quarta-feira, 29 de abril de 2015

O que é um parto humanizado?

Este termo está na moda, mas muita gente não sabe do que se trata, então resolvi escrever um post só para esclarecer.

Sei disso, pois, outro dia alguém me falou: "Quero ter um parto normal, mas não humanizado." Perguntei o que essa pessoa entendia por parto humanizado e ela disse: "Ah! Parto na água, em casa, sem anestesia...".

Gente, isso não existe. Como o próprio nome sugere, o parto humanizado é simplesmente uma conduta mais humana. 

Como assim? 

Comentei no post que falo sobre a preparação para o parto a respeito do triste fato de muitos médicos hoje estarem induzindo a cesariana, realizando "desnecesárias", desmoronando o sonho de muitas mulheres de terem um parto normal. Passam a gestação inteira "iludindo" a paciente de que farão um parto normal e na última hora inventam alguma historinha de que o bebê está em sofrimento e é preciso fazer uma cesárea. Qual a mãe que depois de esperar um filho por 9 meses irá querer deixá-lo em sofrimento? Claro que em alguns casos é verdade e o parto cesariano está aí para isso: salvar vidas. Entretanto, ou as mulheres brasileiras têm algum erro de fabricação ou somente esta atitute, nada humanizada, justifica um número superior a 80% de cesarianas na rede particular e superior à 50% no país, em geral. Resumindo: um médico humanizado irá fazer tudo que estiver ao seu alcance para realizar um parto natural, se esse for o desejo da mãe.

Outra prática considerada não humanizada é obrigar a mulher a deitar para parir, realizar episiotomia (corte na vagina)...

Tem muita mulher que QUER parir deitada, no hospital, com anestesia. Um médico "humanizado" irá fazer o que a mãe quiser! Ele está preocupado com o bem estar dessa parturiente. 

Ao mesmo tempo, se o desejo da mãe for ter um parto de cócoras, esse médico humanizado estará disposto a sentar-se no chão para realizar o parto. O conforto e os desejos da sua paciente virão sempre em primeiro lugar...

Resumindo, toda mulher merece um médico que faça parto humanizado! Esse médico fará aquilo que a sua paciente quiser, sem imposições e claro, orientará para riscos, vantagens e desvantagens, mantendo uma postura ética e profissional.

11 motivos para ter um parto natural

1) O corpo da mulher foi feito para isso.

2) A recuperação é imediata: após o parto você está pronta para cuidar do seu filho ao invés de estar precisando de cuidados e ajuda para mínimas coisas, até para ir ao banheiro.

3) A ejeção do leite materno está diretamente ligada à forma do parto. Mulheres que têm parto natural costumam ter maior facilidade para amamentar.

4) O corpo volta pro lugar mais rápido, afinal não houve nenhum tipo de corte, que precisará ser cicatrizado, na barriga.

5) Não tem preço poder sentir e vivenciar o nascimento de um filho.

6) Poder amamentar na primeira hora após do parto: estudos demonstram que isso traz grande benefício para mãe e bebê, que terá um melhor reflexo de sucção, além de poder ser alimentado logo após o nascimento.

7) O parto natural permite um nascimento em casa, se essa for a vontade da mãe.

8) O pai pode ter uma participação muito mais ativa no parto, ao invés de mero fetógrafo ou cineasta amador.

9) A mãe pode conversar o quanto quiser após o parto, sem se preocupar se terá gases.

10) O bebê já nasce mais fortalecido devido ao esforço que precisou fazer para nascer.

11) A certeza de que o bebê estava absolutamente pronto para vir a esse mundo é não foi "extraído" antes da hora.



Preparação para o parto

Já comentei aqui antes que nasci em parto domiciliar, assim como minha irmã e grande parte dos meus primos. Em minha minha geração, dos 18 primos que tenho, considerando as famílias por parte de mãe e pai, 14 nasceram de parto natural. Sem contar as minhas avós que tiveram 9 partos naturais, até porque no tempo delas era super rara a ocorrência de cesarianas.

Para completar, durante 17 anos, minha mãe deu aula de preparação para o parto natural, com técnicos de yoga e a parte teórica, tendo sido Doula num tempo em que essa palavra era inexistente no vocabulário brasileiro.

