segunda-feira, 28 de março de 2016

Dormir com o bebê ajuda-o a dormir melhor ou faz com que acorde mais vezes?


Quando Gui nasceu dormimos no mesmo quarto por três meses. Mas dizem que nesse período o bebê não cria nenhum tipo de manha em estar dormindo com a mãe... Não sei, teve algumas vezes que não quis dormir no berço de maneira alguma e era só colocar do meu lado que dormia super bem. Parecia que o berço tinha espinhos, mas isso aconteceu apenas em algumas noites nestes três primeiros meses. Nunca gostei de dormir na mesma cama com ele, especialmente quando era muito pequenininho, tinha medo de pegar no sono pesado e rolar por cima e isso acabava me fazendo dormir mal, sem conseguir relaxar direito e verdadeiramente descansar. Penso que uma mãe muito cansada tem prejuízo na produção de leite e corre grandes riscos de ficar impaciente com o bebê, então o sono de mãe e filho precisam ser levados sempre em consideração.

Depois desses três primeiros meses voltei à minha casa, na época em Belo Horizonte, e ele passou a dormir em um quarto sozinho. A adaptação foi super tranquila e achei que eu e ele passamos a dormir melhor assim.

Todas as vezes que viajo, ele dorme comigo. Poucas vezes precisou dormir na mesma cama, geralmente faço o berço improvisado e algumas vezes o hotel tem um berço camping, que adoro! Quando vou a  Salvador a estadia geralmente costuma ser prolongada e o fato dele saber que estou dormindo na cama ao lado do berço sempre faz com que acorde mais vezes. Além disso fico com medo de fazer qualquer barulho que o desperte, já que o sono dele é bem leve.

Teve uma fase (já relatei aqui no blog: http://www.beijonopadeiro.com/2016/03/um-tipico-dia-de-mulher-para-celebrar.html?m=1 ) em que ele estava despertando muito e por preguiça e cansaço acabava trazendo-o pra minha cama na madrugada. Não achei que ele passou a dormir melhor, apenas, quando acordava eu não precisava despertar. Meio que dormindo, colocava-o para mamar e continuava dormindo. Para mim era péssimo, pois ficava numa posição desconfortável, ele fazia meu peito de chupeta, custava a conseguir fazê-lo parar de me chupetar e quando isso finalmente acontecia ele se espalhava pela cama e eu e meu marido acabávamos espremidos nos cantos da cama, dormindo mal. Ainda bem que essa fase foi curta, pois definitivamente prefiro dormir sozinha na cama e em quartos separados.

Isso sem falar que muitas vezes, quando finalmente adormecia, meu marido precisava levantar pra trabalhar e eu não podia dormir, com medo que ele rolasse pro outro lado da cama ou então, se fosse em final de semana, eu acordava e não podia me levantar pois meu marido e o bebê estavam em sono profundo e ficava com medo do bebê rolar e cair. Teve vezes de eu não levantar nem pra fazer xixi, até porque era eu me movimentar e Gui acordava. Parecia que tinha um sensor de presença materno. Eu sou do tipo agitada que adora acordar cedo, pular da cama e fazer mil coisas em casa. Ficar de castigo, vigiando o sono de um bebê que poderia estar dormindo seguramente em um berço, simplesmente não se enquadra na rotina de uma mãe e esposa que não tem uma empregada doméstica. A hora que o filho dorme é preciosa para fazer inúmeras coisas em casa.

O esquema da cama compartilhada certamente não daria certo comigo, sou super defensora de que o melhor pro sono do bebê e dos pais é que durma sozinho, mas sei que para muitos pais a experiência é oposta à minha. Nesse texto ( https://crescersemviolencia.wordpress.com/2014/03/22/a-historia-e-evolucao-da-cama-familiar-compartilhada/ ) tem um bom resumo em defesa da cama compartilhada, para quem se interesse pelo assunto. Na prática constatei que para mim, meu marido e para Gui não funciona. Prefiro levantar e ir no quarto dele quando ele acorda de madrugada e depois voltar a dormir em minha cama e ter um sono profundo e reparador, coisa que nunca acontece quando ele está em minha cama. Além disso, o sono dele é leve e acorda com facilidade com os movimentos dos pais na cama e fica procurando meu peito para fazer de chupeta (sei que não é fome) e eu acabo cedendo só pra voltar a dormir logo... Em relação à história do vínculo, talvez seja verdadeiro para mães que trabalhem fora e passem o dia longe dos filhos. Como eu passo o dia maternando, acho que Gui já tem horas suficientes acordado em minha presença e que não é o fato de dormir comigo que irá fazê-lo sentir-se mais amado e mais seguro. Ele já dorme sozinho há 10 meses e sabe que quando desperta eu apareço imediatamente no seu quarto, graças a um ótimo recurso chamado babá eletrônica. 

Enfim, são vários os motivos para eu ter percebido que a prática da cama compartilhada definitivamente não se enquadra à minha rotina, mas sei que existem casos e casos e acho que cada pessoa deve agir de acordo com a sua realidade.

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