Tenho visto
(e revisto) muitos documentários nos últimos tempos, uns melhores que os
outros, porém todos com conteúdos aproveitáveis. Os temas são diversos, mas
sempre se interligam em algum ponto. Segue pequena descrição de alguns:
A Carne é Fraca
– Documentário Brasileiro com participação de médicos e especialistas no
assunto mostrando os danos ao meio ambiente provenientes do consumo da carne,
assim como a forma como os animais são tratados nas fazendas, formas de abate,
etc. Muito bom, a única coisa que discordo é do drama sobre o tema de seres
humanos comerem animais. Concordo que é uma covardia a forma como é feita,
criação em massa, abate em massa... Discordo dessa super piedade com os bichos,
como se fosse um pecado o humano comer um bicho. A cadeia alimentar existe
desde que o mundo é mundo e nada mais natural do que os maiores comerem os
menores: por isso discordo que se coma carne bovina, por exemplo. Um animal
daquela proporção é nitidamente muito pesado para ser absorvido pelo ser
humano. O problema é encontrar hoje em dia um peixe que não seja de cativeiro e
pescado de forma artesanal ou um frango que tenha realmente completado seu
ciclo inteiro de vida, vivido livremente, ciscado... Com o foco no consumo, os
animais são criados para crescerem rapidamente e mortos no mínimo tempo
possível, sem falar na não-qualidade de vida que levam.
Human
Planet BBC – Esta é uma série de documentários mostrando a interação do homem
com a natureza em diversos ambientes. O vídeo das pradarias, por exemplo,
mostra homens que até hoje caçam na áfrica da forma mais primitiva possível.
Para tanto, levam cerca de duas semanas para conseguir capturar um único animal
que depois será repartido entre muitas pessoas. O que há de errado nisso?? Essa
é a forma mais digna de um homem que deseja comer um animal, correndo risco de
vida, enfrentando-o... Não essa forma covarde como é feita hoje, permitindo que
qualquer preguiçoso, desses que passam o final de semana tomando cerveja com o
controle remoto na mão, possa se empapuçar de bifes, hambúrgueres e carnes das
piores espécies. Essa série além de mostrar belíssimas paisagens, revela
costumes e tradições das espécies mais variadas. Vale a pena!
King Corn –
Dois rapazes americanos resolvem rastrear a origem dos alimentos e descobrem
que quase tudo que comem é subproduto do milho. O filme é bom, entretanto,
parece mais uma brincadeira dos autores do que um documentário sério e eles
prosseguem comendo todas as porcarias ao longo do filme, mesmo após descobrirem
o quão nocivas são. Para mim essa é a pior parte, pois, como dizem a ignorância
é uma dádiva, mas ter consciência de certas coisas e manter antigos hábitos soa
no mínimo como burrice.
Food Inc.
(Alimentos S.A.) – a parte principal do conteúdo de King Corn é abordada nesse
filme. Possui cunho mais sério e científico. Tem o relato de uma mulher,
entretanto, que perdeu o filho por contaminação de salmonela em um hambúrguer e
a mesma aparece tomando refrigerante no filme, se nega a relatar seus hábitos
alimentares e seu físico (gordo) demonstra claramente que apesar dela lutar
pela causa do filho ela não absorveu a essência da lição. Talvez tenha deixado
de comer SOMENTE hambúrgueres, mas todo o resto de porcarias certamente ainda
fazem parte de sua dieta. Será que nem com a dor as pessoas aprendem?? O que
será isso preguiça de ter trabalho e cuidar da própria saúde e alimentação,
recorrendo ao mais prático e barato?? Ou será burrice mesmo de simplesmente
separar os fatos, acreditar que foi uma casualidade e a vida continua... Essa é
apenas uma observação, o filme é excelente com uma mensagem fortíssima,
trazendo boas reflexões, principalmente no fim.
