Há uns anos uma moda anti carboidratos se instalou nos hábitos alimentares de muita gente que quer emagrecer. Sugestões de dietas hiper protéicas têm feito as pessoas exagerarem na dose de carnes e ovos em detrimento dos cereais, em busca de um corpinho perfeito.
Ao cortar o carboidrato, o corpo irá buscar energia na próxima reserva energética do corpo que é a fonte protéica e antes disso tentará esgotar seu estoque de carboidrato, pois esta é a devida fonte de energia para o corpo humano. Em poucas palavras é assim que funciona a idéia das dietas hiper proteicas.
Ocorre que ela nega o que há de mais fundamental – nossa principal fonte de energia!
O corpo humano não foi feito para absorver tanta proteína, mas ao mesmo tempo ele é inteligente e se adapta às condições que lhe são oferecidas. Entretanto, para tudo há um custo. Nosso fígado e rins não foram feitos para filtrarem uma carga tão grande de proteína e gorduras e conseqüentemente ficam sobrecarregados.
Proteínas (principalmente carnes e ovos que são usadas em doses exageradas por praticantes de esportes e pessoas que cultuam demasiadamente o corpo) são alimentos de força Yang ao serem comparados com os carboidratos. Uma dieta com esse perfil, conseqüentemente transformará não só o corpo, como a mente e as atitudes, dando um aspecto mais violento, masculino e grosseiro.
Preocupa-me principalmente essa dieta em mulheres, público que vive em busca de milagres para ficar com o corpo como os das modelos de capas de revistas. Tenho percebido essas “ratas de academia” cada vez mais masculinizadas e ao conversar com elas descubro atrocidades como o consumo de 10 claras de ovo por dia por ser uma fonte rica de albumina e corte total de carboidratos (menos o chocolatinho sagrado e a Coca Cola, mas essa é Zero, não engorda...).
Para mim esse tipo de pensamento já é um reflexo de uma sociedade que está malhando demais o corpo e se esquecendo de malhar o cérebro. É no mínimo triste ver uma pessoa “instruída” consumir um refrigerante cheio de produtos químicos, pois a única preocupação em voga é o fato de ter ou não calorias ou então abrir mão de um cereal em detrimento de uma barra de chocolate, pensando: “Já que é pra engordar que seja com um doce!”
O pior é que com a “evolução” alimentícia já não se sabe mais o que é o que. Cereal virou sinônimo daquelas barrinhas açucaradas ou então aquela infinidade de sucrilhos super artificiais e que vendem “saúde” nos comerciais de televisão e prateleiras de supermercado. Carboidrato virou pão branco, arroz, branco, farinha branca... O artificial tomou conta da alimentação das pessoas de um jeito que elas sequer sabem como é um grão de aveia, de trigo ou de arroz integral. Acham que aveia é aquele pó que vem na latinha e por aí vai...
O carboidrato simples (açúcares, produtos refinados...) que tem sido eliminado das dietas hiper proteicas, de quem busca emagrecer ou ganhar músculos, é realmente muito pobre em nutrientes e quando ingerido, eleva sobremaneira o índice glicêmico (nível de açúcar no sangue). O corpo não dá conta de usar tanta energia em tão pouco tempo e grande parte acaba sendo acumulada sob forma de gordura, nos adipócitos. Realmente, cortar esse tipo de carboidrato é uma receita infalível para quem quer emagrecer e não apresenta grandes perdas nutricionais, basicamente energéticas mesmo.
Uma surpresa que pouca gente sabe é que o carboidrato complexo, proveniente de cereais integrais, apesar de apresentar grande quantidade de calorias, pode ser um aliado na dieta de quem busca o emagrecimento. Isso para não falar no alto valor nutricional, por ser rico em vitaminas, minerais e fibras. Uma dieta baseada em cereais integrais, estabiliza o metabolismo, pois esses são digeridos lentamente, não sobrecarregam os órgãos e evitam alterações de humor (típicas de quem come muita proteína e carboidratos simples).
Atenção: Quando falo em cereal integral, não incluo aqueles pães e biscoitos que usam 51% de farinha integral (o suficiente para se colocar o nome “integral” no rótulo) e 49% de qualquer outra porcaria para fazer o marketing dos produtos “diet e light” que estão na última moda.
Atenção: Quando falo em cereal integral, não incluo aqueles pães e biscoitos que usam 51% de farinha integral (o suficiente para se colocar o nome “integral” no rótulo) e 49% de qualquer outra porcaria para fazer o marketing dos produtos “diet e light” que estão na última moda.
