terça-feira, 24 de novembro de 2015

Amamentação: Livre Demanda X Rotina


Toda vez que vejo depoimentos de pessoas que fazem amamentação prolongada o comentário de que é livre demanda é super frequente. Sinceramente, esse conceito de livre demanda para mim é um mistério.

Adotei a livre demanda até o bebê completar 3 meses. Até esse período ele não tinha muita rotina, mas desde então, uma rotina natural se criou, na qual ficou bem claro quais os momentos em que deve se alimentar. 

Sim, aleitamento é muito mais que uma mera alimentação, por conta do contato e tudo mais, entretanto, peito não é chupeta: sai leite. Por esse motivo, sou super a favor de estabelecer uma rotina para amamentar, com intervalos regulares. Claro que não precisa ser nada paranóico: nunca acordei meu filho para mamar e não sigo um cronograma de horários fixos. Entretanto, a parte mais estranha da livre demanda é que o conceito passa uma ideia de que o bebê que determina o momento de mamar. A tirar pelo meu bebê, se dependesse dele, mamária o tempo todo, pois nunca recusou mamar. Imagine se eu adotasse o conceito de livre demanda e o colocasse no peito a cada choro?

Não gosto desta ideia. Acho que o bebê deve mamar quando está com fome e com o tempo sabemos certinho o intervalo entre as refeições e mamadas, bem como identificar os tipos de choro. Além disso, uma rotina organizada ajuda a mãe a planejar as atividades, sabendo exatamente quando terá que parar para amamentar. Quando inicia a alimentação complementar do bebê, se já existe uma rotina de mamadas fica muito mais fácil substituir gradativamente por refeições.

Enfim, sou super a favor de rotina para amamentar. Aliás, sou fã de rotinas! Infelizmente nunca consegui estabelecer uma rotina pro sono do meu bebê (já relatei vários episódios da saga do sono aqui) porque ele tem sonecas totalmente imprevisíveis. Então, dormindo pouco ou muito, o que permite que eu organize suas atividades é exatamente os intervalos das refeições.

Por exemplo: nos tempos em que fazia aleitamento exclusivo eram 6 mamadas de dia (aproximadamente à cada três horas) e uma mamada na madrugada. Aos poucos fui introduzindo a alimentação complementar e substituindo as mamadas. Hoje são 3 refeições durante o dia, 3 mamadas durante o dia e uma mamada na madrugada. O dia não muda, pois ele naturalmente acorda por volta das 6 da manhã (parece um relojinho). A madrugada varia um pouco: raramente ele me dá o presente de dormir direto e outras vezes acorda mais de uma vez. 

Já que toquei no tema das madrugadas: a quantidade de vezes que acorda na madrugada afeta diretamente em minha maior ou menor produção de leite durante o dia. Algumas mães dizem ter leite para dar e vender: peito cheio a qualquer hora. Eu nunca tive. Sempre tive a conta certa para alimentar meu filho e ter intervalos regulares é crucial para garantir que a mama encha bastante entre uma mamada e outra.

Resumindo: na minha opinião, ter o dia organizado é excelente, pois permite que exista uma programação em relação à hora de oferecer as comidinhas, tendo um bebê calmo e sempre com bastante apetite, pois não fica "lanchando/mamando" a qualquer hora. Além disso, oferecendo um peito de cada vez, é possível estabelecer intervalos que permitem que o peito encha o suficiente, garantindo que as mamadas sejam substanciais. Por fim, adotar uma rotina para as mamadas desde o período do aleitamento exclusivo faz com que a transição para a alimentação complementar seja mais tranquila, já que sempre que for hora de comer, o bebe estará com fome e assim comerá com gosto: seja leite materno ou comida!

Obs.: Apesar de estipular intervalos organizados entre as mamadas, jamais estipulei tempo para elas. Deixo meu filho mamar o tempo que quiser: 15 minutos, 30 minutos, uma hora... Neste aspecto sim sigo o conceito da livre demanda: à risca!


2 comentários:

  1. Adorei o nome e a proposta do site! O simples funciona e nos permite viver mais e melhor. Parabéns pela iniciativa e pelo trabalho.

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  2. Grata pelo incentivo Roberta! Seja bem-vinda e volte sempre!

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