada e depois essa técnica passou na não funcionar mais...

Depois aprendi a fazê-lo adormecer em meu colo, caminhando, dando tapinhas nas costas e fazendo "shhhhhh" no ouvido. Cheguei a ficar 2 horas com ele no colo várias vezes, o máximo que conseguia era acalmar o choro dele e dava o tempo da próxima mamada, sem ele dormir. Outras vezes adormecia, mas a transferência dele do colo para o berço ou cama era sempre delicada e muitas vezes acordava e tinha que recomeçar todo o processo...

Quando ele completou 2 meses comecei a colocá-lo no sling (foto acima). Essa fase parecia mágica, pois ele adormecia quase que instantaneamente. Teve vezes dele dormir por três horas e eu aproveitava para fazer tudo que podia de pé (se sentasse ou parasse de balançar o corpo, ele acordava). Depois eu descobri que podia ficar com ele no sling, em uma cadeira giratória e balançando e ele não acordava. Mais adiante eu podia ficar imóvel, sentada e ele não acordava! 

Mas vamos combinar que apesar de ser uma mão na roda ter um bebê dormindo e portátil, precisava fazer esse menino dormir no berço. Fui aprimorando minha técnica e foi ficando cada vez mais fácil fazê-lo adormecer em meus braços e transferi-lo para o berço sem que acordasse. 

Até o dia que minha coluna travou e resolvi dar um basta nessa história de colo. Vi que a tendência era só de piorar, pois ele estava ficando cada vez mais pesado e era uma novela colocá-lo para dormir (a essa altura praticamente só eu conseguia).

Foi aí que me recomendaram um livro chamado Nana Nenê, com umas técnicos ensinando o bebê a dormir sozinho no berço. Deu super certo desde o primeiro dia até que ele aprendeu a girar no berço. Isso tem três dias...

Estou numa nova fase. Parece que dei um passo para trás: se colocá-lo no berço ele quer brincar de virar, chora pq não acerta desvirar... Então agora estou tendo que dar tapinhas no bumbum e ficar ao lado até adormecer. Como ele já não resiste muito ao sono, não costuma demorar. Estou na esperança de que quando a brincadeira de virar deixar de ser novidade ele consiga voltar a dormir sozinho. Mas para quem já passou horas com um menino no colo, alguns minutos dando tapinhas no bumbum não é nada...

Essa novela descreve o sono do dia. Durante a noite ele sempre dormiu após uma super mamada que chamo de "nocaute". Para essa mamada, me tranco no quarto escuro, em silêncio ou com a gravação do som da chuva (também tem no YouTube) até ele acalmar e dormir... Esse processo as vezes demorava duas horas e depois que li o Nana Nenem comecei a colocá-lo acordado no berço e ele dormia sozinho... Até a novidade desta semana. Agora estou tendo que acalmá-lo bastante no colo enquanto arrota para já colocá-lo no berço bem sonolento para não virar... 

Na madrugada ele costuma mamar e dormir logo depois. Poucas vezes quis "brincar" depois de mamar... Essa semana com a novidade do "rolar" tem demorado um pouco mais para voltar a dormir que o usual na madrugada, estou torcendo para que seja apenas uma faee passageira...

É isso! Nunca imaginei que ensinar um bebê a dormir fosse tão trabalhoso, achava que todos já nasciam com o dom de "dormir como um neném"... Ainda bem que a pediatra dele descobriu isso logo, pelo que já andei lendo, crianças que têm dificuldade em dormir, quanto mais tarde começa-se a resolver o problema, mais difícil fica!

Com os registros do sono descobri que realmente é um bebê que dorme menos que a maioria dos bebês. Tem umas duas semanas que não atualizamos o gráfico, mas há um tempo já dorme uma média de 13 a 14 horas ao dia. Para quem já dormiu 8 horas, é uma super evolução. Entretanto, sei que a novela do sono certamente ainda irá render muitos capítulos, vou compartilhando por aqui!



E você? Também passou por algo semelhante?? Compartilhe sua experiência no assunto!

