quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Reflexões de Fim de Ano

Quase réveillon, ainda aquele clima de restos de natal no ar... Estou lendo um livro que é um bate papo entre o Jornalista Arthur Dapieve, Zuenir Ventura e Luis Fernando Veríssimo. Chega uma dessas revistas de fofoca aqui em casa, eu faço uma pausa para folhear, pois a mãe de uma amiga está na capa. Leio somente o destaque de sua entrevista, onde ressalta a rabanada como comida TOP de natal. Volto ao livro e do nada o tema começa a ser: comemorações natalinas também! Veríssimo fala da tal rabanada e eu me pergunto: “O que é rabanada? Que comida típica de Natal é essa que eu tanto escuto falar e não faço idéia do que seja?” Mais uma pausa, hora de matar a curiosidade. Nada de enciclopédia Barsa ou o pesado Koogan Houaiss, os tempos mudaram, agora, quando se pensa em dúvida o primeiro nome que vem à cabeça é Google!

E essa vontade de escrever? Antes de pesquisar sobre a tal rabanada, precisei começar esse texto e agora mais uma pausa... Argh! Já descobri! Rabanada é um negócio que sempre ouvi chamarem de fatias de parida, algo que sempre achei repugnante. Acabei de descobrir porque, leite condensado é um dos TOP ingredientes, algo que detesto desde pequena, juntamente com manteiga, eca!!!  Vinte e sete Natais sem rabanadas será que sou uma pessoa normal? Risos!

Aproveitando o ensejo do tema, vou falar um pouco minha experiência sobre a data e algumas opiniões. Venho de uma família de poucos presentes, salvo a minha avó paterna que na infância me enchia de mimos. Lembro, entretanto, que não eram coisas exorbitantes, e sim, várias lembrancinhas, como: agendinha, batom, pulseirinha, presilha de cabelo e um bando de bibelô de menina. Hoje vejo as crianças ganhando presentes surreais, repletos de baterias, botões e controles remotos. Brinquedos que quebram com facilidade, que não aguçam a criatividade e que principalmente pesam nos bolsos dos pais.

Lembro de ter pedido a “papai Noel” um tubo de Cola Pritt, aquela cola de bastão, que vem numa embalagem vermelha. Neste ano, junto com a cola, ganhei uma cartela de adesivos coloridos, que economizava para colar em cartinhas especiais. Em outro ano ganhei dois blocos de papel de carta que colecionava na infância. Lembro que um bloco desses rendia o ano inteiro, ficava com uma folha e as outras eu trocava com amigas, deixando a coleção gorda sem onerar os cofres paternos. Esses dias fui fazer uma pintura numa caixa, aplicando uma técnica que aprendi na aula de arte na infância e fui procurar três latinhas de tinta óleo que também ganhei de natal há uns 15 anos, para fazer as minhas artes. Nem acreditei quando as encontrei em perfeito estado. Depois de tanto tempo, eu sabia exatamente onde estavam guardadas essas tintas, bem fechadinhas e cuidadas todo esse tempo. É impressão minha ou as coisas tinham outro valor?

O que vejo hoje são crianças ganhando presentes caros, brinquedos que quebram no segundo uso e viram lixo. Tudo descartável! Ninguém cria artes (eu fazia inúmeros cartões de Natal para toda a família todos os anos), tudo precisa ser COMPRADO. Brincar só presta se for com brinquedos caros. Na minha infância, brincava com uma folha de papel e um pedaço de giz de cera velho. Aprendi cedo sobre as cores primárias, então sempre soube que bastava ter azul, vermelho e amarelo para criar o que quisesse!

