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Não é a primeira vez que o clima de carnaval na Bahia me inspira a escrever textos aqui no blog... Hoje o tema é a síndrome dos relacionamentos nos carnavais. Se você é baiano/a, tenho certeza que já viu ou viveu algo semelhante ao que vou descrever agora.
Agora a
pouco falava com uma amiga, com uma angústia clássica das vésperas de Carnaval,
mais uma dessas coisas que só se vê na Bahia. Meu primeiro carnaval foi há
catorze anos. De lá para cá, todo ano escuto o mesmo caso repetidamente, já tendo sido vítima deste cenário, inclusive.
Quem nunca
conheceu um gatinho, no segundo semestre do ano, que lhe tratava como namorada,
dava a maior atenção, conhecia a sua família e nada de oficializar o namoro? É
engraçado como tem gente que diz que está louco para encontrar um amor e corre
o risco de deixar ele passar por esse afã carnavalesco. Como uma festa, que
dura apenas uma semana, pode mexer tanto com as pessoas? Só me faz pensar que os
relacionamentos (ou a intenção deles) andam tão rasos que qualquer beijo de uma
pessoa bêbada e desconhecida no meio da rua tem mais valor. Sempre achei isso
um fenômeno curioso, para não dizer: sem sentido.
Em
Salvador, parece manchete de jornal quando alguém escuta falar de determinado
casal que oficializou um namoro às vésperas do Carnaval. Não sei o que acontece
com esse povo, ano após ano, com inúmeros “carnavais solteiros” no currículo,
algo que deveria perder a graça, parece se enfatizar a cada ano.
Outra lenda
que também não compreendo é que carnaval a dois não é bom! Já tive as duas
experiências e sinceramente acho ambas muito legais. E claro, jamais me passou
pela cabeça terminar um namoro para curtir um carnaval solteira. Quando a
relação é boa, é divertido fazer tudo junto, inclusive se esbaldar em festas.
Outra curiosidade:
vejo tantas pessoas fazendo absoluta questão de ir solteiras pro carnaval e
quando chegam à rua a primeira providência é arrumar logo uma “namoradinha de
carnaval”. O que significa isso? Aquela pessoa que fica grudada com ela o tempo
todo durante a festa, dando até margens para ciúmes, briguinhas e coisas do
gênero... Afinal, a vontade é de estar solteiro ou estar “casado”? Os discursos
não são condizentes às atitudes das pessoas... Só me faz pensar que a tentativa
de excesso de independência gera justamente o oposto: uma carência absurda!
Já vi
incontáveis namoros sendo desfeitos às vésperas do carnaval, casais que se
gostam e deixam de estar juntos porque é status curtir o carnaval “single”,
casados e comprometidos que ficam se coçando para dar o zig (traduzindo o baianês:
o perdido)... No fim, quando termina o carnaval os que estão solteiros parecem sentir
um vazio enorme e totalmente desesperados por uma namorada... Alguns encontram
e conseguem se libertar da síndrome do carnaval. Outros passam anos vivendo
ciclos de mini namoros, se deixando levar por um marketing da solteirisse
feliz, enquanto ótimas pessoas passam por suas vidas como se fossem trios
elétricos na avenida.
Chame-me de
careta, romântica, o que for... Mas sinceramente, acho louca aquela pessoa que
tem vergonha de reconhecer que um amor verdadeiro esteja acima de qualquer
festa ou banalidades passageiras.
Obs.: A perspectiva deste texto vem da cabeça de uma mulher e da conversa com amigas. Pessoas do gênero feminino (pelo menos as minhas amigas e eu) não costumam se importar com o fato de ser ou não véspera de carnaval. Quando estão gostando para valer, querem estar junto acima de tudo. Quando acontece de uma mulher curtir o carnaval solteira, mesmo estando envolvida numa relação, geralmente é porque "o cara" colocou ela em banho maria... Se você é "esse cara", se ligue: o feitiço pode virar contra o feiticeiro e você pode perder essa mulher... Afinal de contas, hoje em dia, as mulheres já não são mais tão bestas como antigamente...!
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