quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Programação para Beijar o Padeiro (em Salvador)

Hoje, um tanto indignada com os resultados dos intermináveis julgamentos do Supremo Tribunal Federal, tive que buscar um motivo para não desanimar de vez com este país de corrupção e impunidade... Não quero falar em política e justiça, por isso escolhi um tema leve, que amo: ARTE!

Será que me identifiquei com esta frase?? Super "beijo no padeiro"!

Ontem fui à abertura da exposição da fotógrafa Silvana Sepúlveda, denominada Espiando o Vale do Capão, na Galeria Monsarda, no Palacete das Artes, no bairro da Graça, em Salvador, BA. A exposição ocorrerá até o dia 20 de outubro e conta com 40 fotografias coloridas e a da exibição de um filme de 15 minutos, com diversas imagens do Vale. 

A fotógrafa Silvana Sepúlveda na abertura de sua exposição em 17.09.2013

A artista atualmente passa 15 dias por mês na região e pretende fixar residência por lá. Ela explica que a ideia da exposição surgiu pelo sucesso das fotos, admiradas por amigos e conhecidos que as viam nas redes sociais. A fotógrafa, que há mais de dez anos, tem se dedicado a fotografar o Vale com suas montanhas, flores, bichos, gente e atividades culturais, explica um pouco a sua relação com este lugar encantado:

"Há 10 anos conheci o Vale do Capão. O encanto foi tal que, embora minha permanência tenha sido de somente 4 dias, quando voltei para Salvador já tinha decidido ter casa lá e já pensava no Vale como o lugar onde gostaria de viver. Nesses 10 anos frequentando o Capão e vendo suas maravilhas passei a andar com uma câmera para registrar o que via - paisagens, flores, bichos e uma enorme diversidades de pessoas que constitui a gente do Capão - gente de todos os cantos do país e do mundo vivendo uma vida escolhida, cada um a seu modo, gerando um caldeirão cultural muito próprio do local.Comecei a fotografar ao mesmo tempo em que passei a frequentar o Vale do Capão, cuja paisagem me fascinou e, praticamente, me obrigou a capturá-la e trabalhar suas imagens no computador.

Claro que a qualidade das fotos originais na exposição é bem melhor!


Eu sou suspeita para falar, pois sou completamente apaixonada pela Chapada Diamantina e em especial pelo Vale do Capão. Entendi totalmente as palavras de Silvana, pois, tive a mesma sensação, quando passei por lá, pela primeira vez, por apenas quatro dias. Vontade de não voltar mais! Na ocasião, estive em uma pousada, que hoje já não existe e os proprietários contaram que foram para lá quando a UFBA entrou em greve (eram universitários) e acabaram nunca mais voltando... Tenho certeza que existem muitos outros casos de paixão à primeira vista com o Capão.

Quem ainda não teve a oportunidade de conhecer este lugar mágico, ou já conhece e quer matar as saudades, não pode perder esta exposição. Além do mais, está acontecendo no Palacete das Artes, concomitantemente mais duas exposições: uma de Mario Cravo e outra comemorativa dos 70 anos de Gilberto Gil. A primeira muito criativa, principalmente no uso de materiais recicláveis: uma marca registrada da obra de Mário Cravo. A segunda, super completa e interativa, para encher qualquer baiano de orgulho! Não perca esta excelente oportunidade para celebrar as artes dos filhos da terra que, com muita sensibilidade, expressam seus talentos através de esculturas, fotografias e músicas. 

Foto da exposição de Gil. Por que será que justo esta chamou a minha atenção? Risos!

Foto da exposição de Gil. Tive a honra de presenciar este show ano passado com este super efeito especial em 3D. Parecia que Luiz Gonzaga estava vivo, tocando com ele no palco. Incrível!!

Recomendo uma visita ao local com bastante tempo, para apreciar todas as exposições calmamente e finalizar com um agradável happy hour no Solar Café: um dos melhores points para encontros e bate papos casuais em Salvador. Garantia de programação que faz qualquer um ficar com vontade de beijar o padeiro!



Saiba mais: Localizado no município de Palmeiras, a 445 km de Salvador, o Vale do Capão resguarda paisagens deslumbrantes. O cenário é basicamente composto por grandes cachoeiras, áreas de Mata Atlântica, montanhas de até 1.500 metros, dentre outras preciosidades naturais. Não é à toa que o lugar detém famosíssimos paraísos ecológicos, como o Silêncio dos Gerais, a correnteza do Rio Preto, o imponente Morrão e o abismo onde caem as águas da Cachoeira da Fumaça – a mais alta do Brasil. O lugarejo já teve o garimpo como sua principal atividade, assim como o restante da Chapada. 

