quarta-feira, 27 de abril de 2016

Reflexões sobre o aleitamento materno


Meu filho tem um ano e dois meses e até hoje é amamentado. O tema sempre me interessou, mas depois que virei mãe tive mais oportunidades de conversar com outras mães sobre o assunto. 

Vou compartilhar um pouco sobre as minhas percepções teóricas e práticas. 

A todo tempo vemos por aí inúmeras campanhas em defesa do aleitamento materno. A maioria delas sempre batendo nas mesmas teclas: da livre demanda (falo mais sobre esse tema neste texto: http://www.beijonopadeiro.com/2015/11/amamentacao-livre-demanda-x-rotina.html?m=1 ) e de que toda mulher é capaz de amamentar de acordo com as recomendações da OMS: exclusivamente por seis meses e depois até a criança completar pelo menos dois anos. 

Vemos depoimentos e histórias super encorajadoras de mães que superaram as mais incríveis adversidades e se mantiveram firmes e fortes no propósito de amamentar. Muitas delas, entretanto, fazem a coisa parecer muito mais simples do que a que realmente é.

A principal coisa que vejo é em relação à quantidade de leite produzido. Muitas campanhas batem pé firme de que toda mulher tem leite suficiente para amamentar seu filho, que não existe mulher com pouco leite. 

Sinceramente, não é isso que observo na prática. Vejo mulheres que são verdadeiras vacas leiteiras, capazes de amamentar seus filhos e ainda ordenhar leite para doar. Vejo outras que não conseguem ordenhar mais do que 40ml de leite. 

Eu me enquadro no meio dessas aí, não sou como uma amiga que ordenhou de uma só vez 800ml de leite e nem como outras que nunca conseguiram ordenhar mais de 40ml. Mas, escutando relatos mais díspares, cheguei à simples conclusão de que existem sim mulheres com pouco leite. Acho importante frisar isso pois algumas campanhas são tão enfáticas na ideia de que toda mãe tem leite suficiente para amamentar seu filho que chega a fazer algumas mães se sentirem mal, quando, apesar de todo o esforço, não conseguem e precisam introduzir algum tipo de complementação antes dos seis primeiros meses de vida do bebê.

Inúmeros fatores interferem na produção de leite: o sono, o cansaço, o estresse, a alimentação, a integridade da mama, a pega do bebê... Enfim, diante de tantas variáveis, independente da causa, a produção de leite de uma mãe pode ser comprometida e isso precisa ser visto de maneira natural.

Acho fantástico que ocorram campanhas que estimulem o aleitamento materno, assim como do parto natural. Falei até um pouco sobre a minha visão do parto humanizado neste texto: http://www.beijonopadeiro.com/2015/04/o-que-e-um-parto-humanizado.html?m=1 . Mas, acima de tudo, acho que deve-se haver respeito, condescendência e menos julgamento às mães que fazem cesarianas e/ou não amamentam. Seja por escolha ou impossibilidade, esses fatores não fazem delas mães menos amorosas e dedicadas. 

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