Assim, toda essa questão de parto natural, domiciliar e humanizado está longe de ser novidade ou modismo para mim. O contrário sim, apesar da grande popularidade dos nascimentos cesáreos nos últimos anos, sempre soou como algo estranho e pouco familiar. Cresci escutando todo tipo de histórias de partos: na família e de alunas de minha mãe e a escolha por um parto natural foi mais que inevitável.

Quem precisou de um bom preparo psicológico foi o meu marido. Ele, as irmãs, todos os primos e sobrinhos, nasceram de partos cesarianos. Ao contrário de mim, parto natural para ele era algo bem distante da sua realidade. 

Mais de um ano antes de engravidar comecei a fazê-lo estudar o assunto, lendo livros e depoimentos, assistindo a vídeos na internet, e ao documentário: O Renascimento do Parto... Promovi para que conhecesse e conversasse com pessoas próximas com relatos pessoais de partos naturais, além de muitas conversas com a minha mami Doula.

Quando engravidei ele já tinha comprado a ideia 100% e já tinha se tornado o próprio defensor do parto natural.

Durante a gravidez participou de consultas com a obstetra que iria fazer o parto e ainda foi a uma roda de um grupo que se reúne quinzenalmente em Salvador, chamado Coaracy, em um dia em que o tema era: o depoimento dos pais e suas experiências com o parto.

Se você pensa em ter parto natural, o que posso recomendar é isso. Escolha um médico que tenha experiência no assunto (cada dia mais raro); estude; envolva o seu parceiro; faça atividades físicas que ajudem seu corpo a estar bem preparado para o parto...

 Já ouvi dezenas de histórias de pessoas que dizem que sonhavam em ter um parto natural e na hora H não conseguiram. O motivo principal, infelizmente, costuma ser o médico que faz algum tipo de terrorismo e convence a mãe ou de que ela não é capaz ou de que o filho está passando por algum sofrimebro. Em outros casos é a falta de apoio da família ou do próprio marido, gerando estresse e ansiedade... 

Enfim, em muitos casos, não é preciso nada disso e a pessoa consegue ter um parto natural. Entretanto, o que tenho visto é que, na maioria das vezes, o preparo é crucial para que de fato ocorra.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

O Parto

Foi agachada no pé desta cama e olhando para este espelho que meu filho nasceu... Esta foto foi logo no início do trabalho de parto, antes da médica e da enfermeira chegarem lá em casa...

Me apoiando no sofá da sala para me agachar...

Esta posição aliviava o peso que sentia nas costas...

Agachada em plena contração...

Anestesia natural! Água morna, nada mais relaxante!


Tirando um cochilo entre uma contração e outra...

Eita sono....

Acho que até sonhei durante esses cochilos...

Dançando ao som de Simon and Garfunkel...

Quando a contração vinha, me agachava, sempre me apoiando em alguma poltrona ou sofá.

Mais soneca na água...

Minha queridíssima médica (a enfermeira também foi sensacional) avaliando os batimentos cardíacos do bebê...

Queria ter escrito este post há mais tempo mas não tinha conseguido achar tempo para baixar e selecionar as fotos. Na verdade, ainda tem as fotos da câmera do meu pai, mas preferi adiantar o post e depois (quem sabe?) acrescentar essas fotos.

Mais de três meses já se passaram desde o meu parto e achar tempo para escrever é outro desafio (selecionei as fotos há mais de um mês)! Saudades da época em que podia ficar horas em frente a um computador escrevendo, lendo, relendo, editando... Hoje mal consigo escrever pelo celular e dificilmente sem ser interrompida, mas sobre a maternagem escreverei depois...

Como já falei por aqui, nasci em parto domiciliar em uma época onde isso estava longe de ser um modismo e cresci achando tudo isso mais que natural. Nunca consegui nem imaginar um parto sendo de outra maneira: para mim nenhum ambiente parecia mais seguro e aconchegante que o próprio lar.

Sempre soube também que parir não era simplesmente colocar um bebê para fora e que o trabalho de parto começava pela cabeça e requeria um preparo físico prévio, sobre o qual já escrevi aqui.

