Estive um
pouco sumida, mas foi por uma justa causa: estava viajando!
Já escrevi
um post sobre as 10 coisas que mais gosto em BH (http://www.beijonopadeiro.com/2012/03/10-motivos-para-beijar-o-padeiro-em-bh.html) e incluí a proximidade de
ótimas cidades vizinhas. Este feriado fui desbravar novos territórios: o
distrito do Tabuleiro em Conceição do Mato Dentro e Diamantina.
Na primeira
parada de minha viagem está localizada a cachoeira do Tabuleiro, terceira maior
do país, com 273m. Bem perto, está a Serra do Cipó, região a cerca de 100km de
BH com aproximadamente 50 cachoeiras! Já tinha passeado por lá, conhecido as
cachoeiras Morena I e Morena II e também a cachoeira da Farofa. São tantas
opções que daria para ir todos os finais de semana em um ano e sempre conhecer
novidades. Além disso, na Serra do Cipó tem bons restaurantes, como o Petras
(sempre com música ao vivo) e o Parador Nacional, que já ganhou como melhor
restaurante no Guia 4 Rodas cinco vezes e é realmente divino. Um paraíso para
quem gosta de ecoturismo!

Cachoeira da Farofa - Serra do Cipó
O distrito
do Tabuleiro fica um pouco mais distante. Conceição do Mato Dentro está a 60km
da Serra do Cipó e para chegar no Tabuleiro são mais 15km de estrada de terra.
Por esse motivo, resolvemos ir de véspera para fazer a trilha no outro dia de
manhã cedo. A trilha para a cachoeira é de 5 km (cada trecho) sendo que metade
do percurso é escalando pedras pelo rio. Chegando ao local, fomos informados
que a trilha estava interditada, porque havia risco de chuva e somente o
mirante poderia ser visitado. Que decepção! No caminho encontramos uma família
dizendo que do mirante viram pessoas na trilha rumo à cachoeira e que iriam
também. Teimosos de plantão! O que me impressionou, entretanto, é que essa
família era constituída de uma senhora, um senhor, a filha deles e o neto. Não
acreditei na senhora dizendo que ia de qualquer jeito e não tive como ficar
para trás. Mais adiante, descobri que a senhora tinha 73 anos e o seu marido
77.
No caminho
da trilha, fomos um pouco mais velozes e ao chegar à cachoeira, estávamos apostando
que os velhinhos teriam desistido pelo meio do caminho. A escalada de pedras
não era das mais fáceis... Ledo engano! Meia hora depois, quem aparece? A
família completa!!! Meu queixo caiu ao ver a disposição e saúde daqueles
velhinhos, grande inspiração!

Cachoeira do Tabuleiro - Conceição do Mato Dentro
Valeu a pena: a cachoeira é linda e a água super gelada, purificando até a alma!
Neste mesmo
dia, um amigo baiano, que também mora em BH e tinha ficado trabalhando,
encontrou conosco em Conceição do Mato Dentro e seguimos para
Diamantina. Mal sabíamos que a estrada para lá era de barro!!! Percorremos 130km
levantando poeira até encontrar o asfalto e seguir para Diamantina. Ao chegar
na cidade, mortos de fome, a primeira impressão não foi das melhores. Até
chegar ao centro histórico, o entorno da cidade é bem sujo e pobre, diferente
de Ouro Preto e Tiradentes, que são lindas desde a entrada.
Deixamos
nossas malas no quarto do albergue e estávamos saindo para jantar, quando
lembrei que havia esquecido a chave do carro no quarto. Não conseguia destrancar
a porta de jeito nenhum, aí me lembrei de que havia uma chave na fechadura por
dentro e que ela devia estar torta, impossibilitando que a porta fosse
destrancada. Depois de quase uma hora tentando abrir, sem sucesso, chegamos à
conclusão que só um chaveiro para resolver a situação. Enfim, terceirizamos o
problema para a proprietária do albergue e fomos matar quem estava nos matando,
de taxi!
