terça-feira, 24 de setembro de 2013

Filosofando sobre o sentido do lar e da saudade

Imagem publicada por alguém no Instagram 
Traduzindo: 
"Você nunca estará totalmente em casa novamente, pois parte do seu coração estará sempre em outro lugar. Esse é o preço que você paga pela riqueza e amar e conhecer pessoas em mais de um lugar."

Outro dia publiquei essa imagem no Instagram e hoje vou filosofar um pouco sobre a sua mensagem...

Este final de semana estive em BH, após nove meses sem ir lá. Quanta nostalgia!! Quando morava lá, me sentia assom quando vinha à Salvador, mas a sensação é um pouco diferente.

A nossa terra natal, quando é a mesma onde moram os nossos familiares, será sempre uma certeza de um porto seguro. Quando morei na Espanha e depois em Belo Horizonte, sabia que não importava para onde fosse no mundo, sempre teria um pouso certo em Salvador. É esta certeza que me faz querer desbravar o mundo, pois sei que há muito o que conhecer por aí e que não vale a pena se apegar a um lugar, pois os laços eternos são feitos com pessoas e não com lugares e estas estarão conectadas com a gente independente de qualquer posição geográfica. Basta haver um sentimento real.

Quando parti de Valencia a sensação de rompimento foi enorme. Tanto é que já faz cinco anos e até hoje não tive a oportunidade de voltar. Além disso, quando retornar, provavelmente encontrarei apenas três dos meus amigos que viveram lá na mesma época que eu. Então, sei que aquele lugar, com aquela rotina e aquelas pessoas ficou no passado, na minha caixinha de memórias... Mesmo assim, morro de vontade de retornar: caminhar pelas ruas, percorrer meus trajetos cotidianos, passear no Túria, na Cidade das Artes, na Calle José Capuz, na Univerisade Politécnica, no Carmen, na Pollo e Peyloron, no El Saler, Herbolário Navarro, nos supermercados e lojinhas do bairro que morava... 

Apesar de tudo isso, sei que lugares lindos e encantadores, existem em todas as partes e é inevitável criarmos um certo apego a memórias de ambientes onde tivemos muitos momentos agradáveis ou rotinas. Entretanto, a saudade preponderante, vai muito além de espaços físicos: é a falta que sentimos das pessoas que determina uma verdadeira saudade. Por isso, adoro a ideia de mudanças, pois sei que é possível estabelecer uma rotina feliz onde quer que se viva e que mudanças proporcionam uma riqueza inestimável: conhecer pessoas das mais diversas e permitir que cada uma delas se torne uma flor, que depois de cativada, se torna única, como no livro do Pequeno Príncipe.  

Tudo isso se confirmou este final de semana em Belo Horizonte. Foi uma delicia percorrer por lugares que fizeram parte do meu cotidiano, em um passado recente. Claro que o tempo não deu pra fazer tudo que queria, mas já deu pra acalentar o coração. Lá, a dor da partida foi um pouco menor, por ser no Brasil e por saber que é simples e barato ir lá a qualquer momento. A melhor parte é perceber que nove meses se passaram e os laços que criei continuam intactos. A familiaridade com os espaços físicos e principalmente as pessoas me faz ter certeza que a cidade terá sempre ares de "casa", ou seja, um lugar acolhedor.

Existem outros lugares que já passei temporadas maiores (apesar de não ter morado) e cada um deixou sua marca em minha história. Existem lugares que por si só são incríveis, mas definitivamente, o que dá um toque especial a qualquer território são as pessoas que nele vivem ou que estiveram com a gente por lá... Hoje vou prestar uma homenagem a tantos amigos queridos que já viajaram comigo ou me acolherem em seus lares pelo mundo. Cada lugar que estivemos juntos terá sempre uma lembrança especial graças a vocês!! Que venham os próximos encontros, viagens, lugares e descobertas!!


3 comentários:

  1. Que post mais lindo e transbordando sabedoria e amor, pilha...amei, amei! ♥
    Beijinhos nesse coração lindo e sensível!

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  2. Que post mais lindo e transbordando sabedoria e amor, pilha...amei, amei! ♥
    Beijinhos nesse coração lindo e sensível!

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