sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O que me motiva a escrever

Foto retirada do Google Imagens

Certamente não é o feedback que recebo no blog, pois apesar das mais de 130 mil visitas, tenho um histórico de cerca de 700 comentários apenas, sendo que praticamente metade são respostas minhas, o que me deixa com aproximadamente 350 comentários, que representa um percentual de 0,27% de comentários por postagem...

Pensando assim, talvez o que me motive a escrever seja justamente isso: o fato de me sentir livre neste espaço. Não escrevo sobre temas da moda, nem buscando aprovação... Escrevo simplesmente o que me dá na telha e o fato de ninguém comentar a maioria das postagens acaba funcionando como uma alforria...

Bem, mas o motivo pelo qual escrevo não é esse. É em primeiro lugar porque sempre gostei de escrever e costumava produzir textos aleatórios que acabavam se perdendo em cadernos velhos e pastas virtuais... Assim, ser blogueira é principalmente uma forma que encontrei de dar vazão às minhas inquietações, criatividade, curiosidade e verborreia reprimida. Isso mesmo! A profusão de temas aqui abordados no mínimo reflete uma cabeça barulhenta... Escrever é então uma forma de aquietar a mente: coloco as ideias para fora e paro de ficar matutando sobre elas... O que acontece? Surge espaço para pensar em outras coisas e assim segue um ciclo interminável...

É por esse motivo que tem fases que escrevo muito e fases que escrevo menos... Quanto mais escrevo, mais tenho vontade de escrever e me faz um bem enorme! Quase terapêutico...

Aproveitando a temática deste texto que acabou de surgir (como consequência de outro devaneio que será tema do meu próximo texto) quero aproveitar para responder à tantas pessoas que me procuram relatando suas vontades de virarem blogueiras, querendo dicas e dizendo que o mais difícil é criar a disciplina.

Vamos lá, a minha opinião é a seguinte: em primeiro lugar, você tem que escrever para si próprio e não para os outros. Isso, na verdade, vale para tudo na vida; as roupas que vestimos, as pessoas que nos relacionamos, os lugares que frequentamos, os hobbies que cultivamos... Somente sendo sinceros com nós mesmos é que nos tornamos pessoas autênticas e principalmente livres!!

Quando vivemos em sociedade já somos obrigados a vestir certas máscaras, a exemplo de quando precisamos ser educados e gentis em momentos onde tudo que queremos é fechar a cara ou dar um coice... Enfim, não podemos sair distribuindo nossos problemas por aí com quem não tem nada a ver com isso... Então: viva às personas!! 

Mas também não dá pra incorporar personas o tempo inteiro, né?!? E é aí que vem a delicia dos hobbies: são atividades que escolhemos fazer por pura afinidade genuína e que nos permite extravasar... Assim, blogs são acima de tudo hobbies e atividades de exercício do livre arbítrio: tanto para quem escreve, quanto para que lê.

Ser blogueira, hoje em dia, para algumas pessoas virou profissão. Entretanto, TODOS os blogueiros, profissionais ou não, começaram da mesma maneira: como um hobby.

Então, esta é a minha dica pra quem pensa em ter um blog. Se esta é sua vontade, o que lhe impede?! Não precisa pagar nada e principalmente não precisa se tornar uma obrigação ou profissão. Se é uma vontade genuína, deixe fluir, não se reprima e ao mesmo tempo não sinta que o fato de ter criado um blog lhe obriga a escrever todos os dias... 

A parte mais legal?!? Sinceramente, tem dias que releio textos antigos meus e me surpreendo comigo mesma. Então, para mim a parte mais legal é ter um registro datado de minhas ideias e pensamentos de forma organizada. É muito prático também, pois poupa o meu tempo, muitas vezes quando me perguntam sobre um tema que já escrevi, compartilho links antigos e depois que a pessoa lê e entende meu ponto de vista, se quiser pode me incentivar a esmiuçar ainda mais o tema, ou então se satisfaz e poupa o meu tempo, que fica livre para pensar e escrever coisas novas!

Outra coisa legal? O blog me aproximou de muita gente que compartilha de ideias semelhantes às minhas e que talvez tivesse poucas oportunidades de descobrir afinidades (pessoas inusitadas!).