Fiz uma amiga em Belo Horizonte que colocou a filha numa escola que segue a pedagogia Waldorf. Acho que é uma das raras meninas da atualidade que me faz lembrar a minha infância. Ela brinca com retalhos de pano, bonecas feitas por ela mesma na escola, cubinhos educativos... No resto do tempo canta, pinta, desenha, ajuda a mãe a cozinhar... Explora as artes! Computador? Nem pensar! Televisão? Só um filminho de vez em quando... A menina tem três aninhos e interage bem com adultos, se comporta quando os amigos dos pais estão por perto, não fica aquela tensão no ar, de que tem uma criança por perto, ela brinca e não perturba ninguém... Isso está virando uma raridade. O que mais vejo são crianças histéricas que vivem esperneando, querendo mais brinquedos, mais atenção, mais, mais, mais...!

Voltando à questão dos presentes, fui criada desvinculada dessa obrigação de presentes e principalmente de que presentes para serem bons precisam ser caros. Isso mudou um pouco quando comecei a namorar e meio que fui englobada por essa mania de se comprar presentes: aniversário de namoro, aniversário, natal, páscoa, etc. A maioria dos meus ex namorados dava muito valor a esses protocolos e no embalo eu acabei criando esse hábito da obrigação de se presentear em datas. Também tinha mania de dar presentes de aniversário às minhas amigas, participar de amigos secretos, etc. Com o tempo fui me desligando disso e acho muito bom. Algumas ocasiões exigem protocolos e não tenho como escapar, para não sair de mal educada, mas hoje a cota de presentes está no mínimo do mínimo. Não que não goste de presentear, apenas não gosto da obrigação de presentear em datas. Prefiro que seja algo espontâneo, sempre que achar que algo me lembra alguém: mesmo que seja algo de UM REAL. Hoje graças a Deus, ando cercada de pessoas que valorizam mais símbolos do que valores. Acho que a tendência é que isso aumente.

 Esse negócio de presente caro é uma viagem. Quando queremos algo bom, que custa muito, normalmente é algo muito específico, que nós mesmos sabemos e escolhemos. Tem gente que faz amigo oculto e diz o que quer ganhar. Qual o propósito? Cadê a surpresa? Quando preciso de algo vou lá e compro, a chance de outra pessoa comprar para mim e errar é muito grande! Dá um trabalho desnecessário às pessoas e em alguns casos ainda pode gerar constrangimentos (quando elas erram). É o que falo de presente de casamento, por exemplo. Tanto trabalho! As pessoas vão às lojas, fazem suas listas, depois os convidados vão lá comprar esses presentes pré-escolhidos, e depois, na maioria das vezes, os noivos retornam às lojas para trocar. No fim os presentes não passam de moedas de trocas. A etiqueta que me desculpe, mas se os amigos querem ajudar o início de vida de um casal e não sabem exatamente o que eles precisam, melhor depositar um dinheiro, economizar tanto trabalho e dar mais liberdade de escolha ao casal. Pode parecer um pouco frio, mas acho que se esse dinheiro vier acompanhado de uma bela cartinha, essa sim, será guardada como símbolo de afeto e carinho, e pelo pouco volume, com certeza terá mais chances de durar uma eternidade, mais do que um conjunto de copos, que será facilmente quebrado...

Comecei com Natal e já pulei para casamento. Na verdade porque entrei no tema do consumismo e inversão de valores da sociedade atual. Desejo que em 2012 as pessoas troquem mais amor, carinho, momentos, reflexões, companhias e gestos afetuosos do que presentes! São os meus votos de fim de ano para os leitores aqui do blog! Inté!

Beijos e mais beijos no padeiro!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Aprender a Pensar



Acabei de assistir a este vídeo e adorei a forma como o tema foi colocado nele. Muitas vezes tenho a impressão de que o ser humano está desaprendendo a pensar. No livro A Arte de Escrever, Schoppenhauer discursa justamente sobre isso. Segundo ele, há pessoas que lêem tanto e ocupam suas mentes sobremaneira que não sobra tempo para que tenham pensamentos próprios. Não significa que a leitura não seja um exercício importante e também não faça florescer a criatividade, entretanto, há que se pausar, ler calmamente e permitir que haja tempo para elucubrações acerca do que se absorve. Tantas pessoas dizem ter lido coisas e mais coisas e nos seus discursos não se consegue inferir nenhum tipo de apreensão de determinados conteúdos. Acho que simplesmente passam seus olhos pelas palavras.