Primeiro
fomos assaltados! O taxista cobrou R$20,00 por um percurso de 3 minutos (ainda
tivemos que pagar mais R$20,00 na volta). Encontramos a cidade bem cheia, em
clima de São João, com banda de forró no mercado (praça central), barracas de
comidas típicas e tudo mais. Sentimo-nos na Bahia! Mas não estávamos no clima
de festas e sim com muita fome e custou para encontrarmos um restaurante.
Diferente de Tiradentes, que tem enorme e rica variedade gastronômica,
Diamantina tem mais botecos e poucos restaurantes. No fim, acabamos encontrando
uma boa opção e quando retornamos o quarto já havia sido destrancado! Ufa!
No dia
seguinte, impagável clima amistoso de albergue no café da manhã. Conhecemos um
paulista, que estava em Diamantina pela quinta vez e nos deu ótimas dicas de
trilhas pela região. Fiquei impressionada com as opções, achava que as atrações
lá se resumiriam a passeios pelo centro histórico. Depois de percorrer 10 km de
estrada asfaltada e mais 65 km de estrada de terra chegamos a uma cachoeira
linda e ‘particular’ em Conselheiro Mata, chamada Cachoeira das Fadas. Delícia
de banho. Seguimos mais 20 km em estrada de terra e chegamos até outra
cachoeira, essa diferente de tudo que já conheci, com um rio e areia branquinha
dos dois lados. Literalmente uma praia de água doce com direito à cachoeira,
chamada Telésforo.
Cachoeira das Fadas: Conselheiro Mata
Nem preciso
dizer que esses lugares eram totalmente inóspitos e não havia qualquer tipo de
ambulante para vender comidinhas. Tínhamos levado uns sanduíches e frutas, mas
quando retornamos para a cidade estávamos famintos! Paramos em uma pizzaria às
18:30 com a certeza de que seria rápido, afinal, não havia mais ninguém no
salão. Que ilusão! Mais de uma hora para sair a bendita pizza!! No fim, estava
uma delícia, mas como a fome é o melhor tempero, não posso garantir...
Cachoeira Telésforo: Conselheiro Mata
Último dia
de viagem. Hora de conhecer o centro histórico. Era domingo, o comércio estava
todo fechado, mesmo assim deu para visitar a casa onde viveu Juscelino Kubitschek,
a casa da Glória e a casa da Chica da Silva. Acho que são as principais
atrações turísticas do local... Na estrada, passamos por um restaurante bem
arrumadinho e decidimos parar, assumindo que restaurantes de estrada são
rápidos. Desta vez a espera foi de uma hora e vinte minutos, todas as pessoas
que lá estavam, pareciam indignadas! Um pessoal levantou depois de uma hora e
foi embora sem dar nenhum tipo de satisfação...
No fim a refeição recompensou a espera! Comida típica mineira com frango
caipira de verdade (o galinheiro ficava atrás do restaurante) acompanhado de
feijão, arroz, angu, quiabo, macarrão e batatas fritas. A comida mineira é
sempre exageradamente bem servida. Esse prato era para duas pessoas, comeram
três famintos e ainda sobrou! O mais impressionante foi o preço, a conta foi
menos de R$50,00, o que me faz ter certeza que somos assaltados nos restaurantes
das capitais...
O feriado
teve algumas surpresas, no geral todas boas. Passamos um pouco de fome, fato,
mas os passeios compensaram sem sombra de dúvidas. A maior preocupação era de
ficar tarde e a estrada engarrafar, o que não aconteceu, apenas em um pequeno
trecho devido a uma batida... Então, no fim das contas, foi tudo muito bom!
Para quem
pretende passear pela Estrada Real e quer conhecer cidades históricas, museus, desfrutar
de bons hotéis/pousadas, artesanato e gastronomia, recomendo Ouro Preto e
Tiradentes (sul de MG) em relação à Diamantina (norte de MG). Se a intenção for
fazer ecoturismo, pode ir pro norte do estado: muitas opções, diversão e beleza
garantidas!
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