Enfim, se você gosta de escrever e quer ter um blog, vá fundo!! Mas não esqueça do principal, foque naquilo que tem vontade de escrever e não naquilo que acredita que os outros querem ler... 

Um ótimo quase início de final de semana para todos: acordei revigorada com o dia ensolarado hoje, após o dilúvio de ontem... Acho que como tantas plantas que faço fotossíntese, risos!! Sou completamente viciada em luz solar: mal consigo imaginar como seria minha vida se o acesso ao Astro Rei fosse limitado...


Imagem retirada do Google Imagens

Beijo no padeiro!!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A influência do cozimento de alimentos no desenvolvimento cerebral humano

Huuuummmmm... Milho cozido - imagem retirada do Google Imagens

Foto de minha autoria - huuuuummmmm... Quem descobriu que o milho poderia virar pipoca merece um prêmio!! E aí, que tal um milho cru na próxima refeição??



Como prometi, hoje vou retornar à temática do efeito das dietas baseadas em alimentos crus nos seres humanos. Fiz uma pesquisa retrospectiva em meu blog e vi que já dediquei três postagens a este tema, logo, se é de seu interesse, recomendo a leitura:
Esta mania de detox baseado em dietas cruas está cada dia mais na moda e me preocupa (principalmente quando deixa de ser algo temporário e passa a ser um hábito contínuo). Outro dia, por exemplo, uma amiga me escreveu toda feliz contando que ia iniciar uma dieta a base de frutas e perguntando a minha opinião. O detalhe é que ela mora em um país nórdico que faz frio 90% do ano... Como diz o ditado, se conselho fosse bom, ninguém daria de graça, mas como este não foi o caso (ela estava querendo saber a minha opinião), expliquei que seria uma ótima ideia caso ela pretendesse morrer de frio. 

Sim, os alimentos possuem efeito térmico no corpo e não é a toa que desejamos comidas quentes no inverno e frias no verão. Não é a toa também que quem mora nos trópicos tem uma tolerância muito maior à frutas tropicais e quem vive em climas extremamente frios tolera muito bem dietas extremamente carnívoras, a exemplo dos esquimós: da mesma maneira que pegam 'emprestados' os pelos animais para fazerem casacos, utilizam também o sangue deles na dieta, para aquecerem seus corpos, expostos a um frio intenso (antigamente sem acesso à calefação artificial). 

Esta sabedoria intuitiva foi o que permitiu que populações se adaptassem às condições de temperatura mais adversas e extremas (enquanto diversas espécies animais são exterminadas justamente pela incapacidade de superar tais situações). O corpo humano busca o equilíbrio intuitivamente e o uso das mãos (que são bem diferente de patas), juntamente com um cérebro mais desenvolvido, permitiu que cada vez mais pudesse evoluir criando ferramentas e tecnologias que fazem compensar estas adversidades... O problema é que o acesso a estas ferramentas se disseminou tanto que hoje a intuição está cada vez mais subutilizada, entretanto, essa é mais uma prova da lei das compensações, do uso e desuso e a tendência à economia energética.

Como sabem, sou fã dos vídeos do TED e acabei de assistir um excelente que fala sobre a relação entre a dimensão dos corpos, comparada ao tamanho dos cérebros e à quantidade de neurônios. Nele, a pesquisadora explica que o tamanho do corpo é inversamente proporcional à quantidade de neurônios cerebrais e isso explica porque os homens são considerados a evolução dos macacos.

Este estudo chega a uma conclusão que outros autores já atingiram através de meandros diferentes: que o ponto diferencial que permitiu o desenvolvimento do cérebro humano foi justamente o momento em que passou a utilizar o fogo para preparar o seu alimento. Cozinhar é lançar mão de uma ferramenta para pre-digerir a comida fora do seu corpo. Assim, o alimento torna-se mais macio e fácil de mastigar, atingindo o trato gastrointestinal na forma mais hidrolisada, possibilitando maior absorção e consequente otimização nutricional.