Puerpério

Terminei o post do parto concluindo que ele foi o mínimo comparado ao cansaço da maternidade...

Entretanto, não posso negar que a natureza é sábia! Da mesma forma que eu fiquei exausta e precisava de um bom descanso após o parto do meu filho, ele também! Nos seus 3 primeiros dias de vida praticamente só dormiu, dormiu e dormiu! Não entrei na paranoia de que ele tinha que se alimentar à cada três horas, deixei que dormisse o tempo que quisesse, pois o sono alimenta e se ele estava dormindo tanto era porque estava mais cansado do que com fome. Dito e certo, nos cinco primeiros dias, quando é natural uma perda de peso de até 10%, ele perdeu apenas 5%, sem eu ter que ficar acordando-o para alimentar...

Pronto, passados esses primeiros dias de descanso começou a trabalheira, juntamente com a redução da carga de ocitocina em minha corrente sanguínea. 

A melhor coisa que fiz foi me refugiar na casa dos meus pais neste período, onde não tive que me preocupar em ser dona de casa, apenas em ser mãe, cercada de cuidados e mordomia.

Não contratei nenhuma babá ou enfermeira para me ajudar com o bebê.. Meu marido só pode ficar comigo por 5 dias após o parto (depois voltava quinzenalmente apenas nos finais de semana). Meus pais me deram
um apoio, mas tinham que sair para trabalhar e eu, totalmente inexperiente (como disse em um post recente, antes do meu filho nunca tinha sequer carregado um recém-nascido no colo antes de ser mãe), encarei a maternagem praticamente sozinha no início. 

Na gravidez li um livro muito bom de Laura Gutman, chamado "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", onde ela frisa bastante a importância da mãe ter bastante apoio durante o puerpério, fase em que todas as atenções estão voltadas ao bebê. Ninguém melhor para dar atenção a uma mãe do que seus próprios pais! Durante todo o primeiro mês não deixaram eu ficar sozinha em casa nenhum momento, sempre tinha minha mãe, meu pai ou a empregada da casa deles para me dar um suporte. Isso foi fundamental... 

Tive a sorte de ter um filho bonzinho nas madrugadas. Acordava umas 2x, mamava e voltava a dormir. Conto nos dedos as vezes que acordou de madrugada e não quis mais voltar a dormir: dias e noites que pareciam intermináveis, um misto de desespero com cansaço! 

Todo mundo diz que o primeiro mês é o pior e sendo muito sincera, o meu foi bem tranquilo...

Não posso dizer o mesmo do período entre o segundo e o terceiro mês de vida do meu filho. Logo na consulta de primeiro mês com a pediatra ela me fez uma pergunta que me fez descobrir que meu filho dormia muito pouco. Até então achava que era natural ele passar o dia todo acordado e só dormir à noite... Na verdade, como sempre escutei as pessoas se queixarem de filhos que trocavam o dia pela noite, achava que o sono do meu filho era o máximo, pois dormia a noite toda (acordava para mamar uma ou duas vezes na madrugada e era jogo rápido). 

Entretanto, bastou eu começar a prestar atenção ao sono dele que descobri algo que até então não tinha me dado conta: nem todo choro é de fome! Até então estava no esquema: Chorou? Peito! Guilherme passava o dia acordado, mamando muito e de noite capotava... Dormir de dia que era bom, NADA! 

A partir do primeiro mês descobri que metade dos choros dele que atribuía à fome eram de sono e para o meu desespero esse choro começou a ficar cada vez mais escandaloso e não conseguia fazê-lo dormir durante o dia.

Quanto menos ele dormia, mais irritado ficava, mais chorava e dormia menos ainda... Um ciclo enlouquecedor que parecia que não ia conseguir quebrar nunca! Achei que fosse surtar e agora é uma delicia escrever como se isso tivesse acontecido há séculos, quando na verdade foi há apenas algumas semanas.

Vou parando por aqui, pois esse tópico do sono merece um post só para ele...