segunda-feira, 30 de novembro de 2009

“Só sei que nada sei”


"Primeiramente, perdoem minha petulância em roubar a celebre frase de Sócrates para titular minhas humildes observações.

O advento da difusão das informações e conseqüente domínio cada vez maior sobre os recursos naturais disponíveis em nosso planeta nos trouxeram uma série de benefícios que com conhecimento podem ser utilizados para nosso bem ou não.

Entretanto, a meu ver, atualmente vivemos numa sociedade capitalista, desigual e oportunista gerenciada não mais pelos chefes de estados e sim pelo poder financeiro das grandes corporações que obviamente visam somente maximizar seus lucros para se perpetuarem. É sabido que tal modelo de gestão muitas vezes passa por cima do que já é conhecido como maléfico para a humanidade em detrimento de benefícios próprios: são os casos das indústrias de cigarro, aspartame, açúcar, leite, eucalipto, etc.

Fato é que o advento dos meios de informação, unido ao crescente poder das corporações, nos deixam extremamente fragilizados e incapacitados quanto à nossa capacidade de discernimento para o que é bom ou ruim. A todo tempo somos bombardeados pela mídia com informações tendenciosas e muitas vezes mentirosas para adquirirmos produtos. Atreladas a esta conjuntura desconstrutivista nossas escolas carecem cada vez mais de bom senso quanto ao verdadeiro ensino. Somos educados com informações para realizarmos exames de vestibulares ao invés de capacitados para buscarmos, criticarmos e analisarmos a veracidade das informações.

No caso dos mais humildes, estes carecem sobremaneira de ajuda em relação à forma em que as indústrias de poder sobrepõem suas necessidades para eles. Paradoxalmente os mais afortunados, ou aqueles ditos “minorias” padecem do mesmo mal, muitas vezes ainda pior, pois por se considerarem cultos, denotam forte arrogância quando questionados acerca de seus conhecimentos.

Recentemente li os livros: “O livro negro do açúcar” e “A vaca sagrada da América”, onde ambos os autores criticam e apontam a industrialização como responsável pela proliferação de doenças patológicas causadas pela inserção e aumento na alimentação da humanidade de dois produtos maléficos e completamente desnecessários às necessidades nutricionais do nosso corpo.

Curiosamente, ao tentar inserir novos hábitos alimentares à minha dieta, sofri fortes críticas principalmente dos ditos mais “aculturados”, quase sempre com observações bastantes “pertinentes” do tipo: “Coisa de viadinho”, “Minha avó comeu e continua viva”, “Sou da teoria de que tudo sem exagero é saudável”, “Você está ficando chato”, dentre outras asneiras que tive que escutar.

Felizmente, ao contrário deles, mantenho-me com os pés no chão quanto à insignificância de meu saber e continuo minha busca incessante e solitária por conhecimento.

Nos últimos tempos fui apresentado e tenho me inserido em uma nova visão de mundo baseada na busca pelo equilíbrio, seja na alimentação, no conhecimento ou nas atividades humanas. Juntamente a ela, me veio uma pergunta capciosa, que justifica o “desbalanço” que vivemos atualmente e que me incomoda todas a noites.

Por anda o equilíbrio das sociedades modernas?"

Jorge Batista, 28/11/2009

2 comentários:

  1. Acho que o equilíbrio se encontra justamente nos extremos, quando o capitalismo, que é baseado no livre fluxo de capital, informação, etc, encontra um limite para sua sobrevivencia, este tende a um equilíbrio, acontece que quanto mais governos influenciam e interferem nesta busca do equilíbrio, muitas vezes o fazem de maneira equivocada e não corrigem as distorções, trazendo mais problemas ainda.
    beijos

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  2. Onde está o equilibrio na vida pessoal de quem vive o capitalismo?
    Aqui no Brasil, empresários pagam 5 meses de impostos anualmente, ainda assim, não contam com saúde pública e ensino de qualidade... (Será que o equilíbrio está na matemática de que praticamente metade vai pro governo e metade vai pra quem de fato trabalha?)
    Empregados ganham salários, mas custam aos seus empregadores o dobro dele com tantos encargos. (mais uma vez o "equilibrio" das metades)
    Grandeees empresários (para não dizer ladrões) muitas vezes conseguem driblar os impostos, pois possuem aparatos para sair pelas tangentes da constituição que tem mais brechas do que traços. Quem ocupa cargo público normalmente quer vida mansa, bom salário e estabilidade...
    Quem é político só rouba...
    Classe média se dá mal e quem é pobre então se ferra totalmente...
    No fim, o rio sempre corre pro mar. E aí, onde está o equilíbrio nos resultados finais do capitalismo?

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