Claro que tudo isso tem um limite e tem o seu extremo. Hoje, chegamos ao ponto que as comidas estão tão processadas que é preciso acrescentar fibras à dieta, para conseguir desacelerar o trânsito intestinal e aumentar a absorção, já que o alto refinamento dos alimentos aumenta tanto a sua osmolaridade que ele acaba roubando mais eletrólitos e água do que fornecendo nutrientes ao corpo. Aí a indústria de suplementos faz a festa, pois como os alimentos modernos são quase isentos de vitaminas e minerais naturais, estes passam a ser ofertados de forma isolada, como forma de compensação.

Por esse motivo sou tão cautelosa com essa história de suplementos: já diminuímos demais o nosso esforço biológico: não precisamos mais caçar, plantar, colher ou até cozinhar para obter o que comer. Penso que se fornecermos tudo literalmente 'mastigado' ao corpo ele tende a ficar cada vez mais atrofiado e a desaprender a buscar os nutrientes nos alimentos...

Enfim, nem tanto, nem tão pouco. Não precisamos comer nem como primatas e nem como astronautas - afinal, nenhuma destas situações corresponde à situação biológica humana.

Fico por aqui, deixando a imagem deste gráfico, retirado do vídeo supracitado, para que possam ver em termos estatísticos o grau de evolução do cérebro humano desde que passou a cozinhar os seus alimentos. Incrível, não??


Nosso cérebro representa apenas 2% da nossa massa corpórea e no entanto consome 25% das calorias que ingerimos por dia, que máquina!!! (Imagem extraída do vídeo do TED)


Não existe receita de bolo para tratamento do câncer ou de qualquer outra doença

Imagem retirada do Google Imagens

Ontem algumas pessoas compartilharam este vídeo comigo, então hoje resolvi comentá-lo por aqui... Perdão a quem não entende inglês, infelizmente não está disponível com legendas... Trata-se do depoimento de um rapaz que se curou de câncer intestinal e informações que, segundo ele: 'todo paciente com câncer precisa saber'.

A primeira coisa que gostaria de comentar é que não acredito em "receita de bolo" para tratamento de nenhum tipo de doença. Cada pessoa tem suas particularidades e a manifestação de doenças aparentemente 'iguais', somente pelo fato de acontecer em pessoas distintas, já torna esta doença (e o seu tratamento) totalmente diferente.

Neste vídeo (e em seu blog: Chris Beats Cancer) o autor sugere que a cura do câncer está, em termos alimentares, principalmente na utilização de determinados sucos de vegetais e frutas, diversas vezes ao dia... Fala em outras coisas que também interferem no surgimento/tratamento do câncer, como: o nível de estresse, tabagismo, etilismo, qualidade de vida, positividade mental, espiritualidade... Concordo mais com o seu posicionamento em relação a estes aspectos do que com as suas dicas dietoterápicas. Fico muito feliz que tenha funcionado para ele, mas infelizmente não funciona para todo mundo e acho um perigas essas "receitas de bolo" que circulam pela internet. O acesso à informação hoje anda mais disseminado do que nunca, por isso é preciso ter muito cuidado com aquilo que lemos/assistimos online, principalmente no que diz respeito à saúde.

Por que penso desta maneira sobre a conduta dietoterápica proposta pelo blogueiro? Em primeiro lugar, porque individualidades bioquímicas proporcionam reações distintas a tratamentos nas pessoas... No caso do Chris, ele se curou de um câncer de intestino, que, como já foi comprovado pela ciência, frequentemente está ligado ao consumo excessivo de carnes vermelhas e pouca ingestão de fibras. Sendo assim, é muito compreensível que ele tenha se dado super bem com uma dieta baseada em sucos de verduras e frutas, preparados de maneira a manter além de vitaminas e minerais, as fibras. Além disso, ele substituiu a ingestão de alimentos de péssima digestibilidade e ricos em toxinas (carnes e produtos industrializados) por alimentos leves, limpos e frescos (ele dá preferência aos orgânicos). Em outras palavras, ele pegou um carro que parou de funcionar por gasolina adulterada, ofereceu uma gasolina premium e assim o carro voltou a funcionar...