Talvez por isso que me divirta tanto nesse blog: é um exercício da análise e reflexão sobre a vida e seus diversos temas. Algo que faço para mim mesma e que é arquivado de forma cronológica, assim, vez ou outra, eu releio textos antigos e faço associações percebendo como estava minha cabeça em dados períodos, o que mudou e o que continua parecido. Notar mudanças é sempre muito bom: em muitos casos sinal de evolução ou simplesmente fim de angústias e dúvidas passadas.

O gatinho do vídeo é o reflexo de muita gente que conheço. Pessoas que infelizmente parecem não refletir sobre suas escolhes. Seres anestesiados pelo que vêem na televisão, fenômeno muito bem expressado no filme The Wall do Pink Floyd, em especial na música Comfortably Numb, que já foi título de texto aqui no blog. Esses exemplos demonstram como a existência de uma crítica contundente acerca da alienação das pessoas há mais de 30 anos e mesmo assim o fenômeno continua crescente. Mais um sinal de que há muita gente que de fato segue rebanhos sem parar para pensar no motivo pelo qual o fazem.

Por outro lado, quem sou eu para criticar essas pessoas? Afinal, o que é certo e o que é errado? Muitas delas vivem felizes em meio às suas alienações. Felicidade não é a meta maior na vida? O que poderia ser mais importante? A ignorância em muitos casos é uma dádiva e evita sofrimentos. O problema é quando ela começa a gerar conseqüências. Tomando como exemplo o vídeo, tantas pessoas tomam litros de refrigerante sem sequer cogitar o quão maléfico este líquido é para as saúde. A parte cruel é a forma como se deixa de ser ignorante num exemplo como esse: adoecendo. Em alguns casos pode ser fatal, em outros um pequeno alerta do corpo. O fato é que normalmente quanto maior a ignorância, maior será a “pancada” que irá acompanhá-la. Como não sentir certa repulsa por esse mercado que vive de construir maneiras de manipular mentes?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Filmes para Beijar o Padeiro



Recentemente assisti a três filmes que contam histórias verídicas de superação pela crença na educação. Recomendo e quem já tiver visto, são filmes que merecem ser revistos.

Um se chama Coach Carter que conta a história de um treinador de basquete que trata o jogo com muito respeito, educando seus alunos com disciplina e principalmente condicionando a pratica do esporte aos estudos, visto que é muito comum as pessoas investirem nos esportes e desdenharem dos estudos. Samuel Jackson faz o papel espetacular do treinador de basquete Ken Carter. 




O outro se chama Música do Coração e conta a história de uma professora de violino que acredita na força da música. Traz disciplina a alunos de um colégio público, que se refletirá em outras disciplinas e no resto da vida deles. Além disso, educa através da arte, se mostrando uma mulher guerreira e vencedora. Para completar o filme conta com a brilhante atuação de Maryl Streep, como personagem principal.





Para fechar as indicações: Patch Adams: O Amor é Contagioso. Conta a história de um homem que acredita no exercício humano da medicina. Com seu jeito sério e ao mesmo tempo irreverente, ele revoluciona o ambiente acadêmico e hospitalar, mostrando que é possível ser profissional e amável ao mesmo tempo. Afinal de contas, pacientes antes de qualquer coisa, são seres humanos. No papel principal, ninguém menos que Robin Williams.



Em meio a um mundo de mazelas, tragédias e alienação, é lindo ver que existem pessoas trabalhando em prol do bem alheio. Pessoas que se doam para educar, que acreditam num futuro melhor. O mundo precisa de muitos exemplos como esses para fazer as pessoas acreditarem em seus sonhos e correrem atrás deles. Que histórias como essas sirvam de inspiração sempre!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Alimentação e Moda

Um prato desses custa pelo menos uns R$60,00 num restaurante contemporâneo da moda. Usa cerca de 100g de arroz negro (R$20,00 o quilo) e o filé de peixe deve custar uns R$5,00. Qual o mistério?? Só a grife e o glamour de frequentar tais locais...

