quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O bom ficando melhor, o ruim ficando pior...

Achei esse texto interessante: reforça muitas idéias que sempre comento por aqui...!

Autores: Erik Millstone e Tim Lang - professores doutores em Ciências Políticas e Política Alimentar, em "The Atlas of Food", University of California Press 2008


"Em muitas partes do mundo, os padrões de consumo estão mudando muito rápido. Embora alimentos básicos tradicionais continuem sendo a comida diária de muita gente nos países em desenvolvimento, uma "transição nutricional", que começou na Europa e na América do Norte na metade do século 20, está transformando os hábitos alimentares da nova classe C em países como  Brasil, China e India.

As pessoas tendem a comer porções cada vez maiores de produtos alimentícios, que tipicamente contêm mais laticínios, carne e gordura, bem como de açúcar e outros carboidratos altamente refinados, e frações menores de fibras dietéticas, vitaminas e minerais. O uso de aditivos alimentares, que ajudam na produção dos produtos alimentícios e os tornam mais palatáveis ao consumidor, também vai de vento em popa. Essa mudança na dieta está levando a taxas maiores de doenças do coração, diabete e outras doenças crônicas.

Aliada a essa transição nutricional, e às mudanças nos padrões de produção, processamento e consumo de alimentos, uma perceptível alteração de comando vai tomando conta da cadeia alimentar. A influência dos fazendeiros diminui, enquanto a das grandes corporações - em particular supermercados e redes de fast-food - aumenta.

Parcialmente em resposta às preocupações quanto a essas mudanças, houve nos últimos anos acentuado crescimento na demanda e no fornecimento de alimentos orgânicos, integrais e saudáveis. De modo geral o mercado de alimentos parece estar polarizado, com o bom ficando melhor, e o ruim, pior ainda.

Ironicamente, as grandes corporações que comercializam a comida altamente processada que é uma das características da "transição nutricional" também identificaram um nicho de mercado potencialmente lucrativo para "nutracêuticos" e "alimentos funcionais". Estes prometem efeitos benéficos, como melhor motilidade intestinal ou redução do colesterol do sangue. Em resumo, são planejados para combater os próprios problemas de saúde criados por uma dieta altamente processada."

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