sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Formação em Educação Nutricional em Salvador pelo CECANE UFBA

Imagem retirada do Google Imagens

Nos últimos três dias tive uma oportunidade maravilhosa de participar de um programa de Formação do CECANE UFBA (Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar) que reuniu diversos representantes de escolas municipais dos estados da Bahia e de Sergipe.


Preciso dizer que o evento superou as minhas expectativas em diversos aspectos: organização, temática, abordagens, metodologia, palestras... Todos os participantes estão de parabéns e eu muito feliz pelo convite para fazer parte deste grupo.

A realidade das escolas em pequenos municípios do Brasil e especificamente do Nordeste, não é nada fácil. Nestes dias convivi com pessoas que relataram as mais diversas dificuldades de implantação de programas de educação nutricional em suas escolas. Escassez de água; falta de estrutura física; infraestrutura urbana e acessibilidade precárias; equipes insuficientes; pouca verba; nenhuma verba (escolas sem merenda há três meses, pois o município não prestou contas dos últimos três anos); problemas políticos que vão desde a corrupção até a ocupação de cargos por pura influencia com total descomprometimento; desperdício de comida (inacreditável pensar num paradoxo desses em um panorama de predomínio da escassez); falta de preparo e qualificação das merendeiras, pouco ou nenhum interesse das partes relacionadas (pais, equipe pedagógica, gestores)... são apenas alguns dos exemplos que escutei esses dias.

Por outro lado, vi pessoas comprometidas e motivadas, que percorreram quilômetros para participar deste evento. Totalmente focadas (poderiam ter se dispersado pela 'capital'), levando a sério as atividades, participando dos debates e das palestras ativamente. Ouvi relatos de pessoas que vêm vencendo as inúmeras adversidades encontradas nos municípios (difícil é encontrar alguma facilidade) e promovendo trabalhos de forma motivada e progressiva. 

Enfim, foi uma oportunidade ímpar de estar próxima a pessoas que fazem valer os seus cargos e trabalham com amor e afinco. Gente que se dispõe a 'ter mais trabalho' em prol da realização de projetos que ainda funcionam na base da criatividade e do suor, já que o conceito de Educação Nutricional e as ações relacionadas a este setor ainda são bastante incipientes e experimentais. Desejo que ações como essas possam se multiplicar e que os agentes envolvidos nestes tipos de projetos tornem-se cada vez mais motivados a abraçar a causa da Educação Nutricional. Que retornem para os seus municípios com as baterias recarregadas pelas ideias elaboradas nos últimos dias e pela energia da Terra de Todos os Santos. Afinal de contas, em um panorama onde uns acreditam que a solução do Brasil é a importação de mais médicos, trabalhar com Educação Nutricional é uma grande oportunidade de mudar o paradigma do tratamento da saúde pela doença, para o enfoque na prevenção, promoção da saúde e qualidade de vida.

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