O nome ortorexia pode soar familiar para muita gente, já outras pessoas talvez nunca tenham ouvido falar. Trata-se de um novo problema psicológico, que abrange uma gama de pessoas que se tornam neuróticas com saúde, a ponto de serem consideradas doentes. Convivendo com gente que preocupa com alimentação tenho visto esse sintoma em inúmeras pessoas e é realmente preocupante.

Sem dúvidas devemos nos preocupar com o que comemos, mas como vivemos em sociedade, se ficarmos neuróticos com o assunto simplesmente não poderemos mais sair de casa. Nós comemos por saúde, mas também pelo prazer, pela diversão, para socializar, para estar com a família, por rituais e motivos comemorativos, para expressar uma identidade cultural... Reduzir a função alimentar à mera nutrição fisiológica é ver a coisa de um ângulo muito estreito. Aí entra a diferença do macro e do micro e por isso que gosto tanto ta macrobiótica, que é uma filosofia que busca ter uma grande visão da vida.

Hoje em dia os profissionais na área de saúde estão tão preocupados com o micro que acabam esquecendo o macro. Esses ficam tentando extrair cada nutriente de cada alimento para fazer suplementos, como o exemplo do pomegranate extraído da romã, resveratrol extraído da uva, do colágeno hidrolisado, das vitaminas, do betacaroneto presente na cenoura... Quem disse que devemos comer esses itens isolados? Quem disse que essas parcelas separadas são mais efetivas do que o alimento como o todo? Tanto a uva, quanto a romã ou a cenoura são repletas de outros nutrientes que combinados em proporções únicas fazem deles alimentos saudáveis.

Existe um pouco de modismo nos conceitos nutricionais, onde um dia certos alimentos são endeusados e no outro são completamente endiabrados. A proteína e o carboidrato são exemplos de macro nutrientes que ao longo da história variaram entre vilãs e bonzinhos. A gordura então nem se fala! Na década de 80, nos Estados Unidos, começou a campanha do zero gordura. Com isso, as pessoas passaram a ingerir cada vez mais carboidratos refinados e foi justamente quando se começou também a epidemia obesa no país. Quem disse que gordura faz mal? A gordura está presente em todo o corpo: 70% dos nossos neurônios são compostos por ela. Aí a ciência vai avançando e os conceitos continuam mudando, um dia a gordura saturada é vilã, depois a gordura trans, agora o ômega 3 é o que há para quem busca uma dieta saudável.

O que vejo é que o bom senso tem sido esquecido e as pessoas vêm seguindo modismos alimentares e abandonando cada vez mais a intuição. Eu pessoalmente valorizo muito a cultura e acho que nossos antepassados têm muito a nos ensinar. Que tal valorizar o que era comum nos tempos em que não existiam tantas doenças crônicas não transmissíveis? Uma boa idéia é procurar comer somente aquilo que nossas bisavós reconheceriam como comida. Certamente a maioria dos produtos encontrados nos supermercados sairá de sua dieta. Imaginem a sua bisavó em uma cozinha cheia de pacotes, sem um fogão e apenas um microondas! Será que ela passaria fome? Será que ela conseguiria descobrir que aquelas coisas eram para ser ingeridas ou iria pensar que era algum produto de limpeza, decoração ou qualquer coisa do gênero?

Outro conceito abandonado é o de se comer em casa. Esses dias eu estava escutando uma pessoa que está se mudando para uma cidade nova a trabalho e estava escolhendo um local para morar. Encontrou um lugar excelente e tão perto de seu trabalho que certamente poderia vir almoçar em casa todos os dias. Mas a sua esposa não gostou, achou pouco glamorosa provavelmente e optou em morar num lugar mais chique e super afastado, inviabilizando de todas as formas a presença de seu marido para o almoço em casa. As futilidades estão roubando o lugar das prioridades nas famílias. Hoje em dia ninguém mais se preocupa em comer em casa, fazer refeições em família. As crianças não sabem sequer como se portar à mesa, canso de ver em restaurantes crianças com as caras enfiadas em algum ipad da vida, sem interagir e muito menos saber pegar num garfo direito. Hoje cerca de 50% das refeições são feitas fora de casa e é comprovado que, em restaurantes, a comida tende a conter muito mais açúcar, óleos de má qualidade e sal. Isso sem falar no padrão familiar cada vez mais perdido, o que talvez explique o número crescente de divórcios.

