quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Escolhendo a Profissão


Foto do Google Imagens

Almocei com um tio ontem que estava comentando sobre a indecisão de minha prima para escolher a profissão. O papo me fez lembrar o meu próprio terceiro ano, quando me vi a na difícil situação de ter que escolher uma profissão para o resto da vida.

Ele comentou que como eu, ela vem assistindo a diversas palestras sobre profissões, entretanto considero essas palestras um grande risco. Por quê? Ora, palestrar é um dom. Muitas vezes podemos nos sentir totalmente entusiasmados por uma palestra, não necessariamente pela profissão em si e sim pela empolgação passada por um bom palestrante.

Por exemplo, as chances de uma palestra de alguém da área de comunicação ou teatro ser mais atraente do que a de alguém de área um são enormes! Por aí vai...

Além disso, é preciso tomar cuidado com os professores. Eu tenho um exemplo pessoal para esse caso. Nos tempos de escola, a minha melhor disciplina era ciências. Depois, no primeiro e segundo anos do ensino médio, tive um excelente professor de biologia e esta era a minha matéria favorita. Ao chegar no terceiro ano, me deparei com um professor de biologia péssimo (em minha opinião, pois muitas outras pessoas adoravam a sua metodologia de ensino). O fato de outras pessoas gostarem de sua aula não me fez imaginar que o problema estivesse no professor e não na disciplina. Naquela época nao tinha nem maturidade e nem discernimento para me dar conta de nada disso. Assim, tomei pavor de biologia justamente no ano do meu vestibular e decidi que teria que escolher qualquer outra profissão que não pertencesse à área de saúde. 

Claro que a escolha foi dificílima, pois de uma hora para a outra me vi sem a principal opção (desde a infância dizia que queria ser dentista, depois desisti, pensei um tempo em biologia e só depois em jornalismo). Jornalismo foi logo descartado, pois percebi que apesar de adorar ler, escrever e me comunicar, a ideia de escrever e ler aquilo que os outros desejavam e nao aquilo que me desse vontade, não pareceu nada sedutora.

Sempre escrevi como hobby em folhas e cadernos aleatórios e há três anos tenho matado minha vontade de escrever de forma mais regular através do blog. Tenho certeza que sou muito mais feliz trabalhando desta forma autônoma do que se tivesse seguido a carreira jornalística. Super recomendo essa ferramenta para quem gosta de escrever como eu. Nem todas as nossas aptidões podem ou devem se tornar profissões formais. Muitas delas podem ser exploradas na forma de hobby de modo bem mais satisfatório.

Por outro lado, nem todas as aptidões existem nas universidades. As vezes somos movidos por um gosto especial que não está naquele formulário que precisamos preencher para fazer uma prova de vestibular. Outro dia estava conversando com uma amiga que é advogada, graduada em uma excelente instituição e trabalha em um ótimo escritório. Entretanto, há alguns anos descobriu que não se vê exercendo essa profissão para o resto da vida, mas ao mesmo tempo não consegue imaginar que área seguir. Ela me contou que tem adoração por perfumes, tem um olfato aguçado, adora estudar o assunto, fragrâncias, etc. Ora, para mim me pareceu um claro dom! Entretanto, coisas óbvias e distintas assim dificilmente são vistas como dons, principalmente quando acreditamos que necessitamos de um estudo formal para fazer parte do mercado de trabalho. O que seria da indústria de perfume se não houvesse pessoas apaixonadas pelo assunto? É um dom especial, não faz parte de nenhuma lista de vestibular, mas certamente pode ser explorado de inúmeras maneiras...

Retornando às influencias que recebemos na escolha de uma profissão: CUIDADO COM OS PROFESSORES! Eles podem ser definitivos tanto para estimular os jovens em escolhas erradas como também desvia-los de um caminho "correto"... Se você, seu filho, sobrinho ou alguém conhecido estiver nessa fase de decisão profissional pense nisso: Até que ponto os professores e a qualidade de suas aulas estão interferindo na decisão?

Outra coisa importante é investigar talentos. Nessa hora, nada deve ser desestimulado ou menosprezado. Não existe profissão ruim, todo talento bem explorado pode render ótimos frutos, no mínimo de satisfação pessoal. A faculdade de arquitetura é um grande exemplo, tenho algumas amigas com talentos artísticos e a falta de coragem de seguir carreiras como teatro e moda lhes fizeram optar pela formação em arquitetura, supostamente artística, mas ainda assim respeitada como um curso formal. Ora, moda é moda, arquitetura é arquitetura! Com o tempo perceberam isso e seguiram as suas reais vocações, hoje estão muito mais encontradas e realizadas!

Mais um conselho: na época do meu terceiro ano não fiz nenhum tipo de orientação vocacional. Quando me vi no dilema de mudar de profissão tive um acompanhamento terapêutico que foi decisivo. Então, se houver condição, recomendo fortemente que se busque algum tipo de orientação profissional. Muitas vezes um trabalho personalizado pode ser um pouco caro, mas acompanhamentos em grupos podem ser bastante efetivos e mais viáveis economicamente. Cada um deve se adequar à sua possibilidade, entretanto recomendo mesmo este tipo de investimento.

Espero ter ajudado quem esteja conflitante com o tema... Precisando de mais dicas e/ou indicações, estou às ordens! Ter superado esse dilema me faz ter um prazer enorme em ajudar pessoas que estão como um dia já estive... Boa sorte!


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