quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Um pouco do Mato Grosso pelos olhos de uma Baiana

Há cerca de seis meses mudei para o terceiro maior estado (em território) do país, mas que tem uma população menor que a cidade de Salvador. O Mato Grosso é assim: fazenda para todos os lados. 

Conheço pouco a capital, Cuiabá, então o conteúdo deste texto está mais relacionado às cidades de interior. 

A primeira surpresa que tive ao chegar aqui foi com os preços. Sempre achei que cidade de interior era sinônimo de cidade barata. Bem, essa realidade não se enquadra por aqui. Dizem que os impostos são mais caros e também por ser longe de tudo, a logística para chegar qualquer coisa aqui é cara e esse valor acaba sendo incorporado aos produtos.

A única coisa que é abundante e barata aqui é ovo caipira. Você acha em qualquer feira e chega a custar quatro reais a dúzia, sendo o preço médio, seis reais. 

Os restaurantes estilo "gourmet" com comida contemporânea, têm preços semelhantes aos de Salvador e Belo Horizonte. Os restaurantes mais simples são mais em conta e bastante fartos (assim como os restaurantes de comida típica mineira, lá em BH). A diferença é que a comida típica aqui é melhor, apesar do Mato Grossense adorar um churrasco (grande parte da população veio do sul do país), os peixes locais (de rio) fazem sucesso e estão presentes na maioria dos restaurantes (em Minas, peixe só em restaurante chique: no geral só se acha carne de boi, de porco e de frango).

Como as pessoas aqui são fazendeiras, em sua maioria, estão acostumadas com grandes espaços. Assim, os imóveis por aqui são bem mais amplos que os que estava acostumada dos grandes centros urbanos brasileiros. Os ambientes, como um todo, bem maiores.  

Aluguel de imóvel também é mais barato do que nas capitais como Salvador e Belo Horizonte (São Paulo e Rio de Janeiro eu nem comento, pq são caríssimos, em relação ao Brasil em geral). 

Outra coisa que me surpreendeu foi o valor da mão de obra. Rara e cara! Compatível aos preços de Belo Horizonte e até São Paulo. Beeeeeem mais caro que Salvador! Para dar uma ideia, diarista aqui trabalha só meio período (4 a 5 horas no máximo) e cobra entre 70 e 90 reais. Quando trabalham por 6 horas custa entre 100 e 120 reais. 

Mercado é caríssimo e muito fraco em termos de produtos naturais, integrais e orgânicos. 

O estado ainda foi muito pouco explorado. Existem centenas de opções de ecoturismo, cachoeiras maravilhosas, porém com pouca ou nenhuma infraestrutura e acessos complicados.

As pessoas, no geral, são muito simpáticas e solicitas. Infelizmente, apesar de ser um estado rico, com cidades bem arrumadas, a praga da violência, mesmo em cidades pequenas como a que moro (menos de 40 mil habitantes) já chegou por aqui. Não dá pra relaxar e é preciso estar sempre atento para evitar ser assaltado.

O calor é intenso, mas em lugares como a Chapada dos Guimarães, pode ficar fresquinho. Existem alguns meses muito secos e quentes (inverno e outono), os demais são de chuvas abundantes: não é à toa que a agropecuária bomba por aqui.

É isso aí, em outra oportunidade escreverei um pouco mais sobre esse gigante brasileiro: tão pouco conhecido! Abaixo fotos da cidade onde moro: muito linda e arrumada. Sem exagero: a cidade de interior mais caprichosa que já conheci neste país. 




Um comentário:

  1. Olá Camila!
    Estou pensando em ir no próximo carnaval para a Chapada dos Guimarães. Mas como tenho um filho de 2 anos estou em dúvida.
    Vc acha q é possível fazer os passeios? É uma boa época?

    Obrigada!
    Juliana.

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