Acontece que sucos concentrados de verduras e frutas nem sempre funcionam como 'gasolina premium' nos corpos de todo mundo. Por isso, há de se avaliar cada caso... Doenças do intestino, por exemplo, que causam diarreia versus constipação, podem ser resultantes de hábitos antagônicos e definitivamente não podem ser tratadas da mesma maneira. O mesmo ocorre com qualquer tipo de manifestação no corpo, que por ser uma máquina complexa e rica em detalhes, não deve ser tratada de maneira simplista...

Outros pontos que devem ser levados em consideração são: a constituição da pessoa, o clima em que ela vive, a sua rotina de trabalho, a sua cultura alimentar e muitos outros... Imaginem uma pessoa que vive na Rússia, em condições extremas de frio, se alimentando de sucos frescos? Será que o corpo reagiria bem ou será que imploraria por uma sopinha quente?

Por fim, existem mais dois pontos que gostaria de salientar, que considero um risco em relação ao uso prolongado de sucos frescos. O primeiro é que ele subtrai um aspecto fundamental da digestão que é a mastigação, onde os alimentos são misturados a enzimas e anticorpos únicos presentes na saliva. O segundo é a ingestão excessiva de alimentos crus (em detrimento dos cozidos), que comprovadamente são o maior diferencial entre o desenvolvimento do cérebro humano e de especies animais... Já falei um pouco sobre este tema antes e aprofundarei mais sobre ele no próximo post...

Então, fica a dica: cuidado com essas "receitas de bolo" que circulam na internet...!

Até breve! =)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Açúcar: a cocaína das crianças indefesas

Acabei de ler esse pequeno post no blog Cantinho Vegetariano e não resisti em comentá-lo...

Já falei aqui sobre minhas aventuras com o açúcar e desde que entrei na faculdade de nutrição tenho tido experiencias bem interessantes (para não dizer assustadoras, decepcionantes...) com o tema. No ambiente universitário frequentemente me sinto uma NEURÓTICA quando o assunto é açúcar, pois nem meus colegas e nem meus professores parecem ver o tal pozinho branco da forma como eu vejo: como uma droga!


Imagem retirada do Google Imagens

Claro que se comentam sobre os riscos do consumo excessivo de açúcar em relação ao diabetes, obesidade e síndromes metabólicas. Mas não há muita ênfase nisso e a sensação que tenho é que o consumo de açúcar anda tão alto, que até mesmo as pessoas que lidam com nutrição perderam o parâmetro do que é muito e do que é pouco...


Imagem retirada do Google Imagens

Exagerando? Acho que não... Minhas colegas lancham biscoitos recheados, tomam refrigerantes, sucos industrializados, adoçam sucos da fruta feitos na hora (até o suco de laranja que é naturalmente super doce) - diariamente!!! 


Estatística do documentário Muito Além do Peso

Outro dia, programei uma atividade em meu estágio em Saúde Pública para mostrar o documentário Muito Além do Peso para pais e idosos da comunidade onde realizei trabalhos este semestre... Aí resolvemos organizar um lanche para oferecer ao pessoal: pipoca e suco de fruta. A ideia era mostrar que é possível fazer um lanche saudável, saboroso e barato (pipoca com pouco sal e suco sem açúcar). Vocês acreditam que até o último minuto minhas colegas de estágio e preceptora insistiam para colocar açúcar no suco? Falei para provarem e elas foram obrigadas a concordar que não havia a menor necessidade: o suco estava super doce naturalmente... Mas juro que quase tive que brigar para impor a minha vontade de que o suco fosse sem açúcar. Inacreditável, hein?? Nem preciso dizer que o lanche foi um sucesso, que todos comeram, repetiram e pediram BIS!! Assim, marcamos outra sessão de cinema outro dia e foi um excelente (principalmente o lanche LIGHT). Pena que estava tão 'azuada' com a organização que acabei me esquecendo de tirar fotos: a primeira versão teve umas 30 pessoas e a segunda, umas 70 - tinha gente assistindo filme de pé, pois não havia mais espaço para cadeiras na sala!!


