Entretanto, não posso negar que a natureza é sábia! Da mesma forma que eu fiquei exausta e precisava de um bom descanso após o parto do meu filho, ele também! Nos seus 3 primeiros dias de vida praticamente só dormiu, dormiu e dormiu! Não entrei na paranoia de que ele tinha que se alimentar à cada três horas, deixei que dormisse o tempo que quisesse, pois o sono alimenta e se ele estava dormindo tanto era porque estava mais cansado do que com fome. Dito e certo, nos cinco primeiros dias, quando é natural uma perda de peso de até 10%, ele perdeu apenas 5%, sem eu ter que ficar acordando-o para alimentar...
Pronto, passados esses primeiros dias de descanso começou a trabalheira, juntamente com a redução da carga de ocitocina em minha corrente sanguínea.
A melhor coisa que fiz foi me refugiar na casa dos meus pais neste período, onde não tive que me preocupar em ser dona de casa, apenas em ser mãe, cercada de cuidados e mordomia.
Não contratei nenhuma babá ou enfermeira para me ajudar com o bebê.. Meu marido só pode ficar comigo por 5 dias após o parto (depois voltava quinzenalmente apenas nos finais de semana). Meus pais me deram
um apoio, mas tinham que sair para trabalhar e eu, totalmente inexperiente (como disse em um post recente, antes do meu filho nunca tinha sequer carregado um recém-nascido no colo antes de ser mãe), encarei a maternagem praticamente sozinha no início.
Na gravidez li um livro muito bom de Laura Gutman, chamado "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", onde ela frisa bastante a importância da mãe ter bastante apoio durante o puerpério, fase em que todas as atenções estão voltadas ao bebê. Ninguém melhor para dar atenção a uma mãe do que seus próprios pais! Durante todo o primeiro mês não deixaram eu ficar sozinha em casa nenhum momento, sempre tinha minha mãe, meu pai ou a empregada da casa deles para me dar um suporte. Isso foi fundamental...
Tive a sorte de ter um filho bonzinho nas madrugadas. Acordava umas 2x, mamava e voltava a dormir. Conto nos dedos as vezes que acordou de madrugada e não quis mais voltar a dormir: dias e noites que pareciam intermináveis, um misto de desespero com cansaço!
Todo mundo diz que o primeiro mês é o pior e sendo muito sincera, o meu foi bem tranquilo...
Não posso dizer o mesmo do período entre o segundo e o terceiro mês de vida do meu filho. Logo na consulta de primeiro mês com a pediatra ela me fez uma pergunta que me fez descobrir que meu filho dormia muito pouco. Até então achava que era natural ele passar o dia todo acordado e só dormir à noite... Na verdade, como sempre escutei as pessoas se queixarem de filhos que trocavam o dia pela noite, achava que o sono do meu filho era o máximo, pois dormia a noite toda (acordava para mamar uma ou duas vezes na madrugada e era jogo rápido).
Entretanto, bastou eu começar a prestar atenção ao sono dele que descobri algo que até então não tinha me dado conta: nem todo choro é de fome! Até então estava no esquema: Chorou? Peito! Guilherme passava o dia acordado, mamando muito e de noite capotava... Dormir de dia que era bom, NADA!
A partir do primeiro mês descobri que metade dos choros dele que atribuía à fome eram de sono e para o meu desespero esse choro começou a ficar cada vez mais escandaloso e não conseguia fazê-lo dormir durante o dia.
Quanto menos ele dormia, mais irritado ficava, mais chorava e dormia menos ainda... Um ciclo enlouquecedor que parecia que não ia conseguir quebrar nunca! Achei que fosse surtar e agora é uma delicia escrever como se isso tivesse acontecido há séculos, quando na verdade foi há apenas algumas semanas.
Vou parando por aqui, pois esse tópico do sono merece um post só para ele...
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