quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Rotina: um caso de amor, muito amor!

Ahhhh a rotina!! Essa amada que tanto me trai...

Muito antes de pensar em ser mãe eu já escrevia aqui sobre meu caso de amor com a rotina. Depois que me tornei mãe passei a amá-la ainda mais!

Andei viajando recentemente, matando as saudades da terrinha natal e consequentemente fiz uma bagunça em minha rotina e na de Gui. Desta vez, senti na pele, mais do que nunca, o quão importante é a rotina para um bebê!

Os horários dele ficaram caóticos, já não conseguia dormir cedo como de costume, acordava diversas vezes na madrugada, estranhava tudo e todos. E a mãe, de quebra, ficou exausta!

O que mais me impressionou foi o retorno para casa e rotina. Quase que instantaneamente voltou ao comportamento de costume: alegre, dormindo cedo, acordando cedo, acordando pouco nas madrugadas, tirando sonecas regulares (mesmo que curtas)...

Nas minhas pesquisas sobre comportamento de bebês li sobre isso. O quanto o bebê registra o ambiente em que vive e como se sente inseguro com mudanças. No meu caso, como Gui sempre teve muita dificuldade para dormir, ele expressou um pavor ao sono, como se algo de muito grave pudesse acontecer com ele caso se entregasse ao sono. Assim, durante todo o período que passamos em Salvador, resistiu bravamente ao sono, como se esse fosse um inimigo, dormindo sempre por exaustão e consequentemente de forma bastante interrompida.

Ahhhh rotina! Como você me faz bem! Como é bom ver o filho da gente calmo e de volta aos padrões de costume... Mesmo que cansativos, nada como uma situação conhecida e que já dominamos....

terça-feira, 6 de outubro de 2015

DE CARBONO E DE FERRO SÃO FEITAS AS MÃES.

Essa foto foi tirada logo após receber um banho de vômito na chegada de um casamento no dia que passei o maior número de horas longe do meu filho desde o seu nascimento. Olha a cara de alegria dessa mãe (euzinha) nem um pouco preocupada por ter sido completamente vomitada momentos antes da foto. Precisa dizer mais alguma coisa?!


Acabei de ler esta crônica e resolvi compartilhar por aqui. Como perceberam, o blog anda tomando ares maternais, inevitáveis devido à minha fase atual. 


Fico feliz em saber que mesmo com a inconstância de postagens, continuo preservando leitores fiéis por aqui e aos poucos estou tendo cada vez mais tempo e inspiração para manter este espaço atualizado com temas diversos e interessantes.

E quem diria que a mesma Alice, que já andou pelo mundo das maravilhas do universo blogueiro, estaria, mais de cinco anos depois, escrevendo sobre maternidade? Opa! Mas quem disse que Alice não pode ser mãe se a maternidade é um mundo de maravilhas desconhecidas?

Forte abraço e até breve!


DE CARBONO E DE FERRO SÃO FEITAS AS MÃES. 

Crônica de autoria do Jornalista Paulo Briguet 





Mãe não entende se você não come tudo que está no prato. Mãe não aceita desculpas do tipo “Se os outros podem, por que eu não posso?” Mãe responde: “Os outros não são meus filhos”. Mãe adora ouvir o barulho da fechadura quando o filho chega. Mãe tem cheiro de banho, tem cheiro de bolo, tem cheiro de casa limpa.

Mãe fica assustada quando vê o caso daquela modelo que morreu de anorexia: ”Eu já falei pra você comer tudo!”. Mãe fica assustada quando lê notícia de assalto. Mãe fica assustada quando lê notícia de acidente. Mãe fica assustada quando lê notícia de briga. Mãe fica assustada quando lê notícia. Mãe fica assustada.

Mãe não está nem aí para o que os outros pensam. Mãe foge com o filho para o Egito, montada em burrico. Mãe tem sonho. Mãe tem pressentimento. Mãe tem sexto sentido – e sétimo, oitavo, nono. Mãe não faz sentido.

Mãe chora ao pé da cruz. Mãe chora em rebelião. Mãe chora se o filho é messias ou bandido. Mãe acredita. Mãe não pode ser testemunha no tribunal. Mãe é café com leite. Café com leite, pão com manteiga, biscoito, bolacha de água e sal, banana cozida. E ainda faz você levar um pedaço de bolo pra casa.

Mãe só tem uma, mas é tudo igual. Mãe espera o telefone tocar. Mãe espera a campainha tocar. Mãe espera o resultado do vestibular. Mãe espera o carteiro. Mãe moderna espera e-mail. Mãe espera. Mãe sempre espera. 


Mãe ama. Assim, verbo intransitivo, como queria Mário de Andrade. Porque, se é mãe, já se sabe o que ela ama. A culpa é da mãe, dizem os freudianos superficiais. Os verdadeiros freudianos sabem que, sem mãe, nada feito. 

Uma amiga costuma dizer: “Pai é palhaço, mãe é de aço!”. A frase é interessante, porque o aço é uma liga de ferro e carbono. Ferro é o símbolo da força; carbono é o elemento presente em todos os organismos vivos. A mãe constitui a liga entre a fragilidade e a força do indivíduo. Não há algo mais vulnerável e mais sólido que a maternidade. Mãe é de aço. 

A esta altura você deve estar perguntando: “Mas por que esse cara está falando tanto de mãe? A verdade é que eu não sei. Talvez seja porque a palavra mãe não tenha equivalente. Já notaram? Mãe só rima com mãe.