segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Programa de Índio


Desculpem se sôo pernóstica, metida, nojenta, mas tem programa mais de índio do que ir pra praia na cidade durante o verão?



Sou uma amante do mar, e como tal, gosto de poder observar a grandeza da natureza, escutar barulho das ondas batendo nas pedras, desfrutar do banho calmamente e nada disso é possível durante o verão.



Início do programa de índio: acordar cedíssimo para conseguir arrumar uma vaguinha na praia... Se quiser descansar um pouquinho mais – afinal, no fim de semana para quem tem uma rotina de trabalho é a única oportunidade de garantir umas horas a mais de sono, já era.



Um calor infernal, tudo que sequer é pouca roupa e refresco, vamos lá! Para mim que moro do outro lado das praias boas de Salvador, freqüentá-las no verão é um motivo para esmurrar o padeiro. O mau humor começa no trânsito, quase uma hora para conseguir chegar à praia. Isso porque pertenço a uma minoria privilegiada que se desloca de carro, imagino quem se locomove em um ônibus lotado, fedorento e sem ar condicionado. Chegando, mais meia hora para achar uma vaga. Achando a vaga, vem um “dono da rua” com papelzinho querendo cobrar 10 reais pela vaga DELE. Se você não pagar corre o risco de encontrar seu carro arranhado, com pneu vazio, etc. Saltando do carro, mais meia hora ou mais para conseguir sentar numa barraca de praia. Sentando numa barraca de praia mais meia hora ou mais para conseguir ser atendido e uma espera de no mínimo meia hora para cada pedido: cerveja quente. Aí tem aquela tensão, olhos por todos os lados, porque se você se descuidar roubam sua bolsa, carteira, celular... Para tomar banho no mar, sempre algum coitado sobra na mesa tomando conta das coisas. Pra completar, a música nas barracas sempre de altíssimo volume e qualidade (para não falar o contrário) e a superlotação do local geram um barulho desagradável.



Hora de ir embora, todo mundo gosmento, porque as duchas de água doce são uma lenda e o sol é escaldante. Entra-se no carro que mais parece uma estufa, dirige-se uma hora para casa e depois fala que passou o domingo relaxando na praia. Só com muita cerveja mesmo, as pessoas se entorpecem, para esquecer todo o stress que é chegar à praia e acharem que relaxaram e se divertiram...



Como sempre digo, adoro praias, vazias, no inverno aqui é uma maravilha, em casas de praia... Mas sair de casa para “curtir” uma praia durante o verão na cidade para mim soa mais como uma tortura do que um lazer. Muito obrigada, eu passo!

2 comentários:

  1. Caaaamiiiilaaaaa,

    Fantástico. Concordo com tudo. Você é 20.

    Beijos do tio ( KKKKKKKKKKKKKKKKKKK )

    André Carvalho

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