domingo, 25 de março de 2012

Paixão pelo Rock


Não me recordo de quando comecei a gostar de rock. Lembro que na época do vinil já adorava o Pluft Plaft Zum, o “disco das vacas” e o “disco do arco-íris” (era assim que chamava o Atom Heart Mother e o Dark Side of the Moon, ambos do Pink Floyd). Isso tem muito tempo, pois o primeiro aparelho de CD chegou a minha casa quando eu tinha entre 6 e 7 anos. Não me lembro do apartamento que morei até os oito anos de idade, mas lembro-me perfeitamente do aparelho de som que ficava na sala e do “pickering” em madeira giratório que armazenava os primeiros CDs da casa. O meu primeiro CD foi o Yellow Submarine e, como não comia doces, ao invés de ovos de chocolate, eu e minha irmã, ganhávamos CDs dos Beatles de Páscoa e assim a coleção de rock foi crescendo...

Aos 15 anos, não estava preocupada com valsa, vestidos e nem nada do gênero. Já tinha quase todos os CDs dos Beatles (até hoje falta o Please, Please Me e o Beatles 4sale) e queria completar a minha coleção de CDs do Pink Floyd. Naqueles tempos CDs de rock importados eram raros e caros, então tinha que esperar datas como: aniversário, Natal, Páscoa e Dia das Crianças para ganhar aos poucos. Aos 15 anos minha mãe já tinha cortado os presentes de Dia das Crianças há muito tempo, bem como os presentes de Páscoa. Estes só existiram na infância como uma espécie de recompensa e estímulo para não comermos doces. Depois que a gente cresceu não tinha mais nada disso... Presentes só no Natal e Aniversário: e olhe lá!

* Post sobre o ano que ganhei uma Cola Pritt de presente de Natal: http://www.beijonopadeiro.com/2011/12/reflexoes-de-fim-de-ano.html

Quando debutei ganhei de uma vez só cinco CDs do Pink Floyd e praticamente completei a coleção (ficou faltando um, que por sinal, até hoje ainda não tenho: Ummagumma). Meu pai, mãe e irmã esconderam os CDs pela casa, foi uma farra!!! Saí do banho e encontrei um na gaveta de calcinhas, depois embaixo do prato do almoço e por aí foi. Parecia uma caça ao tesouro, que eu não tinha a menor ideia de quando ia terminar. Estão todos em minha sala, com os seus respectivos cartões de Feliz Aniversário, até hoje!

Estou escrevendo todas essas recordações do passado porque hoje fui ao cinema assistir ao documentário de Raul Seixas e amei! Lembrei-me da minha infância, de como comecei a gostar de rock, de escutar música alta em casa (coisa que faço até hoje), dos shows, dos tempos que adorava me vestir de preto, de quando meu nick no mIRC era Pink Floyda e muito mais.  

Raul tem algo de especial que sempre me tocou. Talvez por ser a maior referência de rock brasileiro ou quem sabe pelo seu sotaque baiano. O cara era gênio demais, compunha letras incríveis, cantava com a alma (como a maioria dos roqueiros), inovava, misturava ritmos locais com Rock´n´Roll e acima de tudo, tinha muita personalidade. Escutar Raul é como escutar um amigo, alguém que descreve ideias diversas que passam pela cabeça. Sempre fui uma metamorfose ambulante, integrante de uma sociedade alternativa e todas as vezes que alguém me chamava de maluca (coisa que pode irritar qualquer criança), soava como um elogio: sentia-me uma maluca beleza, filha de Raulzito. 

2 comentários:

  1. Eu sou Egoístaaa!!!

    Música linda!! Redundância quando falamos de Raul Seixas!! Músicas que alcançam a importância de prece

    Mas como é dificil achar música de qualidade hoje meu rei!! Acho que seria uma frase nos dias de hoje desse imortal icône do que é belo, do que é profundo, do que emociona!!!

    Hoje esse valores invertidos valorizando a vulgaridade, a falta de senso! Absurdamente incômoda! Agora eu também vou reclamar!

    Protestos, visões! Mistura de ritmos, identidade! Raul é Raul! Milhôes de anos se passarão e sempre, mesmo que quando menos se espera, vc ouvirá um Toca Raul!!

    Parabéns Mila! Um grande beijo!!!

    Eu conheço bem a fonte
    Que desce daquele monte!
    Ainda que seja de noite!!

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    1. Se inspirou hein, Hugo??? Daqui a pouco vira blogueiro também!!

      TOCA RAUL!! =)

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