Meu parto foi bem diferente daquilo que imaginava que seria e ao mesmo tempo bem parecido. Bem diferente, pois eu, sendo uma pessoa rápida, prática e objetiva, sempre achei que seria um parto rápido (não foi). Bem parecido, pois, foi exatamente no cenário que imaginei logo que soube que estava grávida.

Moro em BH há 4 anos, mas sempre soube que voltaria para Salvador para ter meu filho lá. Meus pais compraram um apartamento há 7 anos e só se mudaram ano passado. Eu, muito antes de pensar em engravidar, já tinha planejado mentalmente o local do parto no tal apartamento e foi neste exato  cenário e contexto que ocorreu!

Falei aqui sobre a escolha do nome... Foi quando tudo começou! Assim que escolhemos o nome de Guilherme, entrei  trabalho de parto. Era umas 20:30 da quarta-feira de cinzas... Tinha passado o carnaval tensa com a possibilidade de entrar em trabalho de parto em pleno carnaval. O apartamento dos meus pais fica, literalmente, no meio dos dois circuitos e a porta da casa deles é passagem obrigatória para todos os trios que descem para a Barra. Cada vez que desce um trio pode gerar intermináveis engarrafamentos onde fica-se ilhado!

Para se ter um parto em casa com segurança o item principal é mobilidade. É fundamental ter um plano B articulado para a necessidade de remoção para um hospital e quando isso acontece é interessante que não existam contratempos. Por esse motivo, já tinha aceitado a ideia de que se entrasse  trabalho de parto durante o Carnaval, teria meu filho em um hospital. Não arriscaria estar em trabalho de parto em um apartamento onde não teria a possibilidade de sair em caso de alguma emergência.

Ele decidiu como queria e só entrei em trabalho de parto na noite da quarta-feira de cinzas. Fui monitorando as contrações com a enfermeira e a medica que assistiram o parto e às 3 da madrugada elas chegaram lá em casa. 

Assim começou a novela de muitos capítulos, ou melhor, de muitas contrações.... Enquanto elas, meu marido e minha mãe arrumavam a casa, enchiam a banheira e iam organizando tudo, eu agachava a cada três minutos para aliviar o incômodo das contrações. 

A banheira foi essencial, a água quentinha relaxa o corpo, diminui a intensidade das contrações e permite deixar o quadril flutuando, já que sentar ou deitar é extremamente desconfortável, pois gera peso justamente onde o corpo está "trabalhando" a abertura, dilatando, etc...

Eu DORMI entre uma contração e outra praticamente todo o tempo que estive na banheira. Pelas fotos vão perceber que apareço com 3 biquínis diferentes: é que foram 3 momentos distintos que fiquei dentro d'água, cada vez por aproximadamente uma hora. 

Durante o trabalho de parto fiz um pouco de tudo, circulei pela casa, dancei, fiquei na piscina inflável... Parecia interminável! 

Após umas 14 horas, minha médica olhou para mim e falou: "Você está louca que eu faça um exame de toque em você, não é?". Nem precisava responder! Precisava saber o que se passava! 

Uma pequena explicação à quem não está familiarizado com as condutas do parto humanizado. Evita-se o exame de toque, pois ele não quer dizer nada! As vezes uma parturiente pode estar com 2cm de dilatação e parir uma hora depois e outra pessoa pode estar com 8cm de dilatação e levar mais 10 horas para parir.

Enfim, mesmo sabendo disso, precisava ter alguma noção de como as coisas andavam e fiquei aliviada em saber que já estava com 7cm de dilatação.

O tampão mucoso, que muita gente perde até semanas antes do parto, ainda não tinha saído e a bolsa também não tinha rompido...

Lá pras 4 da tarde (já com umas 20 horas de trabalho de parto) pedi para fazer mais um toque, estava dentro da piscina. Nessa hora descobri que já estava com 9cm de dilatação e a bolsa rompeu no momento do toque... Foi depois disso que o tampão começou a sair.

Cerca de uma hora depois, comecei a sentir outra tipo de contração, que era a expulsiva. Mas, fazia força, força e mais força e a única coisa que saía era o tampão (foi saindo em etapas).