Cozinho todos os dias e tenho percebido o quanto isso causa espanto para muitas pessoas. Na minha cabeça, saber cozinhar sempre foi condição sine qua non para pensar em constituir uma família. Como criar um filho sem saber preparar o alimento dele? Até mesmo para ter uma cozinheira em casa, como orientá-la sem saber cozinhar? Hoje grande parte de minhas amigas estão casadas e/ou morando sozinhas e posso dizer com segurança que no máximo 5% delas sabem cozinhar mais do que comidas pré-prontas de supermercados.

Por outro lado cozinhar agora virou algo chique, gourmet. Vemos inúmeros programas de chefes na televisão, um mais requintado do que outro. As pessoas pagam fortunas em restaurantes chiques, que com essa moda de culinária contemporânea, são quase todos iguais. O charme da culinária simples e regional vem se perdendo cada vez mais. Hoje se come aspargos, alcaparras, camarões, lagostas e outros ingredientes típicos de restaurantes gourmets em qualquer lugar do mundo, sem esquecer-se do vinho que custa o triplo do que se fosse comprado em um supermercado. Tudo lindo e requintado...! Depois dizem que não tem dinheiro para comprar arroz integral ou produtos orgânicos em casa. Comer em restaurantes é caro, isso sim! Cozinhar em casa, mesmo com os melhores ingredientes é baratíssimo comparado ao valor que se paga nesses restaurantes gourmets que as pessoas tanto frequentam.

Na minha cozinha, gosto de variar ingredientes, usar especiarias aqui e ali, mas ninguém vive de comer comidas super elaboradas. As pessoas às vezes sabem preparar algo incrementado ou sobremesas, mas não sabem fazer receitas simples usando verduras, arroz e feijão. É tão elementar que às vezes soa engraçada a admiração de pessoas ao me verem cozinhar comidas super caseiras ou descobrirem o sabor de legumes preparados da forma mais simples possível, pois o máximo que conheciam eram aquelas verduras servidas em restaurantes japoneses regadas de manteiga e molho teriaki.

Vou parando por aqui, pois esse assunto dá muito pano para manga... Continuo em outro post! 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Quibe de Peixe (de forno)



Ingredientes:
Massa:
150g de trigo para quibe
250g de filé de pescada branca
Sumo de 1 limão
1 cebola pequena picada
¼ de ramo de salsa picada
Pimenta do reino a gosto
Sal a gosto
Azeite de Oliva

Recheio:
5 folhas de couve mineira grandes
1 cebola pequena picada
4 dentes de alho espremidos
1 colher de sopa de molho Shoyu
1 colher de sopa de óleo de gergelim
1 colher de café de pimenta do reino

Preparo:
Massa:
Lave o trigo e deixe de molho por 20 minutos. Depois esprema bem para retirar o excesso de água e reserve. Lave os filés de peixe e tempere-os com o sumo de limão por 5 minutos. Depois lave, e esprema retirando o excesso de líquido. Em uma tábua corte o peixe em pedaços pequenos e termine de desfiar com as mãos. Em um suribachi (ou pilão) grande (se for pequeno, faz de duas vezes) mistura o trigo, o peixe, a salsa, a cebola, a pimenta e o sal até que se torne uma mistura homogênea.

Recheio:
Retire o caule da couve e corte as folhas em tiras finas. Refogue a cebola no óleo de gergelim e depois acrescente a couve e por fim o alho. Antes que as folhas murchem completamente, adicione o molho shoyu. Esquente por mais 3 minutos e desligue o fogo.

