No último post falei um pouco sobre a dose certa
e tentar equilibrar as coisas. Dizem que a ignorância é uma dádiva e é mesmo!
Quanto mais eu estudo mais ajustes eu quero fazer na dieta e mesmo para mim que
já sou acostumada a ter uma alimentação bastante regrada, existem algumas
coisinhas que ainda são difíceis de administrar.
Há uns anos
resolvi radicalizar com o açúcar, esse eu não como de jeito nenhum! No início
foi sofrido, desejava doces, quando via um chocolate ficava com água na boca,
mas me eduquei a dizer não, pois me diagnostiquei como VICIADA no açúcar e
queria me livrar da dependência. O primeiro passo foi a sensação de vitória
cada vez que conseguia recusar um doce. Digo isso, pois convivendo em sociedade
somos expostos à oferta do produto o tempo todo. Ninguém lhe oferece cigarro se
você não fumar e nem muito menos bebida alcoólica numa manhã de trabalho,
entretanto o tal do açúcar nos é oferecido o tempo inteiro. Em alguns casos
como cortesias: depois que abastecemos no posto de gasolina, na conta do
restaurante, em salas de espera quando estamos ociosos e às vezes ansiosos, no
avião... Isso para não falar dos colegas de trabalho, da casa da vovó, nas
tardes de papo com as amigas: aonde ir? Sorveteria? Casa de tortas? Por aí
vai... O convite ao consumo do açúcar é constante e a chance de alguém se
viciar sem perceber é enorme! Então, levou pelo menos um ano para eu realmente
recusar doces sem nenhum pesar, para conseguir dizer um não seguro. Depois
disso lembro-me de uma ocasião em que aceitei uma oferta irrecusável sem peso
na consciência e sem desejos subseqüentes como um fumante que dá o primeiro
trago e retorna a fumar! Essa provinha ocorreu no dia em que comprei minha
aliança de noivado e a joalheria ofereceu um chocolate belga gourmet requintadíssimo
com uma taça de champagne. Esse exemplo se encaixa exatamente naquilo que falei
no último post, uma ocasião única e
serviu como comprovação de que eu sou mais forte que um pó branco e doce.
Agora que
me considero livre do açúcar estou às voltas com três outros itens: massas
brancas, queijos e bebidas alcoólicas. Passo longe de ser uma alcoólatra, mas quero
desvincular esse item à vida social, porque é quase uma regra tomar um chope
quando sentamos num bar, um vinho quando temos um jantar especial e uma tacinha
de champanhe numa solenidade. Acontece que quem tem uma vida social agitada
como eu acaba encontrando amigos em barzinhos ou num restaurante bacana pelo
menos uma vez por semana ou tendo um casamento também a cada final de semana.
Com isso a exceção começa a virar regra.
Há pouco
mais de três semanas recebi uns amigos para jantar em casa numa sexta-feira e
inevitavelmente rolou uma cervejinha com petiscos na entrada e depois um vinho
no jantar. No fim da noite tinha tomado pelo menos duas taças de cerveja e mais
duas de vinho o que considero uma quantidade razoável de ingestão alcoólica. No
dia seguinte tinha um curso e constatei mais uma vez o quanto dormir pouco
quando bebemos na véspera deixa a gente muito mais cansada do que simplesmente
quando dormimos poucas horas. Nessa ocasião me dei conta que na véspera não
havia bebido por vontade, apenas por mero condicionamento social: todos estavam
bebendo e eu naturalmente acompanhei. Decidi então que deveria tirar a
“naturalidade” de algo que não deve ser “natural”.
No dia
seguinte fomos almoçar com esse mesmo casal num restaurante maravilhoso e nada
de alcoól. Passar a semana sem álcool foi fácil, até que no final de semana
seguinte, no sábado à noite fomos visitar os padrinhos de meu marido (que eu
ainda não tinha conhecido por morarem em outra cidade) e eles estava ansiosos
esperando a gente com uma garrafa de Veuve Cliquot no gelo para brindar o nosso
noivado. Como recusar?? Senti-me uma fraca que decidiu parar de beber e em uma
semana já estava bebendo de novo. Por outro lado, “enrolei” com uma taça cheia
a noite inteira (as pessoas só completam se ela esvaziar) e ninguém notou.
Essas táticas a gente só desenvolve quando está prestando atenção ao que está
fazendo, uma vez que o condicionamento natural acaba levando a gente a beber a
taça inteira sem perceber... No dia seguinte, fomos convidados para um almoço
na casa de amigos e TODOS bebiam. Recusei dizendo que tinha parado de beber e
algumas pessoas perguntavam: há quando tempo e por quê? Difícil era responder
que tinha menos de 24 horas, pareceria uma piada!! Enfim, preciso dizer que foi
estranho, que ataquei a água de coco da casa, o que não foi nenhum sacrifício
visto que acho muito mais saboroso do que qualquer bebida alcoólica. Em outras
épocas que fiquei sem beber, fiz muito isso, saía com amigos e bebia jarras de
água de côco pelo puro condicionamento de ter sempre um copo cheio à mão nessas
ocasiões.
Este foi o
terceiro final de semana: dois casamentos, jantar na casa de amigos, barzinho e
nenhuma gota de álcool. Foi um final de semana agitado, não pude dormir muitas
horas e não me senti muito cansada exatamente porque não tinha bebido. Confesso
que no dia que fui ao boteco comer lambreta (parece que atrai uma cerveja)
tomei meia lata de cerveja sem álcool e achei a experiência interessante, entendi
como parte do processo de descondicionamento etílico social.
Agora vem a
segunda parte, estou no avião e adivinha? Estou comendo aqueles biscoitinhos
salgados que oferecem! Recuso facilmente qualquer doce, mesmo que estiver com
fome, não considero comida e continuo com fome até que possa conseguir outra
coisa (caso só haja doce). Infelizmente não consigo agir da mesma forma com as
delicias salgadas repletas de farinhas e sais refinados (sem contar que esses
também contém açúcar!). Em um dos casamentos que fui, por exemplo, comi três
pãezinhos de festa, que são típicos da Bahia e que não via há meses! Confesso que
tenho certa atração por essas guloseimas... Na sexta-feira fui a uma delicatessen/lanchonete
famosa por seus quitutes encontrar com amigos e novamente não resisti a uns
salgadinhos cujas massas certamente são repletas de queijo, farinha branca,
manteiga e coisas do gênero. Não estou me agredindo muito com isso por
enquanto, pois acho mais fácil conseguir uma conquista de cada vez. Meu foco
agora é o álcool, mas estou atenta para os pãezinhos de queijo da vida
(tentação mineira) e outros lanchinhos que sempre “surgem” quando estamos com
fome fora de casa!
E você,
qual a sua tentação?!?
Obs.:
Terminei de escrever o texto no avião, mas só pude postá-lo em casa à noite. O
vôo atrasou e tive que ir direto do aeroporto para a aula... Adivinha? Cheguei
morrendo de fome (normalmente janto antes de sair de casa) e o que tem em
frente à faculdade? Uma deliciosa casa de pão de queijo. Como resistir com fome
e sabendo que só chegaria a casa praticamente às 23:00?
Nenhum comentário:
Postar um comentário