À cada contração me agachava para fazer força e a enfermeira se abaixava para olhar com lanterna e espelhinho e nem sinal de Guilherme.

Foi então, que após umas 22 horas de trabalho de parto dei um xilique. Estava EXAUSTA e só lembrava de um caso de uma mulher que passou oito horas na expulsiva. A exaustão tomou conta de mim e só de pensar em muitas horas à mais não conseguia discernir o que era pior: esperar em casa ou ter que vestir uma roupa, encarar um carro, no auge das contrações e ir até um hospital para receber uma anestesia, oxitocina e tudo que fosse possível para acabar de vez com o parto que parecia interminável!

Bem, na hora que dei esse xilique, a medica pediu para me examinar de novo. Nessa hora ela tirou uma pele que estava entre o colo do útero e a cabeça do bebê e que não estava permitindo que ele descesse pro canal do parto. Ela já tinha tentado fazer isso quando estava na água e a bolsa rompeu, mas não tinha conseguido. SANTA INTERVENÇÃO! Parecia que estava chegando no paraíso quando ela disse: "Pronto! Agora vai." 

Nem acreditava em meus olhos quando a vi se levantar, colocar luva nova, pegar uma maletinha, se paramentar toda e a enfermeira também e as duas ficarem a postos para o tão esperado nascimento!

Nesta hora estava agachada numa banquetinha em meu quarto, no pé da cama, meu marido sentado atrás de mim, minha mãe numa poltrona ao lado e meu pai num corredorzinho na porta do quarto. Ela perguntou: "Onde vai querer que seja?" Eu respondi: "Como assim, aonde? Aqui e agora!" Ela estava querendo saber se queria voltar para a água ou ir para outro ponto da casa... Eu, com a minha praticidade MOR, estava querendo que aquilo acabasse LOGO!!!

Só que não foi tão rápido assim! A partir desse momento até o nascimento ainda levou cerca de uma hora. Mas foi a melhor parte! Estava defronte a um espelhão e vi tudo! À cada contração ia vendo abrir mais um pouco, depois a cabecinha aparecendo aos poucos... Tudo isso me deu uma injeção extra de força, pois estava vendo que o esforço não estava sendo em vão... Até a hora que ela disse: "Pode caprichar na força que na próxima contração vai!" E foi!!!! Tão rápido que quando vi já estava com meu meninão nos braços! Eu estava tão exausta que nem sequer chorei, a minha maior sensação foi de alívio! Há uma hora estava com uma sensação de: isso parece não ter fim!

Ele já saiu de dentro de mim BERRANDO! Tadinho, se para mim foi EXAUSTIVO, para ele deve ter sido muitooooo difícil!! Também, quem mandou nascer tão grande?!? 4.210kg e 53cm!!!

O processo expulsivo lento foi essencial para não lascerar muito lá embaixo, pois foi abrindo aos pouquinhos e no fim só precisei tomar dois pontinhos. A cicatrização foi super rápida, coisa que não teria acontecido se tivesse passado por uma episiotomia. 

O parto? Foi exatamente como aquela expressão que usamos para falar de algo  demorado é complicado: UM PAAAAARTO! Mas depois que Guilherme nasceu: acabou tudo! Tomei meus pontos, depois ele mamou, tomei um banho, dormi e no dia seguinte estava de short e camiseta, andando pela casa e recebendo visitas.

Sim, faria tudo novamente. Dor? Sim, dói, mas acho que o cansaço é MUITO maior que a dor e isso vai variar com o tempo do trabalho de parto. No meu caso foram 23 horas e meia, praticamente sem sentar, deitar ou dormir (com exceção dos cochilos que dei na água) me agachando à cada 3 minutos, sentindo contrações... Acho que um parto que leve de 6 a 12 horas deve ser muito tranquilo, pois o item exaustão reduz bruscamente! 

Não tem preço estar inteira no dia seguinte, podendo se cuidar e cuidar do seu bebê. No meu caso, não teve preço acordar no dia seguinte em meu quarto, em minha cama, usar o meu banheiro, comer minha comida, tudo o mais aconchegante possível!

