domingo, 14 de novembro de 2010

O Mito do Leite



Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o leite da vaca não é o alimento perfeito para o homem, aquele que “abastece a maioria das necessidades diárias”. Ao contrário disso, existem muitas evidencias que um alto consumo de leite e seus derivados pode ser até perigoso.

É inegável que o ser humano vem consumindo leite há milhares de anos, porém o que chamamos de leite nos dias de hoje tem muito pouco em comum com o leite fresco e orgânico ingerido por nossos ancestrais. A contaminação vem desde a alimentação artificial das vacas, através de rações e hormônios que acarretam em uma super produção de leite.

Sendo assim, o leite utilizado historicamente é praticamente inexistente hoje, de forma que não há como comparar seus efeitos. Oxidação, pasteurização, adição de conservantes químicos e açúcar, até mesmo reciclagem são alguns dos processos que destroem os lactobacilos e as vitaminas presentes no leite in natura, assim como outros nutrientes.

O leite foi designado para ser tomado direto da mama. É o alimento perfeito da natureza para bebês a ser oferecido pela mãe amada. Para bebês humanos, assim como outras espécies, não há nenhuma necessidade de se ingerir leite após o nascimento dos dentes. A natureza é tão sábia que os bebês nascem sem dentes e assim não machucam suas mães durante o período de amamentação. Massageiam a gengiva e transitam gradativamente do alimento líquido para pastoso e depois ao sólido.

O ser humano é o único ser que mama de outro animal e ainda por cima depois de adulto!

Não podemos ser radicais e é claro que ocasionalmente não há problema ingerir pequenas porções de leite, iogurte, queijo ou outros laticínios, principalmente quando de procedência orgânica. Afinal de contas, todos esses alimentos são deliciosos e podem ser tranqüilizantes também.

Em se tratando de bebês, todavia, não há exceções: bebês humanos jamais deveriam ingerir leite de vaca.  Não é a toa que nutricionistas recomendam que seja misturado com 50% de água caso se deseje utilizá-lo como alimentação para um recém-nascido. O consumo de leite de vaca não é uma prática tradicional, o primeiro registro data de 1793. O tamanho do corpo humano cresceu absurdamente nos últimos séculos e a maior causa é o consumo de laticínios e carnes.

Preste atenção:

Um bezerro recém nascido pesa cerca de 60kgs. Ele pesará cerca de 110kgs após um mês, tempo suficiente para o mesmo estar andando firmemente. Esse crescimento rápido requer um desenvolvimento enorme e crescimento ósseo para acompanhar as necessidades decorrentes do peso e da atividade do animal. Por este motivo o leite da vaca contém muito mais cálcio do que o leite humano.

Por outro lado, o leite humano contém fósforo. Este elemento é fundamental para o desenvolvimento cerebral. O bebê humano desenvolve primeiro o cérebro, enquanto o animal desenvolve primeiro sua estrutura óssea. Por esta razão, claramente os tipos de leites para animal e para o humano devem ser diferentes. Alimentar uma criança humana com leite de vaca sem pensar nestas simples ordens da natureza é uma visão deveras simplista.

O leite da vaca contém mais proteínas do que o leite humano. Entretanto, esta proteína encontra-se no estado de caseína, que é uma macromolécula, insolúvel à água e de difícil digestão. Possui tamanha rigidez que na indústria é utilizada como matéria prima para a fabricação de cabos de guarda-chuvas, facas, botões e também adesivos plásticos. Cerca de 50% da caseína ingerida pelo leite é descartada pelo corpo o que reduz à metade a real quantidade de proteína no mesmo. Isso significa que quando as pessoas ingerem laticínios em virtude de seu “alto” teor protéico, estão na verdade se iludindo, já que a absorção pelo corpo é reduzia à metade.

A proteína presente no leite humano é basicamente a lactoalbumina que é solúvel e facilmente digerida. A proteína do leite humano é 100% absorvida pelo bebê, demonstrando assim mais outro grande diferencial no que tange o seu consumo.