Na verdade, para quem quer emagrecer, condeno até aquele pão integral artesanal de qualidade garantida. Por quê? Simples, ele é feito a base de farinha de um trigo. A farinha veio do grão, que foi moído, armazenado e depois transformado em pão. Durante esse processo (e tempo) muitos nutrientes são perdidos, sobrando justamente a parcela calórica. Uma boa forma de avaliar o índice glicêmico de um alimento é pela dureza: quanto mais difícil de mastigar, menor o índice glicêmico. Na prática, basta comparar o arroz integral com um pão integral. Qual vira "água" com mais facilidade em sua boca?
Uma dieta rica em grãos é o ideal para quem quer garantir uma rica fonte de energia e não ter problemas com a balança. Que grãos são esses? Arroz, centeio, milho, painço, aveia, trigo, trigo sarraceno, quinua e amaranto, cada um desses repletos de variedades. Esses grãos possuem texturas de verdade (não como essas comida molengas que derretem na boca) e são mais consistentes, por isso demandam mais mastigação. Mastigando mais, sentimos mais o sabor do alimento e comemos menos... Além disso, por estarem na forma integral (com peles, cascas e outros nutrientes), são ricos em fibras e demoram muito mais para serem digeridos, ou seja, retardam o esvaziamento gástrico. Isso faz com que o sangue não seja bombardeado com doses elevadas de glicose, pois é mais trabalhoso para o corpo extrair a glicose dos grãos. A glicose irá chegar à corrente sanguínea num ritmo gradual, mantendo o índice glicêmico estável. Este mecanismo evita picos de humor e fomes avassaladoras repentinas (sentimos fome sempre que o nível de glicose no sangue diminui – carboidratos simples fazem de nosso sangue uma montanha russa, oscilando entre EXCESSO de glicose ou FALTA de glicose - sobrecarregando o pâncreas). Para completar, a digestão dos grãos, por ser mais trabalhosa e lenta, aumenta o tempo de saciedade e requer um maior gasto calórico no organismo (menos fome e mais calorias gastas = emagrecimento).
A mensagem que quero deixar hoje é que se mude o conceito de carboidrato. Ele não é o vilão das balanças, de fato, pode ser o melhor amigo delas, basta substituir as fontes pobres (carboidratos simples) por fontes ficas (carboidratos complexos). Quanto aos farináceos e seus derivados, não são proibidos, apenas não devem ser a base de nossa dieta. Por exemplo, não podemos comer mais pão integral em um dia do que arroz integral. O segredo é avaliar as proporções e ter em mente que a base da pirâmide alimentar deve ser repleta de grãos integrais.
Descordo de algumas coisas. Atletas tem seus objetivos, e se ele(a) quer perder gordura, tem um momento da dieta que precisa-se cortar o carbo, mas isso tudo com indicação do nutricionista e um preparo físico que não é pra qualquer um. Admiro todas as atletas, até as mais masculinas, pois elas chegam aquele corpo com muita dedicação e disciplina, suplemento e anabolizante não trabalham sozinhos, se no caso alguns usam, eles precisam malhar pesado. Não gosto de mulheres muito fortes, porém não critico, pois é um trabalho que requer muitos sacrificios e muita gente não iria conseguir nem 2 dias! Mas enfim, gostei da proposta do blog, estarei sempre aqui.
ResponderExcluirPaula Beatriz Teixeira
Oi Paula,
ExcluirBem vinda ao blog e grata pela contribuição. Apareça sempre!
A nutrição esportiva tem realmente um foco completamente diferente. O problema é que vejo pessoas, que estão longe de serem atletas fazendo dietas de zero carboidratos e zero lipídios. Desregulam todo o metabolismo... Uma loucura!!
Concordo que cada um tem seu objetivo. Tem gente, inclusive, que está mais preocupado com a estética do que com a saúde, respeito, porém não admiro. De que adianta ter um corpo lindo e morrer cedo por alguma disfunção metabólica, devido à ingestão inadequada de nutrientes??
Enfim, o mais importante nesses casos é procurar um BOM nutricionista e traçar um plano alimentar voltado para o seu objetivo...
Verdade! As pessoas precisam se informar, procurar bons profissionais e estar ciente dos riscos que se corre!
ExcluirO importante é sempre fazer tudo, o que quer que seja, com responsabilidade!
Beijos
Paula Beatriz Teixeira
Acho que a Paula está equivocada. Não importa se o atleta busca o auxilio de um médico ou profissional similar, quantos deles estão equivocados, acreditam que leite e carne são a máxima da saúde e afins? E quantos desses atletas, mesmo sendo super regrados, acabam com um avc ou problemas sérios de saúde? A velha medicina é difícil de deixar para trás, essa que é a verdade.
ResponderExcluir