Estatística do documentário Muito Além do Peso

Ah, lembrei de mais uma do estágio. Certa feita estava em reunião com os coordenadores da escola/creche da comunidade e como estava próximo ao dia das crianças pediram que realizássemos uma campanha na faculdade para arrecadar balas e bombons para as crianças. Nem acreditei em meus ouvidos! Expliquei que o nosso papel ali era de promover a saúde, com atividades de educação nutricional e que uma de nossas missões com aquelas crianças era justamente de desatrelar a ideia de que doce é sinônimo de felicidade. Com muita satisfação, realizamos uma atividade onde levamos uma feira de verduras e frutas das mais variadas, para apresentar o reino vegetal às crianças. Foi super divertido, elas conheceram produtos absolutamente novos e provaram todos os tipos de frutas. Estavam tão entretidas com o aprendizado e atividade dinâmica que nem lembraram que balas existiam...


Imagem retirada do Google imagens

Hoje tenho visto que um dos maiores desafios na Educação Nutricional é a educação dos pais e avós, ou seja, dos adultos em geral... São eles que compram e oferecem doces e refrigerantes para as crianças o tempo todo, pois têm uma ideia arraigada de que são formas de fazer as crianças mais felizes. Além disso, como falei anteriormente, elas acham que 'é só um pouquinho', mas não fazem a menor ideia de que aquilo que consideram pouco, é MUITO!! Criança feliz é criança saudável, com amigos, espaço para correr, brinquedos e barriga cheia!! Açúcar é caloria vazia, não enche barriga de ninguém, corrói os ossos, acaba com os dentes, atrapalha o crescimento, diminui a imunidade e ainda está fortemente vinculado à grandes epidemias como a obesidade e o diabetes...


Estatística do documentário Muito Além do Peso

Só mais um comentário para finalizar, voltando ao ambiente acadêmico. Outra decepção são as aulas práticas de técnicas dietéticas e afins. Quase TODAS incluem preparos contendo açúcar e quando não contém a substituição é por aspartame (receitas para diabéticos). Preciso comentar do uso de margarina nas receitas?? Sei que o assunto não é esse, mas não resisti!!! Até hoje espero uma aula de como extrair o doce natural de ingredientes saudáveis e fazer sobremesas deliciosas, doces e sem açúcar (sim, isso é totalmente possível)... Ainda bem que tenho outros lugares para aprender esse tipo de coisa, pois na faculdade ninguém se preocupa com isso: até na aula de fitoterapia com o uso de chás incentivam o uso do açúcar (terapêutico, será?).  


Estatística do documentário Muito Além do Peso

Para quem ficou curioso com o suco, vou dar uma dica SUPER simples!! Suco de polpa geralmente fica sem graça pois as pessoas estão acostumadas a diluir com muita água e adoçar com açúcar. O que fiz no dia do filme foi misturar suco de polpa com banana e deixar mais grossinho... Várias misturas ficam uma delícia, porém as minhas prediletas são: banana com açaí, banana com abacaxi e banana com goiaba. Essa é uma sugestão prática e mais em conta (aqui na Bahia encontram-se polpas de frutas por preços bastante acessíveis, bem como banana e essa era uma das preocupações ao realizar a atividade que comentei...), mas o mundo frugívoro é extremamente rico em opções naturalmente doces e deliciosas! Use, abuse, prove e desfrute!! 


Estatística do documentário Muito Além do Peso

E aí gente?? Será mesmo que estou ficando louca, neurótica com esse tema?? Será que estou exagerando em insistir tanto em alertar sobre os perigos do consumo abusivo do açúcar??

sábado, 23 de novembro de 2013

Salada completa, com: grãos, leguminosas, hortaliças, oleaginosas e frutas secas


Já fiz uma variação desta receita antes e publiquei por aqui... Hoje resolvi publicar uma releitura dela, primeiro, porque é uma excelente pedida para o verão e segundo porque alterei bastante os ingredientes da receita... Espero que gostem! 