No que diz respeito à gordura, ambos os leites possuem a mesma quantidade com a diferença de que o leite da vaca é predominantemente constituído de ácidos graxos saturados enquanto o leite humano contém um tipo de gordura emulsificada estável e homogênea. Um bebê que toma leite materno humano terá mais flexibilidade corporal, assim como maior poder de adaptação ao meio.

O leite humano contém mais lactose do que o leite da vaca. Este é um tipo de açúcar de fácil digestão que auxilia na utilização proteica e absorção do cálcio. O leite da vaca contém, além da lactose, a galactose e a glicose, em altos teores, mostrando uma composição bem diferente do leite humano, resultando em um metabolismo bastante distinto. Vale ressaltar ainda que a lactose possui fácil digestão somente na infância, uma vez que ao crescer, o humano perde grande parte das enzimas responsáveis pela sua digestão: as lactases. Ao chegar na fase adulta, praticamente 80% da população é intolerante à lactose, fato que tem levado a indústria a produzir leites com baixo teor e/ou isentos de lactose. 

Cada forma de leite possui uma reação de pH diferente, pois cada mãe tem uma alimentação e constituição diferentes, o que afeta a sua digestão e a qualidade do sangue. Ainda assim, o leite humano é classificado como sendo alcalino ao passo que o leite de vaca é considerado ácido.

Recentemente, em experimentações laboratoriais para avaliar o teor de ácido lático em leites vendidos no mercado, descobri que este chega a ser três vezes maior do que aquele recomendado pela ANVISA. A legislação estipula uma faixa de 0,14 a 0,18g de ácido lático para uma porção de 100ml de leite. Na amostra que analisei, encontrei 0,38g de ácido lático em 100ml de leite. Isso demonstra não somente que a fiscalização de produtos industrializados deixa muito a desejar, como também que ao ingerir leite, ingere-se também um alto teor de ácido. Sabe-se hoje que diversas condições patológicas e inflamações estão estreitamente relacionadas ao índice de acidez na alimentação. 

O leite humano materno transfere imunidade à diversas doenças aumentando a resistência do bebê a agentes infecciosos e ao mesmo tempo implanta muitas bactérias intestinais benéficas que auxiliam na constituição de uma microbiota saudável. Artigos científicos comprovam que lactentes com o mesmo teor de fibras na dieta (após a introdução de alimentos), tem o índice de constipação muito superior nos casos em que não ocorreu o aleitamento materno. Este dado mostra a importância da amamentação na formação e funcionamento do sistema digestório humano.

No Brasil o consumo de leite é de cerca de 130litros/ano per capta. Isto significa uma média de 360ml por dia que representa, em se tratando de leite integral praticamente 56% das necessidades diárias de cálcio (760mg para uma dieta de 1500cal). Juntamente com o cálcio são ingeridos um excesso de outros componentes através do leite, sendo o cálcio facilmente substituível, assim como a proteína, através de outros alimentos. Esses e outros dados podem ser observados na tabela abaixo.



Para visualizar melhor a tabela, clique nela para aparecer uma versão ampliada, pois não consegui postá-la de forma mais visível no blog. Contra fatos (e números são fatos) não há argumentos. Por isso quando me perguntam como sou saudável sem leite e sem carne respondo que há diversas formas de susbtituí-los. Provavelmente não tão rentáveis para os interesses econômicos que regem à agropecuária, respaldada pela televisão, etc. Acima de tudo, a abstenção desses "alimentos" demonstram uma atitude ecológica de preservação ambiental, além de melhoria da qualidade de vida e saúde.

Obs.: A imagem da mulher adulta mamando (bezerra humana) além de bizarra, sequer demonstra a realidade do consumo do leite, nada natural e sim processado quimicamente das piores formas possíveis. Só tenho uma palavra a dizer: ECA!!!

http://www.youtube.com/watch?v=DTo5TulJLU8&feature=youtube_gdata_player

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