quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Retorno do País das Maravilhas


Quem não gostaria de viver a personagem de Alice que embarca em uma louca aventura pelo país das maravilhas? Tenho parado para refletir se esse espírito de Beijo no Padeiro não é um mergulho profundo em um mundo maravilhoso e inexistente.

Há um lado meu que vê todas as mazelas do mundo, tristezas e injustiças. Este lado sabe da existência de uma política corrupta, já viveu decepções e perdas e tem consciência de que o mundo está longe de ser cor-de-rosa. Minha outra metade nega tudo isso se apegando a todas as virtudes do mundo.

Sem dúvidas beijar o padeiro é um mecanismo de defesa e tenho me questionado da real necessidade de tirar a minha Alice do país das maravilhas. É uma decisão sofrida e a questão mais importante é se é de fato necessária.

No processo de individuação no qual me encontro esta questão é a mais recorrente em meu lado consciente e também no inconsciente. A criação deste blog é um exemplo disso, seu nome e contexto surgiram de forma espontânea fruto do meu inconsciente e sua perpetuação tem me trazido grandes inquietações. Trata-se de uma mudança que alterará certamente aspectos de minha personalidade e o maior desafio é desligar-me desse país maravilhoso e continuar beijando o padeiro. Seria isso possível ou mergulhar na realidade é sinônimo de sofrimento?

4 comentários:

  1. Alice se frustra correndo atrás do gato, se "embaralha" nas cartas, mas é sempre Alice - astuta, sonhadora, atenta... sempre vivendo de olhos bem abertos. Nunca deixemos nosso lado Alice esvair-se!!! bjosss

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  2. Verdade, é bom manter os cogumelos de crescer e outro de diminuir um em cada mão... Cada momento exige uma postura, precisamos saber flexibilizar. No fundo amo muito a minha Alice para deixar ela morrer...

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  3. Outro dia, comentei com um amigo meu que estava feliz. Ele disse 'pra manter uma estabilidade emocional, você precisa descobrir o preço dessa felicidade. Por que você está se sentindo feliz?'. Refletindo, descobri: estava feliz porque tinha fé no futuro, porque sabia que é preciso tentar melhorar a realidade ao nosso alcance e conviver com aquilo que não depende de nós. Além disso, me permiti esquecer um pouco os problemas que tinha de resolver. Só uma pausa pra respirar. Quando os problemas voltaram, a fé ainda estava lá, pronta para encará-los.

    Boa semana, Prima!
    :*

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  4. Primooo!! Seus comentários são os melhores!!! Estou com saudades.... Beijo enorme!!! Pilha

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