sábado, 13 de outubro de 2012

Ácido e Alcalino: um resumo por Carl Ferré

Muito bom esse texto do Carl Ferré...



"Herman Aihara desenvolveu sua teoria do ácido e alcalino em resposta às considerações de Ohsawa sobre o tema.

Por ter adotado como critério a presença de certas substâncias nos alimentos ‒ sódio, cálcio, fósforo, súlfur ‒ Ohsawa designou yin os alimentos ácidos e yang os alimentos alcalinos. Aihara, suspeitando que o mestre não houvesse alcançado o essencial, mergulhou em aprofundados estudos e acabou por estabelecer uma distinção vital entre alimentos ácidos e alimentos geradores de acidez.


De acordo com ele, o importante era levar em conta os efeitos (acidificantes ou alcalinizantes) de determinado alimento depois de digerido e assimilado. Aihara constatou que os alimentos alcalinos apresentam, sem exceção, um efeito alcalinizante, fato que o levou a denominá-los alimentos geradores de alcalinidade. Com os alimentos ácidos, contudo, não constatou a mesma relação, pois enquanto uns apresentam um esperado efeito ácido, outros apresentam um inesperado efeito alcalino. Estes últimos, embora ácidos, denominou-os também alimentos geradores de alcalinidade.


Além disso, Aihara descobriu que há alimentos geradores de alcalinidade de tendência yin tanto quanto de tendência yang; e há alimentos geradores de acidez de tendência yang tanto quanto de tendência yin. Carne e ovos (ambos yang) e laticínios e doces (ambos yin), por exemplo, provocam acidez.

Nossa saúde está diretamente conectada à condição de nosso meio interno (plasma e líquido intersticial). E a condição de nosso meio interno é diretamente influenciada pelos alimentos que ingerimos e pelas atividades que praticamos diariamente. Embora haja muitos outros fatores envolvidos, o estudo do ácido e do alcalino mostra-se, no que diz respeito à nossa saúde, particularmente vantajoso.

O processo é realmente muito simples. Nós nos beneficiamos quando nosso meio interno encontra-se ligeiramente alcalino; e adoecemos quando nosso meio interno torna-se muito ácido. Quanto mais ácido nosso meio interno, mais problemáticas as desordens que se nos deparam. E todas as desordens – não importa a causa – crescem num ambiente ácido. Todavia, tanto os alimentos que geram alcalinidade, quanto os que geram acidez são necessários para uma condição saudável – tornar-se muito alcalino, embora raro, também é prejudicial.

Muitos problemas de saúde, de um pequeno mal-estar a doenças mais sérias, representam a tentativa do corpo de purificar o meio interno – ingerir, a cada refeição, mais alimentos que geram alcalinidade do que alimentos que geram acidez constitui uma estratégia para estimular esse processo. Aumente a proporção de alimentos geradores de alcalinidade se o meio interno acha-se excessivamente ácido. Advirta-se que é preferível não ingerir refeições compostas exclusivamente de alimentos geradores de acidez (ou alcalinidade), especialmente por um espaço de tempo longo.

A grosso modo, os alimentos podem ser classificados em geradores de acidez e geradores de alcalinidade considerando-se o teor de proteínas, gorduras e minerais que apresentam. Alimentos que contêm muita proteína, gordura e carboidrato provocam acidez, ao passo que alimentos ricos em vitamina e minerais provocam alcalinidade.

Os alimentos que escolhemos, o modo como os preparamos e comemos refletem sobremaneira no nosso bem-estar, na quantidade de energia de que dispomos e nas doenças que porventura venhamos a contrair. A qualidade do nosso meio interno é de suma importância para a manutenção e restauração de nossa saúde. Ofereço abaixo sugestões tendo em vista as condições das pessoas.

Para pessoas saudáveis, considerar a seguinte proporção: 55 a 60% de alimentos  geradores de alcalinidade para 40 a 45% de alimentos formadores de acidez.
Para pessoas com um ou mais sinais de advertência, tais como fadiga, obedecer a esta proporção até os sinais desaparecerem: 60 a 65% de alimentos causadores de alcalinidade para 35 a 40% de alimentos provocadores de acidez.
Para pessoas com uma ou mais desordens já instaladas, observar a proporção que se segue até a eliminação das desordens: 65 a 75% de alimentos geradores de alcalinidade para 25 a 35% de alimentos geradores de acidez.
Para pessoas com doenças sérias ou que lhes ameaçam a vida, adotar a seguinte proporção até as doenças desaparecerem: 70 a 80% de alimentos causadores de alcalinidade para 20 a 30% de alimentos causadores de acidez.

O estudo e o consumo dos alimentos integrais e naturais são determinantes em nossas vidas. Há uma grande variedade de alimentos saudáveis. Quanto mais ingerimos vegetais frescos (incluindo vegetais marinhos), conservas produzidas naturalmente, ervas e especiarias de qualidade inquestionável, grãos integrais, feijões, nozes, castanhas, sementes e frutas (quando nossa condição assim o permitir), mais saudável – e equilibrada no que se refere ao ácido e alcalino – é nossa dieta.

Abaixo segue uma lista de alimentos geradores de alcalinidade organizada por categorias:

Grãos integrais: grãos germinados, arroz selvagem, arroz japonês, amaranto e quinoa.
Vegetais: todos os vegetais orgânicos e frescos, exceto batatas sem casca.
Conservas: todas as conservas produzidas naturalmente.
Ervas e especiarias: todas, exceto noz-moscada.
Frutas: geradoras de alcalinidade para pessoas saudáveis que não apresentam dificuldade de processar ácidos; geradoras de acidez para pessoas que se encontram doentes ou apresentam dificuldade de processar ácidos.
Feijões: brotos de feijões.
Nozes, castanhas e sementes: germinadas, amêndoas e a maioria das sementes.
Óleos: óleo de abacate, óleo de linhaça, óleo de sementes de cânhamo, óleo de oliva.
Alimentos de origem animal: manteiga clarificada (ghee) e gema de ovo.
Adoçantes: melaço de alfarroba, mel cru, agave (suco concentrado de cacto), concentrado de pera e rapadura integral.
     Bebidas: leite de amêndoas não adoçado, kukicha (banchá com os gravetos), suco de grama de cevada, suco de cenoura, e quase todos os chás de ervas." Carl Ferré

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