domingo, 29 de abril de 2012

Energias à Mesa



Ontem estive com uma amiga recém-casada. Como muitas mulheres, possui uma rotina bastante atribulada. De férias, não sabe ao certo o que fazer com o seu tempo livre, enquanto aguarda seu marido chegar do trabalho. Sugeri algo que pareceria bem óbvio em tempos antigos, mas que soou como uma ideia nova nos dias modernos: “Por que você não prepara um belo jantar e aguarda ele com uma refeição gostosa e feita com muito amor?” Como se estivesse sugerindo a reinvenção da pólvora, ela adorou a ideia!

Como a maioria das jovens mulheres do meu ciclo social na Bahia, criadas com empregadas em casa, ela não possui uma relação muito íntima com a cozinha. Não julgo, pois como ela, também fui criada para estudar bastante e correr atrás de minha independência. Na verdade, só me deparei com a cozinha à cinco anos,  quando fiz intercâmbio para a Espanha. Na ocasião, queria garantir a manutenção da dieta saudável que sempre brotou na mesa de meus pais. Não tinha quem cozinhasse para mim, havia tempo livre e assim resolvi encarar o desafio. Assim, descobri um talento e um novo hobby.

Cozinhar, para muita gente, ainda soa como uma ideia exótica. Com a disseminação dos restaurantes gourmets e cursos de gastronomia, entretanto, deixou de ser uma tarefa pouco valorizada e passou a ter certo glamour. Ainda bem! Uma bela culinária é uma arte e principalmente uma terapia. Tenho um texto aqui que incentiva bastante esta expressão da alma, chama-se Culinária Zen http://www.beijonopadeiro.com/2012/01/culinaria-zen.html

E de onde vem a energia que virou título do texto? Então, estava explicando à minha amiga ontem que quando cozinhamos, além do valor nutricional da refeição, carregamo-la com nossas emoções e energias. Um casal que compartilha refeições, preferencialmente preparadas por alguém conhecido, que sabem que cozinham com amor, tende a sintonizar com uma excelente carga energética. Já o contrário também pode acontecer: quando o casal faz todas as suas refeições separadas (realidade mais do que comum hoje em dia) tende a se carregar de energias cada vez mais distintas.

Não vim aqui dizer para ninguém largar o seu trabalho para virar “Amélia”. O que venho sugerir é que se capriche mais nas oportunidades de cozinhar. Pode ser no café da manhã, optando em preparar um suco ao invés de ser guiado pela praticidade e utilizar sucos de caixinha. Aí, pode-se fazer um cuscuz, um inhame, uma batata da terra e outros. O ato de selecioná-los na feira, lavá-los e cozinhá-los prestando atenção no tempo que levam para ficarem prontos já possibilita esse compartilhamento energético. O mesmo à noite, algum dos dois pode arriscar fazer uma sopa, uma massa ou qualquer prato que lhes apeteçam. Quem sabe até tornar uma tarefa divertida a dois? No final de semana, mais ainda. Que tal evitar tantos restaurantes e arriscar umas aventuras gastronômicas em casa? No início vai parecer uma tarefa complicadíssima, mas logo se cria intimidade com a cozinha e ela passa a ser um laboratório para expressar a criatividade. O melhor são os resultados: possibilidade de mais qualidade nutricional e união energética para o casal.

Precisa de mais incentivo? Recomendo os filmes: Como água para chocolate; Simplesmente irresistível e Julie & Julia. Alimentamos a alma com aquilo que vemos e conversamos, então, sugiro o cinema a dois sempre que possível também!

E aí? Já bolou o cardápio de hoje? Mãos à obra e bom apetite! =)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Colesterol Bom X Colesterol Ruim


Todo mundo quando faz exame de sangue fica interessado em saber se o “colesterol bom” está alto e o “colesterol ruim” está baixo. Afinal, o que são esses dois tipos de colesterol e por que um é considerado bonzinho e o outro vilão?

No texto: Lipídios na Dieta (http://www.beijonopadeiro.com/2012/04/lipidios-na-dieta.html) falei um pouco sobre a importância deles em nossa dieta. O colesterol, como sabemos, é uma molécula rica em “gordura”, mas também possui uma parcela proteica e por isso é classificada como uma Lipoproteína.

Sabemos que óleo não se dissolve em água. Logo, para que essa lipoproteína possa circular na corrente sanguínea e interagir com demais tecidos, ela é revestida por uma camada fosfolipídica (cuja parte externa é solúvel em água, ou seja, polar). O seu interior é repleto de triglicerídeos que são transportados através de apoproteínas (proteínas transportadoras). Quando medimos o triglicerídeo, em um exame de sangue, estamos medindo o triglicerídeo presente em nossas lipoproteínas, pois são elas que circulam no sangue e não o triglicerídeo livremente.

Essas lipoproteínas são comumente chamadas de colesterol, sendo que na verdade o colesterol é apenas um constituinte delas. Elas estão divididas em cinco categorias, classificadas de acordo com a suas densidades (quanto menos densas, maior o teor de triglicerídeo). Em termos práticos podemos pensar em uma solução de água e óleo, o óleo vai sempre boiar, por ser menos denso do que a água. Portanto, quanto mais triglicerídeo na lipoproteína, menor será a sua densidade.