Hoje penso na experiência do parto como um aprendizado de vida. Cada um tem aquele que precisa ter. É algo que foge completamente do nosso controle e pessoas com temperamento controlador como eu aprendem muito com a experiência que tive. Além disso, agora, após três meses de maternagem, posso dizer: se tudo fosse o parto... Cansativo mesmo é ser mãe!!!




quinta-feira, 9 de abril de 2015

A escolha do nome


Como sempre achei que seria mãe de menina, nunca tinha pensado em nomes masculinos e já tinha fechado em duas opções de nomes femininos.

Ao descobrir que esperava um menino começou uma novela de mil capítulos: a escolha do nome.

Primeiro minha mãe me emprestou um livro dela que dizia ter mais de 10 mil nomes e seus significados. Parecia mais um livro de comédia, cada nome pior que o outro, dava risada de imaginar que aquelas palavras poderiam ser chamadas de nomes.

Depois perdi as contas de quantas vezes li listas inteiras de nomes na internet.  Gostava de vários, mas meu marido botava defeito em TODOS! Ao mesmo tempo não me sugeria nada. 

Suspeito que ele queria colocar o próprio nome no filho, mas sempre fui radicalmente contra esta ideia. Para piorar, tinha um péssimo exemplo: o pai dele, quando ele nasceu, saiu de casa para registrar o filho como Luis Henrique e voltou com o menino registrado com o próprio nome. Essa história sempre me deu arrepios!

Passei a gravidez tendo que dizer que meu filho ainda não tinha nome. Não aguentava cada vez que alguém perguntava o nome e eu dizia que só ia escolher quando nascesse... Uma pressão insuportável para a escolha desse nome e eu num ponto que não queria mais discutir o assunto, tinha muitas outras coisas para me ocupar e sabia que surgiria um nome na hora certa: não tinha a menor pressa.

No último mês chegamos a uma lista de nomes que ambos gostavam: Luca, Theo, Augusto e Alexandre. Meu pai faz numerologia e sabia que a decisão final dependeria deste detalhe, logo, não poderia bater o martelo, pois para isso precisaria da data.

Chegando no período provável do nascimento meu pai começou a testar estes nomes com datas próximas. Concluiu que Alexandre e Augusto não funcionavam em nenhuma data; que Theo é Luca funcionavam na maioria das datas; e que em algumas datas nada funcionava. Sugeriu que pensássemos em outro nome para estas datas... Que desanimo, não aguentava mais pensar e sugerir nomes e meu marido encontrar defeitos em todos sem sugerir nada (ele não acredita em numerologia).

Pela milésima vez abri listas de nomes na internet e comecei a ler, até que um nome, que nunca tinha despertado minha atenção durante toda a gestação, saltou aos olhos: Guilherme. Quando falei, meu marido, para a minha surpresa, disse que também gostava... Aí pedimos para meu pai fazer a numerologia e ele respondeu: se nascer amanhã, é um ótimo nome. 

Combinamos que ele mandaria os nomes que ficariam bons para "o dia seguinte" todos os dias até nascer... No dia seguinte, na verdade, qualquer dos nomes: Theo, Luci ou Guilherme ficariam bons. Pedimos para ele nos enviar por email a descrição dos três e fomos pro quarto ler... Chegamos à conclusão de que a numerologia que mais agradava era a de Guilherme e na sequência entrei em trabalho de parto.

Não deu 30 minutos entre a hora que cogitei o nome Guilherme e a hora que comecei a ter contrações ritmadas. Acho que era só isso que ele estava esperando para nascer: aprovou o nome e resolveu vir logo, antes que mudássemos de ideia novamente!

Um menino: que surpresa!


Não me pergunte o motivo, mas sempre achei que seria mãe de menina... Talvez por minha mãe ter tido duas filhas e eu ter sido criada em ambiente predominantemente feminino (meu pai no paredão).

Fiz a minha ultrassonografia morfológica com 11 semanas e 3 dias, pois queria fazer com um médico específico em Salvador (Sergio Matos) é essa foi a única data que coincidiu minha agenda de viagens com a dele.