Ingredientes:

  • 1 xícara de painço (cru)
  • 1 xícara de grão de bico (cozido)
  • 1 xícara de cenoura picada em cubos
  • 1 xícara de chuchu picado em cubos
  • 1 xícara de beterraba picada em cubos
  • 1 xícara de milho cozido
  • 1 xícara de ervilha cozida
  • 1/2 xícara de uvas passas
  • 10 castanhas do pará
  • 1/2 xícara de salsinha picada
  • 1/2 xícara de coentro picado
  • 1/2 xícara de cebolinha picada
  • 1/2 cebola pequena picada
  • 2 dentes de alho picados
  • Sal Marinho (de preferência sem ser adicionado de iodo - mais sobre isso neste post)
  • Molho Shoyu de fermentação natural (sem conservantes e/ou aditivos químicos - mais sobre isso neste post) Hoje usei meu novo xodó: o molho shoyu da mitoku, importado aqui no Brasil pela Ecobrás, considerado o melhor e mais tradicional do Japão)
  • Vinagre de arroz integral orgânico (infelizmente nunca encontrei para comprar aqui no Brasil) 
Preparo:
Para cozinhar o grão-de-bico, o primeiro passo é fazer um remolho para reduzir o teor de fitatos (ácido presente nas leguminosas que provoca indesejados gases em muitas pessoas que as comem). Este processo é muito simples e pode ser usado no preparo de outras leguminosas. Depois de lavar os grãos, deixá-los de molho por 30 minutos, descartar a água e colocar novamente de molho, com o dobro de água por pelo menos 8 horas. Esta água não deve ser descartada. Para cozinhar o grão, é só esperar ferver, abaixar o fogo e cozinhar por aproximadamente 1 hora (verificar se a água não secou e se o grão já amoleceu depois de 30 minutos). Esse método de preparo agiliza a cocção, além de aumentar a digestibilidade do grão. O sal (uma pitada) só deve ser adicionado ao fim do preparo (uns cinco minutos antes de desligar o fogo).

Quem não encontrar painço, pode usar quinoa. Aí é só seguir as instruções da embalagem para cozinhar. No caso do painço descascado, primeiro lavo o grão em uma peneira bem fina e reservo. Coloco três xícaras de água  para ferver em uma chaleira. Em outra panela refogo a cebola e o alho, com um fio de azeite só para dar uma leve untada na panela. Depois que a cebola estiver dourada, acrescento o painço lavado (molhado) e mexo até ele começar a querer grudar no fundo da panela. Neste momento acrescento as duas xícaras de água que está fervendo na chaleira. Misturo bem a água com o grão, com o fogo alto para manter a ebulição da água por um minuto e em seguida reduzo e fogo para o mínimo (entre o fogo alto e desligado), tampo a panela e deixo cozinhar, com uma pitada de sal marinho.  Em cerca de 20 ou 30 minutos a água seca e o grão está pronto. 

Em uma cuscuzeira, coloco água suficiente para cobrir a beterraba na parte de baixo. Na parte de cima, coloco a cenoura com o chuchu em cima (a cenoura demora mais para cozinhar, por isso deve ficar mais próxima do vapor). A beterraba é cozida separadamente para não 'tingir' tudo de rosa. Quando a cenoura estiver al dente, desliga o fogo. Reserva a água do cozimento da beterraba e coloca a beterraba cozida na geladeira (para ela secar e não manchar toda a salada de rosa quando for misturada aos demais ingredientes). A cenoura e o chuchu podem ser misturados ao painço. 

Coloca as uvas-passas de molho na água quente que cozinhou a beterraba, por aproximadamente trinta minutos, para elas darem uma inchada e ficarem mais saborosas. (A água do cozimento da beterraba pode ser usada no preparo de uma sopa para a noite).

Hoje, excepcionalmente usei o milho e a ervilha em salmoura. Como diz o ditado: o bom é inimigo do ótimo... A gente tenta fazer o melhor possível, mas atingir a perfeição é impossível e às vezes a praticidade fala mais alto... Uso MUITO POUCO conservas envasadas em casa (diria que não mais do que 4x ao ano), mas costumo ter milho e ervilha na despensa, para emergências. Hoje foi uma delas, queria dar uma incrementada na salada e fiz o que pude com o que tinha em casa. Vale lembrar que sempre leio os rótulos e compro apenas aquelas marcas que não adicionam produtos químicos nem açúcar na conserva, ou seja, que são conservas unicamente à base de água e sal. Mesmo assim, antes de usar, lavo bastante em água filtrada fervida. 

