Já falei antes aqui sobre índice glicêmico e a importância de alimentos integrais, em especial o arroz integral, na estabilização do açúcar sanguíneo.
Hoje, mais cedo, publiquei uma matéria que saiu no site da Veja ontem sobre a epidemia mundial de diabetes. Agora traduzi um artigo que saiu hoje no site da Escola de Saúde Pública de Harvard (Harvard School of Public Health) sobre a eficácia da substituição do arroz branco pelo arroz integral na prevenção e tratamento do diabetes tipo 2. Como podem perceber, o assunto Diabetes: Alimentação e Prevenção, está mais do que em alta. Impossível ignorar o tema!! Boa sorte na mudança dos hábitos, contem com o meu apoio sempre!!
Imagem retirada do Google Imagens
"Poderia o arroz branco reduzir o alastramento dos casos de diabetes tipo 2?
O aumento mundial dos casos de diabetes
tipo 2 nas últimas décadas cresceu paralelamente com a mudança alimentar,
alterando refeições básicas, ricas em grãos integrais, para carboidratos
altamente refinados, como o arroz branco e as farinhas refinadas. Agora, um grupo de pesquisadores da
Harvard School of Public Health (HSPH) visa conter a maré mudando a cor da
cumbuca de arroz do mundo do branco para o bege – mais nutritivo.
Para resolver o problema, os pesquisadores
lançaram o Nutricional Global e Transição Epidemiológica (GNET)
Grupo de Trabalho, uma
iniciativa de colaboração entre pesquisadores dos Departamentos de
Epidemiologia e Nutrição da HSPH e seus colegas na Ásia, América Latina e
África. O objetivo do grupo é
evitar o crescimento da epidemia global de diabetes, melhorando a qualidade de
carboidratos dos alimentos básicos na dieta de pessoas de todo o mundo.
Carboidratos refinados como o arroz branco tem um alto
índice glicêmico, o que provoca picos rápidos de açúcar no sangue, fazendo com
que o risco de diabetes aumente. Alimentos
com baixo índice glicêmico, como o arroz integral, são digeridos mais
lentamente, causando uma mudança mais baixa e suave no nível de açúcar no
sangue. Entretanto, comer arroz
branco e outros carboidratos refinados, como pão branco está agora firmemente
embutido em muitas culturas ao redor do mundo. Na China, por exemplo, arroz branco
altamente polido passou a ser visto como um símbolo de riqueza e arroz integral
da pobreza.
O grupo GNET começou um estudo, em Xangai, China, em
2008, para ver se os participantes aceitam mudar de arroz branco ao integral. Os resultados preliminares do estudo,
liderado por Frank
Hu ,
professor de nutrição e epidemiologia, foram promissores. Este estudo avaliou o grupo de foco a
conscientização e aceitação de arroz em 32 adultos chineses, e examinou a
viabilidade da introdução de arroz integral na dieta. A maioria dos participantes consumiram
arroz branco diariamente e apenas uns poucos já haviam provado arroz integral
anteriormente. Antes de
degustação, a maioria dos participantes considerou o arroz integral inferior ao
arroz branco em termos de sabor e qualidade. No
entanto, após degustar o arroz integral e aprender sobre o seu valor
nutricional, a maioria indicou maior vontade de consumir arroz integral. Além disso, a maior parcela dos participantes
expressou vontade de participar de um estudo de longo prazo acerca da intenção
de consumo do arroz.
Num estudo piloto subsequente, um total de 202 adultos
de meia idade foram divididos aleatoriamente em grupos de arroz branco ou arroz
integral e o arroz consumido durante 16 semanas. O estudo encontrou um resultado
razoavelmente bom com a intervenção do arroz integral. Apesar de não encontrarem diferenças
globais em fatores metabólicos, a intervenção do arroz integral mostrou alguns
benefícios na melhoria do colesterol HDL e pressão arterial em pacientes
diabéticos. O estudo demonstrou a
viabilidade da realização de longo prazo de ensaios de introdução do arroz integral
na população chinesa.
Estudos-piloto GNet já estão em andamento em outros
oito países: Costa Rica, Índia, Quênia, Kuwait, México, Nigéria, Porto Rico, e
Tanzânia. Eles tem o objetivo de avaliar o efeito da substituição de grãos
integrais, como o arroz, no lugar de carboidratos refinados em relação aos
efeitos na pressão arterial e níveis de açúcar no sangue em populações de risco
para o diabetes, e para avaliar a aceitação de tais intervenções em comunidades
locais. Os resultados destes
estudos irão formar a base de longo prazo, para intervenções que devem iniciar
em dois anos.
"Nossa esperança é que este projeto irá mudar as
tendências mundiais no consumo de alimentos básicos", disse Hannia
Campos, professor de
nutrição. "Esperamos que o
projeto tenha impacto na política alimentar, produção e processamento de forma
que os alimentos integrais e leguminosas se tornem a norma". Campos tem
sido incentivado por "vontade dos acadêmicos, funcionários do governo e
até mesmo pela indústria pra reconhecer a importância desta iniciativa e para
participar da melhor forma possível", disse ela. "E, tem sido inspirador ver a
disposição de adultos de meia idade, com alto risco para o desenvolvimento de
diabetes, em fazer esses tipos de mudanças para melhorar a sua saúde.""
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