quinta-feira, 11 de março de 2010

Sonhar

... e para ilustrar o inconsciente, nada melhor que o surrealismo de Dali...

Hoje, após longo e tenebroso “verão” (Salvador anda insuportavelmente quente), retorno à minha atividade escrita para falar sobre sonhos.

Ao pensar em sonho, primeiro me vem à minha cabeça aquele que se têm quando se dorme: segundo a psicologia uma manifestação do inconsciente. Existe também aquele sonho acordado, que reflete as projeções de coisas aparentemente inalcançáveis que nos dá a impressão que só poderá ocorrer no fantástico mundo inconsciente e que ao mesmo tempo nos impulsiona para a vida, para a busca por metas.

Existem pessoas com um perfil mais sonhador do que outras... Tem gente que parece viver num mundo de fantasia, vivendo em sonhos profundos, em estado de dormência ou despertos. Já outras pessoas preferem a segurança da consciência, do concreto e do real, negando os sonhos e o acesso ao obscuro mundo da inconsciência.

Eu pessoalmente já permeei os dois mundos e hoje relaciono os períodos em que não conseguia lembrar os meus sonhos noturnos com aqueles quando não queria me dar a oportunidade de permitir que meu inconsciente se comunicasse comigo, como uma forma ilusória de controle (inconsciente) da minha vida.

Lembrar dos meus sonhos foi uma decisão que se deu a partir da necessidade de acessar o meu lado mais sombrio e desconhecido. Fazendo-se uma alusão ao Mito da Caverna de Platão, percorrer o inconsciente é sair da caverna do ego e permitir a exploração do todo, do claro, do self, segundo a psicologia analítica.

E os sonhos reais, aqueles que temos conscientemente em forma de desejos? De onde vêm? São eles reflexos do inconsciente pessoal ou frutos do inconsciente coletivo? Pessoalmente considero-os um perigo, pois em alguns casos repetimos os sonhos alheios sem sequer ter consciência de que não são nossos e sim projeções de terceiros. Neste caso posso exemplificar alguns como: o pai que se forma através do filho ou a mãe que se casa através da filha, dentre inúmeros outros casos onde gerações buscam e ideais constituídos pela sociedade ou por suas famílias.

Nesses casos, alcançar os sonhos ao invés de gerar satisfação pessoal, gera satisfação alheia e um tremendo vazio interior para o realizado. Eis que surge a necessidade de sonhar verdadeiramente em sono profundo, acessar o inconsciente e permitir que ele, no caso o seu mais intimo “eu” chegue até você e lhe fale qual o seu verdadeiro sonho. O que quero frisar aqui é que seja através de um mergulho no inconsciente, intuição ou desejo, que seja sempre buscado o sonho pessoal e não aquele que foi sonhado por alguém para você!

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