sábado, 17 de agosto de 2013

Road trip pelo Equador (Andes)

Quando voltamos de Galápagos, alugamos um carro no aeroporto para fazer uma road trip pelo Equador. Já era noite, então dormimos em Quito para acordar cedo e pegar a estrada.

Desta vez pegamos um hotel na Mariscal e foi a melhor coisa. Era uma sexta e o bairro é um super burburinho, além de muito charmoso. Muita gente pela rua e diversão para todos os gostos. Uma delicia de caminhar, um friozinho gostoso (apesar de ser verão).... 

Em nossas andanças descobrimos um restaurante vegetariano lindo e com a comida deliciosa. Chama-se El Maple e gostamos tanto que fomos lá 3 vezes! 


Já comentei sobre os transportes baratos do Equador. Agora é a vez dos restaurantes. Com menos de quinze dólares, duas pessoas comem entrada, prato principal, tomam suco da fruta e ainda pagam pelo serviço em muitos restaurantes super arrumados na zona da Mariscal, que é onde estão os melhores. Em locais mais simples esse valor cai para até menos de 10 dólares por casal! Claro que sempre dá para extrapolar, a depender do local e do consumo de bebidas, mas de uma forma geral, alimentação não é um item pesado no orçamento de viagem pelo Equador!

No dia seguinte tomamos café da manhã em um lugar charmosérrimo chamado El Cefecito, pois a diária do albergue não incluía. Muito lindo o lugar e tudo no capricho. Super recomendo.





Depois disso, pé na estrada!! Paisagens lindíssimas dos Andes o tempo inteiro e como comentei no texto sobre transportes, estradas novíssimas, de excelente qualidade.

As cidades pelo caminho já não seguem o mesmo padrão. Bastante semelhantes às pequenas cidades do interior da Bahia, só que com clima frio.

A primeira parada foi o vulcão Quilotoa, que tem um lago enorme dentro de sua cratera. Simplesmente lindo!!! Só não estávamos preparados para o frio... Dá para descer até a beira do lago, mas são mais de 300m de descida íngreme. Com o frio e ar rarefeito conseguimos percorrer apenas um terço do caminho e a subida no retorno foi sofrida!!



Chegando ao topo fomos almoçar no restaurante que fica logo ao lado do mirante. Fomos muitooooo mal atendidos, pois o lugar não tem a menor estrutura para receber tantos turistas (quase todas as mesas ocupadas). Depois de UMA hora de espera, conseguimos dividir um prato de sopa (que tive que buscar pessoalmente na mão da única cozinheira na cozinha) e ao perceber que ia demorar mais uma hora para o resto do pedido chegar, fomos embora... A situação foi tão critica que não conseguimos nem pedir a conta, deixamos o dinheiro da conta na mesa e partimos sem sequer esperar pelo troco, pois o único garçom do estabelecimento passava por nossa mesa como um raio e não conseguíamos chamá-lo. 

Nem preciso dizer que saímos de lá com fome e mau humorados... Sempre digo que existem três coisas que tiram o meu bom humor: fome, sono e frio. Quando combinadas, pior ainda. Neste caso estava com frio e fome... 

O vulcão fica em um lugar super remoto, duas horas da cidade mais próxima. Ou seja, teríamos que percorrer pelo menos duas horas até achar outro restaurante... Mas, até então, a viagem estava apenas começando e o espirito aventureiro em alta!

Seguimos em direção a Riobamba, atentos a todas as placas na estrada, desesperados por um restaurante. Acreditem, NADAAAAA!!! A estrada é boa, mas todo o entorno é muito precário... Às 17:00 (estávamos na estrada desde 9:00) encontramos um oásis no meio da estrada! Um hotel fazenda lindo que parecia que tinha sido copiado e colado da Suíça no Equador. Chama-se Hosteria La Andaluza. Até uma réplica da ponte florida de Lucerna tinha na entrada. A decoração rústica, parecia um antiquário, com espaços amplos. Mal conseguia acreditar em meus olhos.







 A felicidade foi indescritível. Nunca antes dei tanto valor a turismo de hotel, a vontade era de não sair mais... Claro que foi bem mais caro do que os hotéis que tínhamos ficado até então, mesmo assim, algo daquele nível no Brasil seria pelo menos 5x mais caro, então foi uma excelente e merecida pedida.



