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Ontem citei
o caso de uma pessoa que emagreceu 20kgs depois de passar por uma reeducação
alimentar, na qual, dentre outras mudanças de hábitos, incorporou a ingestão de
grãos integrais à dieta, reduzindo o consumo de produtos refinados, farináceos
e açúcares. Claro que não foi uma simples dieta e é isso que vim chamar atenção
hoje, com um exemplo na mesma família. A mãe desta pessoa, ao ver a filha
emagrecendo e se sentindo cada vez melhor, decidiu que também iria comer o
bendito arroz integral...
A diferença
foi que ela não fez nenhuma alteração nos demais hábitos alimentares. Apenas
acrescentou o arroz integral cateto ao seu cardápio, na esperança de um
milagre. O resultado foi matemático. Enquanto a filha emagreceu 20kgs, a mãe
engordou 10kgs!
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Estou
contanto este caso para chamar atenção para uma informação básica, que ilude
muita gente: não existe comida que emagreça! Tudo que contém calorias irá ser
somado à ingestão calórica diária. Se você consome mais do que gasta: ENGORDA! Simples assim... O que existe são alimentos que tem maior potencial
de se acumular na forma de tecido adiposo do que outros. Estes podem auxiliar
no processo de emagrecimento quando devidamente substituídos e ingeridos de
forma adequada.
Vivemos numa
sociedade acelerada, onde, a começar pela comida típica internacional, o fast
food, tudo tende a ser rápido, para não dizer imediato. Desta forma, quando as
pessoas decidem querer emagrecer, querem que o processo ocorra como num toque
de mágica. Esquecem, entretanto, que levaram meses, e até anos, para chegar ao
grau de sobrepeso que se encontram.
Outro dado
básico que as pessoas devem ter em mente, não somente no que diz respeito ao
emagrecimento, como em termos gerais, é o seguinte: o tempo de perda é
equivalente ao tempo de ganho. Ou seja, em se tratando de saúde é bem
interessante que o emagrecimento ocorra na mesma velocidade do ganho de peso.
Em relação a
outros aspectos da saúde é a mesma coisa. Quando tratamos uma doença, mesmo que
os sintomas principais desapareçam rapidamente, os resquícios tardam pelo tempo
que existiram. Por exemplo, uma pessoa que sofreu de gastrite crônica durante
10 anos e resolve fazer um tratamento alimentar, pode se livrar dos sintomas e
dos remédios rapidamente, entretanto, continuará com a debilidade gástrica por
pelo menos 10 anos ou o tempo que levou para adquirir a patologia. Logo, essa
pessoa terá que ter em mente, que mesmo que não sinta mais azia e nem dependa
de fármacos, se abusar do bom estado de saúde, poderá sofrer recaídas. Se o
abuso for exagerado as recaídas tenderão a vir ainda piores...
Este
exemplo se estende para tudo. Um fumante vai levar o tempo que levou fumando
para voltar a ter pulmões limpos... Um ex-gordo vai ter que sempre vigiar a
balança, pois se achar que está magro e que pode abusar de guloseimas e descuidar
da reeducação alimentar, voltará a engordar. Em suma, o efeito sanfona é mais
perceptível quando o assunto é ganho de peso, mas ele se repete em demais
estados patológicos, afetando os órgãos frágeis (pontos fracos) de cada
indivíduo.
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