Unte a assadeira ou pyrex com azeite de oliva e coloque metade da massa cobrindo o fundo. Depois coloque o recheio e cubra com a outra metade da massa. Passe um fio de azeite e espalhe por cima do quibe. Leve ao forno até ficar ressecadinho e crocante. Bom apetite!


Serve 2 pessoas.

Higéia ou Panacéia: Quem cuida de você?


Antigamente havia epidemias transmissíveis como a febre amarela, tuberculose, peste negra, entre outros, que dizimavam populações. Hoje, grande parte dessas doenças está ou erradicada ou muito bem controlada.

Agora observamos o fenômeno das doenças crônicas não transmissíveis, que proporcionam uma sobrevida sofrida, mas que não influenciam nas taxas de mortalidade. Desta forma, os dados estatísticos confirmam uma maior expectativa de vida da população em geral, usando este dado como “prova” de que o nível de saúde melhorou.

O que é viver? Passar dos 65 anos na condição de precisar fazer quatro sessões de hemodiálise com cinco horas de duração cada, semanalmente? Somente no setor das doenças renais crônicas, o sistema único de saúde no Brasil gasta 1,4 bilhões de reais ao ano. Isso sem falar nos gastos com o câncer, diabetes, cardiopatias, obesidade e outras patologias que acometem cada vez mais a população.

Hoje em dia é difícil encontrar quem não tome pelo menos um tipo de medicamento diariamente. O ciclo começa desde a adolescência, quando meninas passam a usar pílulas anticoncepcionais e acostumam-se à idéia de que é natural ingerir medicamentos para tudo. Passam a tomar remédios para espinhas, cólicas menstruais, dores de cabeça, queda de cabelo, gastrite, constipação, hormônios para controlar o funcionamento tireoidiano, além de inúmeros cremes para tentar atenuar os efeitos de uma má alimentação na pele. Assim, a saga se inicia com “medicamentos simples”, criando-se um péssimo hábito e um ciclo sem fim.

Quantas pessoas você conhece que não tomam nenhum tipo de medicamento regularmente? Melhor dizendo, quantas pessoas você conhece que são capazes de passar um ano inteiro, ou sequer um semestre, para não dizer um mês, livre de qualquer tipo de comprimido? Aposto que essa pergunta soa no mínimo surreal para a maioria das pessoas, entretanto é uma realidade absolutamente possível para quem cuida da saúde de forma preventiva.

Vivemos na era do imediatismo, com a internet, tudo ocorre “online” de forma instantânea e já não se sabe mais respeitar o tempo do corpo humano. Ele precisa de uma mastigação lenta, sono profundo, alimentação adequada, movimentação (não somente do volante), ar fresco e outras coisas que viraram quase lenda na vida de quem reside em grandes centros urbanos.

Os primeiros sintomas da falta desses fatores são curados de forma rápida através de pílulas mágicas. Com o tempo eles vão deixando de fazer efeito e vão surgindo doenças sérias, que não são curadas e que as pessoas simplesmente aprendem a respeitar e conviver com os seus desconfortos e efeitos colaterais (das doenças e dos remédios). Seguem a vida, enaltecendo a tecnologia e os avanços médicos, lidando com situações patológicas, que já estão sendo vistas quase como biológicas.

Segundo a mitologia grega, as netas de Apolo (filhas de Asclépio), foram designadas a cuidar do bem estar da humanidade. Higéia e Panacéia, então, receberam a incumbência de tratar da saúde e da doença do mundo, respectivamente. Em 377 a.C., Hipócrates, o pai da medicina, dizia: “Faz do alimento o seu remédio.” Já em 150 a.C., Galeno introduziu os fármacos na medicina ocidental, dando início aos tratamentos pelos sintomas e não pelas causas. A partir daí Panacéia vêm reinando em um mundo que prefere remediar a prevenir. Apesar de fazer parte de um mundo moderno, eu escolhi seguir as tradições antigas: ser cuidada por Higéia e seguir os princípios de Hipócrates, e você?