Ontem
escrevi um pouco sobre a forma espiralar da vida e incluí algumas imagens de
formações humanas e universais que seguem esse padrão, como as pétalas de uma
flor, a Via Láctea, as impressões digitais e o couro cabeludo. No sistema solar
não é diferente: os planetas rotacionam ao redor do sol, que por sua vez se
intercalam com as órbitas dos cometas, como no esquema abaixo.
Foto do livro: The book of Macrobiotics - Michio Kushi
Foto do Google Imagens
Desta
forma, o sol se posiciona como o destino de uma força centrípeta e o início de
uma força centrífuga, que se expande pelo universo na forma de calor, luz,
energia... São essas duas forças (chegam e saem; recebem e doam; absorvem e
emanam) que formam os ciclos e os espirais que dão forma à vida. Na filosofia
oriental são chamadas de força yang (centrípeta) e força yin (centrífuga). Em
referências terrestres, podemos considerar a força da terra como yang e a força
do céu como yin.
Há cerca de
4 bilhões de anos a terra era uma enorme nuvem gasosa, altamente carregada por
estrondosas tempestades de intensa atividade eletromagnética que produzia
diversos elementos leves como: Hidrogênio, Helio, Lítio, Boro, Carbono, Nitrogênio
e Oxigênio. Ao se fundirem, esses elementos passaram a dar origem a compostos
mais pesados, cujas combinações originaram múltiplos compostos químicos e
moléculas.
Os compostos
mais pesados começaram a ir em direção à Terra, formando seu sólido centro. Já
os mais leves, circundavam a periferia, formando a atmosfera. Entre eles começou
a surgir a água (composta de hidrogênio e oxigênio) que cobriu toda a
superfície sólida, formando o nosso “Planeta Água”.
Outros
elementos começaram a se fundir dando origem a moléculas primitivas como os
carboidratos, as proteínas, os vírus e as bactérias. Estes continuaram a
evoluir, desenvolvendo organismos mais evoluídos, sobretudo na água, ambiente que
propiciava essas condensações moleculares (yang) em relação à atmosfera. Assim,
começaram a surgir duas correntes de vida complementares e antagônicas: o reino
vegetal (impulsionado pela força centrífuga expansiva – yin) e o reino animal
(impulsionado pela força centrípeta – yang).
Na água
começaram a surgir as algas primitivas (reino vegetal) e os invertebrados
(reino animal). Uns dependiam dos outros num ciclo de comensalismo. Durante
este período, um acúmulo de minerais na água, transformou-a num meio salgado,
dando origem às algas superiores que continham minerais e os invertebrados
passaram a ter espinhas dorsais, provenientes também dessa condensação mineral,
dando origem aos primeiros seres vertebrados. Esta fase de desenvolvimento
biológico aquático durou cerca de 2,8 bilhões de anos.
A próxima
grande mudança foi marcada pela emergência de terra fragmentada acima da água.
Ao longo de milhões de anos, com a progressiva formação do solo, os animais
aquáticos foram transportados para a terra e expostos ao ar, transformando-se
em anfíbios, depois em répteis e em aves. Da mesma forma, algumas plantas
aquáticas adaptaram-se à atmosfera, convertendo-se em musgos e em plantas
primitivas.
Com o aumento da temperatura, umidade na superfície da terra e intensificação dos raios solares, estes seres tomaram grandes proporções, gerando gigantes como: arbóreos, coníferas, dinossauros, répteis voadores e outros. Depois desse apogeu yin a temperatura atmosférica começou a baixar gradualmente e estes gigantes foram se extinguindo dando lugar às plantas modernas e aos mamíferos que se alimentavam delas. Ao longo dos próximos 50 milhões de anos foram surgindo grande parte das espécies vegetais e animais existentes até hoje.
À medida
que a terra tornava-se cada vez mais fria, começaram a surgir plantas
portadoras de sementes (herbáceas). Os frutos e as folhas que tinham formas
expandidas, devido ao frio passaram a se contrair, tornando-se menores, mais
consistentes e secos. Esta mudança no reino vegetal deu origem aos macacos, que
se alimentavam destas espécies pulando de galho em galho. O arrefecimento foi
gerando grãos cada vez menores envolvidos em películas também mais resistentes.
A abundância desses grãos herbáceos e a sua ingestão, juntamente com outras
formas de vida mais antigas, marcou o aparecimento do homem.
Foi
justamente a ingestão dessas formas de vida compactadas (grãos) que permitiu
que o homem sobrevivesse às idades glaciares, por condensarem grandes teores
energéticos (calorias). Este tipo de alimento evoluído permitiu o
desenvolvimento da inteligência humana, superior às espécies antecessoras.
Assim espécie animal mais evoluída (humana) se alimenta da espécie vegetal
(extrema oposta) também mais evoluída (cereais).
A imagem acima representa uma "fatia" de um espiral, onde cada arco representa uma volta (by: Camila Lisboa, inspirada na imagem do livro The Book of Macrobiotics de Michio Kushi)
Paralelamente
a isso, houve o descobrimento do fogo que passou a ser um aliado à
sobrevivência nesses períodos glaciares. A inteligência desenvolvida permitiu
que homem pudesse então se adaptar ao meio ambiente, tendo o fogo como
ferramenta fundamental. Ele era utilizado como aquecimento, bem como no
cozimento dos grãos, produção de utensílios, abrigo e vestuário. A descoberta
do fogo deu origem ao nascimento da cultura, orientando a vida para o
desenvolvimento e prosperidade das civilizações modernas.
Toda essa
explicação esclarece alguns conceitos alimentares básicos:
- O grão (carboidrato complexo) como base da alimentação humana (nosso oposto complementar no reino vegetal);
- A importância do fogo na alquimia alimentar (porque não considero a dieta viva, onde se come tudo cru e um exagero de frutas uma dieta adequada para o ser humano);
- Porque comida de macaco é banana e porque nossa base alimentar não são frutas;
- Porque um mingau quentinho aquece o corpo e uma salada fria ou frutas o resfria;
- Porque não devemos abusar de frutas/doces principalmente em climas frios (os opostos se complementam, os semelhantes antecessores geram uma tendência involutiva);
- Porque as frutas de climas temperados são miudinhas (berries) e as tropicais enormes (jaca, melancia) – Yin gera yang e yang gera yin;
- Porque a proteína vegetal é mais bem assimilada e menos agressiva à digestão humana (leguminosas são grãos, opostos complementares da espécie humana);
- O motivo pelo qual é preferível a ingestão de peixes e não de mamíferos (os opostos se complementam, os semelhantes antecessores geram uma tendência involutiva);
- Porque a dieta de um esquimó é vasta de produtos animais (o equilíbrio ocorre por extremos - o sangue animal aquece o corpo humano exposto ao gelo);
- Porque uma pessoa que come muita carne (extremo yang) e não mora no gelo, vai tender a querer consumir mais café, açúcar e álcool (extremos yin);
- O papel das algas na dieta humana (semente da vida vegetal);
- A compreensão dos reinos opostos e o surgimento de vida na terra trazendo o entendimento da cadeia alimentar de acordo com a Ordem do Universo...
BOM DEMAIS,PARABÉNS,BJS
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