segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Câncer Planetário (Parte 2)

Para Além do Dualismo
Texto de Michio Kushi
 
Foto retirada do Google Imagens

"Encontramo-nos hoje num ponto crítico da história. Há um segmento da ciência e medicinas modernas que está indo em direção a biotecnologia - a manipulação artificial do meio ambiente, incluindo a criação de novas formas de vida em laboratório. Entre 1960 e 1990, o número de variedades de sementes que sofreram mutação induzida por irradiação cresceu vertiginosamente de 15 para 13 mil. Sessenta por cento do trigo duro da Itália, por exemplo, corresponde a uma variedade mutante cujas alterações foram provocadas por emissões de raios gama. Recentemente, os Estados Unidos aprovaram modificações genéticas em alimentos do consumo diário sem qualquer teste sobre os possíveis danos à saúde humana e ao meio ambiente e sem a obrigatoriedade de rotulagem. Os efeitos podem ser catastróficos. Esses alimentos carecem de um Ki (energia eletromagnética natural) vigoroso. Com o rompimento das fronteiras entre as espécies - que constituem o meio que a natureza emprega para preservar a distinção e a diversidade - genes de boi, carneiro, peixe e outros animais podem ser introduzidos em grãos, feijões, vegetais e frutas, criando-se vibração e energia extremamente caóticas. O impacto sobre o meio ambiente - o delicado ecossistema no qual tudo está interligado - não podem ser aferidos em laboratório. A perda da diversidade - a soma total das variedades genéticas da Terra - é inevitável, pois as características tradicionais são substituídas. As calamidades - por causa de predadores, enfermidades, ciclos climáticos e padrões atmosféricos alterados e mutações - também são inevitáveis.
 
Confirmando esta tendência artificializante, 36 países aprovaram o uso de radiação nos alimentos -tecnologia extremamente perigosa e destrutiva que expõe os alimentos à radiação nuclear altamente ionizada - visando a aumentar o prazo de validade de especiarias, grãos, frangos, carnes, frutas, vegetais e outros viveres postos à venda. Dentre os riscos potenciais à saúde que essa tecnologia pode gerar estão a redução do valor nutricional dos alimentos, a presença neles de elementos radio líticos nunca antes encontrados, o surgimento de fungos carcinogênicos, o aparecimento de tumores, problemas renais e anormalidades genéticas comprovadas em testes laboratoriais, tais como produção de bactérias nocivas e a criação de microorganismos resistentes a radiações.
 
Podemos decidir ir mais adiante por este caminho da mecanização e artificialização da espécie humana ou começar a retornar em direção a caminhos mais naturais de viver e curar a nós mesmos. O momento em que vivemos é o momento da decisão! A degeneração progressiva do solo, o aumento do câncer e das doenças do coração, o enfraquecimento acelerado do sistema imunológico e o estouro de uma guerra nuclear não são acontecimentos inevitáveis. A fim de deter ou evitar tais catástrofes, devemos desenvolver uma nova orientação para a vida. Precisamos especialmente, começar a nos preocupar com as causas básicas de qualquer problema e programar soluções também básicas, em vez de insistirmos na tendência atual de tratar cada questão separadamente e apenas em termos de sintoma. Questões como guerra e paz, saúde e doença, nos afeta a todos de alguma forma e em todos os domínios da vida moderna. A responsabilidade de encontrar e aplicar soluções não deveria ser apenas daqueles que fazem parte do governo, das forças armadas ou da comunidade médica e científica. A saúde e a segurança autênticas só emergirão por meio de esforços cooperativos envolvendo pessoas de todos os níveis da sociedade.
 
A moderna civilização, por marchar contra ao invés de com a natureza, tem se privado da capacidade de evoluir harmonicamente com o meio ambiente. O câncer, as imunodeficiências, a guerra nuclear, a destruição da natureza nada mais são do que manifestações extremas dessa marcha ensandecida. Ao invés de considerarmos as causas do colapso da vida moderna em termos abrangentes - ecológica, social e biologicamente - nós até agora só temos percorrido a estrada oposta, focalizando nossa atenção em fatores isolados, como, por exemplo, certas células dentro do corpo, criminosos dentro da sociedade e organizações terroristas dentro dos estados/nações. Os remédios que são empregados em nossos hospitais, casas legislativas e fóruns globais envolvem invariavelmente a cessação dos antagonismos e a repressão às forças transgressoras, revelando o quanto a condição global que fizeram com que a doença se desenvolvesse é ignorada.
 
