
Logo no
início do blog, escrevi um texto sobre o sal, explicando a diferença entre o
Marinho e o Refinado. http://www.beijonopadeiro.com/2009/11/sal-marinho-x-sal-refinado.html Hoje vim falar novamente do tema do sal, abordando o seu consumo
na dieta, recomendações, medidas caseiras, leitura e interpretação de rótulos.
Faz parte
da cultura popular o conhecimento de que não se deve consumir sal em excesso,
pois este está relacionado à formação de edemas, problemas renais e
principalmente ao aumento da pressão arterial. O que muita gente não sabe é: O
que é muito ou pouco sal na dieta.
O sal de
cozinha ou cloreto de sódio é constituído de átomos de cloro e de sódio,
formando o NaCl. Nesta composição, 39,3% é de sódio e 60,7% de cloreto. Em outro
texto, já recomendei a leitura dos rótulos dos alimentos. A leitura, entretanto,
não tem grande valia, quando não se tem noção de parâmetros. A tabela a seguir
vai auxiliar nessa compreensão:
Guia para Rotulagem de Alimentos em Relação ao Sódio
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Não contem sódio
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Menos de 5mg por porção padrão; pode não conter cloreto de sódio
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Teor muito baixo de sódio
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35mg ou menos por porção padrão
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Teor baixo de sódio
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140mg ou menos por porção padrão
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Teor reduzido de sódio
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Redução de pelo menos 25% de sódio a menos por
porção do que no alimento regular
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Teor leve em sódio
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Redução de pelo menos 50% de sódio a menos por porção do que no
alimento regular
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Sem adição de sal
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Sem adição de sal durante o processamento
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Levemente salgado
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50% a menos de sódio adicionado do que normalmente é adicionado
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Conforme a
Dietary Reference Intake (DRI), 1g de sódio é equivalente a 2,53g de sal e
ingestão adequada (AI) de sódio para um adulto saudável deve ser de 1,5g/dia,
com um limite máximo (UL) de 2,3g/dia.
Para simplificar
a visualização desses números, aqueles pacotinhos de sal, que frequentemente
acompanham porções de fritas em lanchonetes e bares, contém 1g de cloreto de
sódio (sal). Conforme a AI, a média de consumo de sal diário, para um adulto
saudável deve ser entre 3 e 4 sachês (equivalente a 3-4g de sal) daqueles e o máximo, aproximadamente 6
sachês daqueles (equivalente a 5,8g de sal).
Como as pessoas não usam esses sachês de sal em casa, uma medida
caseira que equivale a 1g de sal é a tampa de uma caneta Bic. Logo, se você
cozinha em casa para duas pessoas, por exemplo, pode separar 5 tampinhas de sal
num pires para saber que aquela é a quantidade adequada para usar durante o
dia, na cozinha. Deixei uma folga, pois outros alimentos contém sódio
naturalmente, como: queijos, pães e carnes.
É
importante avaliar o consumo desses alimentos, ricos em sódio, para ver a
necessidade de minimizar o sal adicionado à comida. Os alimentos
industrializados são campeões em sódio e por isso, a dieta média da população,
excede em muito os índices recomendados de ingestão de sódio. Segundo dados do
Ministério da Saúde, o brasileiro consome em média 12,3 gramas de sal por dia,
quando deveria estar consumindo no máximo 5,8g de NaCl. É mais do que o dobro!!!
Não é de espantar os índices crescentes de doenças crônicas não transmissíveis,
afinal de contas, funcionam em efeito cascata. Quem tem alta pressão arterial,
tende a ter problemas renais, que consequentemente tende a se tornar diabético
e por aí vai...
TOP 10 alimentos ricos em sódio
1) Carnes e peixes defumados,
processados ou curados (presuntos, bacon, carne em conserva, embutidos,
salsichas, cachorro quente, carne de porco salgada, carne seca, arenque,
anchovas, atum e sardinha em conserva.
2) Suco e molho de tomate
industrializados (a menos que o rótulo diga o contrário).
3) Extratos de carne, cubos de caldo de
carne, frango e legumes, molhos de carne/frango, glutamato monossódico e certos temperos prontos.
4) Biscoitos salgados (chips, batatas fritas,
tortillas, salgadinhos de milho, nozes salgadas, pipocas de micro-ondas e
bolachas).
5) Molhos de saladas industrializados,
condimentos, temperos, catchup, molho inglês, molho barbecue, molho cocktail,
molho teriyaki, molho de soja, molho tipo salsa, picles, azeitonas e chucrute
(repolho em conserva).
6) Misturas preparadas para molhos,
caldo de carne, caçarolas, macarrão instantâneo, arroz pré pronto, pratos com
batata, macarrão, queijo e misturas para recheios.
7) Queijos (processados e em pasta)
8) Entradas, empadas, coxinhas, salgados, bolinhos variados, lasanhas e pratos congelados em geral.
9) Sopas de saquinho ou enlatadas.
10) Alimentos ingeridos fora de casa em
geral (sal é o tempero mais barato!!!).
Agora
chegamos à boa e velha conclusão de que uma dieta, predominantemente feita em
casa e evitando produtos industrializadas é a que apresenta menor risco de
excesso de sódio. Considerando que não se consuma nada industrializado no dia,
por exemplo: inhame, aimpim, banana da terra ou cuscuz no café da manhã; arroz,
feijão, verduras, folhosos e peixe no almoço; sopa de verduras ou feijão no
jantar; e frutas e oleaginosas (sem sal) nos intervalos, é muito difícil que se
exceda o consumo diário recomendado.
É fundamental evitar o hábito de ter sal (e condimentos salgados) à mesa. É preciso estar atento para o uso de queijo parmesão em massas e o gersal no arroz, por exemplo. Afinal, não adianta preparar a comida com pouco sal e depois caprichar nos condimentos salgados à mesa. O maior problema, entretanto, está no alto consumo de produtos industrializados e refeições feitas fora de casa, como descrito na lista acima. Sem falar, que só comendo em casa e em certos restaurantes naturais, podemos garantir que o sal ingerido seja marinho e não refinado.
É fundamental evitar o hábito de ter sal (e condimentos salgados) à mesa. É preciso estar atento para o uso de queijo parmesão em massas e o gersal no arroz, por exemplo. Afinal, não adianta preparar a comida com pouco sal e depois caprichar nos condimentos salgados à mesa. O maior problema, entretanto, está no alto consumo de produtos industrializados e refeições feitas fora de casa, como descrito na lista acima. Sem falar, que só comendo em casa e em certos restaurantes naturais, podemos garantir que o sal ingerido seja marinho e não refinado.
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