Não tinha nenhuma pretensão de descobrir o sexo tão cedo. A maioria das pessoas tem um palpite com 12 semanas, mas a confirmação só vem mesmo na próxima ultrassom, com 16 semanas.

Quando menos esperava, estava lá, o sexo do meu filho, bem nítido, sem deixar qualquer dúvida, antes mesmo das 12 semanas.

Foi uma surpresa, eu e meu marido achávamos que ia ser uma menina. Mas no fim, não poderia ter sido melhor! Meu marido sempre disse que não ia parar de ter filhos até vir um menino... Como não pretendo passar minha vida grávida, parindo e cuidando de criança pequena, melhor que o menino tenha vindo logo!

Para completar, minha irmã estava grávida também: dois meses na minha frente e já sabia que esperava por um menininho. Então, ficou melhor ainda, dois primos do mesmo sexo e da mesma idade! 

O pré natal


Moro em Minas, mas sou soteropolitana, nascida e criada em Salvador, onde mora minha família e grande parte de meus amigos.

Quando soube que estava grávida decidi logo que teria meu filho em Salvador. Assim, meu pré-natal foi bem louco: metade em Minas e metade em Salvador.

Escolhi uma médica em BH meio ao acaso e a de Salvador escolhi a dedo, pois queria alguém realmente comprometido com o parto humanizado e que soubesse que não faria uma cesariana em mim caso não fosse absolutamente necessário.

Tentando conciliar consultas com minha agenda e calendario de viagens, além das duas obstetras, que me consultavam intercaladamente, acabei fazendo ultrassonografia em cinco lugares diferentes.

Tive dois erros de resultados de exames laboratoriais em momentos diferentes da gestação, ambos no laboratório Hermes Pardini em BH. O primeiro deu um falso positivo para Rubéola no primeiro trimestre, sendo que eu tinha uns três exames antigos dizendo que era imune e outro com falso positivo para infecção urinária.

Isso me obrigou e refazer exames em outros laboratórios, totalizando cinco laboratórios diferentes (três em BH e dois em Salvador) durante o meu pré-natal.

Este samba do crioulo doido não combina nada comigo. Sou do tipo bem tradicional, frequento os mesmos médicos e laboratórios há anos! Sou assim com salão de beleza, imagine com médicos!

Enfim, apesar dessa confusão, tudo deu certo e tive uma gestação bem tranquila. Cheguei em Salvador dois meses antes do nascimento do meu filho, o que me permitiu ter umas três ou quatro consultas com a minha obstetra antes do parto...

terça-feira, 7 de abril de 2015

Dieta e Gravidez

Depois dos últimos posts vocês devem estar se perguntando o que comi na gravidez para ganhar tanto peso, já que sou toda natureba...

Como disse, no primeiro trimestre estava fora da minha rotina, comendo em lugares diferentes à cada refeição. No segundo trimestre, a mesma coisa, almoçava e lanchava na rua diariamente. Tentava levar lanches de casa, mas muitas vezes não era suficiente e invariavelmente caía no pão de queijo, praticamente o único lanche disponível em lanchonetes (da faculdade, em especial) que não contém nem carne e nem frango.

No geral mantive os meus hábitos de sempre: procurando comer o máximo de alimentos integrais, muitos vegetais e de "carne", apenas peixes e frutos do mar... (Obs.: Odeio essa moda de chamar produto animal na dieta de "proteína". Proteína é um nutriente - presente em inúmeros alimentos e não somente em produtos animais - e não um grupo alimentar). Como em Minas não é fácil encontrar produtos que venham do mar, especialmente em restaurantes e lanchonetes, no período em que estive lá mantive uma dieta praticamente vegetariana. Haja arroz e feijão!

Acalmando o desespero dos carnívoros: mantive meus exames em dia e minhas taxas de vitaminas e minerais permaneceram dentro dos padrões, sem requerer o uso de qualquer suplemento durante toda a gestação. Somente 15 dias antes do parto, aproximadamente, comecei a tomar um suplemento de ferro como medida profilática já que perde-se muito sangue no parto e pós parto.