Ao metabolizar a gordura o fígado libera-as na forma de lipoproteínas e essas são classificadas pela quantidade decrescente de triglicerídeos e tamanhos. O quilomícron é a maior lipoproteína (quanto mais gordura, mais “gorda” e grande fica a molécula) constituída de 90% de triglicerídeos. Em seguida vem o VLDL (do inglês: Very Low Density Lipoprotein/lipoproteína de muito baixa densidade) com 60% de triglicerídeos e 10% de proteínas. O próximo da fila é o IDL (Intermediate Density Lipoprotein/lipoproteína de densidade intermediária), que é basicamente uma molécula intermediária e por isso não é muito falada. Agora é a vez do LDL (Low Density Lipoprotein/lipoproteína de baixa densidade) com 10% de triglicerídeos e 25% de proteína. Por fim, temos o HDL (High Density Lipoprotein/lipoproteína de alta densidade), que possui apenas 5% de triglicerídeos contra 50% de proteínas. Para fechar a conta, os demais constituintes dessas moléculas são os fosfolipídios e o colesterol.

A principal lipoproteína que leva “gordura” do nosso fígado para os nossos tecidos do corpo é o LDL. Ele vai funcionar sempre que há uma quantidade de calorias abundante, no estado alimentado, quando nosso corpo está em fase anabólica. Trata-se de uma molécula grande, rica em gordura e presente em maior volume na corrente sanguínea (em relação ao HDL). Por esse motivo, circula por mais tempo no sangue e em excesso irá ser depositado no tecido adiposo. No meio do caminho, por se tratar de uma molécula grande, ao encontrar “pontos inflamados”, pode se prender, ficando depositado nas veias e artérias, formando a famosa aterosclerose. Esse assunto, entretanto, ficará para outro post...

O HDL, por sua vez, irá fazer o transporte reverso. Transportando triglicerídeos para o nosso tecido quando estamos em jejum, em dietas de emagrecimento ou praticando atividades físicas. Sua ação se dá quando nosso corpo está em processo de catabolismo. Tudo isso para garantir que não faltem as “gorduras” tão essenciais na corrente sanguínea e em nossos órgãos e tecidos.

Quando estamos com um LDL elevado, significa que nossa dieta está excessiva, ou seja, está sobrando gordura. Todas as macromoléculas (carboidratos, proteínas, lipídios e até o etanol) ao serem metabolizadas pelo fígado poderão se transformar em colesterol (Viva o Ciclo de Krebs!). Isso explica porque muita gente, que sequer come carnes e ovos, pode ter colesterol alto. Na verdade, o colesterol ingerido corresponde a apenas 5% do nosso colesterol circulante. Os outros 95% são endógenos, ou seja, produzidos pelo nosso corpo.

Na dieta, os principais constituintes que irão se transformar em colesterol são: excesso de comida (dietas hipercalóricas), gorduras saturadas e gorduras trans, carboidratos refinados com alto índice glicêmico (já falei deles aqui nos textos: O Mito do Carboidrato http://www.beijonopadeiro.com/2011/09/o-mito-do-carboidrato.html e Esvaziamento Gástrico http://www.beijonopadeiro.com/2012/04/esvaziamento-gastrico.html ). O contrário também é válido. Uma dieta rica em gorduras insaturadas, carboidratos complexos de baixo índice glicêmico, um percentual de calorias apropriado e atividade física serão benéficos para a manutenção de níveis saudáveis de colesterol.

Com isso, vemos que não adianta economizar no ovo e cair matando na fritura e nos doces. As chances de você ficar com um colesterol alto serão até maiores. Não estou dizendo aqui que é para se encher de alimentos ricos em colesterol, porque normalmente esses vêm associados a uma grande quantidade de gorduras saturadas, como é o caso das carnes. Mas, vamos refletir e parar de demonizar o pobre do ovo. Temos muitos outros vilões para acusar o aumento do colesterol...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A trilha dos sonhos



Quando comecei a minha primeira faculdade, sabia que ali não era o meu lugar logo no primeiro semestre. Naquele tempo, ainda adolescente, não tinha a menor ideia do que queria. A única coisa que sabia era que meus olhos não brilhavam nas aulas, nas falas dos professores e muito menos nas coisas que tinha que estudar e nos trabalhos que tinha que fazer. Hoje sei exatamente o que é viver o extremo oposto disso!

Retornando ao passado, fui convencida de que o primeiro semestre de faculdade é assim mesmo e resolvi levar para ver se haveria alguma surpresa me aguardando mais adiante. Via alguns colegas completamente motivados com as suas maquetes e croquis e aquilo ia me dando cada vez mais desespero. Estava claro para mim o abismo que havia entre mim e eles.

Por muito tempo, achei que era privilégio meu essa crise existencial. Achava que todo mundo que me cercava estava perfeitamente realizado no que fazia. Julguei minha inapetência profissional como falta de maturidade. Uma frase me foi repetida inúmeras vezes nesse processo: “Você não tem que fazer o que gosta, tem que gostar do que faz”. Então martelei com essa frase e me esforcei de todas as formas para gostar do que eu fazia.

Não adianta. Sem paixão não há esforço que resolva. Gostava de meus colegas de faculdade. Gostava das viagens e encontros de arquitetura. Gostava de meus colegas de trabalho e principalmente minha chefe. Gostava do fato de poder trabalhar escutando música em um ambiente bastante agradável. Mas do que fazia, de fato, não gostava.