As castanhas do Pará, ficam de molho em água filtrada com uma pitada de sal por 30 minutos. Depois escorro a água, corto as castanhas em pedaços menores (não muito miúdos para não queimar) e coloco para tostar numa frigideira. O "farelo" das castanhas cortadas, invariavelmente queima e sabemos que elas estão no ponto quando ficam levemente douradas, crocantes e espalham um cheiro maravilhoso pela cozinha.

Agora é só misturar tudo e temperar. Para esta porção, utilizei uma colher de sopa de molho shoyu, três colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem e uma colher de sopa de vinagre de arroz integral orgânico. O ultimo passo é colocar na geladeira e servir em temperatura fria.

Esta receita pode ser usada como uma refeição completa, pois contém tudo que precisamos em termos de nutrientes em uma refeição equilibrada. Contém dois cereais (milho e painço); duas leguminosas (ervilha e grão-de-bico); uma fruta seca (uva-passa); duas fontes lipídicas (castanha do Pará e azeite de oliva extra vírgem); legumes de cores e formatos variados (chuchu, cenoura, beterraba e cebola); tempero verde; antioxidantes (alho); probióticos (molho shoyu e vinagre de arroz). Para ficar ainda mais perfeita, deve ser servida com um mix de folhas cruas, como: alface, rúcula, acelga e agrião. Outro ingrediente que fica ótimo nesta salada, mas que infelizmente hoje não tinha em casa é o abacate!

Nas proporções que coloquei aqui rende de 3 a 4 porções. Bom apetite!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Qual a diferença entre comprar uma Ferrari e um alimento Orgânico?


Nos últimos tempos houve algumas polêmicas na mídia e eu andei um pouco sumida, acabei não comentando... Agora, como diria Raulzito:  “Eu também vou reclamar”. Começou com a história dos animais do Instituto Royal... Quero saber se as pessoas que defenderam a invasão e o roubo dos animais não tiveram suas vidas salvas (ou de algum parente/amigo) graças a algum medicamento que tenha sido desenvolvido à custa de experimentações realizadas em animais. Outra coisa: nunca tive um bicho de estimação e sempre achei uma VIOLAÇÃO ao direito do animal, confiná-lo a um apartamento (ou casa) e tirar o seu direito de viver com outros da mesma espécie, enquanto, pela lei natural das coisas, deveriam viver livres... Então, todos aqueles que defendem os animais, mas têm os seus ‘pets’ em casa, para mim estão no mesmo saco daqueles que usam os animais para fazer experimentos. A diferença é que o segundo grupo os utiliza para desenvolvimento da ciência (quantas vidas não já foram salvas?) e o outro, diz que os ama, mas acaba transformando seres vivos em bichos de pelúcia que se movem, pois castram e até fazem com que parem de latir os pobres animaizinhos... Isso é amor? Impedir de cruzar, procriar, latir, caçar, correr, habitar entre outros da mesma espécie... Obrigá-los a ficar cheirosos, com lacinhos, fitinhas e sapatinhos, confinados, comendo a mesma comida (sem opção de escolha) em todas as refeições? Neste tema, para mim, a polêmica não passa o ‘sujo’ criticando o ‘mal lavado’. Acho que o que estamos precisando é de mais bom-senso e menos hipocrisia, pois como diz o ditado: de boas intenções o inferno está cheio, e se interromper uma pesquisa que poderia salvar muitas vidas é uma boa ação, então proibir a domesticação de animais também é uma causa justa... Que tal olhar pro próprio umbigo antes de criticar o do vizinho?

Já que hoje estou com a macaca, vou saltar pro Rei do Camarote. Acabei de ler o texto do Reinaldo Azevedo sobre o tema e não resisti em abordar o assunto. Quando assisti ao vídeo, confesso que pensei: “Que babaca! O pior é que muitos dos que estão falando mal, no fundo morrem de inveja. Outros agem de maneira idêntica (de acordo com as suas possibilidades) e sequer se dão conta disso... e ainda falam mal...” Sim, achei o cara um babaca, pois os valores dele não tem nada a ver com os meus, entretanto, isso não quer dizer que eu esteja certa ou ele errado...

