terça-feira, 22 de junho de 2010

Religião X Espiritualidade

Imagem retirada do Google Imagens

Recebi esse texto por e-mail e me identifiquei tanto que resolvi compartilhá-lo aqui no blog... Espero que gostem também!! =)

Incidente com jogadores de futebol, inspira lição 
Texto de fonte e autoria desconhecida

Para quem não sabe, semanas atrás os jogadores do Santos foram convidados a ir a um hospital em que são tratadas crianças portadoras de deficiências mentais.



Já na porta do hospital, alguns jogadores ficaram sabendo que ele está ligado a entidades espíritas e, imediatamente, se recusaram a entrar no hospital, sob a alegação de que sua religião, não declarada no momento, mas presumivelmente evangélica, os proíbe de contatos com o espiritismo. Recusaram-se, assim, a manter contato com as crianças doentes. Outros jogadores entraram no hospital e cumpriram a tarefa para a qual haviam se deslocado até ali.



Criticado, como os demais do grupo resistente, Robinho exigiu:



"- É preciso que respeitem a religião da gente".



Uma parte dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusaram a entrar na entidade e preferiram ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação que são evangélicos.



Reflexão para a paz 
Texto feito por René Kivitz: cristão, pastor evangélico, e santista desde pequenininho - como comentário do episódio descrito na matéria transcrita acima.
 
Os meninos da Vila pisaram na bola, mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica na superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião. 

RELIGIÃO

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e de cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo, ou mesmo, se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Alá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir, enquanto outros, e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio, através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus. 

ESPIRITUALIDADE

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos, no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião. 

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade, que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e a miséria de uma paralisia mental.
 

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