Esse espírito meio Poliana de ver o lado bom das coisas e buscar beijar o padeiro, foi o que permitiu que vivesse uma rotina feliz apesar de sentir que estava cada vez mais longe de me encontrar. O trabalho era a obrigação chata, aí enchia minhas horas vagas. Saía todos os dias, malhava, não parava em casa nos finais de semana e aproveitava tudo que o dinheiro, proveniente do trabalho, poderia me proporcionar. No fim, vendia minha alma, ia levando e depois tratava de fazer bom uso do dinheiro para compensar.

Perto de me formar, fui conhecendo cada vez mais pessoas que se sentiam como eu e percebendo que a insatisfação profissional era mais comum do que imaginava. Aí entrei numa fase de comodismo, de achar que isso era normal mesmo e que mais do que nunca teria que aperfeiçoar a técnica, baseada na teoria do “gostar do que faz”.

No post: Coincidências Existem? http://www.beijonopadeiro.com/2010/12/coincidencias-existem.html relato uma experiência que foi um divisor de águas em minha vida. Chegando ao lugar que descrevo no texto citado, me deparei com um grupo de 50 pessoas com a mesma angústia que eu: queriam mudar o rumo de suas vidas e não sabiam por onde começar. Minha primeira surpresa foi a idade das pessoas: eu era a única na casa do 20, todo o resto era de 30 para cima e a maioria acima dos 40.

Até então, me achava velha demais para um recomeço. Via amigos formados, numa escala progressiva de sucesso profissional e me parecia uma loucura recomeçar. Eu também vinha pelo mesmo caminho, bem reconhecida, fazendo bons projetos e com tudo para bombar como arquiteta. Ao me deparar com esse grupo, entretanto, a noção de que estava tarde demais para recomeçar desmoronou. Senti-me sim, uma privilegiada por ter decidido isso tão cedo!!

Para completar, a mulher que ministrava o workshop era um exemplo contagiante. Ela era formada em Harvard, trabalhava em um bom escritório de advocacia e resolveu largar tudo, pois sabia que não estava feliz naquilo ali. Depois de largar o trabalho, aos 26 anos, passou um ano perambulando, dormindo perigosamente e trabalhando de garçonete para tentar descobrir o que queria da vida. Hoje ela é escritora (tem dois livros publicados) e trabalha como coach, fazendo workshops pelos EUA. Transformou sua angústia em um meio de vida e é brilhante no que faz, porque faz com paixão. Nessa hora me senti mais privilegiada ainda, pois já sabia, há cerca de cinco anos mais ou menos, o que queria, só estava faltando coragem para mudar!

Já emprestei o livro dela para várias pessoas, pois acredito ser um grande motivador para quem busca mudar a vida. Chama-se: This Time I Dance e a autora é Tama J. Kieves. Além disso, ela tem um blog, onde posta textos maravilhosos: http://awakeningartistry.com/blog/. Quem tiver interesse e disponibilidade, super recomendo. Apesar da empolgação com a minha experiência pessoal, sei que não existe receita de bolo e que cada pessoa tem seu “click” na hora certa.

O que quero incentivar com este post é que as pessoas não desistam de seus sonhos. Que elas não se acomodem na zona de conforto em detrimento da zona da inspiração (como a imagem acima). Durante toda essa busca, não canso de ver que todos os grandes exemplos de sucesso que vemos por aí, vêm de pessoas movidas pela paixão e não pelo dinheiro ou imposições da sociedade. Entrar na trilha dos sonhos é percorrer uma vida leve, onde as mínimas coisas geram uma satisfação e realização pessoal que vem lá do fundo do coração. Para todas as outras coisas existe “mastercard”, mas essa sensação: não tem preço! 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

10 dicas para Unhas e Cutículas Saudáveis


Você já parou para pensar o quanto abusa de suas mãos e pés?? Os pés, apesar de protegidos por sapatos, aguentam todo o peso de nosso corpo, pisos duros e no caso das mulheres ainda, o salto alto. As mãos sofrem mais ainda, pois, enquanto protegemos todo o corpo com roupas, elas ficam expostas o tempo inteiro: ao frio, calor, umidade ou secura do ar, sabonetes, detergentes e outros. Isso sem falar que são as extremidades do nosso corpo, regiões de mais difícil circulação. Não a toa as primeiras vítimas de quadros patológicos como gangrenas secas, por exemplo.

Nossa alimentação está diretamente ligada à saúde dos pés e das mãos. Uma dieta rica e variada irá favorecer muito para termos a pele, as unhas e as cutículas saudáveis. Podemos fazer uns tratamentos extras para melhorar ainda mais a condição delas. Como os pés normalmente passam o dia ocupados e as mãos expostas, a melhor hora parece ser à noite. Seguem algumas dicas:


1) Procure não usar suas unhas como “ferramentas”;
2)  Não morda/futuque suas unhas, cantos e cutículas (essa é para mim!);
3) Não retire ou corte as suas cutículas. Molhe-as em água morna e empurre-as delicadamente com uma toalha umedecida e macia. Só quando necessário, retire o excesso de pele morta com um alicate bem afiado ou tesoura;
4) Use uma escova de unhas (não um objeto pontiagudo) com bicarbonato de sódio para limpar as impurezas e resíduos embaixo das unhas;
5)  Se dê ou arrume alguém que possa lhe dar um belo trato nas mãos e pés uma vez por semana;
6)  Evite o uso frequente de acetonas e removedores de esmaltes. Eles ressecam a base das unhas, deixando-as quebradiças;
7) Evite esmaltes de secagem muito rápida, geralmente são ricos em acetona e irão ressecar e enfraquecer as unhas;
8) Se for polir as unhas com aquela cubinho que mostrei no vídeo um dia desses, não use mais do que o recomendado e não aplique muita força, para não afinar demais as unhas;
9)  Evite ao máximo o contato das mãos com sabonetes ressecantes, detergentes e água quente;
10) Massageie e hidrate as unhas e as cutículas sempre que possível;
Bônus: Para clarear e dar brilho a unhas opacas e amareladas, esfregue-as com vinagre branco (de arroz por exemplo).

