Vivemos
cercados de micro-organismos por todas as partes e é importante sabermos que
nem todos são maléficos. Hoje em dia, tenta-se evitar as bactérias a todo custo
com sabonetes de banho, de rosto, e íntimos, bem como com bochechos antissépticos,
que prometem eliminar todo o tipo de micro-organismo da nossa pele e mucosas. Essa
paranoia de querer ficar “livre” de micro-organismos, faz com que se percam proteções naturais, diminuindo a resistência a
bactérias deveras maléficas.
Culminando
com isso, há ainda o fato de que o uso abusivo de antibióticos, em ambientes
hospitalares, nas comunidades e na agropecuária tem criado espécies cada vez
mais resistentes.O resultado são altos índices de mortalidade decorrentes de
infecções por bactérias, chegando a um número de 25 mil mortos anualmente na
União Européia e 63 mil nos Estados Unidos. Nos países em desenvolvimento os
riscos são ainda maiores, dadas às dificuldades de higiene adequadas.
Dentre os
mais comuns resistentes a antimicrobianos, estão: Staphylococcus aureus (resistente à meticilina se chama de MRSA), Acinetobacter baumannii, Enterococcus
faeciun, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium difficile, Escherichia coli e Klebsiella pneumonieae. Os mecanismos de
defesa são variados e os tratamentos tendem a ser cada vez mais raros e
específicos, gerando um alto índice de mortalidade por infecções.
A
facilidade de transporte e deslocamento nos dias de hoje, facilita
demasidamente a proliferação desses micro-organismos. Um exemplo foi a descoberta
em 2008 de uma bactéria chamada NDM-1, inicialmente na Índia e no Paquistão,
que em 2010 já estava presente nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, União
Européia, Oriente Médio, África e sudoeste asiático. Esta confere resistência à
quase todos os antibióticos betalactâmicos em uso e só pode ser tratada com
antibióticos monobactâmicos, a exemplo do aztreonam, que por ser sintetizado em
laboratório, possui estrutura diferenciada. Este e outros exemplos tem se tornado
cada vez mais comum e resulta num grande desafio para a ciência.
A prevenção
é difícil. Algumas medidas importantes são as assepsias adequadas
(principalmente de equipamentos hospitalares) e o isolamento de pacientes infectados
nos hospitais. Acima de tudo, é importante que haja um uso menos irrestrito de
antibióticos, que são prescritos, muitas vezes, como tratamentos profiláticos
por profissionais na área de saúde.
Como não
podemos viver numa bolha e corremos o risco de exposição frequente, o melhor
que devemos fazer é cuidar de nosso sistema imune de modo a deixá-lo o mais
forte possível para tentar combater naturalmente “visitas indesejadas”. Uma boa
dieta, sono adequado, evitar um estado frequente de stress, uso moderado (ou
até não utilização) de álcool e outras drogas que debilitam o sistema imune, são
algumas formas de manter nosso “exército” mais resistente.
Fonte: Revista Ciência Hoje, Novembro 2011. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos. pg. 23-27
Fonte: Revista Ciência Hoje, Novembro 2011. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos. pg. 23-27
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