O Veneno está
na Mesa – Documentário brasileiro que relata dados estatísticos acerca da
quantidade de agrotóxicos presentes nos alimentos. Aos poucos a disponibilidade
de orgânicos tem crescido no mercado, mesmo assim ainda insuficiente em termos
de variedade e principalmente preço. Fazer uma alimentação saudável e
diferenciada nesse país ainda é um luxo para poucos. Os EUA, apesar da fama de
país do fast food, proporcionam muito mais opções para quem busca melhorar seus
hábitos alimentares. Mesmo assim, é bom que se divulgue esse tipo de
informação, pois é a pressão do consumidor (crescimento da demanda) que faz
aumentar a oferta nos mercados. Meu único receio são as campanhas de marketing,
os produtores descobriram que produtos orgânicos possuem grande valor agregado
e sempre tem aquele “espertinho” que quer se dar bem, principalmente no país da
malandragem. Às vezes desconfio da procedência dos orgânicos que encontro por
aí, especialmente pela fama do brasileiro de querer se dar bem sempre. Resumo,
precisamos ter trabalho sim, buscar quem são os fornecedores e não acreditar em
qualquer informação que nos é passada, afinal, quem tem boca diz o que quer e
isso vale para tudo.
Lixo
Extraordinário – Este documentário descreve o trabalho do fotógrafo brasileiro Vik
Muniz retratando a realidade do aterro sanitário Jardim Gramacho na periferia
do Rio de Janeiro. A idéia dele é genial e certamente seu trabalho no local
serviu como um divisor de águas para os catadores de recicláveis. O mais
impressionante é ver a dignidade com que as pessoas encaram seu trabalho e a
consciência sobre meio ambiente e reciclagem muito maior do que muita gente que
se diz letrada por aí. Difícil descartar um plástico ou papel em lixo comum
após assistir este filme!
Ilha das
Flores – Esse documentário é um pouco mais antigo e fala sobre a realidade de
outro aterro sanitário e a relação do homem com o lixo que produz. O mais triste é ver que muita coisa não mudou desde quando foi feito, há mais de vinte anos atrás.
Obsolescência
Programada - Comprar, Tirar, Comprar – Esse documentário fala sobre a curta
vida útil dos equipamentos eletrônicos, como são feitos para quebrar. Relata
também um pouco da história do homem e economia, onde, desde a Revolução
Industrial percebeu-se a necessidade de fomentar o consumo para fazer a
economia girar. Com isso, os produtos foram tornando-se cada vez mais
descartáveis com uma equipe de engenharia destinada a diminuir a qualidade e
vida útil de produtos como meias de nylon (inicialmente feitas para durar uma
vida) e lâmpadas. Excelente a reflexão acerca da mania de consumir e de como as
campanhas de marketing fazem com que a população queira sempre substituir algo
que ainda funciona por outro item novo, pelo design, mudança de tecnologia e
como isso é uma bola de neve sem fim. Mais uma vez o tema do lixo é abordado,
afinal de contas, para onde vai tanta coisa velha? O filme mostra lixões na
Africa, onde equipamentos são enviados como se fossem “de segunda mão” e não
passam de lixo dos países desenvolvidos. Como sempre: o bônus fica pros países desenvolvidos
e o ônus de presente para os países subdesenvolvidos.
A História
das Coisas - Essa pequena animação trás dados, números e reflexão sobre
industrialização, consumismo, meio ambiente, globalização, hábitos, lixo, custos
indiretos da devastação da natureza. Ela aborda de forma simples e lógica
muitos dos temas dos documentários descritos acima, tem apenas 20 minutos e está
disponível no youtube legendada. Vale à pena!
Tem mais um na fila que ainda preciso agendar para assistir, chama-se Planeat. Vi o trailer e me pareceu muito bom. A licença é vendida no site www.planeat.tv por $6,00 e eles dão uma semana para assistir.
Tem mais um na fila que ainda preciso agendar para assistir, chama-se Planeat. Vi o trailer e me pareceu muito bom. A licença é vendida no site www.planeat.tv por $6,00 e eles dão uma semana para assistir.
Tantos
documentários, quase uma lavagem cerebral...! É impossível conviver com um
mundo em crise, meio ambiente cada dia mais degradado, saúde de mal a pior e não
querer se informar para tentar mudar nossa realidade, influenciar outras
pessoas e tentar resgatar ou salvar pelo menos uma parcela do planeta para as
próximas gerações. São tantos hábitos cotidianos que fazem grande diferença
quando somados. Podemos mudar hábitos alimentares, boicotando os fabricantes de
fast food e ganhando mais saúde, reciclar, produzir menos lixo e principalmente
se conscientizar da necessidade de nos reinventarmos SEMPRE!
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