Gostou?? Essas foram as dicas iniciais. Amanhã eu volto com receitas de cremes e tratamentos caseiros. Aguardem!!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Quiabada Vegetariana


Hoje preparei uma receita super prática  para aqueles dias que estamos com a geladeira um pouco vazia. Pode ser feita em maior quantidade e congelada, ok?!


Ingredientes:
1 xícara de carne de soja marrom tamanho médio
2 xícaras de quiabo em pedaços de 2,5cm
½ xícara de camarão seco (opcional)
1 tomate maduro picado em pedaços graúdos
4 dentes de alho esmagados
1 cebola média picada
½ ramo de salsa picado
½ ramo de coentro picado
1 colher de sopa de pimenta biquinho

Modo de Preparo:
Preparo da soja: Põe água para ferver, quando estiver fervendo, coloca a soja, abaixa o fogo e deixa cozinhando de molho por 10min. Depois escorre a água e reserva.
Refoga a cebola em um pouco de azeite de oliva, depois acrescenta o tempero verde, o tomate, o camarão e o alho. Deixa refogando uns cinco minutos e acrescenta a soja misturando bem. Abaixa o fogo e tampa a panela para a soja pegar o gosto do tempero por 5 minutos. Depois acrescenta o quiabo, 100ml de água e deixa cozinhar por 10min no fogo mínimo (entre o desligado e o alto). Por fim acrescenta a pimenta biquinho e sal agosto, aumenta o fogo, mexendo, cozinha por um minuto e desliga.

Obs.: Quem preferir uma versão totalmente vegetariana pode substituir o camarão seco por uma colher de sopa de gengibre ralado. Bom apetite!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Gestação Saudável


Foi-se o tempo em que as mulheres preocupavam-se em ser boas donas de casa para casar. Hoje em dia é muito raro encontrar casais recém-casados que, sequer, façam refeições juntos em casa. Normalmente cada um vai pro seu trabalho, comem pela rua e encontram-se à noite. Aí, normalmente fazem um lanche qualquer e quando cozinham, muitas vezes é uma massa branca com molhos prontos/industrializados. A alegação é sempre a mesma: muito cansaço para perder tempo na cozinha e a praticidade vem em primeiro lugar! Depois do casamento homens tendem a cultivar uma barriga de cerveja e as mulheres, normalmente preocupam-se um pouco mais com a estética, mas não necessariamente com a saúde.

Sempre falo aqui sobre as doenças crônicas não transmissíveis, pois são a praga do século. Este final de semana estive com uma pessoa de minha idade, com uma coleção de doenças crônicas, como: sinusite, rinite, gastrite, refluxo e pra completar tendinite (esse último ela não consegue achar que tenha a menor ligação com a alimentação e pros outros, acha que a solução é uma bateria de remédios). Esse quadro me assusta porque é fora de minha realidade, mas sei que é muito comum. Estou falando da próxima geração de gestantes, já que a prevenção de doenças crônicas começa na vida intrauterina.

Existem vários aspectos para cuidar nesse período. O primeiro é o ganho de peso. Algumas mulheres demonstram essa preocupação, mas não necessariamente com a qualidade do que comem e sim com a contagem calórica. Esse tipo de pensamento pode resultar em gestantes magras e com deficiência nutricional. Outras aproveitam a gestação para enfiar o pé na jaca e deixam para correr atrás do prejuízo nove meses depois.

Para esse segundo grupo, gostaria de lembrar que existem trabalhos científicos que demonstram que gestantes que ganham muito peso geram bebês mais resistências à insulina, com menores níveis de adiponectina circulante (hormônio regulador da glicemia e do catabolismo de ácidos graxos). Além disso, essas crianças já nascem hiperfágicas, ou seja: gulosas! Todas essas alterações metabólicas aumentam a propensão ao desenvolvimento de doenças como: obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e própria síndrome metabólica que inclui essas e outras, que estão intimamente relacionadas.

Durante o período embrionário o feto passa por mais mudanças e multiplicações celulares do que o que passará no resto de toda a sua vida. São nove meses de multiplicação celular intensa, onde a cada segundo novas transformações estão ocorrendo. Por esse motivo, alterações de humor, stress, medicamentos, “comprimidinhos corriqueiros” e principalmente a dieta são decisivas para a formação de um bebê saudável. A alimentação deve ser variada e repleta de vitaminas, minerais e antioxidantes (esses mais fundamentais ainda para mães que fazem uso de medicamentos, pois irão auxiliar na “limpeza” do organismo).

Muita gente hoje opta em suplementar nutrientes, normalmente por falta de tempo para a elaboração de dietas ricas e diversificadas. Pessoalmente, gosto mais da ideia de botar nosso corpo para trabalhar e buscar esses nutrientes nos alimentos, do que de simplesmente fornecê-los de mão beijada. Sem contar que os alimentos possuem inúmeros outros micronutrientes combinados, que produzem efeitos que estão longe de serem completamente decifrados pela ciência. 

