sábado, 18 de setembro de 2010

Brasil = Granja dos Bichos?



Comecei a escrever isso no avião, ainda no trecho Salvador – São Paulo e esses dias foram tão corridos que acabei nunca passando a limpo...

Estou partindo do Brasil em um período pré-eleitoral e confesso ter muito medo do retorno e pesar de não estar presente pela primeira vez no raro momento de exercício de minha cidadania brasileira em termos democráticos. Infelizmente esses últimos 8 anos têm afastado cada vez mais a idéia de democracia na nação.

Acabei de reler: A Revolução dos Bichos de George Orwell e é impossível não perceber semelhanças claras entre seu enredo e a política instaurada no Brasil desde a entrada do PT.

Ter um presidente semi analfabeto substituindo o tão preparado sociólogo FHC é o mesmo que expulsar os humanos da “Granja do Solar”. O PT transformou a nação na “Granja dos Bichos”, onde os membros do partido, representados pelos porcos no romante, a partir de um falso discurso de igualdade de classes estabelece cada vez mais uma distinção clara entre quem faz parte de sua corja e quem não faz.

Sozinhos, entretanto, não vão longe, necessitam da proteção dos cães para a manutenção da segurança e assim, em nosso governo do mesmo modo formaram-se as alianças entre banqueiros e o partido. Com isso, porcos e cães, garantem seus privilégios, trabalham pouco e garantem muita comida, engordando sempre e de barrigas cheias.

Os outros bichos da granja, nós, cidadãos mortais, trabalhamos loucamente, pagando impostos abusivos para garantir as mordomias dos parlamentares e seus comparsas.
A imprensa por sua vez, representada por “Garganta”, porco porta-voz de Napoleão, presidente da república dos bichos cumpre seu papel à risca, distorcendo os fatos, enganando os trouxas brasileiros que acreditam estar sendo beneficiados por maravilhas falsamente atribuídas ao PT.

Ao longo do livro, os mandamentos da granja são distorcidos à partir de pequenas alterações e acréscimos de palavras. O mesmo ocorre em nosso país quando o PT se apodera de projetos provenientes do governo passado, alterando as nomenclaturas e colhendo os frutos do que foi semeado por um pseudo-inimigo do Brasil: FHC (outra loucura incutida na cabeça do Brasileiro).

O maior amigo do PT, assim como no romance, é o tempo. Esse faz com que os animais pouco a pouco se esqueçam de como funcionava a granja antes da revolução, acreditando piamente no que lhes é passado através da imprensa. Da mesma forma o Brasileiro se esquece dos tempos de inflação em que era preciso torrar o salário no dia seguinte recebido no mercado, pois a espera de um dia significava uma perda monetária considerável. Esqueceu-se também da dificuldade de comunicação advinda da precariedade de se ter uma empresa telefônica estatizada e como isso prejudicava e acarretava em prejuízos e perdas de grandes oportunidades, dificultando principalmente a produtividade do pequeno trabalhador.

Essas e outras lembranças do passado foram apagadas da curta memória do brasileiro, que sem raciocinar, repete um discurso petista que demoniza as privatizações, apodera-se de programas criados (piorando-os, pois o Bolsa Família hoje nada mais é do que uma praga que faz crescer a população de baixa renda, garantindo cada vez mais votos para seu pseudo-criador). Obs.: Nos EUA existe o mesmo programa, a diferença é que se a mãe tiver mais filhos, tem seu auxílio REDUZIDO!!

O povo brasileiro age como as ovelhas do livro que repetem o tempo todo a frase: “Duas pernas ruim, quatro pernas bom” sem raciocinar o sentido de nada, como uma reza impregnada em suas cabeças. Continuam repetindo a nova frase: “Quatro pernas bom, duas pernas melhor” depois que os porcos aprendem a andar em duas pernas.

O governo que se promove como sendo do povo, estabelece cada vez mais alianças mercantilistas com empresas que antes discursavam como inimigas, assim como as alianças criadas entre a Granja dos Bichos e as Granjas Humanas vizinhas... Ao fim retornam o nome para Granja do Solar, celebrando em uma farta mesa com humanos, uma refeição repleta de roupas, pratos, taças, talheres e vinhos, a ponto dos animais, vendo de fora a cena, não conseguirem mais distinguir quem é porco quem é humano.

Qualquer semelhança com o governo atual não é mera coincidência. A tristeza é que esse livro foi publicado em 1945 baseado na realidade da finada União Soviética e nós estamos retrocedendo repetindo uma história que deveria estar ultrapassada...

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