terça-feira, 20 de novembro de 2012

Harvard estuda efeito do arroz integral no tratamento/prevenção do Diabetes tipo 2


Já falei antes aqui sobre índice glicêmico e a importância de alimentos integrais, em especial o arroz integral, na estabilização do açúcar sanguíneo. 

Hoje, mais cedo, publiquei uma matéria que saiu no site da Veja ontem sobre a epidemia mundial de diabetes. Agora traduzi um artigo que saiu hoje no site da Escola de Saúde Pública de Harvard (Harvard School of Public Health) sobre a eficácia da substituição do arroz branco pelo arroz integral na prevenção e tratamento do diabetes tipo 2. Como podem perceber, o assunto Diabetes: Alimentação e Prevenção, está mais do que em alta. Impossível ignorar o tema!! Boa sorte na mudança dos hábitos, contem com o meu apoio sempre!! 

Para ler o artigo original, basta clicar aqui.

Imagem retirada do Google Imagens

"Poderia o arroz branco reduzir o alastramento dos casos de diabetes tipo 2?

O aumento mundial dos casos de diabetes tipo 2 nas últimas décadas cresceu paralelamente com a mudança alimentar, alterando refeições básicas, ricas em grãos integrais, para carboidratos altamente refinados, como o arroz branco e as farinhas refinadas. Agora, um grupo de pesquisadores da Harvard School of Public Health (HSPH) visa conter a maré mudando a cor da cumbuca de arroz do mundo do branco para o bege – mais nutritivo.

Para resolver o problema, os pesquisadores lançaram o Nutricional Global e Transição Epidemiológica (GNET) Grupo de Trabalho, uma iniciativa de colaboração entre pesquisadores dos Departamentos de Epidemiologia e Nutrição da HSPH e seus colegas na Ásia, América Latina e África. O objetivo do grupo é evitar o crescimento da epidemia global de diabetes, melhorando a qualidade de carboidratos dos alimentos básicos na dieta de pessoas de todo o mundo.

Carboidratos refinados como o arroz branco tem um alto índice glicêmico, o que provoca picos rápidos de açúcar no sangue, fazendo com que o risco de diabetes aumente. Alimentos com baixo índice glicêmico, como o arroz integral, são digeridos mais lentamente, causando uma mudança mais baixa e suave no nível de açúcar no sangue. Entretanto, comer arroz branco e outros carboidratos refinados, como pão branco está agora firmemente embutido em muitas culturas ao redor do mundo. Na China, por exemplo, arroz branco altamente polido passou a ser visto como um símbolo de riqueza e arroz integral da pobreza.

O grupo GNET começou um estudo, em Xangai, China, em 2008, para ver se os participantes aceitam mudar de arroz branco ao integral. Os resultados preliminares do estudo, liderado por Frank Hu , professor de nutrição e epidemiologia, foram promissores. Este estudo avaliou o grupo de foco a conscientização e aceitação de arroz em 32 adultos chineses, e examinou a viabilidade da introdução de arroz integral na dieta. A maioria dos participantes consumiram arroz branco diariamente e apenas uns poucos já haviam provado arroz integral anteriormente. Antes de degustação, a maioria dos participantes considerou o arroz integral inferior ao arroz branco em termos de sabor e qualidade. No entanto, após degustar o arroz integral e aprender sobre o seu valor nutricional, a maioria indicou maior vontade de consumir arroz integral. Além disso, a maior parcela dos participantes expressou vontade de participar de um estudo de longo prazo acerca da intenção de consumo do arroz.

Num estudo piloto subsequente, um total de 202 adultos de meia idade foram divididos aleatoriamente em grupos de arroz branco ou arroz integral e o arroz consumido durante 16 semanas. O estudo encontrou um resultado razoavelmente bom com a intervenção do arroz integral. Apesar de não encontrarem diferenças globais em fatores metabólicos, a intervenção do arroz integral mostrou alguns benefícios na melhoria do colesterol HDL e pressão arterial em pacientes diabéticos. O estudo demonstrou a viabilidade da realização de longo prazo de ensaios de introdução do arroz integral na população chinesa.

Estudos-piloto GNet já estão em andamento em outros oito países: Costa Rica, Índia, Quênia, Kuwait, México, Nigéria, Porto Rico, e Tanzânia. Eles tem o objetivo de avaliar o efeito da substituição de grãos integrais, como o arroz, no lugar de carboidratos refinados em relação aos efeitos na pressão arterial e níveis de açúcar no sangue em populações de risco para o diabetes, e para avaliar a aceitação de tais intervenções em comunidades locais. Os resultados destes estudos irão formar a base de longo prazo, para intervenções que devem iniciar em dois anos.

"Nossa esperança é que este projeto irá mudar as tendências mundiais no consumo de alimentos básicos", disse Hannia Campos, professor de nutrição. "Esperamos que o projeto tenha impacto na política alimentar, produção e processamento de forma que os alimentos integrais e leguminosas se tornem a norma". Campos tem sido incentivado por "vontade dos acadêmicos, funcionários do governo e até mesmo pela indústria pra reconhecer a importância desta iniciativa e para participar da melhor forma possível", disse ela. "E, tem sido inspirador ver a disposição de adultos de meia idade, com alto risco para o desenvolvimento de diabetes, em fazer esses tipos de mudanças para melhorar a sua saúde.""

Nenhum comentário:

Postar um comentário