Uma suplementação muito comum atualmente é a de ômega-3. No caso da gestação, essa suplementação é um pouco controversa, uma vez que esse ácido graxo essencial vem associado à Vitamina A e esta, segundo estudos científicos, pode ser carcinogênica e  teratogênica quando suplementada, produzindo efeito inverso quando obtida através da dieta. Além disso, é bom lembrar que o ômega-3 possui efeito anticoagulante. Isso pode se apresentar como um fator de risco uma vez que não há como prever a hora exata de um parto e se haverá ou não necessidade de intervenção cirúrgica. Então, melhor buscar fontes naturais de ômega-3, como os peixes de águas frias e salgadas, oleaginosas e sementes, que, por possuírem em sua composição outros nutrientes, não irão gerar riscos hemorrágicos.

Não podemos esquecer a importância da atividade física. A mulher moderna quase não caminha e costuma trabalhar sentada o dia inteiro, até o final da gestação. É preciso que ela encontre um espaço na agenda para a prática de atividades que irão favorecer uma gravidez saudável e também o desempenho do parto como: pilates, ioga, caminhadas e/ou natação. Tudo isso, de preferência, com exercícios voltados a aperfeiçoar a gestação e excluindo posições que possam apresentar riscos ao feto. Por isso, é importante que haja um bom acompanhamento físico, bem como nutricional. Profissionais da área irão garantir um trabalho direcionado, que respeitam a individualidade de cada mulher.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Raiz de Lótus



Recentemente dei uma receita anti doença que eu mesma não consegui seguir. Na verdade, onde moro atualmente estão ocorrendo três obras. Uma no apartamento logo acima do meu (acho que estão botando abaixo, porque é martelete e quebra-quebra o dia inteiro) e dois prédios sendo construídos: um ao fundo e outro ao lado do meu. O excesso de barulho inviabiliza qualquer possibilidade de dormir mais e uma gripe acabou me pegando essa semana.

Tenho uma fragilidade nas minhas vias respiratórias desde pequena, quando toda doença mais séria culminava em crise de asma ou bronquite alérgica. De lá para cá, posso dizer que estou 95% curada. O ponto fraco continua existindo, entretanto. Basta cair uma chuva forte e inesperada para eu dar uns espirros.  Se a imunidade estiver baixa, pode ocorrer de acumular secreção nos pulmões, apresentando sintomas como nariz entupido e tosse. Bronquite e asma, no entanto, eu não consigo me lembrar a última vez que tive. Ainda bem!

Tenho certeza que esses sintomas são comuns a muitas pessoas e eles estão fortemente relacionados à alimentação. Atribuo minha cura, longe da alopatia, a todos os cuidados que sempre tive com a dieta. Hoje já não tenho alergia a alimento algum, mas tenho consciência de que aqueles que tive alergia um dia são mais prováveis de me causar algum tipo de sensibilidade. Por isso, procuro consumi-los com moderação. É notável o fato de que sempre que abuso de algum deles o corpo logo dá sinais. A sutileza de manter um diálogo constante com o próprio sistema imunológico é fantástica.

Quem acompanha meu blog já deve ter percebido minha tendência “natureba” e é claro que busco tratar minhas doenças sem a utilização de fármacos. Essa semana minha terapia foi toda à base de raiz de lótus e gengibre. Além de serem ingredientes deliciosos, são poderosos alimentos funcionais. A raiz de lótus, em especial, é excelente contra patologias associadas às vias respiratórias, acúmulo de muco, tosse... Ela pode ser ingerida na forma integral, na dieta, e também na forma de compressas e chás (em doses e associações específicas). Por se tratarem de medicamentos que requerem adequação responsável do uso, considero prudente não postar essas receitas aqui.

Sendo assim, a dica que vou deixar é: se você, como eu, tem seu ponto fraco no sistema respiratório, procure incluir a raiz de lótus na sua lista de supermercado. Não precisa consumi-la diariamente, uma vez por semana ou a cada quinze dias, de forma profilática, está de bom tamanho! Poderá encontrá-la  fresca ou desidratada em feiras, lojas de produtos orientais e naturais. É bem fácil de preparar: pode ser refogada, cozida ou acrescida à sopas e massas. Só para variar um pouco, fica deliciosa quando temperada com óleo de gergelim, shoyu e gengibre (Post: Trio de Temperos Orientais - http://www.beijonopadeiro.com/2012/03/trio-de-temperos-orientais.html). O resto fica por conta de sua criatividade. Bom apetite!

Quando "UAI" vira "Oxente"

Belo Horizonte é famosa por seus barzinhos e botecos, mas é também uma cidade bem servida de restaurantes, onde o atendimento costuma ser de boa qualidade. Em minhas andanças gastronômicas pela cidade conheci um restaurante que é a solução dos problemas dos baianos que moram em Minas e também uma ótima opção para os mineiros em busca de temperos diferentes.



Logo na entrada, você já é bem recepcionado por uma árvore em forma de “Baiana do Acarajé”. Lá dentro a decoração é caprichada nos mínimos detalhes, com iluminação excelente. O atendimento é feito por simpáticas “baianas”, sendo muitas delas legítimas, para matar as saudades também do sotaque. 


Para quem gosta de badalar, o restaurante fica lotado nas sextas e nos finais de semana, sendo que durante a semana é um pouco mais tranquilo. O melhor mesmo são as comidas, posso dizer com propriedade: melhor que muito restaurante típico que já estive em Salvador. Não é de espantar que a proprietária seja baiana e que esteja à frente de cada um dos detalhes descritos.  



