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Um perfil frequente que tenho observado é a combinação destes fatores: pessoas com tendência à magreza, que perdem peso com facilidade (metabolismo acelerado) e que consequentemente têm dificuldade em ganhar peso, que desenvolvem problemas gástricos, desconfortos, azia, gastrite, úlceras... Estas pessoas precisam tratar da saúde, mas ao mesmo tempo têm pânico da palavra dieta ou qualquer coisa que seja restritiva e que possa fazer com que emagreçam ainda mais. O post de hoje é dedicado a estas pessoas, se você é uma delas: boa sorte!
Quem nunca conheceu um "magro de ruim"? Eu já fui uma dessas pessoas, mas na puberdade a festa acabou e só o que restou deste perfil em mim foram as lembranças do passado. Mesmo assim, lembro perfeitamente dos tempos em que podia comer um elefante e continuava magrela, a própria Magali.
É isso que acontece com pessoas com tendência à magreza. Acostumam-se ao fato de que podem comer de tudo e mais um pouco e não engordam. Muitas vezes abusam! A maior parte das pessoas que conheço com esse perfil, por exemplo, são ou foram viciadas em refrigerantes por muito tempo e conseguem comer grandes porções, inclusive de alimentos hipercalóricos, sem engordar.
Esta "sorte", como tudo na vida, pode vir acompanhada de um lado negativo, que é justamente a pessoa se habituar a abusar da saúde, por não conseguir ver as consequências de uma alimentação inadequada. Quando se dão conta de que precisam readequar a dieta é porque começam a sofrer com algum sintoma, que em grande parte das vezes, está relacionado a distúrbios gástricos.
Aí a vantagem de ter tendência a engordar. As pessoas passam a vigiar suas dietas desde cedo, pois se vacilarem perdem todo o guarda-roupas em pouco tempo e não chegam ao ponto de afetar um órgão tão importante como o estômago...
Como já tratei aqui, no texto
Dietoterapia no Tratamento de Gastrite e H. pylori, não existe melhor forma de curar problemas relacionados ao sistema gástrico do que através de uma reeducação alimentar, visto que o aparelho digestivo está intimamente ligado à dieta.
Alguns alimentos são especialmente venenosos para quem tem gastrite: leite e derivados, açúcar e alimentos refinados, carnes vermelhas, frituras, alimentos gordurosos, o café e as bebidas alcoólicas (especialmente as destiladas). Como podem ver, uma lista contendo bombas calóricas e retirá-las da dieta pode significar emagrecimento, tudo que alguém com o metabolismo acelerado menos quer. O que fazer?
Vamos lá! Nosso corpo é uma máquina de fazer adaptações, mas para isso precisa passar por uma fase de ajustes. Se você se encaixa no perfil que descrevi acima, saiba que ao fazer ajustes na dieta para tratar de algum dos problemas gástricos mencionados, irá sim perder peso. Faz parte da adaptação e o corpo sente o impacto de mudanças, mas logo se ajusta e volta ao equilíbrio. Então, ao perceber que está emagrecendo, não se desespere, continue, pois com o tempo seu corpo se readaptará e voltará ao peso habitual.
Outra coisa importante a salientar é que deve-se respeitar o próprio tipo físico. Da mesma forma que uma pessoa com estrutura mais larga e pesada precisa entender que ela não será esguia e longilínea naturalmente nunca, uma pessoa de constituição magra, precisa aceitar o seu corpo, pois constituição é algo inerente e respeitá-la é respeitar a própria natureza. Após determinada idade, o metabolismo começa a desacelerar naturalmente, mas deixe que o tempo faça os ajustes necessários no momento certo, sem ansiedade.
Retornando à dieta, ao retirar (ou reduzir significativamente) os alimentos mencionados, o principal é encontrar substitutos para eles e ingeri-los com frequência e em grande quantidade. No caso específico, os melhores aliados serão os carboidratos provenientes de alimentos não refinados/integrais, por serem bastante calóricos e ao mesmo tempo, nutritivos. Outros grandes aliados são as gorduras do bem, por terem propriedades funcionais e grande teor calórico.
Sendo assim, uma dieta para o tratamento de gastrite, deverá ser pobre ou nula dos ingredientes malignos mencionados e rica em alimentos como: arroz integral, aveia, cevada em grão (pode cozinhar junto com o arroz), milho (da espiga), painço, quinoa, abacate, azeite de oliva extra virgem, óleo de coco e sementes oleaginosas de todos os tipos. Tudo isso associado ao consumo frequente de diversos tipos de leguminosas (feijões), legumes e verduras. Deve-se tomar um cuidado especial com as frutas, evitando as cítricas e preferindo as frutas e não sucos - especialmente durante as refeições, que não devem ser acompanhadas de líquidos. O hábito de tomar uma xícara de chá quente (sem açúcar ou adoçante) após as refeições também será favorável ao tratamento (evitar os chás preto e mate). A ingestão de carnes brancas deve ser esporádica, com preparos leves (evitando as frituras), preferencialmente no almoço e não no jantar, para permitir que haja uma digestão completa antes da pessoa ir dormir.
Ao ingerir uma predominância de alimentos integrais, grãos, vegetais e hortaliças (todos ricos em fibras), automaticamente a textura da dieta estará mudando drasticamente. Para melhor assimilação e absorção destas comidas é fundamental que se habitue com uma boa mastigação. A digestão começa pela boca e uma pessoa que deseja poupar o estômago, que encontra-se inflamado, deverá enriquecer os alimentos que ingerem com as enzimas, somente presentes na saliva, que iniciam e alavancam o processo digestivo. Recomenda-se também não dormir de estômago cheio (fazer a última refeição pelo menos três horas antes de ir dormir) e não ficar grandes períodos de tempo sem se alimentar. No intervalo das refeições, as sementinhas oleaginosas são ótimas opções e podem ser acompanhadas de frutas secas, que são mais alcalinas do que as frutas frescas e são bastante calóricas...
É isso aí! Acredito que a leitura deste texto e do meu texto mais antigo que trata da
Dietoterapia no tratamento da gastrite e do H. pylori já seja possível ter uma ideia de como fazer uma boa reeducação alimentar e ao mesmo tempo evitar o emagrecimento. Boa sorte!!!