quarta-feira, 25 de abril de 2018

Terceiro filho?!


Para divulgar minha retomada ao blog postei essa foto no Instagram e Facebook e claro que algumas pessoas (que já sabiam que tinha tido outro filho durante esse período ausente no blog) acharam que era uma terceira gravidez... Antes que isso vire alguma confusão vim esclarecer que não estou grávida.

Quem ler os últimos posts, verá que se tratam de relatos sobre uma gravidez que ocorreu no ano de 2016 e um parto em 2017. 

Não, não vem terceiro filho aí. Estou bem satisfeita em ser mãe de dois e para ser franca, não acho que meu corpo dá conta de mais uma gestação. Sou grata ao fato de ter superado todas as minhas limitações (ainda evito pegar peso e não carrego meus filhos no colo) e penso que seria uma sobrecarga desnecessária ao meu corpo passar por outra gestação. 

terça-feira, 24 de abril de 2018

O Segundo Parto

Primeira foto de celular, depois de um parto intenso, dormindo como um anjinho. Dá pra perceber o cabelo bagunçadinho e o vérnix ainda na testa dela... Meus filhos só tomaram banho dois dias depois de nascidos, deixei a pele absorver todo o vérnix antes de agredir a pele deles com água e sabonete...

Sete da manhã de segunda-feira. No dia que completo 41 semanas de gestação acordo com leves contrações espaçadas e já sei: vai ser hoje. Nada de ansiedade como no primeiro parto, especialmente porque desta vez veio 3 dias antes... Esperar 41 semanas e 3 dias na primeira gestação foi punk, principalmente morando em pleno circuito de Carnaval em Salvador: entrei em trabalho de parto na quarta de cinzas à noite, ou seja, passei o Carnaval todo na expectativa do parto, em 2015.

Quando passa das tão faladas 40 semanas, a gente quer não ficar ansioso, mas é bem difícil. O que me ajudou nas duas vezes foi que não divulguei o meu tempo gestacional, assim, não precisei lidar com a ansiedade alheia. Penso que seria insuportável passar duas ou três semanas recebendo telefonemas e mensagens: "E aí, já nasceu? Você vai esperar mesmo? Não é melhor fazer uma cesárea?" e toda essa intriga da oposição que convivemos quando anunciamos que queremos um parto natural.

Acho que comentei nos posts de minha primeira gestação e parto que minha mãe ministrou um curso de preparação para o parto natural durante 17 anos e isso me ajudou muito a manter a tranquilidade e segurança a respeito de minha escolha, da espera, do processo e principalmente de como identificar as etapas com serenidade. 

Retornando ao dia 30 de janeiro de 2017... Acordo com leves contrações espaçadas, estou na casa dos meus pais em Salvador. Eles amanhecem com a notícia do falecimento inesperado de um grande amigo vão para o funeral, eu fico em casa. Comento com a minha mãe e não comento com meu pai sobre as contrações. Eles saem para um dia normal de funeral, almoço, trabalho... Meu marido também sai pra resolver coisas na rua, eu fico: relaxando, curtindo meu filho e observando meu corpo. Tudo muito light e praticamente indolor (semelhante a uma cólica menstrual).

10:00 - Crio um grupo no whatsapp para prevenir a médica e a enfermeira (mesma dupla do primeiro parto) da possibilidade de parir naquele dia. 

19:00 - Anoitece e as contrações ficam mais intensas. Nesta hora, meu marido já está em casa e meus pais chegam na sequência. Encontro uma posição confortável e resolvo ficar ali, sentada no sofá da sala, imóvel: respirando fundo à cada contração. Time que está ganhando não se mexe. Baixo um aplicativo de contar contrações no celular e fico ali,  silenciosa e discretamente, papeando entre uma contração e outra com meus pais. Enquanto isso, meu marido arruma nosso primogênito (na época com 1 ano e 11 meses) e o leva para o quarto para colocar para dormir. Rapidamente ele volta, o processo foi rápido hoje: Deus sabe o que faz. Meus pais e meu marido sentam pra jantar e eu tomo a minha sopa numa caneca, sentada no sofá...

20:00 - Percebo que está na hora de avisar a médica e a enfermeira que as contrações estão bastante intensas (três, com duração de pelo menos 50 segundos cada, num intervalo de 10 minutos, ou seja: trabalho de parto ativo). Baseada na experiência do primeiro parto (que demorou 24 horas) falo que não precisam ter pressa, que podem ir em casa, se arrumar e vir com calma mais tarde. Às 20:20 a enfermeira liga avisando que está a caminho e antes das 21:00 ela chega. Me examina e liga pra médica vir logo: o trabalho de parto está avançado.

Levantar do bendito sofá (nem para ser examinada pela enfermeira eu me levantei) se torna inevitável. Preciso fazer xixi e o esperado acontece! Tenho a sensação que minha filha despenca na hora que levanto e uma dor desumana toma conta de mim. A dilatação evoluiu enquanto estava sentada e ao levantar, a gravidade empurrou o bebê para baixo, entrando no canal do parto "de com força". 

