Falando em publicidade, marketing e propaganda, o Mastercard, foi muito feliz quando lançou a campanha das coisas que não tem preço. Hoje venho falar de mais uma dessas coisas da vida que realmente não tem preço.
Moro em Salvador, no bairro mais antigo da cidade, o mesmo onde viveu Diogo Álvares Correia – O Caramuru e sua esposa Catarina Paraguaçu no período da colonização. Este bairro, além do seu alto valor histórico, constitui-se de um local predominantemente residencial com muitos serviços, onde se pode ter acesso a tudo sem a necessidade de utilização de automóvel, coisa muito rara nos dias de hoje. Suas antigas casas, hoje dão lugar a inúmeros prédios e com isso se trata de um local de grande adensamento populacional. Somado a tudo isso, tenho o privilégio de residir em uma rua, cujo fundo do prédio onde vivo fica voltado para uma área de proteção ambiental da cidade, chamada ANE-09. Neste contexto, eu e todos os outros moradores dos prédios que circundam a ANE-09, temos o privilégio de viver no centro da cidade com a sensação de estar em uma chácara. Da minha casa é impossível escutar o som de carros na rua, graças a esta área verde (um oásis no meio da Graça), acordo todos os dias com o som de pássaros, convivo com micos brincando no Play Ground do prédio com as crianças, o som das corujas e cigarras à noite...
Há um mês, aproximadamente, cheguei a casa para almoçar e encontrei um som e uma atmosfera diferente. O som dos pássaros havia sido substituído pelo barulho ensurdecedor de algumas motos serras que ninguém conseguia parar. Ao meio-dia, o estrago já estava feito, pois desde a manhã do mesmo dia, os moradores de um prédio vizinho, tinham contratado assassinos ambientais para erradicar as árvores, deixando todos aqueles bichos desesperados, que agora já não mais cantavam e sim gritavam no desespero de verem seu ecossistema ser destruído. Durante toda a manhã, alguns vizinhos tentaram parar tamanha barbaridade em vão. Ao ligar para o IBAMA, eles diziam que era responsabilidade da Prefeitura. Ligando para a Prefeitura, eles diziam que estavam em greve e que só retornariam na segunda-feira, uma vez que era um dia de quarta (véspera do feriado de Corpus Christi) sendo que a sexta-feira seria ponto facultativo, seguida do final de semana... Em sumo, daí até lá, o estrago já seria total. Seguimos ligando de órgão em órgão, CRA, SMA, pedindo ajuda a amigos... No fim da tarde, depois de tanto passa e repassa de responsabilidade dos órgãos públicos locais, recebemos a visita de uma pessoa do SMA, tarde demais... Sete árvores haviam sido derrubadas e o prédio responsável pelo crime ainda se achava dentro da lei, pois portava um alvará de poda. Bem, no dia que poda virar erradicação, estaremos todos perdidos...
Neste dia, realmente não tive vontade de beijar o padeiro... Não tive vontade de almoçar... Chorei ao ver aquelas árvores caindo sem poder fazer nada para impedir, gritando desesperadamente para os responsáveis pararem. Viver isso me causou uma dor e uma tristeza tamanha, que parecia que estava morrendo um membro da família. O pior é que convivo com o estrago diariamente, ao olhar pela janela e ver ao invés de lindas copas de árvores, o fundo de prédios antigos que antes ficavam escondidos atrás das árvores. Nunca mais vi micos brincando no Play Ground do meu prédio, minha casa que está toda voltada para o nascente, ficou muito mais quente pela manhã, perdemos a sombra das árvores e agora a incidência solar é direta dentro do meu apartamento. Penso e não consigo encontrar uma única razão para alguém fazer uma barbaridade dessas... Descrevendo o paraíso que vivo, acredito que meio mundo de gente morreria de inveja de mim, como é que alguém que vive nas mesmas condições que eu, é capaz de fazer algo assim?? Não entra em minha cabeça, aliás, entra, só assim, vendo e vivenciando de perto para entender os absurdos dos desmatamentos existentes pelo mundo afora.