Este modo moderno de pensar e viver que nos levou ao beco sem saída em que nos encontramos, pode ser descrito como dualista. O pensamento dualista separa o bom do mau, o amigo do inimigo, a saúde da doença, considerando um como desejável e o outro como indesejável. Tal método parcial de pensamento sobeja efetivamente a toda sociedade moderna, interferindo na educação e na religião, na política e na economia, na ciência e na indústria, nas comunicações e nas artes. Enquanto nosso ponto de vista básico continuar sendo unilateral, impossível será curar profundamente qualquer doença ou pôr fim à degeneração da família, à atividade criminosa, às rebeliões sociais e aos conflitos internacionais.
 
De uma perspectiva abrangente - tal como aquela que considera o planeta como um todo integrado - podemos constatar que os inimigos realmente não existem. Todos os fatores, embora antagonistas para nossos objetivos limitados (sejam eles nacionais ou individuais) são na verdade complementares. Todo fenômeno contém a semente de seu oposto. Todos são mutuamente influenciados e transformam-se uns nos outros. Com o objetivo de contrabalançar os extremos - reduzindo os excessos e preenchendo os espaços vazios - a natureza produz a maior diversidade e harmonia possível, como nos revela a espiral da vida.
 
A doença não é senão uma adaptação natural, o resultado da sabedoria instintiva do corpo querendo tentando manter-nos em equilíbrio. E a doença degenerativa, por sua vez, é somente o estágio final numa seqüência de eventos pelos quais os indivíduos das sociedades modernas tendem a passar por não saberem apreciar os benefícios naturais dos sintomas mórbidos. Na realidade a doença está nos defendendo e protegendo, desde que ela própria, a doença, nada mais é do que a eliminação ou a concentração em determinadas regiões do corpo de fatores indesejáveis. Ela é um admirável mecanismo de defesa e adaptação que nos permite viver um, dois, cinco ou dez anos a mais, ainda que não mudemos nosso modo artificial de viver e se alimentar.
 
Por outro lado, se partimos para uma reflexão profunda, se tomarmos para nós a responsabilidade de nossas próprias doenças, se, em suma, mudarmos nossa orientação, a enfermidade cooperará conosco e desaparecerá, caso ainda não tenha chegado a um estado irreversível.
 
Como a moderna medicina está começando a descobrir, o câncer e outras doenças degenerativas podem muito bem ser prevenidas e, em muitos casos, até mesmo controladas, sem que se lance mão de tratamentos violentos. Para tanto basta adotar uma dieta baseada em cereais e vegetais integrais, acompanhados de outros alimentos tradicionais complementares, e administrar simples, mas eficientes tratamentos caseiros. Milhares de pessoas com câncer e doenças cardíacas, inclusive várias em estado considerado terminal pela medicina moderna, recuperaram a saúde e a vitalidade ao adotarem métodos tradicionais e holísticos de cura. E centena de milhares de outras têm prevenido o surgimento de doenças degenerativas mudando o seu estilo de comer e viver. Simultaneamente à mudança de hábitos alimentares, muitos indivíduos enfermos têm tomado a iniciativa de administrar tradicionais remédios caseiros para reduzir sintomas e descarregar materiais tóxicos por meio da pele e da urina. Essas aplicações, além de seguras, simples e auto administráveis, estimulam a atividade circulatória e potencializam o eletromagnetismo do corpo, fazendo com que a energia flua facilmente para a região afetada.
 
A abordagem tradicional do tratamento das doenças é dócil e pacífica. Não é violenta. Todos os fatores são considerados complementares e a ênfase recai sobre a restauração do equilíbrio. Por milhares de anos a humanidade julgou a vida não como uma batalha em que inimigos teriam que ser violentamente subjugados ou destruídos, mas sim um jogo que suscita aventuras e descobertas ilimitadas e no qual os opostos são graciosamente harmonizados. Da adoção deste ponto de vista, paz e saúde seguem como conseqüências naturais. "
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário