Nada contra os gordinhos, mas hoje resolvi escrever sobre magreza e felicidade. Quando falo de magreza, não me refiro àquelas modelos de passarela, até porque neste caso acredito que é um padrão de beleza estabelecido por estilistas, que são em sua maioria homossexuais e, portanto, pouco se importam se a mulher é ou não sensual, querem apenas um cabide ambulante. Não é a toa que quando o assunto são modelos masculinos o que vemos nas passarelas são homens fortes e malhados. Nesse aspecto da ditadura de uma magreza artificial, criada pelo mundo “fashion” e fortalecida em todas as capas de revistas e televisão sou totalmente contra.
Pessoas que seguem a ditadura da magreza visando somente a estética tendem a colocar a saúde em segundo plano. O tipo de magreza que venho aqui defender é aquela proveniente de hábitos saudáveis que culminam numa satisfação pessoal de corpo e alma.
O conceito de magreza também é relativo e na verdade quem tem que se sentir bem consigo mesmo é cada indivíduo e não o próximo. Uma pessoa, por exemplo, que perde muitos quilos e deixa de ser obesa, mas que ainda, às vistas dos outros é gordinha, se sentirá super magra e leve de acordo com seu próprio parâmetro de peso e passará a ter felicidade de magro.
Enfim, o que é felicidade de magro? Posso dizer que é não ter problemas para escolher roupas e estar com a auto-estima 100% em relação ao próprio corpo. Não acredito que para isso ninguém precise da esbelteza de Giselle Buindchen e nem muito menos que deva ficar obsessivo por uma gordurinha localizada aqui ou ali.
Minha idéia sobre o assunto advém de minha experiência pessoal. Na infância fui magrela com todos os apelidos possíveis desde Magali a caveirinha. Nenhum desses apelidos jamais me traumatizou e conversando com muitas pessoas que também eram magricelas na infância, ninguém nunca demonstrou ter traumas por isso.
o contrário é bastante recorrente, conheço pessoas, hoje magras, porém que eram gordinhas na infância e todas são unanimes em dizer o quanto isso marcou esse período. Uma me falou que se lembra de mim no clube quando era pequena desfilando de biquini para um lado e para o outro enquanto ela ficava sentada na mesa de maiô e enrolada em uma toalha. Já outras me dizem que não conseguiam brincar com outras crianças de correr e coisas do gênero, pois se cansavam mais... Isso sem falar do início da fase adolescente, que é quando geralmente as crianças gordinhas dão o famoso “estirão” e se esforçam para emagrecer, pois se tornam mais vaidosas, começam a paquerar...
Quem passa dessa fase e mesmo assim não emagrece normalmente são as pessoas que terão brigas eternas com a balança. Em meu caso tive o contrário, por ter sido muito magra na infância, sempre comi em demasia sem saber para onde a comida ia, quando de repente na puberdade ela resolveu se instalar pelo meu corpo. Não fiquei gorda nesse período, ganhei corpo de mulher, mas desde então passei a me cuidar, pois a mudança no metabolismo ficou clara.
Outra grande sorte era que apesar de comer muito, sempre tive uma alimentação macrobiótica e a qualidade da comida não deixava que engordasse tanto assim. Durante um ano em minha vida, entretanto, resolvi brincar de ser igual a todo mundo e peguei pesado em carboidratos simples, farinhas refinadas, biscoitos, açucares e juntando com o apetite de leão que continuou fazendo juz ao apelido de Magali da infância, gerou resultados óbvios. Em um ano engordei 10kgs! Não cheguei a ter nenhum tipo de problema de saúde, acredito que por que possuía uma forte constituição estabelecida graças a uma alimentação extremamente saudável durante uma vida.
Não vou dizer que fiquei infeliz quando estava com esses 10kgs a mais, pois eles ocorreram em um dos melhores anos de minha vida em termos de vivências pessoas (acho que estava tão envolvida com elas que relaxei com o corpo e alimentação). Entretanto, lembro claramente do quanto me incomodou ver as roupas apertarem, ter que usar sempre coisas mais folgadas e minha auto-estima foi lá para baixo.
Felizmente recuperei a boa forma assim que decidi retornar às minhas origens em basicamente dois meses, o que para mim deixou ainda mais claro o poder da comida em nosso corpo. O que mudei? Apenas deixei de comer comida de supermercados tradicionais – industrializadas, e passei a comer só aquelas integrais (que nunca deixei de comer, apenas adicionei umas porcarias à dieta).
Minha experiência não é nada comparada com pessoas que ficam completamente disformes, mas depois disso fiquei muito mais atenta em como a relação com o próprio corpo interfere diretamente na felicidade das pessoas. Ontem mesmo, encontrei uma pessoa que sempre foi gordinha, passou uma fase bem gorda, a ponto de não ser possível ver a beleza de seu rosto e de repente emagreceu. Antes era uma pessoa caseira, tímida, com poucos amigos, agora está rindo a toa, cheia de amigos e com uma energia irradiante. Esse exemplo sempre se repete nesses casos, é incrível!
Para quem gosta de comer, como eu, manter-se em forma pode se um problema. Sou uma gulosa assumida e não consigo passar fome para ficar magra. Pelo ao contrário, como e muito! Entretanto, a qualidade do que como, permite que possa comer quantidades enormes e ter o mesmo resultado que pessoas que optam em fazer dietas comendo alimentos industrializadas em porções reduzidíssimas!
Fica aí a minha sugestão... A diversidade de comidas que compõem uma dieta natural é riquíssima, sem falar nas cores e texturas. A sensibilidade do paladar entra em um patamar elevado, assim como a intuição e sensibilidade de modo geral. A meu ver é um delicioso caminho sem volta, experimentei sair dele e retornei, para afirmar aquele ditado de que só damos valor às coisas depois que as perdemos!
Quer sensação mais desagradável do que mal conseguir se mexer dentro de uma roupa apertada? Essa é a mesma calça em um "antes e depois" meu!