Você sabia
que emagrecimento tem tudo a ver com o tempo que o alimento demora a ser
digerido? Isso mesmo! Esse tempo está intimamente ligado à ingestão de fibras,
lipídios, proteínas e à qualidade dos carboidratos. Isso significa que uma
dieta com mesmo valor calórico pode engordar ou emagrecer mais, a depender da
qualidade dessas calorias. Um maior tempo no trato gastrointestinal significa
mais trabalho para digestão (aumento do gasto calórico) e também saciedade por
um período maior de tempo.
As fibras,
apesar de não terem valor nutricional, constituem um papel fundamental na
dieta. Elas estão divididas em fibras solúveis e insolúveis. O primeiro tipo
tem como principal característica o fato de atrair e absorver água,
transformando o bolo alimentar numa espécie de “cimento” biológico. Assim, elas
não devem ser ingeridas em excesso, uma vez que esse bolo alimentar tem o poder
de “sequestrar” nutrientes. A boa notícia é que esse “sequestro” inclui também
parte do colesterol presente na bile, que poderá ser eliminado nas fezes.
Estudos comprovam que uma dieta rica em fibras pode reduzir 20% da taxa de LDL
plasmático. Popularmente, esse tipo de fibra é conhecido como aquela que “prende”,
presente na banana, na goiaba e na cenoura. Na verdade, ela só terá esse
efeito se for consumida esporadicamente, pois o bolo alimentar irá ter mais
dificuldade em passar pelo intestino. Quando ingeridas com frequência, um bolo
irá “empurrar” o próximo e as fezes não ficarão “presas”.
As fibras
insolúveis, por sua vez, são aquelas famosas por “soltar” o intestino. Elas
funcionam como uma espécie de “areinha” que acelera o trânsito intestinal. O
seu efeito é contrário ao das fibras solúveis, pois são constituídas por
moléculas grandes que não conseguem ser quebradas. Isso faz com que fiquem
retidas no estômago por mais tempo. Por permanecerem mais tempo no estômago,
estão diretamente ligadas à sensação de saciedade. Estão presentes
principalmente nas cascas de frutas, nos grãos, leguminosas e cereais
integrais.
Depois das
fibras, os lipídios são os próximos responsáveis pela diminuição do tempo de
esvaziamento gástrico, seguidos das proteínas. Não é a toa que quando as
pessoas comem feijoada, ficam “empanzinadas” por muito tempo. A gordura demora
muito a ser digerida e quebrada, aumentando o tempo de saciedade. As carnes vermelhas
são as próximas da fila, em termos de demora digestiva, e os feijões são ricos em
fibras insolúveis. Logo, o exemplo da feijoada é uma combinação de alimentos
muito calóricos, gordurosos e de difícil digestão, que aumentam tanto o tempo
de esvaziamento gástrico que muitas vezes causa até desconforto. Além disso, é
um exemplo extremo, pois é um prato rico em colesterol e gorduras saturadas.
Podem-se
obter resultados muito satisfatórios, entretanto, com a utilização de lipídios
de melhor qualidade, como o azeite de oliva, o abacate e as oleaginosas
(castanhas, nozes e sementes). Não podemos esquecer, entretanto, que são
alimentos bastante calóricos e que requerem um consumo balanceado, em
substituição às gorduras de menor qualidade nutricional. Acrescentar esses
itens irresponsavelmente à dieta fatalmente irá produzir o efeito contrário:
engordar.
Por fim,
como já foi colocado anteriormente aqui no blog, no texto: O Mito do Carboidrato (http://www.beijonopadeiro.com/2011/09/o-mito-do-carboidrato.html), a qualidade desses é fundamental para retardar o esvaziamento gástrico. Além
da quantidade de fibras presentes nos alimentos integrais, outro fator determinante é o índice
glicêmico. Alimentos com baixo índice glicêmico são digeridos mais lentamente,
sendo excelentes para quem busca emagrecimento. Isso sem falar na estabilidade
metabólica que proporcionam, evitando o “efeito montanha russa”, onde o nível
de glicose sanguínea sobe e desce de forma abrupta, interferindo em todo o
organismo, inclusive no humor.
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