O estudo etimológico das palavras nos traz novos conceitos de coisas simples e cotidianas, dando uma percepção absolutamente nova de vocábulos corriqueiros que reproduzimos sem sequer parar para pensar.
Hoje quero falar sobre o significado da palavra “eu”, só que em japonês. Por que japonês? Simplesmente pelo grande respeito ao idioma de uma cultura tão tradicional e sábia e que infelizmente ainda é cheia de mistérios por ter sido explorada apenas superficialmente pela maioria dos ocidentais.
O símbolo da palavra “eu” em japonês é composto pela junção de dois caracteres: um significando a palavra boca e o outro o número cinco. Sendo assim, concluímos que para os orientais o indivíduo se classifica como resultado de tudo que ingere através de suas cinco bocas.
Você deve estar se perguntando: Cinco bocas? Como assim?
Para quem pensa que nos alimentamos somente pelo orifício acima de nosso queixo, vale refletir que a alimentação é tudo aquilo que absorvemos. Isso pode ocorrer de forma oral, auditiva, olfatória/respiratória, tátil e/ou visual.
Infelizmente temos pouco controle dos sons que nos cercam, assim como o ar que respiramos, o chão onde pisamos e até daquilo que vemos. Com isso, concluímos que das cinco parcelas que constituem o “eu” oriental, a que temos maior controle é a boca que possui lábios, língua, saliva e dentes. Através dela conseguimos transformar quem somos ou pretendemos ser.
Consciência alimentar é saber escolher a qualidade do que lemos das palavras que utilizamos, das músicas que escutamos, dos ambientes que optamos viver e circular e principalmente da comida que nos transformará, seguindo aquela máxima que diz que somos o que comemos.
A maioria das pessoas passa a se preocupar com a alimentação quando querem engordar, emagrecer, ganhar músculos ou então quando padecem de alguma enfermidade (diabetes, hipertensão, colesterol alto...) que traz a necessidade de prestar mais atenção àquilo que entra pela cavidade oral. Outras pessoas por não terem essas preocupações (ou por só passarem a ter depois de velhos) perdem a oportunidade de viver a transformação possibilitada por uma boa prática alimentar.
Quem está disposto a comer de acordo com a ordem do universo (isso não inclui microondas e tantos produtos químicos e industrializados) tem a oportunidade de se deleitar com a metamorfose física e um apuramento espetacular dos sentidos controlados e conduzidos pelas demais bocas. Esse tipo de consciência alimentar busca harmonia entre o clima, o ambiente, as estações do ano, o momento do dia e também a preferência por produtos integrais e orgânicos atentando para a forma de preparo e energia vital dos mesmos.
Diz-me o que comes que eu te direi quem és!!!
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