No dia que estive lá comi de entrada: acarajé, que vem acompanhado de vatapá, camarão e salada; uma deliciosa casquinha de siri e para fechar, bolinhos de bacalhau que desmanchavam na boca! O prato principal foi uma típica moqueca de camarão, acompanhada de farofa e pirão, à moda mineira, com a quantidade reduzida de dendê (bem levinho, do jeito que costumo fazer em casa – ADORO!). Uma dica, aqui eles preparam o prato sem coentro habitualmente. Então, se você gosta deste tempero, é só pedir que eles acrescentam.


Ficou com água na boca? Eu também, só de lembrar!


Ah, só mais um detalhe pros cervejeiros de plantão. Lá tem a deliciosa cerveja artesanal de Minas: Backer!






quarta-feira, 18 de abril de 2012

Vincent



Olá!! Hoje vou falar um pouco de artes, afinal, ninguém vive só de pensar em saúde, não é mesmo?!?

Sempre tive uma inclinação pelas artes, desde os tempos de colégio. Só não tive coragem suficiente para encarar uma faculdade de Belas Artes, mas não me arrependo, a faculdade de Arquitetura me abriu a cabeça em inúmeros outros aspectos. Nos tempos da faculdade participei de oficinas durante meses no MAM-BA (super recomendo, são gratuitas e com excelentes professores) e depois estagiei como professora de artes na Escola Pan Americana da Bahia. Tenho que confessar que no aspecto expressão artística, a faculdade de Arquitetura foi uma grande frustração, tirando uma matéria eletiva que peguei na escola de Belas Artes, quase não se fala ou pratica o tema. No início do curso tem algumas aulas de desenho livre, mas à medida que o curso avança, a liberdade artística cede completamente seu espaço ao rigor arquitetônico.

Na vida profissional é pior ainda, somos obrigados a seguir tantas normas e padrões que é muito difícil conseguir associar o trabalho na área de arquitetura com arte. Mesmo assim, sempre encontrava uma brecha para o lado artístico e deixava os pedreiros loucos com diagramações de revestimentos irreverentes, bem como painéis em madeira com desenhos e relevos que enlouqueciam os marceneiros. Em interiores, agradava-me muito lidar com composição de estampas, formas e cores, mas por outro lado, a parte comercial e porque não dizer, fútil, não me encantava nem um pouco. No fim, acho que tinha mais desagrados do que agrados, mas valeu a experiência.

Gosto de frequentar museus e admirar as artes alheias. Gosto muito de arte moderna e em especial do seu precursor: Vincent Van Gogh. Não teve filhos, mas deixou um legado artístico que registrou a personalidade de um artista intenso. É impressionante imaginar que ele começou a pintar aos 30 anos, sem nenhuma formação em artes e criou tantas obras exuberantes. Gosto do seu jeito raivoso de pintar. O fato de ter produzido em média um quadro a cada dois dias, no auge de sua carreira, demonstra que a arte estava entranhada em sua medula óssea. Nada contra obras perfeccionistas e ricas em detalhes, mas tendo a me identificar mais com pinceladas fortes e obras, cuja arte expresse muito além de técnicas de desenho e sim a natureza do artista. Já na Arte Cotemporânea outro artista que muito me impressiona é Jackson Pollock, fiquei emocionada ao ver suas telas no MoMA.

Vou deixar uma dica para quem gosta de artes e quer conhecer um pouco mais sobre seus artistas preferidos. Existe uma série de documentários, cada um com 40 minutos, muito bem feitos da BBC chamados: The Power of Art. Além disso, encontram-se muitos filmes sobre a vida de artistas famosos nas locadoras, inclusive um excelente sobre o próprio Jackson Pollock.

E como as artes estão todas entrelaçadas, me despeço ao som de Don McLean e sua obra prima: Vincent. Bom entretenimento a todos!


Starry, starry night 

Paint your palette blue and gray 

Look out on a summer's day 

With eyes that know the darkness in my soul 

Shadows on the hills 

Sketch the trees and the daffodils 

Catch the breeze and the winter chills 

In colors on the snowy linen land 

Now I understand what you tried to say to me 
And how you suffered for your sanity 
How you tried to set them free 
They would not listen, they did not know how 
Perhaps they'll listen now 

Starry, starry night 
Flaming flowers that brightly blaze 
Swirling clouds in violet haze 
Reflect in Vincent's eyes of china blue 
Colors changing hue 
Morning fields of amber grain 
Weathered faces lined in pain 
Are soothed beneath the artist's loving hand 

Now I understand what you tried to say to me 
And how you suffered for your sanity 
And how you tried to set them free 
They would not listen, they did not know how 
Perhaps they'll listen now 

For they could not love you 
But still your love was true 
And when no hope was left inside 
On that starry, starry night 
You took your life as lovers often do 
But I could have told you, Vincent 
This world was never meant 
For one as beautiful as you 

Starry, starry night 
Portraits hung in empty halls 
Frameless heads on nameless walls 
With eyes that watch the world and can't forget 
Like the strangers that you've met 
The ragged men in ragged clothes 
A silver thorn, a bloody rose 
Lie crushed and broken on the virgin snow 

Now I think I know what you tried to say to me 
And how you suffered for your sanity 
And how you tried to set them free 
They would not listen, they're not listening still 
Perhaps they never will

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Mito do Cálcio



Já falei aqui sobre a ingestão do cálcio na dieta no post O Mito do Leite: http://www.beijonopadeiro.com/2010/11/o-mito-do-leite.html. Hoje resolvi falar um pouco mais sobre o assunto e indicar um livro excelente que trata do tema, para quem quiser averiguar mais detalhes. Chama-se: Cálcio – Na forma, na medida e no lugar certo de Denise Carreiro.

