sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Larica: Por que ninguém comenta este efeito colateral da maconha?

Imagem retirada do Google Imagens

Não resisti em publicar esta passagem da Sônia Hirsh, publicada em seu blog hoje. Neste texto, ela trata de um aspecto do uso da maconha, pouquíssimo mencionado na mídia, que tanto tem batido no tema de sua liberação. Assim, vou deixar outras questões de lado para me ater somente à famosa larica, um dos seus efeitos colaterais - contradizendo quem prega que não há nenhum! Em um mundo onde cada vez mais cresce o número de diabéticos, obesos e portadores de síndromes metabólicas, é possível desprezar o efeito de uma droga que está relacionada diretamente com o aumento da ingestão de um dos maiores vilões da saúde? 

"Maconha liberada pelo juiz! E já que estamos falando de drogas recreativas... 

por Sonia Hirsh


Deu no Globo de hoje, página 8: o juiz Frederico Maciel, de Brasília, absolveu um rapaz que foi preso por tentar levar 46 gramas de maconha para um amigo dentro do presídio, considerando incoerente que álcool e tabaco sejam permitidos e vendidos, enquanto a maconha, 'um entorpecente recreativo', é proibida. Considera ilegal a portaria da Anvisa que coloca o THC entre substâncias sujeitas a controle especial, devido ao baixo poder nocivo.

Já que outras figuras de proa do mundo, como Fernando Henrique Cardoso, Pepe Mujica e até Obama estão de acordo, passemos ao parágrafo seguinte: 

A LARICA.

O problema mais comum derivado do consumo de maconha passa longe, muito longe, da visão oficial sobre o assunto: é a famosa e imprevisível larica.

Trata-se de uma fome inacreditável, compulsiva, obsessiva, que quando ataca não deixa a vítima pensar em outra coisa. E aí, o que estiver mais à mão é devorado gulosamente sem a menor vergonha, inclusive pizza gelada e coca-cola choca. Cresce o desejo por coisas doces, e depois, é claro, vem o famoso bode: moleza, preguiça, sono, deixa pra lá...

Mas não é só quem fuma baseado que pode ter larica. A larica é livre, popular, não respeita sexo, cor, religião, partido ou time. Você tem ou não tem, e isso depende da forma como cada organismo trata o açúcar. Uns anseiam por ele, outros nem ligam. Há quem beba álcool: nesse caso é uma larica etílica.

Maconha dá larica porque faz baixar por algum tempo o nível de glicose no sangue, com efeitos especiais no cérebro, cujo principal combustível é glicose. O jejum de glicose pode dar barato, mas também pode provocar um ataque de hipoglicemia, com suor, palpitações e tremedeira, e aí o único jeito é proporcionar ao dependente uma dose rápida de açúcar. Por outro lado, glicose demais no sangue faz o cérebro ficar saturado, lerdo, pesadão; deprime, emburrece, narcotiza.

Como se vê, açúcar é uma droga poderosa. Tão poderosa que é difícílimo tirá-la de onde está, profundamente arraigada nos nossos hábitos diários de consumo, rainha dos lares, escolas e hospitais. Deveria ser proibida para menores.

Diga não ao açúcar!

Do livro Sem açúcar, com +afeto, cuja 15a tiragem está no prelo, em edição atualizada, com capa nova de Cesar Lobo"

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