terça-feira, 12 de abril de 2016

Alimentação, amamentação e câncer de mama

Compartilho com vocês esse texto com excelentes informações e reflexões da amiga e parceira, Paula Savino, da Ecobras. 
 

CÂNCER DE MAMA CURA E COMPROMETIMENTO COM GERAÇÕES FUTURAS

"A revista médica inglesa, Lancet publicou que a sobrevivência geral de pacientes com câncer de seio primário diminuiu nos últimos 10 anos apesar do aumento do usode múltiplas drogas quimioterápicas para o tratamento de metástase.  Além disto, não houve melhora em pacientes com metástases primárias e o índice de sobrevivência diminui entre os pacientes que tomaram quimioterapia.

Para melhor compreendermos o processo degenerativo do organismo vamos nos reportar ao nosso passado precisamente à nossa infância. Uma das maiores mudanças biológicas dos tempos modernos tem sido o declínio progressivo da amamentação. Nas culturas de bases mais tradicionais as mães normalmente amamentam até que as crianças completem um ano ou mais. No começo dos anos 20, aproximadamente 60% dos bebês americanos foram amamentados. Com o passar dos anos este número diminuiu drasticamente. Já em 1970 apenas 11% das mães americanas tentaram amamentar seus filhos sendo que 2/3 destas mães desistiram dentro de 30 a 45 dias. 

Em composição, o leite de vaca e o leite humano são muito diferentes. O leite de vaca contém quatro vezes mais cálcio, três vezes mais proteínas e 2/3 mais carboidratos do que o leite humano.  A diferente estrutura e crescimento dos bezerros e dos bebês humanos respondem pelas proporções variadas destes ingredientes. Quando o bezerro nasce, seu cérebro e sistema nervoso estão completamente desenvolvidos e a grande quantidade de cálcio e proteína é necessária para aumentar a sua estrutura óssea e desenvolvimento muscular. Um bezerro tem um aumento médio de 34 quilos nas primeiras seis semanas.  Em contraste, o organismo humano é designado para crescer lentamente ganhando apenas 900 a 1,400 gramas nas primeiras semanas.  O cérebro dos bebês humanos está apenas 23% amadurecido na ocasião de seu nascimento e os nutrientes do leite materno contém anticorpos que resistem ao crescimento de bactérias e viroses indesejáveis e proporciona imunidades contra doenças e infecções promovendo células brancas fortes que destroem bactérias nocivas, produzindo bactérias saudáveis (encontradas nos intestinos dos bebês) que criam resistência a uma grande variedade de micro-organismos.

Outro ingrediente contido no leite, a lactose, é digerida pela lactase uma enzima produzida nos intestinos. Nas sociedades tradicionais a lactase não é mais produzida após o bebê ser desmamado, entre as idades de 2 a 4 anos. Como resultado, a ingestão de laticínios após esta idade frequentemente produz indigestão, diarreia, cólicas, alergias e outras doenças produzindo uma condição chamada de intolerância à lactose. No Ocidente, no entanto, os laticínios tornaram-se base da alimentação pelo curso de muitas gerações criando uma possibilidade biológica da lactase continuar a ser produzida nos intestinos após a infância permitindo que os laticínios fossem consumidos até a idade adulta.  Entre os caucasianos a intolerância à lactose é baixa (apenas 2% dos dinamarqueses, 7% dos suíços e 8% dos americanos brancos não podem digerir leite e seus derivados).  Em contraste, 70% dos negros americanos são intolerantes à lactose, assim como 90% dos bantos, 85% dos japoneses, 80% dos esquimós, 78% dos árabes e 58% dos judeus israelenses.  Apesar da habilidade do corpo de adaptar-se ao longo consumo de laticínios, o excesso de consumo de gordura e colesterol contidos no leite, queijo, manteiga, sorvete e outros alimentos derivados do leite têm pagado um tributo pesado na medida em que o consumo destes alimentos aumentou. 

Nos EUA o consumo progressivo de alimentos derivados do leite chega a mais de 160 kg por pessoa ao ano, incluindo 270 litros de leite.  Nos EUA existe hoje uma vaca para cada duas pessoas. Em composição o leite contém 28% de gordura, o queijo 50%, a manteiga 95% e o iogurte 15%. Os ácidos gordurosos e o colesterol contidos nesses alimentos podem criar uma camada de gordura em volta dos órgãos e tecidos contribuindo para problemas de coração, câncer e outras doenças degenerativas. Mentalmente e psicologicamente os laticínios em excesso podem afetar o cérebro e o sistema nervoso contribuindo para um embotamento mental, passividade extrema e dependência física e psicológica.  A gordura do leite de vaca também isola e impede o fluxo de energia eletromagnética através do corpo, diminuindo a polaridade sexual e a atração entre os opostos – homem e mulher.