Nessa hora os meus instintos animais tomam conta de mim, e eu, que tenho um tom de voz tão baixinho, perco a compostura e começo a gritar, berrar, esmurrar a parede... Loucamente! Entro no banheiro para fazer xixi e não saio mais. Fico revezando entre o chuveiro e o vaso sanitário (é confortável sentar no vaso pois ele não pressiona o quadril). 

22:00 - A obstetra chega. Minhas contrações já duram mais do que um minuto, com intervalos inferiores a 60 segundos. Ou seja, muita dor, quase sem trégua! A esta altura já tinha pedido para encher a banheira. Lembrei o quão confortável foi ficar relaxando na banheira com água morna durante o TP de meu primeiro filho. Mas o processo é demorado (encher de ar, higienizar, aquecer e encher de água) e, enquanto espero a banheira ficar pronta, me contento com a água quente do chuveiro e quando as pernas ficam muito cansadas sento-me no vaso... 

Neste meio tempo, meu pai reclama dos meus gritos, me sugere colocar uma mordaça e diz que os vizinhos vão achar que alguém está sendo assassinado no apartamento. Eu mando ele e os vizinhos pro inferno: em plena partolândia, cago e ando pra opinião alheia. Minha mãe, meu marido, a enfermeira e a médica organizam coisas silenciosamente no quarto e de vez em quando aparecem no banheiro para saber se está tudo bem. Meu filho, com sono de pedra, dorme profundamente desde às 19:30 e não participa de nada: a natureza é sábia!

Alguma hora entre 22:00 e 23:00 peço para a minha médica fazer um exame de toque. A dor é alucinante (muito pior do que no primeiro parto) e preciso de alguma previsão. Ela com toda a calma do mundo me responde: "Mila, o que você vai fazer com esta informação? Se o parto estiver muito evoluído você vai se animar achando que vai ser rápido (e pode não ser). Se estiver com pouca dilatação vai se desesperar achando que vai demorar (e pode ser rápido)." Respondo que assim mesmo eu quero e ela fala que vai no quarto buscar uma luva e já volta...

Fico no banheiro, esperando ela voltar para fazer o bendito exame de toque, quando, de repente, sinto a primeira contração expulsiva. Grito: "A banqueta já está aí?", respondem que sim e no minuto seguinte já estou sentada na banqueta, no pé da cama, na exata posição do meu primeiro parto. Meu marido sentado atrás de mim (na beira, do pé da cama) a médica de um lado, a enfermeira do outro (ambas sentadas no chão), minha mãe na poltrona (ao lado da cama) e meu pai na porta (defronte à cama) com a câmera fotográfica. Mais uma contração e "splash", a bolsa se rompe e é água pra todo lado. Minha mãe corre pra buscar um pano de chão e antes mesmo de conseguir chegar na área de serviço escuta um grito: "NASCEU!". Duas contrações seguidas: na primeira sai a cabeça e na segunda o resto do corpo. Tão rápido que não deu tempo de minha mãe ver a neta nascer... 

Desta vez, após o parto estou super disposta e consigo curtir muito mais. O processo foi muito intenso, muito doloroso, mas no fim foram apenas 4 horas de trabalho de parto ativo e dor em apenas duas destas horas. Comparando com meu primeiro parto, foi muito mais doloroso, mas mesmo assim, a experiência foi bem melhor, menos cansativo e super rápido. Lembro de ter ficado tão esgotada após o primeiro parto que mal conseguia segurar meu filho de fraqueza e cansaço, minha vontade era uma só: dormir. Desta vez curto bastante, seguro no colo, amamento, participo da pesagem, medidas. Uma delícia: emoção inenarrável. 

Mamando logo após o nascimento: o instinto humano de sobrevivência é surpreendente!

Fotos do segundo parto? Só na máquina de meu pai, que é pior que Lombardi!! Vou ficar devendo...

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Grávida: de novo!!!

Há tempos que penso em escrever sobre meu segundo parto, mas se escrever sobre o primeiro foi difícil, o segundo vem com uma carga maior de emoções. Acho que vou ter que começar escrevendo sobre a segunda gestação antes de falar sobre o segundo parto.

Diferente da primeira gestação, que foi super tranquila, sem enjoos, sem dores, sem nada... A segunda gestação foi PUNK!!

A gravidez foi uma surpresa. Fiquei sem menstruar por um ano (amamentando), me desliguei completamente de cuidados contraceptivos e assim, descobri que estava grávida quando meu primogênito tinha apenas um ano e dois meses. Nesta época morava numa cidade remota, no interior do Mato Grosso, chamada Nova Mutum. Longe da família, dos amigos e sem ninguém para me ajudar em casa. Minha rotina de mãe, esposa e dona de casa era INTENSA.

