Não me
recordo de quando comecei a gostar de rock. Lembro que na época do vinil já
adorava o Pluft Plaft Zum, o “disco das vacas” e o “disco do arco-íris” (era
assim que chamava o Atom Heart Mother e o Dark Side of the Moon, ambos do Pink
Floyd). Isso tem muito tempo, pois o primeiro aparelho de CD chegou a minha
casa quando eu tinha entre 6 e 7 anos. Não me lembro do apartamento que morei
até os oito anos de idade, mas lembro-me perfeitamente do aparelho de som que
ficava na sala e do “pickering” em madeira giratório que armazenava os
primeiros CDs da casa. O meu primeiro CD foi o Yellow Submarine e, como não
comia doces, ao invés de ovos de chocolate, eu e minha irmã, ganhávamos CDs dos
Beatles de Páscoa e assim a coleção de rock foi crescendo...
Aos 15 anos,
não estava preocupada com valsa, vestidos e nem nada do gênero. Já tinha quase todos
os CDs dos Beatles (até hoje falta o Please, Please Me e o Beatles 4sale) e
queria completar a minha coleção de CDs do Pink Floyd. Naqueles tempos CDs de
rock importados eram raros e caros, então tinha que esperar datas como:
aniversário, Natal, Páscoa e Dia das Crianças para ganhar aos poucos. Aos 15
anos minha mãe já tinha cortado os presentes de Dia das Crianças há muito tempo,
bem como os presentes de Páscoa. Estes só existiram na infância como uma
espécie de recompensa e estímulo para não comermos doces. Depois que a gente
cresceu não tinha mais nada disso... Presentes só no Natal e Aniversário: e olhe
lá!
* Post sobre
o ano que ganhei uma Cola Pritt de presente de Natal: http://www.beijonopadeiro.com/2011/12/reflexoes-de-fim-de-ano.html
Quando
debutei ganhei de uma vez só cinco CDs do Pink Floyd e praticamente completei a
coleção (ficou faltando um, que por sinal, até hoje ainda não tenho: Ummagumma).
Meu pai, mãe e irmã esconderam os CDs pela casa, foi uma farra!!! Saí do banho
e encontrei um na gaveta de calcinhas, depois embaixo do prato do almoço e por
aí foi. Parecia uma caça ao tesouro, que eu não tinha a menor ideia de quando
ia terminar. Estão todos em minha sala, com os seus respectivos cartões de
Feliz Aniversário, até hoje!
Estou
escrevendo todas essas recordações do passado porque hoje fui ao cinema
assistir ao documentário de Raul Seixas e amei! Lembrei-me da minha infância,
de como comecei a gostar de rock, de escutar música alta em casa (coisa que
faço até hoje), dos shows, dos tempos que adorava me vestir de preto, de quando
meu nick no mIRC era Pink Floyda e muito mais.
Raul tem
algo de especial que sempre me tocou. Talvez por ser a maior referência de rock
brasileiro ou quem sabe pelo seu sotaque baiano. O cara era gênio demais, compunha
letras incríveis, cantava com a alma (como a maioria dos roqueiros), inovava,
misturava ritmos locais com Rock´n´Roll e acima de tudo, tinha muita
personalidade. Escutar Raul é como escutar um amigo, alguém que descreve ideias
diversas que passam pela cabeça. Sempre fui uma metamorfose ambulante,
integrante de uma sociedade alternativa e todas as vezes que alguém me chamava
de maluca (coisa que pode irritar qualquer criança), soava como um elogio: sentia-me
uma maluca beleza, filha de Raulzito.
Eu sou Egoístaaa!!!
ResponderExcluirMúsica linda!! Redundância quando falamos de Raul Seixas!! Músicas que alcançam a importância de prece
Mas como é dificil achar música de qualidade hoje meu rei!! Acho que seria uma frase nos dias de hoje desse imortal icône do que é belo, do que é profundo, do que emociona!!!
Hoje esse valores invertidos valorizando a vulgaridade, a falta de senso! Absurdamente incômoda! Agora eu também vou reclamar!
Protestos, visões! Mistura de ritmos, identidade! Raul é Raul! Milhôes de anos se passarão e sempre, mesmo que quando menos se espera, vc ouvirá um Toca Raul!!
Parabéns Mila! Um grande beijo!!!
Eu conheço bem a fonte
Que desce daquele monte!
Ainda que seja de noite!!
Se inspirou hein, Hugo??? Daqui a pouco vira blogueiro também!!
ExcluirTOCA RAUL!! =)