Quando perguntamos a qualquer pessoa a importância do consumo do leite a resposta vem sempre na ponta da língua: “Por causa do cálcio!”. Esse mineral é realmente muito importante para a formação óssea, mas atua também em inúmeros processos metabólicos, desde a formação hormonal até o funcionamento muscular. Por outro lado, o seu consumo excessivo está intimamente ligado às famosas microcalcificações, que podem ocorrer nas artérias, nas articulações, nos tecidos como nas mamas, nas glândulas tireoidianas, na formação de cálculos renais e biliares e muitos outros.

Um dado bastante interessante é que o americano é o povo que mais consome cálcio, proveniente do leite e, no entanto é também campeão nos índices de osteoporose. E aí, para onde está indo esse cálcio? Já os orientais, tradicionalmente não tem hábito de consumir leite e sofrem muito menos de osteoporose. Por que será?

Dados como esses fazem a gente pensar que não basta apenas consumir cálcio, pois ele não será devidamente absorvido sozinho, necessitando de vitaminas e minerais essenciais para que ocorra uma boa absorção, a exemplo da Vitamina D e do Magnésio, comumente em deficiência nas dietas atuais. Existe uma polêmica muito grande sobre a biodisponibilidade do cálcio no leite em relação ao cálcio vegetal. O leite é realmente muito rico em cálcio, entretanto a natureza é sábia e os vegetais, sementes e oleaginosas, ricas em cálcio, são ricas também em uma série de vitaminas e minerais que auxiliam de forma decisiva em sua absorção.

Além disso, os aspectos ácido/básico também vão interferir na qualidade desta absorção. Já tratei desse tema aqui em outro post chamado Ácidos, Bases, Yin e Yang: http://www.beijonopadeiro.com/2011/02/acidos-bases-yin-e-yang.html. Nosso estômago precisa estar com um pH bastante ácido para um funcionamento regular, não é a toa que é um meio repleto de ácido clorídrico. O intestino, por sua vez, funciona em um meio levemente ácido. O leite, ao ser ingerido, irá alcalinizar esses meios, atrapalhando a capacidade de absorção de nutrientes. Para completar, ele acidificará o pH sanguíneo que deve ser levemente básico. Essa acidez sanguínea irá fazer com que cálcio seja retirado dos ossos, a fim de promover o efeito tampão (descrito no texto citado acima), que irá regularizar essa acidez. Por conseguinte, haverá excesso de cálcio na corrente sanguínea que precisará ser eliminado por via urinária. Os vegetais, por sua vez, irão ser digeridos em maior harmonia com esses meios, sem interferir no pH do sistema gastrointestinal e favorecendo a manutenção do pH sanguíneo naturalmente. Esses aspectos são fundamentais para que haja um melhor aproveitamento e absorção de vitaminas e minerais.

Outra coisa muito importante é o estado de saúde do nosso corpo em geral, pois a absorção e aproveitamento de qualquer nutriente na dieta requer um bom funcionamento do metabolismo. Caso contrário, sua ingestão irá culminar ou no acúmulo interno na forma de calcificações e tumores como foi descrito acima ou então na simples eliminação através das fezes, mucos ou urina. Existem outros fatores que contribuem para uma maior eliminação do cálcio como o consumo excessivo de: açúcar, cafeína, sódio, proteína de origem animal, gordura, de álcool, bebidas gaseificadas.

Mais uma vez vemos que uma dieta balanceada, rica em alimentos ofertados pela natureza e pobre em produtos industrializados é essencial para o bom funcionamento do organismo. Não existe fórmula milagrosa, por melhor que seja um mineral (o cálcio realmente executa inúmeras funções), ele sozinho não faz milagres e deve estar acompanhado de inúmeros outros fatores. Além disso, como foi explicado acima, tudo que é demais é sobra, e essa sobra pode se acumular de formas inconvenientes e indesejadas.

Esvaziamento Gástrico



Você sabia que emagrecimento tem tudo a ver com o tempo que o alimento demora a ser digerido? Isso mesmo! Esse tempo está intimamente ligado à ingestão de fibras, lipídios, proteínas e à qualidade dos carboidratos. Isso significa que uma dieta com mesmo valor calórico pode engordar ou emagrecer mais, a depender da qualidade dessas calorias. Um maior tempo no trato gastrointestinal significa mais trabalho para digestão (aumento do gasto calórico) e também saciedade por um período maior de tempo.

As fibras, apesar de não terem valor nutricional, constituem um papel fundamental na dieta. Elas estão divididas em fibras solúveis e insolúveis. O primeiro tipo tem como principal característica o fato de atrair e absorver água, transformando o bolo alimentar numa espécie de “cimento” biológico. Assim, elas não devem ser ingeridas em excesso, uma vez que esse bolo alimentar tem o poder de “sequestrar” nutrientes. A boa notícia é que esse “sequestro” inclui também parte do colesterol presente na bile, que poderá ser eliminado nas fezes. Estudos comprovam que uma dieta rica em fibras pode reduzir 20% da taxa de LDL plasmático. Popularmente, esse tipo de fibra é conhecido como aquela que “prende”, presente na banana, na goiaba e na cenoura. Na verdade, ela só terá esse efeito se for consumida esporadicamente, pois o bolo alimentar irá ter mais dificuldade em passar pelo intestino. Quando ingeridas com frequência, um bolo irá “empurrar” o próximo e as fezes não ficarão “presas”.