Só como referência, a média de preço de hotéis até então estava em $25 por diária/casal. Neste lugar a diária foi $75 (incluindo um desjejum maravilhoso, que não está incluído nos hotéis/albergues econômicos).



Nessas horas a gente vê como somos roubados no Brasil... Isso porque nos disseram que depois que a economia foi dolarizada, tudo aumentou estupidamente de preço.

Achamos que o restaurante do hotel ia ser caríssimo, mas comemos com apenas $12 e olhe que estávamos famintos!! Uma raclete vegetariana deliciosaaaa!! Apesar do clima e do lugar pedirem um vinho, estávamos exaustos de dirigir com fome o dia todo e preferimos não beber para não cansar o corpo, já que no dia seguinte ia ter mais estrada. Como comentei em outro post, observamos que nem neste hotel chique a carta de vinhos era muito vasta: no máximo 10 opções de rótulos básicos chilenos e argentinos. Definitivamente a cultura do vinho não é forte no Equador, apesar do friozinho super propicio.


Ahhhh, esqueci de comentar um detalhe!!! O GPS quebrou assim que saímos do vulcão Quilotoa. As sinalizações são bem precárias nas estradas e apesar de termos um mapa, erramos uns retornos e perdemos um tempo precioso com isso.


No dia seguinte, com muito pesar, nos despedimos do nosso oásis e seguimos em direção a Alausi, para fazer o famoso passeio no trem Nariz del Diablo. Olhamos os horários e dias de funcionamento e chegamos às 14:00 para pegar o trem das 15:00 (último do dia, o próximo seria somente na Terça, já que segunda é o único dia que não funciona). Montamos todo nosso roteiro baseados nestas informações e considerando que nosso voo de volta para o Brasil era na quinta de manhã cedo. Logo, o plano era retornar para Quito na Quarta de noite...

Só não contávamos com a informação de que um domingo a cada três meses o trem não funciona no horário das 15:00 para fazer manutenção. Viagem perdida! Chegamos a cogitar ir para alguma cidade próxima para desbravar e esperar até terça, mas fomos para as cidades recomendadas e eram super precárias, sem nada para ver/fazer. Acabamos percorrendo de carro o percurso do trem e decidimos voltar para dormir em Alausi e mudar o roteiro, indo para outras cidades na volta... 



Depois de dirigir uns 200km, em uma estrada enladeirada e sinuosa, retornamos para dormir em Alausi. Durante esse percurso, além dos perrengues por causa do GPS quebrado, quase ficamos sem gasolina, pois não existia nenhum posto de gasolina nas remotas cidades que fomos, somente em Alausi.

Estávamos tão desanimados que fomos dormir com fome. Tínhamos almoçado no melhor restaurante da cidade e era tão meia boca que e cansaço venceu a fome de noite. Pra completar, não pudemos tomar banho antes de dormir, pois a água da cidade é desligada às 20:00 e não fomos informados no checkin... Consegui uma garrafinha para escovar os dentes e fomos dormir bem decepcionados...

Dia novo!!! Fizemos nossas pesquisas e decidimos que nada como um dia após o outro. Acordamos cedo e rumamos para Baños... Mais perrengues pela falta do GPS e péssimas sinalizações, cidades pobres e feias pelo meio do caminho e depois de percorrermos mais de 50km descobrimos que a estrada para Baños estava fechada e tivemos que voltar... Existia outro caminho, mas íamos ter que fazer uma volta gigante de uns 300km. A esta altura estávamos tão decepcionados com nossa road trip que decidimos voltar para Quito e terminar nossa expedição pelas cidades dos andes equatorianos dois dias antes do planejado.

Perto de Quito ainda fomos pro parque nacional do vulcão Cotopaxi. Muito lindo, mas outro longoooo desvio da estrada de uns 100km (ida e volta)... Já estávamos loucos para devolver o carro e chegar em Quito e nem aproveitamos muito. 

Passamos o dia dirigindo e quando chegamos em Quito estávamos exaustos! Foram MIL quilômetros percorridos em 3 dias... Apesar de termos visto lindas paisagens naturais, principalmente todo o percurso pelos Andes, concluímos que foi muito mais cansativo do que agradável e divertido. Se fosse dar uma dica de viagem, diria que está de bom tamanho ir até o Cotopaxi e o Quilotoa, que são mais próximos de Quito.

Próximo post eu falo sobre o plano B: O que fazer nos últimos dias que nos faltavam depois desse banho de água fria?!?

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