O que pegou desde o começo foi a fome. A fome de gravida é de outro mundo! Eu que sempre comi muito: cerca de 500 a 600g no almoço, passei a somente me satisfazer com 800 a 900g de comida. Minha sorte é que durante o período do meu estágio almoçava em um restaurante Self service, com uma variedade enorme e o melhor de tudo: buffet livre, ou seja, podia comer a vontade... Pra melhorar, ainda tinha desconto pelo fato de trabalhar no hospital (vizinho ao restaurante) e a cada 10 refeições, uma era grátis. Foi a minha salvação! Se tivesse tido que comer em restaurante a quilo, hoje estava pobre, risos!

Meu marido queria me controlar para comer menos, mas não rola. O que passa pela cabeça é o seguinte: se eu estou com essa fome toda é porque a demanda alimentar de meu filho está grande, não posso priivá-lo de comida.

Comentei em outro post que não tive nenhum "desejo de grávida". Aliás, isso para mim tem duas explicações: 1) A mulher querendo aproveitar a desculpa de que está gravida para meter o pé na jaca; 2) O corpo estar com alguma deficiência nutricional e instintivamente desejar um alimento rico em determinado nutriente. 

Não cheguei perto de doces e produtos industrializados açucarados e refinados em geral. A bomba calorica de minha dieta se chamou: pão de queijo. Não por desejo e sim por falta de opção do que comer "na rua" e com pressa.

Enfim, fui ficando mais tranquila ao escutar de outras gestantes que ganharam 18kgs (ou mais), que tiveram parto natural e que depois perderam peso rapidamente. O mais importante é que me mantive em forma e com muita disposição até o fim da gestação, fazendo atividade física regularmente, sem deixar que o peso do meu corpo me fizesse ficar cansada ou preguiçosa. 


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Agradecimento a todos que se manifestaram ontem por ocasião do meuaniversário

Imagem retirada do site www.mensagemcomamor.com

Esse ano, pela primeira vez, meu aniversário não teve a menor cara de aniversário, mas certamente foi o mais diferente dos meus 31 anos de existência.

Não teve bolo, não teve parabéns, não teve amigos, não teve rua, não teve unhas feitas, não teve roupa nova... Não teve eu atendendo 1001 telefonemas ou lendo mensagens...

Teve um pouquinho de família (minha irmã veio me ver, trazendo meu sobrinho)... Teve muitas mensagens carinhosas de amigos de todas as partes! 

Desde que cheguei em Salvador estou com dois aparelhos de celular. Um smartfone, com chip de BH, cujo whatsapp é do meu número de Salvador e um outro aparelho mais simples, onde coloquei meu chip de Salvador e que, por isso, não tem nenhum número salvo na agenda e consequentemente não identifica chamadas. Assim, quem me ligou para o número de Salvador e não conseguiu falar, está aí a explicação. Não tenho a menor ideia de quem foram essas pessoas.

Cuidando de um bebê recém nascido, adotei como princípio não atender telefonemas enquanto o bebê está mamando para não distraí-lo. Pelo mesmo motivo e também para garantir a sua segurança, não posso atender se estiver arrotando o bebê ou com ele em meu colo por qualquer outra razão. Nos poucos intervalos livres otimizo meu tempo para comer, tomar banho, fazer alguma tarefa doméstica...

 Passar um dia atendendo telefonemas, apesar de ser delicioso receber felicitações e ser lembrada por pessoas das mais inusitadas, é incompatível com a minha rotina atual. Mensagens de texto são bem mais impessoais e frias, entretanto, são mais práticas no sentido de me permitir ler e responder quando me for mais conveniente. Sem contar que quando amamento me permito ler e escrever (agora por exemplo) por serem atividades silenciosas que, não perturbam o bebê. 

Sou uma privilegiada por ter recebido tantas mensagens tão lindas e carinhosas e como sei que vai levar um bom tempo até que eu consiga responder a cada uma individualmente, resolvi criar este post falando um pouco de meu primeiro aniversário, como mãe, em pleno puerpério e de antemão agradecer pelo carinho e atenção recebidos por todos que me escreveram ou ligaram ontem para fazer meu dia ainda mais feliz e especial.

Em breve retorno com mais posts!