Moro em Salvador, no bairro mais antigo da cidade, o mesmo onde viveu Diogo Álvares Correia – O Caramuru e sua esposa Catarina Paraguaçu no período da colonização. Este bairro, além do seu alto valor histórico, constitui-se de um local predominantemente residencial com muitos serviços, onde se pode ter acesso a tudo sem a necessidade de utilização de automóvel, coisa muito rara nos dias de hoje. Suas antigas casas, hoje dão lugar a inúmeros prédios e com isso se trata de um local de grande adensamento populacional. Somado a tudo isso, tenho o privilégio de residir em uma rua, cujo fundo do prédio onde vivo fica voltado para uma área de proteção ambiental da cidade, chamada ANE-09. Neste contexto, eu e todos os outros moradores dos prédios que circundam a ANE-09, temos o privilégio de viver no centro da cidade com a sensação de estar em uma chácara. Da minha casa é impossível escutar o som de carros na rua, graças a esta área verde (um oásis no meio da Graça), acordo todos os dias com o som de pássaros, convivo com micos brincando no Play Ground do prédio com as crianças, o som das corujas e cigarras à noite...
Há um mês, aproximadamente, cheguei a casa para almoçar e encontrei um som e uma atmosfera diferente. O som dos pássaros havia sido substituído pelo barulho ensurdecedor de algumas motos serras que ninguém conseguia parar. Ao meio-dia, o estrago já estava feito, pois desde a manhã do mesmo dia, os moradores de um prédio vizinho, tinham contratado assassinos ambientais para erradicar as árvores, deixando todos aqueles bichos desesperados, que agora já não mais cantavam e sim gritavam no desespero de verem seu ecossistema ser destruído. Durante toda a manhã, alguns vizinhos tentaram parar tamanha barbaridade em vão. Ao ligar para o IBAMA, eles diziam que era responsabilidade da Prefeitura. Ligando para a Prefeitura, eles diziam que estavam em greve e que só retornariam na segunda-feira, uma vez que era um dia de quarta (véspera do feriado de Corpus Christi) sendo que a sexta-feira seria ponto facultativo, seguida do final de semana... Em sumo, daí até lá, o estrago já seria total. Seguimos ligando de órgão em órgão, CRA, SMA, pedindo ajuda a amigos... No fim da tarde, depois de tanto passa e repassa de responsabilidade dos órgãos públicos locais, recebemos a visita de uma pessoa do SMA, tarde demais... Sete árvores haviam sido derrubadas e o prédio responsável pelo crime ainda se achava dentro da lei, pois portava um alvará de poda. Bem, no dia que poda virar erradicação, estaremos todos perdidos...
Neste dia, realmente não tive vontade de beijar o padeiro... Não tive vontade de almoçar... Chorei ao ver aquelas árvores caindo sem poder fazer nada para impedir, gritando desesperadamente para os responsáveis pararem. Viver isso me causou uma dor e uma tristeza tamanha, que parecia que estava morrendo um membro da família. O pior é que convivo com o estrago diariamente, ao olhar pela janela e ver ao invés de lindas copas de árvores, o fundo de prédios antigos que antes ficavam escondidos atrás das árvores. Nunca mais vi micos brincando no Play Ground do meu prédio, minha casa que está toda voltada para o nascente, ficou muito mais quente pela manhã, perdemos a sombra das árvores e agora a incidência solar é direta dentro do meu apartamento. Penso e não consigo encontrar uma única razão para alguém fazer uma barbaridade dessas... Descrevendo o paraíso que vivo, acredito que meio mundo de gente morreria de inveja de mim, como é que alguém que vive nas mesmas condições que eu, é capaz de fazer algo assim?? Não entra em minha cabeça, aliás, entra, só assim, vendo e vivenciando de perto para entender os absurdos dos desmatamentos existentes pelo mundo afora.
Amiga... até eu estou comovida e revoltada! Como pode?
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