A outra questão é a qualidade dos laticínios consumidos hoje em dia, muito diferentes dos consumidos no passado.  O leite por si só é transformado do seu estado natural através de procedimentos modernos como homogeneização, aquecimentos a altas temperaturas, esterilização e adição de outros ingredientes, como vitaminas sintéticas, comprometendo a qualidade original do leite in natura.  Numa tentativa de fazer com que as vacas produzam mais leite, são introduzidos à sua alimentação uma variedade de hormônios, antibióticos e outras químicas que modificam a qualidade do leite. Hoje em dia mais de 75% de todas as vacas nos EUA são artificialmente inseminadas e através de superovulação e transferência de embriões, uma vaca pode dar nascimento a 12 bezerros por ano em vez de apenas um. Como resultado de todos estes fatores, a maioria dos laticínios disponíveis hoje para consumo é muito diferente daqueles consumidos pelas gerações prévias.

Até os tempos modernos, a maioria das culturas limitava seu consumo de laticínios a alimentos fermentados como iogurte, kefir ou outros alimentos lácteos contendo enzimas e bactérias saudáveis permitindo que elas fossem quebradas na ausência da lactase. Produtos fermentados como iogurte são superiores em qualidade a outros laticínios.  No entanto não devem ser recomendados para uso regular principalmente se não tiverem sido produzidos através de métodos tradicionais e naturais. 

Estes produtos não podem ser propriamente assimilados por pessoas com estilo de vida sedentárias.  Alimentos vegetais naturalmente fermentados como missô, shoyu, tempeh, nattô, etc. são de grande importância na prevenção do câncer.
No passado, o leite animal (especialmente de cabra, ovelha e mula) era usado com objetivos medicinais, para o consumo de crianças quando as mães não podiam amamentar ou em pequenas quantidades somente em ocasiões especiais. O abuso no consumo de laticínios na dieta moderna e a sua qualidade artificial degenerativa vêm sendo apontados como os fatores principais do aumento do câncer do seio, doenças cardíacas e outras doenças sérias.

Se continuarmos a nos alimentar com excesso de laticínios e outras proteínas e gorduras animais por um longo período de tempo, estaremos exaurindo a habilidade do organismo de eliminar os excessos de materiais tóxicos.  Estes excessos podem formar uma camada de gordura debaixo da pele impedindo a eliminação através da superfície do corpo. O consumo repetido de leite, queijos e outros laticínios combinados com ovos, carne, galinha e outros alimentos gordurosos ou oleosos criam depósitos internos de muco e gorduras principalmente nas áreas dos seios nasais, do ouvido interno, dos pulmões, dos rins, dos órgãos reprodutivos e da mama. O acúmulo desses excessos geralmente resulta no endurecimento dos seios e na formação de quistos.  Estes excessos tomam a forma de líquido pesado e grudento desenvolvendo quistos da mesma forma que a água se solidifica em gelo e este processo é acelerado com a ingestão de sorvetes, leites, refrigerantes, sucos de frutas e outros alimentos que possam produzir um efeito de resfriamento ou congelamento do sangue.

As mulheres que amamentam são menos susceptíveis a desenvolverem quistos ou tumores no seio.  As mulheres que não tiveram a oportunidade de amamentar perdem a chance de eliminar materiais tóxicos através dos seios e, portanto, se deparam com uma possibilidade maior de acumular excessos nesta região de seus corpos.

Muitos nutricionistas e médicos estão atentos à relação entre a ingestão de gorduras saturadas e o aumento de colesterol e das doenças degenerativas, mas geralmente sobre elevam os efeitos do açúcar e dos laticínios como alimentos que contribuem consideravelmente para a formação de diversos tipos de câncer e de doenças coronárias.
 
Uma dieta de base mais tradicional principalmente centrada na ingestão de carboidratos complexos (cereais integrais, leguminosas e seus derivados, legumes e verduras), algas marinhas, sementes, frutas da estação e o uso ocasional e moderado de proteína animal de boa qualidade e orgânica, compõem a base da prevenção de todos os cânceres incluindo os de mama.
A qualidade de nosso alimento diário determina a qualidade de nosso sangue. A qualidade de nosso sangue por sua vez determina a qualidade do leite materno e da força biológica responsável pela continuidade das próximas gerações."
Paula Savino-Ecobras

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