5 comentários:

  1. Camila, você sendo uma seguidora da Educação Vitalícia (denominação atual da macrobiótica autêntica aqui no Brasil) não poderia estar tendo como referência de estar animada ou desanimada a situação lá no STF em Brasília ! Ânimo ou desânimo tem muito pouco a ver com uma situação externa, mas sim tem muito a ver com a sua situação interna. Termos que esperar que a situação externa melhore para estarmos animados é pedir para se frustrar. Um dos principais princípios da Educação Vitalícia diz respeito à sermos independentes. Independentemente de qualquer que seja a situação externa, estar bem, estar animado. A motivação deve ser principalmente interna...

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  2. Olá anônimo!!

    Bem vindo ao blog e grata por sua contribuição...

    Você tem razão e é por isso que busco a automotivação nas pequenas coisas da vida... Mesmo assim, e sendo uma pessoa que busca o melhor das piores situações (beijo no padeiro) é difícil ser indiferente à toda esta situação de impunidade e corrupção em nosso país...

    Desanimo sim, não com a minha vida pessoal - esta, anda muito bem, graças a Deus: tenho saúde, comida, paz, família... Meu desanimo é um desanimo pelo coletivo, pelas próximas gerações, pelo futuro da nossa nação. Desanimo por assistir uma degeneração constante e crescente neste país... Preços cada vez mais altos, infra-estruturas cada vez mais precárias, qualidade de vida cada vez mais comprometida, altas taxas de juros, os impostos caríssimos e saber que meu dinheiro (e o seu) está nas mãos de um bando de político que rouba deslavadamente e não é punido pelo que faz... Desanimo de trabalhar honestamente para sustentar um país de ladrões e vagabundos... Porque, o problema não é externo como você colocou, o problema é meu, pois este é o país onde eu vivo, onde provavelmente criarei os meus filhos e quem sustenta tudo isso sou eu, com os impostos que pago e os votos que dou... Pensar nisso como algo externo, é um equívoco.

    Acredito na soma de fatores favoráveis (isto está bem descrito em um livro que recomendei recentemente chamado Outliers) e da mesma forma situações constantemente desfavoráveis são como velejar contra o vento eternamente... (Uma boa maré de vez em quando não faz mal a ninguém!!!)

    Sim, dificuldade gera facilidade e facilidade gera dificuldade... Mas a vida é cíclica, e temos que entender esse conceito para tirar o melhor proveito dos altos e dos baixos. Acontece é que a política brasileira não segue esse padrão: é um eterno mar de vergonha!! Não tendo conhecido o lado bom de tanto desmando (só quem se beneficia é quem rouba) é quase impossível ser otimista no cenário nacional atual.

    Enfim... Difícil ter uma motivação interna e um pensamento egoísta (achar que é um problema externo a mim), vendo tantos pobres pelas ruas, trabalhando em hospitais públicos e postos de saúde precários e vivendo em uma cidade que é composta por cerca de 80% do seu território de favelas...

    Meu espelho é o próximo e se ele não está bem, também não estou! Afinal, somos todos irmãos compartilhando o momento presente no universo infinito...

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  3. Camila, em parte concordo com você, mas em parte discordo. Então, pelo seu ponto de vista, caso esta sociedade extremamente cancerosa não mudar, não existe esperança para o nível individual ? A proposta de educação vitalícia não é isolar-se deste mundo, mas sim conseguir sobreviver a ele, e inclusive sobreviver muito bem, mais observando este caos todo do que se afetando por ele e, na medida do possível, estender a mão para quem quer se auto ajudar, isto é, ajudar quem está pedindo ajuda e aceitando a ajuda que temos a lhes oferecer.

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    1. Oi Anônimo,

      Desculpa a demora... Só tenho acessado a internet pelo celular e lá não consigo responder os comentários do blog...

      Nem tanto ao mar e nem tanto à terra. Claro que há esperança a nível individual apesar da sociedade "extremamente cancerosa"... Inclusive as trocas e a noção do diferente faz crescer ainda mais a gratidão por situações de vida, saúde, educação e oportunidades privilegiadas...

      Sim, estou totalmente de acordo com a ideia de ajudar a quem quer ser ajudado... De resto, é uma demanda enorme de tempo e energia em vão. São essas pessoas: que buscam um diferencial, a evolução e aceitam a autocrítica que fazem diferença, pois sabem que passivamente não podem promover mudanças...

      Você é se Salvador? Lhe conheço pessoalmente?? Fico curiosa quando alguém assina como anônimo, risos!!

      Grata pelas participações...! Apareça sempre!

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