Uma coisa positiva que me ocorreu ao ver o vídeo foi que criou certa situação de ‘constrangimento’ em relação a agir futilmente e penso que é um bom estímulo para que muita gente não fique tão endividada por enaltecer valores supérfluos... Aqui em Salvador mesmo é triste ver gente que mal tem onde cair viva (morto se cai em qualquer lugar), deixando de alimentar suas famílias, para gastar dinheiro em botecos e festas de largo. A velha cultura do pão e circo, sinônimo de Brasil. Fico triste com esse tipo de inversão de valores e aplaudo qualquer movimento que traga à tona a noção de que ‘o essencial é invisível aos olhos’.


Sobre o Rei do Camarote, acho que não cabe questionar (e julgar) as cifras que ele gasta: cada um gasta o que tem naquilo que quer e pode. Não é a toa que tem muito marmanjo torrando dinheiro em barzinho, enquanto a sua família vive em um barraco com risco de desmoronamento... A vida é feita de escolhas, sempre digo! Só acho a segunda situação mais crítica, pois, no caso do Rei do Camarote, não lhe falta nada de essencial, ao passo de que quem prioriza a cerveja em detrimento de oferecer um prato de feijão com arroz aos seus filhos, está prejudicando quem não tem nada a ver com a esta opção de vida...  

Não poderia concordar mais com o raciocínio e crítica que o Reinaldo faz acerca do tão falado vídeo. Se existe uma coisa que sempre me incomodou é quem dá nota nos gastos de outras pessoas. Acho que cada um tem o direito de gastar o que tem - naquilo que tiver vontade. O que não dá é pra ficar julgando as escolhas e prioridades alheias. Principalmente, pois, quem julga parte do pressuposto de que a sua conduta é 'mais certa' e essa questão de ‘consumo’ é algo absolutamente pessoal...

Sobretudo, estamos falando de proporções e escolhas. Para a minha realidade, por exemplo, é um LUXO fazer uma feira de orgânicos ao invés de optar por alimentos populares. Seguindo a mesma linha de raciocínio das críticas ao Alexander, é como andar de Ferrari ao invés de carro popular: ambos são capazes de transportar a mesma quantidade de pessoas. Com comida é a mesma coisa, comprar orgânicos (caros e exclusivos), pode parecer um insulto a quem não quem o que comer: afinal, é tudo comida capaz de matar a fome...

Cada um compra o que quer e o que pode: neste ponto comprar uma Ferrari é igual a comprar um alimento orgânico (grifes do que há de melhor qualidade em produtos distintos). Escolhi usar este exemplo, pois está na última moda e o que mais vejo por aí são pessoas que julgam atitudes ‘consumistas’ alheias e que, ao mesmo tempo, enchem as suas despensas de orgânicos... Ou compram livros e DVDs do Chico Buarque, vão a concertos de música erudita, frequentam museus, viajam nas férias... Como é que funciona? Se a gastança é considerada ‘cult’ ela está liberada e se for considerada ‘fútil’ será julgada? Neste caso, quem está habilitado a julgar o que é o quê?




Não vou repetir os argumentos do Reinado Azevedo, mas recomendo que leiam o seu texto. Vou ficando por aqui, finalizando com a reflexão de que: espero poder viver minha vida, tendo a possibilidade de me remunerar de acordo com o meu talento e dedicação ao trabalho e que, no fim do mês, tenha o direito de gastar o meu dinheiro, adquirido de maneira honesta, da forma que considerar correta, sem ser julgada... E se existe um mercado que vive de futilidades é porque existe um público que paga por elas. As pessoas são diferentes e têm o direito de serem felizes da forma que acharem melhor: uns precisam de bichos de estimação, outros de livros, de baladas, de viagens, de orgânicos, de medicamentos, de esportes, de natureza, de trabalho, de sol, de futebol, de neve, de mar, de amigos, de um grande amor, de piriguetes, de rotina, de exibição, de privacidade........ O que lhe faz feliz? Certamente não é o mesmo que me faz feliz, afinal, por mais parecido que se possa ser, ninguém é igual a ninguém. Então, meu desejo é que sejamos mais livres, que exista menos julgamento e consequentemente mais felicidade... Menos hipocrisia e mais sensatez... VIVA!!!