As fibras insolúveis, por sua vez, são aquelas famosas por “soltar” o intestino. Elas funcionam como uma espécie de “areinha” que acelera o trânsito intestinal. O seu efeito é contrário ao das fibras solúveis, pois são constituídas por moléculas grandes que não conseguem ser quebradas. Isso faz com que fiquem retidas no estômago por mais tempo. Por permanecerem mais tempo no estômago, estão diretamente ligadas à sensação de saciedade. Estão presentes principalmente nas cascas de frutas, nos grãos, leguminosas e cereais integrais.

Depois das fibras, os lipídios são os próximos responsáveis pela diminuição do tempo de esvaziamento gástrico, seguidos das proteínas. Não é a toa que quando as pessoas comem feijoada, ficam “empanzinadas” por muito tempo. A gordura demora muito a ser digerida e quebrada, aumentando o tempo de saciedade. As carnes vermelhas são as próximas da fila, em termos de demora digestiva, e os feijões são ricos em fibras insolúveis. Logo, o exemplo da feijoada é uma combinação de alimentos muito calóricos, gordurosos e de difícil digestão, que aumentam tanto o tempo de esvaziamento gástrico que muitas vezes causa até desconforto. Além disso, é um exemplo extremo, pois é um prato rico em colesterol e gorduras saturadas.

Podem-se obter resultados muito satisfatórios, entretanto, com a utilização de lipídios de melhor qualidade, como o azeite de oliva, o abacate e as oleaginosas (castanhas, nozes e sementes). Não podemos esquecer, entretanto, que são alimentos bastante calóricos e que requerem um consumo balanceado, em substituição às gorduras de menor qualidade nutricional. Acrescentar esses itens irresponsavelmente à dieta fatalmente irá produzir o efeito contrário: engordar.

Por fim, como já foi colocado anteriormente aqui no blog, no texto: O Mito do Carboidrato (http://www.beijonopadeiro.com/2011/09/o-mito-do-carboidrato.html), a qualidade desses é fundamental para retardar o esvaziamento gástrico. Além da quantidade de fibras presentes nos alimentos integrais, outro fator determinante é o índice glicêmico. Alimentos com baixo índice glicêmico são digeridos mais lentamente, sendo excelentes para quem busca emagrecimento. Isso sem falar na estabilidade metabólica que proporcionam, evitando o “efeito montanha russa”, onde o nível de glicose sanguínea sobe e desce de forma abrupta, interferindo em todo o organismo, inclusive no humor.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Por dentro das panelas


Encontra-se hoje no mercado modelos de panelas e materiais dos mais variados. Com tantas opçóes é comum que haja dúvidas na hora da escolha. Abaixo está um pequeno resumo sobre diferentes tipos de recipientes para cozinhar. Quem desejar esmiuçar o assunto recomendo a leitura do livro, cujo nome peguei emprestado para intitular esse texto: Por Dentro das Panelas de Kesia Diego Quintaes

Material
Vantagens
Desvantagens

Aluminínio

Leveza; rápido aquecimento; preço; facilidade de manipulação.
Libera alumínio (que, suspeita-se que esteja ligado a doenças como o Alzheimer); aderência; pode alterar sua forma com o tempo.


Aço Inox

Fácil limpeza; durabilidade; mantém o calor do alimento. Aquecimento lento (pode ser uma vantagem a depender o que se pretenda cozinhar).
Preço; libera níquel nas primeiras vezes que são usadas (deve-se ferver 3 águas antes de usar uma panela nova); aquecimento lento; risca; escurece com o tempo.

Vidro


Atóxico; rápido aquecimento.
Preço; peso; fragilidade; aderência; requer habilidade no preparo para não queimar o alimento.

Cerâmica


Fácil limpeza; mantém o alimento aquecido.
Libera chumbo e cádmio de antigas (1980); fragilidade; requer habilidade no preparo para não queimar o alimento; preço pode ser alto.

Barro

Preço; mantém o alimento aquecido, vai ao forno e na chama do fogão.
Peso; requer cura para impermeabilizar; aquecimento lento; facilidade de adesão de sujeira.


Ferro

Libera ferro; durabilidade; preço baixo; mantém o calor do alimento;
facilidade na limpeza.
Peso; interfere na cor e no sabor dos alimentos; aquecimento lento; requer cuidado na hora de secar e guardar.

Antiaderente / Teflon
(politetrafluoretileno)

Rápido aquecimento; mantém o aquecimento; fácil limpeza; possibilita menor uso de gordura; preço.
Com o tempo o antiaderente se desgasta; pode promover a formação de substancias pouco seguras; não deve ser usada para preparar alimentos proteicos.

Esmaltado

Peso; fácil limpeza; mantém o aquecimento; rápido aquecimento.
Preço alto; as antigas (1985) não devem ser usadas, requer habilidade no preparo para não queimar o alimento.



Pedra Sabão

Naturalmente antiaderente; libera cálcio, magnésio, ferro e manganês; cozinha lentamente; preço.
Peso; fragilidade; dificuldade de ser encontrada; in natura libera níquel (deve-se ferver 3 águas antes de usá-la); aquecimento lento; requer tratamento de cura.