Nas primeiras 14 semanas, senti enjôo, muito enjôo. Foi a primeira mudança no meu estilo de maternar na época. Precisei deixar de ser aquela super mãe, que faz TUDO e precisei terceirizar a alimentação de meu filho. Não conseguia cozinhar... Dar a comida dele então, era certeza de vômito. Precisei arrumar alguém para me ajudar em casa, para garantir que eu comesse e meu filho não morresse de fome. Encontrei alguém para me ajudar a manter a casa em ordem, cozinhar para mim e alimentar meu filho, com muito amor e carinho: que sorte a minha! À noite, quando estava sozinha com meu filho, às vezes esperava meu marido, às vezes pedia ajuda à uma vizinha e às vezes dava a comida dele, intercalando vômitos.

Passada a fase dos enjôos, uma nova etapa: dores na coluna. Mais uma função terceirizada, não aguentava mais carregar meu filho no colo e a empregada teve que assumir mais esta função: colocar e tirar do berço, dar banho (na banheira alta) e carregar sempre que necessário.

Com 20 semanas de gestação, já livre dos enjoos, fiz uma viagem de férias com meu marido, filho (1 ano e 7 meses na época), sogro e sogra. Cheguei em Lisboa com uma noite mal dormida no avião e na sequência um colchão muito macio no hotel. No segundo dia de viagem minha coluna travou (fiz uns alongamentos achando que ia melhorar e no fim só piorei) e não conseguia dar um passo. Tinha duas opções: voltar pro Brasil ou prosseguir com a viagem em uma cadeira de rodas. Não pensei duas vezes, adquiri uma cadeira de rodas e tive férias inesquecíveis por 20 dias na Europa, um turismo completamente diferente, vivenciando na pele todas as dificuldades de ser uma cadeirante. 




Se antes não podia carregar meu filho e dar comida, agora precisava de ajuda até para ir ao banheiro, sentar ou levantar de uma cadeira. Nem preciso dizer a quantidade de reflexões que isso me trouxe e o enorme aprendizado que vivenciei. Descobri na raça a delegar e deixar de querer ser tão controladora de tudo. Durante um mês eu fui conduzida, meu tempo passou a ser o tempo dos outros, exercitei minha paciência e especialmente a minha gratidão. Gratidão por ser uma condição temporária, por ter tantas pessoas queridas tomando conta de mim, de ter quem cuidasse de meu filho para poder me cuidar, de ter uma gestação saudável e conseguir driblar minhas limitações. 

Passados vinte dias, retornei ao Brasil. Já estava um pouco melhor e ensaiava passos. Pedi penico e não voltei mais pro Mato Grosso. Decidi ficar em Salvador, na casa dos meus pais, minha cidade natal, onde tinha mais suporte. Foi difícil ter que ficar longe de meu marido e não pude nem voltar pra casa para buscar minhas coisas...

Mas, o mais importante é que neste retorno para Salvador uma sequência de anjos começaram a surgir em minha vida. O primeiro foi a mãe de uma amiga de infância, médica especialista em dor e acupunturista. Após algumas sessões fui aos poucos melhorando e me livrando da cadeira de rodas... Os próximos anjos foram os terapeutas que me ajudaram a voltar a andar: terapeuta de Rolfing, fisioterapeuta e professora de pilates. E talvez o mais importante foi o anjo que me apareceu para me ajudar a cuidar de meu filho, permitindo que eu tivesse tempo para cuidar de mim.

A segunda metade de minha gestação foi assim: fazendo algo que não tinha feito desde que tinha me tornado mãe: cuidando de mim. Criei espaço para mim mesma em minha agenda, tinha atividades diárias: Rolfing, Pilates, Fisioterapia, Acupuntura e incontáveis compressas de gelo e quentes... Descobri que meu filho podia ser muito bem cuidado em minha ausência e que era mãe, mas ainda era Camila e precisava me cuidar e estar bem para a chegada de minha filha.


Voltei a andar (mancando até o fim da gestação) e cresci muito como mãe, mulher e ser humano neste período. Foi uma lição para a vida e nem tinha começado, depois da gestação viriam novas batalhas e aprendizados!


sexta-feira, 13 de abril de 2018

Apareceu a Margarida, olê olê ô lá!



Queridos Leitores,

Que surpresa entrar aqui no blog, depois de tanto tempo ausente, e descobrir que meu blog continua sendo bastante visualizado!! Mês passado foram mais de 8 mil acessos!!! O melhor foi que resolvi entrar, justamente para escrever... 

Uma amiga está começando um trabalho sobre humanização do parto e pediu o meu relato. Lembrei que estou devendo o relato do meu segundo parto até hoje. Isso mesmo, tive mais um filho, um dos motivos (não o principal) que acabei deixando o blog para segundo plano... 

Enfim, esse post é só um "Olá" a vocês, leitores queridos, que continuam visitando minha página, lendo e compartilhando meus textos. Dediquei anos de minha vida à produção de conteúdos aqui e é muito gratificante ver que meus textos continuam sendo lidos.

Desejo um final de semana maravilhoso para vocês! Na sequência, meu segundo relato de parto...

Beijos!!